Momentos turbulentos para a Pague Menos. A terceira maior rede do varejo farmacêutico nacional contabilizou prejuízo de R$ 10 milhões no segundo trimestre deste ano. No mesmo período de 2022, havia registrado lucro de R$ 56,7 milhões.
As informações são do Valor Econômico e do Brazil Journal, com base nos resultados do balanço do período. Um alento para a varejista foi o aumento de 35,9% na receita, para R$ 3 bilhões.
Mas o que explica esse elevado prejuízo? O desempenho está diretamente associado à compra da Extrafarma formalizada em 2021, que impactou no aumento do endividamento. Segundo a rede, a dívida líquida chegou a R$ 1,37 bilhão, equivalente a 1,6 vezes o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses. Há um ano, o índice era de 0,9.
A aquisição da Extrafarma custou R$ 737,7 milhões aos cofres da Pague Menos. Neste mês de agosto está previsto o pagamento da segunda parcela – R$ 350 milhões, que já foram captados no mercado entre abril e junho.
Pague Menos aprova aumento de capital e fará cortes
A Pague Menos, por meio de seu conselho de administração, aprovou duas medidas essenciais para reduzir a pressão sobre o endividamento. A companhia aprovou o segundo aumento de capital no ano, pelo valor de até R$ 400 milhões.
No entendimento do CFO Luiz Novais, esse aporte pode representar um catalisador para as ações da rede, que tiveram queda de 18% nos últimos 12 meses. A Pague Menos está atualmente avaliada em R$ 1,96 bilhão na B3.
Esse aumento de capital tornou-se viável a partir do compromisso de adesão de 82% dos acionistas, incluindo a família Queirós (fundadora) e a General Atlantic. Além disso, a rede definiu pela redução de investimentos e pelo corte de despesas.
Embora a empresa não tenha detalhado como apertará esse freio, uma das medidas será a diminuição do ritmo de abertura de lojas. Em maio, a Pague Menos anunciou que a meta de 60 novos PDVs em 2023 passou para apenas 20.