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Perseverança define trajetória de casal empreendedor

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Perseverança define trajetória de casal empreendedor
Eric e Roberta Mascarenhas (em pé, ao centro) perseveveraram
e comandam seis farmácias no Mato Grosso do Sul
Foto: Divulgação

O casal empreendedor Eric e Roberta Mascarenhas tem uma trajetória que só pode ser explicada com uma palavra – perseverança. Apesar dos percalços, os empresários mostraram que desistir nunca foi uma opção.

Mesmo com dificuldades para manter sua farmácia em dois modelos de negócios diferentes, eles resolveram seguir em frente e chegaram ao sucesso aprendendo com os erros do passado.

O sucesso, aliás, tem espaço garantido na seção Minha História, que chega a seu 14° episódio e destaca aqueles que fazem a roda do varejo farmacêutico girar de verdade.

Casal empreendedor nem sempre empreendeu

Mascarenhas nasceu no interior do Mato Grosso do Sul, mais precisamente em Amambai, cidade na região dos Campos de Vacaria e da Mata de Dourados. De família ligada à agropecuária, ele nunca teve dúvidas de que seu caminho seria outro.

Seu desejo sempre foi trabalhar com saúde e, mais precisamente, com farmácia. Mas, para estudar, ele precisava se mudar e a capital Campo Grande tornou-se sua casa.

Na “cidade grande”, além de seu primeiro contato com o setor, ele também conheceu Roberta, que se tornaria sua namorada e futura parceira de vida e de negócios.

Amigo “possibilitou” primeira farmácia

Voltando um pouco no tempo, quando deixou Amambai, Mascarenhas foi para Campo Grande acompanhado por um amigo da família que também nutria o sonho de ser farmacêutico.

Enquanto ambos estudavam, a família desse colega resolveu pular algumas etapas e já abrir uma farmácia para ele. O problema é que ele desistiu da graduação e acabou não se formando.

Mascarenhas, por outro lado, finalizou os estudos e começou a trabalhar em uma pequena drogaria da cidade e em um hospital da região, conciliando dois empregos.

Quando os familiares do amigo souberam que ele estava atuando na área, ofereceram o PDV e uma chance de voltar para sua cidade. “Ele estava muito cansado, juntando a rotina da capital com a jornada dupla. Nem éramos casados à época, mas resolvi que iria para Amamba com ele”, lembra Roberta.

O começo não foi fácil. “Vendi meu carro para pagar parte das parcelas da loja. Alugávamos o prédio e até as prateleiras da antiga dona. Chegando lá, vi que muitos produtos estavam próximos de vencer. O negócio era mal administrado”, conta Mascarenhas.

Casal empreendedor interna
Casal começou trajetória com farmácia em que até prateleira era alugada
Foto: Divulgação

O empreendedor já tinha familiaridade com o modelo de negócio popular, que ainda era pouco explorado na região, e resolveu arriscar. Mas sem o respaldo de uma rede, o negócio começou a ruir. “O Eric precisou dar aulas de química para nos sustentar”, revela Roberta.

O “bicho-papão” do fiado

O casal empreendedor passou a conviver com a dura realidade de administrar um negócio em uma cidade pequena. O fiado era uma prática comum, mas mortal para os negócios.

“Um dia peguei nossa pasta onde registrávamos o fiado que era vendido na farmácia e, desanimado, decidi queimá-la. Foi uma espécie de libertação de um ciclo. Dali em diante, não mais cairíamos nessa armadilha”, afirma Mascarenhas.

Outras dores

Os calotes eram apenas um reflexo de uma realidade complexa. Nem o farmacêutico Mascarenhas, tampouco a administradora Roberta, sabiam comandar o negócio. “Ele trazia a visão clínica e eu tinha o olhar da administração. Muitas vezes discordávamos do melhor caminho a seguir. Isso porque nenhum dos dois sabia tocar uma farmácia de verdade”, relata Roberta.

Foi aí que um pedaço de papel deu uma nova cara para o negócio.

Um panfleto trouxe um novo formato

Foram quatro anos enfrentando dificuldades como empreendedores independentes e com Mascarenhas se desdobrando entre as aulas e a farmácia. Foi aí que o casal encontrou uma nova oportunidade de uma maneira inusitada, graças ao panfleto de um representante comercial

O papel em questão falava sobre uma rede que funcionava no sistema de franquias e tinha como foco a atenção farmacêutica. Ambos viram nesse formato uma chance de repaginar a operação. Nesse mesma período, conheceram o presidente da Febrafar e Farmarcas, Edison Tamascia.

Um mentor “cedo demais”

O casal empreendedor conta que Tamascia sempre se mostrou solícito a guiá-los pelo caminho do sucesso. Mas da parte deles, faltava maturidade como empresários para entender os ensinamentos.

“O Edison sempre foi muito preto no branco, o certo é certo e o errado é errado. No começo a Roberta tinha até um pouco de medo dele. Hoje entendo que não estávamos prontos para aprender”, reconhece Mascarenhas, Um exemplo desse despreparo é visto na “explicação” para os percalços vividos até aqui.

“O problema é a cidade”

Mesmo com a entrada em uma rede de farmácias, os negócios seguiam sendo um desafio para o casal. Para eles, o problema era a cidade e a solução era começar do zero em um novo município.

“Na verdade, não tínhamos a maturidade necessária para reconhecer nossos erros como administradores”, crava Roberta. Só que essa mudança de ares não aconteceu exatamente como o esperado.

Outros ares, novas ideias

O casal conheceu a Ultra Popular ao visitar amigos no Mato Grosso. Os amigos em questão também empreendiam e, apesar do sucesso conquistado até então, sofriam com a concorrência de uma rede recém-chegada e com fila de clientes na porta. Ao voltar para casa, eles ficaram com a pulga atrás da orelha e o medo de que tal “adversário” chegasse a seus domínios.

A solução não poderia ser mais simples. Por que eles próprios não poderiam abrir uma Ultra Popular? Com a ajuda financeira de familiares, o casal empreendedor resolveu dar sua última cartada e abrir uma unidade da rede associativista da Farmarcas na cidade de 60 mil habitantes.

“Eu falei para a Roberta, eu vou. Deixei ela em Amambai e fui arriscar. Em paralelo, ela tocava nossa primeira farmácia”, relata Mascarenhas. Em um mês, o faturamento da nova loja já era igual ao da madura.

“Em menos de um ano, majoritariamente com o faturamento dessa loja, conseguimos abrir a segunda unidade, em Caarapó”, conta Roberta. “No fim das contas, até hoje nossa sede é em Amambai. Nunca realmente deixamos a cidade”, ri, enquanto recorda.

Enfim o sucesso

Agora, empreendedores calejados e preparados para os ensinamentos dos experts no assunto, o negócio finalmente decolou. “Quando vi a primeira vez a Ultra Popular, me espantei com a demanda na loja física”, comenta.

Com tal demanda, o caminho óbvio era o da expansão. Hoje, o casal empreendedor conta com seis farmácias, distribuídas nas cidades de Amambai, Caarapó, Naviraí e Sidrolândia.

Com market share que varia de 30 a 40% a depender do município, o faturamento das farmácias cresceu 60% de 2019 para cá. O empreendimento, que começou com o casal e um colaborador, já gera 70 empregos diretos. “Hoje, já não penso tanto em abrir novos PDVs. Aprendemos com a vida, quero fazer o melhor com o que já conquistamos”, garante Mascarenhas.

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