Um remédio para emagrecer vem causando dor de cabeça e no bolso de uma indústria farmacêutica.
Segundo a agência de notícias AFP, um tribunal francês condenou o laboratório Servier a pagar uma multa de 9 milhões de euros, além de 415 milhões de euros em indenizações para centenas de pacientes que morreram após terem a prescrição do medicamento. A penalidade total na moeda brasileira equivale a R$ 49,9 bilhões.
O Mediator originalmente destinava-se ao tratamento do diabetes, mas também passou a ser receitado como inibidor de apetite. Mas em 2007, surgiram os primeiros alertas de riscos cardíacos relacionados ao uso desse remédio – que poderia ter provocado até 1.800 mortes.
Remédio para emagrecer passou a ser proibido
O remédio para emagrecer passou a ser proibido na França, a exemplo do que já acontece em mercados como Espanha, Estados Unidos e Itália. O medicamento não possui registro de venda no Brasil.
Após mais de uma década de embates na Justiça, o tribunal de recurso de Paris deu o veredicto. Segundo a Justiça, a farmacêutica teria cometido “fraude agravada” e “homicídio involuntário e lesões”.
Jean-Philippe Seta, que atuava como braço direito de um dos fundadores do grupo (já falecido) foi condenado a quatro anos de prisão, dos quais 12 meses com pulseira eletrônica, e a uma multa de 90 mil euros (R$ 480 mil).
O Mediator foi licenciado para reduzir proteínas gordurosas chamadas lipídios e ajudar diabéticos. Mas também suprimiu o apetite e acabou sendo vendido com receita para não diabéticos que queriam perder peso.