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Ministério da Saúde: avanço da doença em uma década é mais preocupante para a população de 15 a 24 anos

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O levantamento mais recente do Ministério da Saúde mostra que a epidemia de Aids tem se concentrado, principalmente, entre populações vulneráveis e pacientes mais jovens. Segundo a pasta, destaca-se o aumento entre jovens de 15 a 24 anos, sendo que entre 2006 e 2015 a taxa entre aqueles de 15 a 19 anos mais que triplicou, passando de 2,4 para 6,9 casos a cada 100 mil habitantes. Entre as pessoas de 20 a 24 anos a taxa dobrou, passando de 15,9 para 33,1 casos a cada 100 mil habitantes.

De acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, foram notificados 32.113 mil pessoas vivendo com HIV e 39.113 vivendo com Aids no país em 2015. Atualmente, a epidemia no Brasil está estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1 casos a cada 100 mil habitantes, com cerca de 41,1 mil casos novos ao ano. A notificação compulsória de infecção pelo HIV, no entanto, é recente (2014), portanto não é possível fazer uma análise epidemiológica rigorosa dos dados de forma a definir o real comportamento da doença em relação às tendências de infecção no Brasil.

Os números que mostram a incidência de HIV/Aids em Minas também revelam a preocupação dos órgãos de saúde para o controle da epidemia que assombrou o país a partir do fim dos anos 1980. Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) revelam uma alta de 79% nos novos dos casos de infecção pelo vírus somados aos novos pacientes que desenvolveram a doença entre 2008 e o ano passado. O total passou de 2.563 para 4.588 casos no período. Neste ano já são 2.709 casos até 18 de outubro. ?A infecção continua crescendo, dentro da taxa do padrão brasileiro. Não é um índice alarmante, como os africanos. Exceto entre homens jovens que fazem sexo com outros homens, que têm taxas de infecção entre 10% e 20%?, afirma o médico infectologista Dário Brock Ramalho, consultor da Secretaria de Estado de Saúde.

Sobre a resistência do HIV aos antirretrovirais, o médico explica que esse é um quadro que deve ser visto como alerta. Mas, ressalta, ele vale para grupos específicos. ?Os avanços nos medicamentos trazem situação um pouco mais confortável para quem vive com HIV em relação a anos atrás. Hoje, o tratamento para a infeção por HIV e Aids é potente, barato e disponível na rede pública de saúde. Há muitas drogas, de diferentes tipos. Claro que não é o melhor dos mundos, porque, afinal, não há cura. Mas, atualmente os resultados são melhores e houve simplificação das drogas em uma ou duas pílulas tomadas ao dia?, diz.
VULNERABILIDADE O médico reconhece, entretanto, que apesar de a adesão ao tratamento ter aumentado nos últimos anos, ainda há casos de negligência às terapias que abrem portas para o surgimento da resistência pelo vírus. ?Quando o paciente começa a ser tratado, ele recebe o medicamento de primeira linha, o melhor. Mas, se não usa adequadamente essa droga, o vírus pode se tornar resistente e o paciente terá de ser tratado com outras substâncias, nesse caso de segunda linha, que têm menor eficácia e mais efeitos colaterais?, explica. Isso ocorre, segundo ele, exclusivamente pela não adesão ou em casos raros de pacientes que têm o vírus há muitos anos ou até há décadas e que desenvolveram micro-organismos resistentes a drogas.

A Secretaria de Saúde da capital também destaca os avanços do Brasil nas terapias para controle da epidemia e afirma que ao longo dos anos, a indústria farmacêutica vem aprimorando as drogas usadas no tratamento da infecção pelo HIV. ?Os medicamentos atualmente disponíveis são mais potentes e menos suscetíveis às mutações do vírus. O Brasil adota em seu arsenal terapêutico medicamentos que apresentam elevada potência e por esta razão os riscos de falha são minimizados?, informa.

Fonte: Clip News

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