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Simone Tebet sugere sessões privadas da CPI para discutir sobre cloroquina

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A senadora Simone Tebet (MDB-MS) acredita que ouvir testemunhas a favor da cloroquina na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID pode convencer as pessoas a usarem o medicamento sem comprovação de eficácia contra o coronavírus. Na próxima terça-feira (2/6), a médica Nise Yamaguchi, grande defensora da hidroxicloroquina, vai depor na comissão.

Sobre o depoimento, ela conta quais são as expectativas. “Não espero que a doutora vá mudar seu posicionamento em relação à hidroxicloroquina. Acho só que ela vai ter que explicar o que significa esse tratamento precoce, em que condições, o que ela efetivamente estava querendo dizer com o uso dessa medicação. Se ela acabar falando se isso é uma questão de se substituir a vacina ou não, se houve um mal entendido por parte do governo”, afirmou a senadora em entrevista exclusiva ao Estado de Minas.

Para ela, a visibilidade que a CPI está dando para o medicamento é preocupante. “A única coisa que eu acho que não podemos, e isso está me incomodando, é o reforço que acaba se fazendo por parte dos governistas em horário nobre da televisão, mais de cinco horas por dia, do uso do tal tratamento precoce, da cloroquina”, explicou.
“A CPI tem que tomar muito cuidado com esses depoimentos. Quando o assunto for hidroxicloroquina, eles deveriam votar um requerimento para que a reunião fosse fechada, sem transmissão ao vivo,  porque muitas vezes só reforça nos argumentos daqueles que hoje se projetam no presidente da República de que estão no caminho certo e devem usar a cloroquina mesmo sabendo dos efeitos colaterais”, defendeu.
No dia seguinte, na quarta-feira (3/6), a CPI também vai receber outros médicos representando as entidades brasileiras de medicina, como o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“Isso é fundamental. Não só um contraponto, mas mostrar o quão nociva foi essa exposição da cloroquina, o que isso representou em fazer com que as pessoas não buscassem no tempo certo, e no jeito certo, o tratamento dos sintomas do vírus. Uma sensação falsa de que usando a cloroquina eu poderia ir para o mercado de trabalho, andar na rua e cumprimentar as pessoas de forma protegida. Faz parte de uma estratégia do relator e da comissão para comprovar no relatório as consequências, e portanto, a responsabilidade de quem ficou vendendo propaganda enganosa do tratamento precoce”, ressaltou Tebet.

Confira os próximos depoimentos na CPI da COVID:

Dia 1/06
– Nise Yamaguchi – Médica apontada como participante do gabinete paralelo de Bolsonaro. Grande defensora da hidroxicloroquina.
Dia 2/06  
– Dr. Clóvis Arns da Cunha – Professor de Infectologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
–  Dra. Zeliete Zambom, Médica de Família e Comunidade, professora da Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic e presidente da Sociedade Brasileira Medicina de Família e Comunidade
– Dr. Francisco Eduardo Cardoso Alves – Especialista em infectologia pelo Emílio Ribas (SES/SP)
-Dr. Porto de Melo – Médico neurocirurgião
Dia 8/06
– Nísia Trindade -Presidente da Fiocuz
Dia 9/06
– Élcio Franco -Ex-secretário executivo do Ministério da Saúde
Dia 10/06
– Marcos Eraldo Arnoud Marques (Markinhos Show) – Assessor especial do Ministério da Saúde
Dia 11/06
– Cláudio Maierovich –  Médico sanitarista e ex-presidente Anvisa e da Fiocruz
– Nathália Pasternak – Microbiologista e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP)
Dia 15/06
– Marcellus Campêlo – Secretário de Saúde do Amazonas
Dia 16/06
– Wilson Witzel – Ex-governador do estado do Rio de Janeiro
Dia 17/06
– Carlos Wizard – Empresário
Dia 22/ 06
– Felipe G. Martins – Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais
Dia 23/06
– Presidente do Instituto Gamaleya (Vacina Sputinik V)
Dia 24/06
– Jurema Werneck – Representante do Movimento Alerta
Dia 29/06
– Sr Wilson Lima, Governador do estado do Amazonas
Dia 30/06
– Sr Helder Barbalho – Governador do estado do Pará
Dia 1/7
– Sr. Wellington Dias – Governador do estado do Piauí

O que é uma CPI?

As comissões parlamentares de inquérito (CPIs) são instrumentos usados por integrantes do Poder Legislativo (vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores) para investigar fato determinado de grande relevância ligado à vida econômica, social ou legal do país, de um estado ou de um município. Embora tenham poderes de Justiça e uma série de prerrogativas, comitês do tipo não podem estabelecer condenações a pessoas.
Para ser instalado no Senado Federal, uma CPI precisa do aval de, ao menos, 27 senadores; um terço dos 81 parlamentares. Na Câmara dos Deputados, também é preciso aval de ao menos uma terceira parte dos componentes (171 deputados).
Há a possibilidade de criar comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs), compostas por senadores e deputados. Nesses casos, é preciso obter assinaturas de um terço dos integrantes das duas casas legislativas que compõem o Congresso Nacional.

O que a CPI da COVID investiga?

O presidente do colegiado é Omar Aziz (PSD-AM). O alagoano Renan Calheiros (MDB) é o relator. O prazo inicial de trabalho são 90 dias, podendo esse período ser prorrogado por mais 90 dias.

Fonte: Estado de Minas

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