Felipe Duque Estrada é o novo gerente nacional de vendas da Pierre Fabre, farmacêutica de origem francesa. Na companhia desde 2019, já atuou como gerente de contas e de vendas regionais.
Engenheiro formado pela UFRJ, cursou também um MBA em finanças no Ibmec. Ao longo de sua carreira acumulou passagens por grandes empresas como Americanas, L’Oréal e GSK.
Extensão dos benefícios impacta pelo menos 24 milhões de brasileiros | Foto: Divulgação Ministério da Saúde
O Farmácia Popular entra em uma nova fase de expansão. A ministra da Saúde Nísia Trindade anunciou nesta quinta-feira, dia 13, a gratuidade de 100% dos 41 medicamentos e produtos contemplados no programa. O governo federal também reabriu o credenciamento de farmácias privadas para atender à população em todos os municípios brasileiros.
A medida deve impactar diretamente, e de forma imediata, mais de 1 milhão de pessoas por ano. Entre os mais beneficiados estão os idosos que, até então, arcavam com uma parcela dos gastos em regime de coparticipação.
Com essa ampliação, as fraldas geriátricas passam a ser fornecidas gratuitamente para a população a partir de 60 anos. A dapagliflozina, medicamento utilizado no tratamento do diabetes associado à doença cardiovascular, também será ofertada sem custo para o público.
“Tivemos mais de 24 milhões de pessoas atingidas pelo programa em 2024 e vamos aumentar ainda mais esse alcance, principalmente nas áreas mais remotas desse país”, declarou a ministra. Entre 2022 e 2024, o governo federal incrementou em quase 20% o volume de beneficiários do Farmácia Popular. O alcance do programa subiu de 20,7 milhões para 24,7 milhões no período.
Farmácia Popular terá novos credenciamentos
Além disso, o Farmácia Popular terá uma rede de atendimento estendida a todas as cidades do país. O Ministério da Saúde abrirá novos credenciamentos, colocando como prioridade os 758 municípios atualmente sem estabelecimentos conveniados ao programa.
Esse processo já havia sido retomado em 2023, após oito anos sem nenhuma nova farmácia credenciada. À época, o governo procurou contemplar municípios com maior vulnerabilidade social e que aderiram ao programa Mais Médicos. O Farmácia Popular está presente em 4.812 cidades, cobrindo cerca de 97% da população por meio de mais de 31 mil farmácias privadas.
Desde 2023, o Farmácia Popular vem avançando também no rol de produtos e medicamentos. A gratuidade incluía somente remédios para asma, diabetes e hipertensão. Mas em 2023, todos os beneficiários do Bolsa Família passaram a retirar os medicamentos disponíveis no programa gratuitamente. A iniciativa ampliou o acesso de 55 milhões de brasileiros à assistência farmacêutica.
No mesmo ano, medicamentos para o tratamento da osteoporose e contraceptivos foram adicionados à lista. E em 2024, foi a vez de o governo incluir absorventes, quando o orçamento destinado ao programa alcançou R$ 3,6 bilhões. A previsão para 2025 chega a R$ 4,2 bilhões.
Como credenciar uma farmácia no Farmácia Popular
Para credenciar um estabelecimento ao Farmácia Popular, é necessário que ele esteja localizado em um município sem farmácias conveniadas e reúna a documentação exigida. Os trâmites incluem o preenchimento de formulários e a apresentação dos seguintes documentos autenticados ou com certificação digital:
Comprovante de CNPJ com CNAE específico (4771701 e 4771702)
Registro na junta comercial ou certificação digital
Licença sanitária estadual ou municipal
Autorização de funcionamento emitida pela Anvisa
Certidão de regularidade fiscal junto à Receita Federal
Certificado de regularidade técnica emitido pelo Conselho Regional de Farmácia
Documentação do representante legal e do farmacêutico responsável
Meta foi estabelecida no ano passado – Foto: Divulgação
Concretizado uma meta estabelecida no ano passado, o faturamento da Abrafad atingiu a marca de R$ 7 bilhões no início de 2025. O valor segue crescendo anualmente, tendo saído de R$ 5 bilhões em 2022 e R$ 6,1 bi em 2023.
O bom resultado está aliado à constante expansão da associação, que também celebrou a conquista de 6.000 lojas recentemente. O número é formado pela soma das unidades das 21 redes com as milhares de farmácias independentes associadas à entidade em todo o país.
“Esperamos dar continuidade com esse crescimento ao longo deste ano, sempre na casa de 2% a 3% acima do mercado, impulsionado pelo uso das nossas ferramentas de gestão, que contribuem para aumentar a eficiência operacional das redes associadas, e pela entrada de dois novos grupos em janeiro”, explica o diretor executivo e institucional, Nilson Ribeiro.
Faturamento da Abrafad é impulsionado por inovações
Os contínuos investimentos da Abrafad em inovações e tecnologias se mostraram providenciais nos últimos meses. Recursos como ferramentas de gestão, inteligência de mercado e automação de processos foram fundamentais para a conquista da meta.
“Esse crescimento expressivo reforça a importância da união, da cooperação e da força do associativismo. O modelo permite que nossos associados tenham maior poder de negociação, acesso a condições comerciais mais competitivas, além de suporte estratégico em áreas como gestão, marketing e inteligência de mercado”, afirma Douglas Silva, diretor de operações e comunicação da Abrafad.
“Juntos, fortalecemos o varejo farmacêutico, garantindo mais competitividade, eficiência e, principalmente, melhores serviços e preços para os consumidores”, complementa o executivo.
Encontro de Negócios
A entidade também está com os preparativos a todo vapor para a realização do Encontro de Negócios, que ocorrerá de 6 a 8 de maio no Espaço Immensità, em São Paulo. “Cada dia que passa as nossas expectativas estão sendo superadas, com a adesão maciça das indústrias, que esgotaram todas as cotas platinum, premium e diamante. já as cotas ouro estão praticamente no fim”, finaliza Ribeiro.
Unidade concentra sua operação na venda de produtos de beleza e higiene pessoal / Foto: Reprodução – CNBC
A nova loja da Amazon na Itália representa mais um passo ambicioso da multinacional com foco no varejo físico. O PDV, chamado de Amazon Parafarmacia & Beauty, fica localizado no centro da cidade de Milão e abriu suas portas oficialmente na última quarta-feira, dia 12.
A unidade atua sob o conceito de “parafarmácia”, em que o carro-chefe são os produtos de higiene e beleza (HPC), mas há a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e OTCs selecionados. As informações são da CNBC.
No mix da loja, estão renomados nomes de HPC como La Roche-Posay, Eucerin e Vichy. A unidade também oferece Derma-bars, onde o consumidor pode passar por uma “análise complementar e digital da sua pele” para receber recomendação de produtos.
Loja da Amazon quer emular sucesso do digital, mas histórico é difícil
O foco da loja da Amazon em artigos de HPC não representa uma decisão ocasional. A categoria é uma das campeãs de vendas no e-commerce da varejista e o objetivo é emular esse sucesso também no físico.
A companhia começou a atuar com esses produtos ainda em 2000, mas priorizou, inicialmente, itens com perfil de venda mais massificado. Com o tempo e amadurecimento do negócio, SKUs de marcas mais luxuosas foram incorporados ao mix.
Por sua vez, o histórico de atuação da companhia no varejo físico não é dos melhores. A empresa fechou todas as lojas que havia aberto e diminui sua atuação com a Amazon Go, marca de conveniência.
Unidade contará com farmacêuticos
No comunicado divulgado pela Amazon, a gigante do varejo afirmou ter formado uma equipe de farmacêuticos que ficarão na loja para orientar os consumidores interessados em comprar MIPs ou OTCs.
A farmacêutica goiana Vitamedic anunciou a contratação de Julião Neto para o cargo de gerente de vendas. O executivo assume o posto após uma passagem de 10 meses pela Xis Farmácia, onde atuava no setor de supply chain.
Ao longo de sua carreira, Neto dedicou 24 anos ao mercado farmacêutico, acumulando experiências em todos os segmentos do setor. Na indústria já atuou como representante da Medfar e na área de distribuição passou pela Elite. No varejo, atuou na Farmais.
Bruno Porto, sócio e líder do setor de Saúde na PwC Brasil I Foto: Divulgação
O uso da inteligência artificial na saúde vem gerando uma sensação de otimismo entre os CEOs atuantes no Brasil. Estudo da PwC revela que 58% dos líderes empresariais desse setor relatam ganhos de eficiência na produtividade dos seus colaboradores após o emprego da tecnologia. Considerando também os gestores de outros segmentos, o percentual é de 52%.
Os dados integram a 28ª edição da Global CEO Survey, que ouviu mais de 4,7 mil CEOs em cerca de 100 países. Ainda de acordo com o extrato brasileiro, 35% dos executivos da saúde identificaram aumento na receita, pouco acima da média nacional (34%). O recorte setorial mostra que 53% dos CEOs têm alta confiança na integração da IA em processos-chave, índice superior à média nacional (51%) e da média global do segmento (33%).
Fonte: PwC
CEOs elencam áreas prioritárias para inteligência artificial na saúde
A inteligência artificial na saúde brasileira pode se traduzir em avanços na automação de tarefas administrativas, personalização de tratamentos e maior eficiência operacional.
“Segundo a pesquisa, 97% dos líderes do segmento revelam que suas maiores prioridades nos próximos três anos envolvem integrar a IA (incluindo a versão generativa) em plataformas tecnológicas e 84%, em processos de negócios e fluxos de trabalho. Outros 84% também citam a aplicação da tecnologia em estratégias relacionadas à força de trabalho e ao desenvolvimento de competências”, ressalta o sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil, Bruno Porto.
Fonte: PwC
“A disposição do setor em relação à tecnologia é muito superior à média global do mesmo segmento e à média geral nacional. Os dados denotam a necessidade de acelerar digitalização e o atraso na disrupção tecnológica da indústria”, avalia Porto.
Ele exemplifica que, na saúde, a Lei n° 11.196/05, conhecida como Lei do Bem, pode e deve ser usada como estratégia para que empresas saiam na frente nessa jornada de disrupção digital. Trata-se de um dos principais mecanismos de incentivo privado à inovação tecnológica do país.
A Lei do Bem oferece apoio financeiro indireto, na forma de incentivos fiscais, para empresas de todos os setores e estados que atendem a três requisitos básicos – serem pessoas jurídicas com regularidade fiscal, estarem sob o regime de tributação do Lucro Real e desenvolverem atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).
Horizonte de viabilidade
A aposta na genIA dialoga com a necessidade de reinvenção dos negócios identificada na pesquisa, uma vez que 47% dos CEOs da saúde acreditam que suas empresas não serão viáveis economicamente por mais de dez anos se não se reinventarem. Esse percentual é maior que o do ano anterior, quando 42% dos entrevistados já identificavam essa necessidade para a viabilidade dos seus negócios.
“Quando observamos as ações de reinvenção nos últimos cinco anos, podemos ver que elas estão muito voltadas ao reconhecimento sobre a base de clientes e a novas formas de precificação a partir do uso da tecnologia”, complementa Porto.
Fonte: PwC
Horizonte positivo
Os CEOs da saúde ainda demonstram otimismo em relação à economia global, com 78% projetando aceleração nos próximos 12 meses, resultado acima da média global do setor (66%), da média nacional (68%) e da global para todos os setores (58%).
Apenas 9% esperam desaceleração, enquanto 13% projetam estabilidade. Em relação à economia local, 72% dos líderes do setor no país esperam aceleração, índice próximo à média nacional, de 73%, e bem acima da média geral global e do setor (57% e 62%, respectivamente).
Já 47% dos respondentes disseram que planejam ampliar o quadro de funcionários no próximo ano, enquanto apenas 16% pretendem reduzir. O resultado está abaixo da média geral do Brasil, recorte no qual 53% planejam expandir as equipes, enquanto 14% preveem cortes. “Ainda assim, quase 50% é um índice relevante”, opina Porto.
Como acelerar a transformação?
Segundo Porto, as organizações de saúde que se destacarão nos próximos anos serão aquelas que agirem rapidamente para entender esse cenário. O executivo lança alguns questionamentos essenciais para os CEOs do setor de saúde:
Você está avançando com rapidez e disciplina para integrar tecnologias avançadas, como inteligência artificial, aos processos clínicos e administrativos? Essas tecnologias estão sendo utilizadas para melhorar o diagnóstico, o atendimento personalizado e a eficiência operacional?
Quais são as oportunidades inexploradas para impulsionar o crescimento e a lucratividade? Sua organização está inovando em serviços e produtos que atendam à crescente demanda por saúde preventiva, telemedicina e soluções de baixo impacto ambiental?
Você tem uma visão clara de como a estrutura e as fronteiras da indústria da saúde estão mudando? Como sua organização está adaptando suas operações, capacidades e modelos de negócios para responder às transformações causadas pela digitalização, envelhecimento da população e mudanças regulatórias?
Você está investindo de maneira adequada (e alocando os melhores talentos) em suas maiores prioridades? Está priorizando iniciativas que aumentem a agilidade da organização para realocar recursos, adotar novas tecnologias, expandir o acesso aos cuidados e melhorar a experiência dos pacientes em um ambiente altamente competitivo e em constante evolução?
Imunizados são distribuídos em países da África e da América Latina – Foto: Canva
Libbs e BioManguinhos estão negociando a renovação da parceria que assegura a produção de imunizantes contra a febre amarela. A colaboração entre os laboratórios possibilitou o envio, apenas em 2024, de 12,8 milhões de doses a países de baixa renda.
Manipuladas pela BioManguinhos no Rio de Janeiro (RJ), as unidades são enviadas para a planta da Libbs em Embu das Artes (SP), onde são envasadas em um complexo sistema de isolamento, pioneiro na América Latina. “São dez equipamentos que ficam conectados dentro desse isolador. É necessário um sincronismo muito grande entre todos eles, pois se um falhar, prejudica todo o restante do processo”, detalha Phelipe Miranda, gerente de produção da Libbs.
Depois de prontos os imunizantes são distribuídos pela Unicef, em países da África, e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) na América Latina. “Estamos levando vacina para nações que não têm condições de fabricar suas próprias doses. O frasco que sai da fábrica da Libbs está chegando a populações carentes de acesso à saúde”, explica George Cassim, gerente de Relações Governamentais da Libbs.
Acordo entre Libbs e BioManguinhos vigora até 2033
Assinado em 2019, o acordo entre Libbs e BioManguinhos vigora até 2033, mas é anualmente revisitado para uma análise de dados e processos. “Estamos em vias de assinar uma nova negociação. Anualmente, revisitamos o contrato para checar se precisamos ajustar a quantidade de doses envasadas anualmente na Libbs, contribuindo com a vacinação de milhares de pacientes no Brasil e no exterior”, afirma Geraldo Martins, diretor de Negócios da Libbs.
Marcia Arbache, especial para o Panorama Farmacêutico
O fechamento de farmácias no país segue em ritmo incessante e acelera a mortalidade de pequenas e médias empresas. O levantamento mais recente da Close-Up International indica que 10,9% das lojas abertas nos últimos dois anos até outubro de 2024 já encerraram as atividades – totalizando 11.839 PDVs.
O recuo é encabeçado pelas farmácias independentes e redes de menor porte, que descontinuaram a operação de 11.198 unidades. O volume representa impressionantes 94% do índice de fechamentos. Em contrapartida, as grandes varejistas e os grupos do associativismo detêm somente 6%.
O diagnóstico nas independentes revela-se ainda mais grave por outro motivo. Além de ser o segmento que mais padece com a interrupção do negócio, também concentra o maior número de abertura de lojas.
Das 72.034 farmácias do gênero, 14.800 foram abertas nos três anos iniciais e 10.444 fechadas – cerca de 14%. No caso das pequenas e médias, os fechamentos no período (752) superaram inclusive o montante de PDVs inaugurados (655).
Fechamento de farmácias no Brasil por segmento (em %)
Fonte: Close-Up International
Fechamento de farmácias atrelado a desconhecimento do mercado
Um conjunto de fatores culminou com esse quadro crônico de fechamento de farmácias. “Sob pressão inflacionária e dos juros, muitas empresas do setor demoram a aplicar o reajuste de medicamentos na tentativa de reter consumidores, o que ajuda a afetar a sustentabilidade financeira”, adverte o consultor Fernando Foster, gerente comercial e de sucesso do cliente – varejo farmacêutico e cosméticos da Rock Encantech.
Ainda segundo o especialista, esse contexto força uma guerra de preços em que claramente as grandes companhias levam vantagem, com mais caixa e maior capacidade de negociar com fornecedores. “O pequeno está sendo esmagado por redes que conseguem fazer uma operação mais bem-sucedida, com redução de custos”, explica.
Falta de adaptação às mudanças de cenário
Ele frisa a dificuldade das farmácias independentes de se adequarem ao atual momento em relação a diversas variáveis. A escolha do melhor ponto para abrir o negócio é um dos requisitos. “Se o lojista não está posicionado em um lugar com grande fluxo de público, não terá potencial para captar mais vendas”, crava.
Outro aspecto diz respeito à experiência do lojista. “Na maioria das vezes é um ex-vendedor ou farmacêutico que decide abrir uma loja por conta própria. Aí começam a aparecer os gargalos face ao seu despreparo para conduzir o processo de compras, elaborar estratégias de marketing, usar ferramentas tecnológicas e outras ações inerentes ao negócio”, assinala.
Uma das saídas, segundo ele, passa pela conversão de bandeira. “Trata-se de um modelo de negócio com padrões a seguir, mas que também dispõe de ferramentas que permitem ao proprietário obter, em conjunto, melhores preços da indústria e benefícios como ajuda para precificar produtos, o que encurta o tempo de maturidade da loja. Por isso o associativismo ainda cresce mais do que as grandes redes”, observa.
Foco em municípios menores pode atenuar fechamento de farmácias
Foster acredita que o caminho para conter o ritmo de fechamento de farmácias passa pelo maior foco das independentes em cidades menores, com cerca de 10 mil habitantes. “Há lugares em que não existem médicos, postos de saúde, supermercados, mas o varejo farmacêutico preenche essa lacuna’’, opina.
Porém, os indicadores da Close-Up International mostram como esse nicho está distante dessa lição de casa. Das lojas abertas pelo varejo independente nos últimos 12 meses até outubro do ano passado, 20% estão sediadas em municípios acima de 1 milhão de habitantes.
Em contrapartida, cidades com até 50 mil pessoas foram os destinos de 24% das inaugurações de PDVs das grandes redes, 48% das aberturas promovidas pela Febrafar e 53% dos demais representantes do associativismo. “Com a consolidação nos centros de maior porte, o Brasil continuará a observar as independentes perdendo seu espaço e as grandes aproveitando essa oportunidade”, argumenta Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Alta de preços e redução de descontos da indústria a caminho
Para Foster, o que se vislumbra é uma ‘’chacoalhada’’ no varejo farmacêutico em 2025, especialmente porque a indústria vem cortando os descontos em 10% e a diferença será descontada da margem de lucro na ponta. “A falta de planejamento, capacidade operacional, financeira e estrutura tecnológica pesa mais sobre os pequenos, que não conseguem se preparar a tempo”, reforça.
Mesmo entre as grandes redes a competição não cessa. Com alto faturamento e “bala na agulha” para investir, inclusive com recursos do mercado de ações, a disputa se dá a uma velocidade espantosa. Um ponto disponível em uma região onde circula muito dinheiro é rapidamente ocupado ao menor sinal de que há um concorrente interessado. “É um modelo em que é preciso abrir lojas continuamente para se manter relevante, principalmente aos olhos de acionistas”, finaliza Foster.
Companhia e parceira buscam anulação da punição – Foto: Canva
Publicada no Diário Oficial da União na última sexta-feira, dia 7, a decisão da Anvisa afeta 19 produtos da Black Skull Pharma. A determinação impede que a farmacêutica venda, distribua, fabrique ou anuncie os itens. As informações são do portal Metrópoles.
O fator em comum entre os produtos listados é seu ponto de produção: a farmácia de manipulação OficialMed, no Paraná. A irregularidade apontada pela autarquia envolve a comercialização ao público de forma padronizada, sem prescrição individualizada, em desacordo com as normas da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 67/2007.
Segundo a Anvisa, esses produtos são manipulados e devem ser prescritos e preparados por farmacêuticos para atender às necessidades específicas de cada paciente, o que significa que não podem ser vendidos de maneira indiscriminada.
“As farmácias de manipulação devem respeitar uma série de protocolos para adaptar fórmulas aos usuários. Produtos formulados não podem ser usados apenas para mascarar práticas incorretas de vendas de medicamentos restritos”, complementa Antônio Geraldo, membro do CFF.
Confira a lista de produtos da Black Skull afetados
Epidemium
Tukersterone
Tribulus Terrestris
Aswagandha
Ioimbina
Long Jack
Libido Black (versões para homens e mulheres)
Prostate Black
Prostate
Lipolysis (produtos linha Night e Day)
Krakatoa
Ozzyblack (tanto da dose adaptativa como dose plena)
Blackoff
Creatina Nootropic
Mr. Testo
Oppenheimer
Posicionamento da companhia
Em nota, a Black Skull afirmou que a proibição atinge apenas fórmulas manipuladas pela OficialMed, farmácia licenciada para produzir os produtos, ressaltando que nenhum item de sua linha tradicional de suplementos alimentares foi alvo de questionamento pela Anvisa e que segue padrões internacionais de qualidade.
A marca ainda afirmou que a farmácia já tomou providências administrativas e judiciais para garantir o direito de comercialização dos itens. Enquanto isso, a Anvisa reforça a importância de as empresas seguirem as normas sanitárias para garantir a segurança e a qualidade dos produtos ofertados à população.
Procurado pelo Panorama Farmacêutico, Marcelo Bella, presidente da Black Skull, garantiu que as atividades da companhia estão amparadas pela legislação brasileira.
De acordo com o executivo, a primeira menção dessa resolução da Anvisa, de 5 de fevereiro de 2025, foi feita por um portal de notícias do segmento de body building patrocinado por uma de suas concorrentes.
A publicação, classificada por ele como uma “publicidade criminosa”, afirma que os produtos sancionados pela autarquia apresentam “substâncias altamente irregulares e perigosas” que seriam “um risco a saúde dos consumidores”. Essa informação, no entanto, não está presente no documento publicado pela Anvisa.
Bella ainda ressalta que sua companhia não recebeu nenhum tipo de notificação ou visita da agência, e que os representantes da OficialMed, farmácia de manipulação com quem tem uma parceria de licenciamento de marca, já entraram na justiça com medidas cautelares e de efeito suspensivo contra a ação “arbitrária” da Anvisa, como ele define em vídeo enviado a redação.
Collabs permitem ativações exclusivas e ações educativas de saúde / Foto: Divulgação
A Farmácia Indiana iniciou o ano com ações inovadoras junto à indústria. Para transformar a experiência de compra e aproximar o canal farma do consumidor, a rede de farmácias fechou colaborações com a ISDIN e a GSK, representada por sua marca ENO.
Desde de a segunda quinzena de dezembro, a varejista mantém a Pop Up Summer em Trancoso (BA), em parceria com a fabricante de dermocosméticos. O espaço exclusivo concentra ativações que incentivam o cuidado com a pele, além de um spa com experiências de relaxamento e renovação. A marca também está disponibilizando brindes e comercializando um mix diferenciado de produtos, desde sucessos conhecidos a lançamentos.
Já em Porto Seguro (BA), a companhia estreou no último dia 24 uma collab com a ENO. A parceria deu origem a uma loja-conceito com fachada personalizada e ativações exclusivas.
“As collabs reforçam a essência da Farmácia Indiana, focada na atenção aos clientes em todos os detalhes e atenta a uma nova jornada de consumo que vá além do varejo tradicional”, destaca Alexandre Mattar Netto, diretor executivo da rede.
Collabs também fizeram parte da estratégia da Farmácia Indiana em 2024
No ano passado, a Indiana já havia apostado na realização de collabs com a indústria. Dois cases de sucesso foram registrados com a Lola Cosméticos e a Carmed, da Cimed.
Ambas as unidades foram montadas no conceito “instagramável”. A parceria com a Lola foi em Porto Seguro (BA). Já a campanha com a Cimed aconteceu em Governador Valadares (MG).