Todos nós consumimos algum tipo de medicamento. Mas você já parou para pensar em como é feito o descarte da cartela de remédio? Para se ter uma ideia do volume de materiais descartados, segundo a Abrafarma, as 26 maiores redes de farmácias do país recolhem 130 toneladas de resíduos de medicamentos e embalagens por ano.
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O grande desafio quando o assunto é a cartela de remédio, que você pode conhecer como blister, é o contato que esse material tem com os químicos do medicamento. Devido a essa interação, seu descarte é mais complexo.
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Incineração da cartela de remédio
Não só a cartela de remédio, como também qualquer outro material como potes de vidro ou plástico, e bisnagas como as de pomadas, não podem ser reciclados. Por isso, esses materiais devem ser incinerados.
A incineração é um processo térmico que condicionará a cartela de remédio a uma temperatura que pode variar de 800 a 1.200ºC. Ao fim do processo, esse material terá sido reduzido a cinzas. Mas ainda não acaba por aí.
Mesmo em cinzas, a cartela de remédio ou outro recipiente que teve contato com o químico ainda precisa de atenção. Essas cinzas devem ser descartadas em aterros especiais. No caso do Rio Grande do Sul, por exemplo, esse resíduo deve ser descartado no mesmo lugar que outros descartes considerados perigosos (inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e/ou patogênicos).
A reciclagem é impossível?
Após o uso, a reciclagem da cartela de medicamentos realmente não é possível, mas antes, sim. Isso pode te deixar um pouco confuso, mas aqui vai a explicação. Por vezes, a indústria acaba encomendando um número maior de blisters do que acaba sendo efetivamente utilizado para determinado medicamento.
Como essa cartela de remédio já teve dados como a data de vencimento inserida, ela não pode ser utilizada para um fármaco diferente. Mas, como ela não teve contato com químicos ainda, pode ser utilizada em outras etapas do processo industrial.
Existem duas opções viáveis para a reutilização desse material. Ele pode ser utilizado como combustível para fornos de cimenteiras, ou então ter o PVC separado do alumínio por meio de processo químico para reaproveitamento do material.
A responsabilidade do consumidor
O momento do descarte de um medicamento, ou mesmo apenas da cartela de remédio já vazia, tem que ser planejado pelo consumidor. O procedimento correto é levá-lo a uma rede de farmácia ou posto de coleta, que irá fazer o descarte de acordo com os protocolos adequados.
Os perigos do descarte incorreto, não são poucos. Segundo o portal Separe Não Pare, 70% dos medicamentos descartados incorretamente que param na mão de catadores ou são consumidos pelos mesmos ou revendidos.
Os 30% faltantes não têm o destino certo também. Eles seriam descartados novamente, em local que podem contaminar o solo.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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