A demanda crescente por testes para detectar a covid-19 zerou os estoques mensais da indústria já nesta primeira quinzena, segundo o Valor Econômico. Com isso, os fabricantes foram forçados a adotar uma gestão mais justa dos estoques e da carteira de pedidos.
Expectativa de alguns fabricantes é que situação se normalize em uma semana, mas a Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médico (Abimo) acredita que o país deve sofrer com o desequilíbrio no abastecimento por mais tempo.
A Roche Diagnóstica, que tem no mercado hospitalar e laboratorial 90% das suas vendas, informa que nos primeiros dias do mês foi consumido o estoque normal para janeiro “além do volume de segurança. No caso dos testes PCR a demanda chegou a ser cinco vezes maior.
Na americana BD, a demanda em janeiro triplicou e por isso, a subsidiária conseguiu uma nova remessa para o país para atender seus clientes. A matriz redirecionou um volume que seria destinado aos Estados Unidos para o Brasil. A empresa não tem aceitado novos clientes neste momento, priorizando contas onde já há um planejamento de entrega definido, a fim de não deixar os parceiros desabastecidos.
Na Abbott, a demanda por testes também se intensificou com o avanço da variante ômicron no Brasil. A produção global dos testes está em ritmo acelerado e chega em torno de 100 milhões de unidades por mês e as entregas no Brasil são feitas semanalmente.
Paulo Fraccaro, superintendente da Abimo, no entanto, acredita que o país deve sofrer com o desequilíbrio no abastecimento por mais tempo. Segundo ele, a aceleração da demanda é mundial e os fabricantes dependem de insumos chineses.
“Há uma complexidade de saber quanto vai faltar e quando virão os componentes para os testes, pois são cerca de 100 empresas no Brasil”, disse. “Por isso, temos que dar prioridade às pessoas que estiverem em situação mais grave.”
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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