* Por Leandro Luize, enviado especial a Belo Horizonte (MG)
Com crescimento acumulado de 72% em cinco anos, a Soma Drogarias vem puxando o avanço do associativismo no canal farma. E a convenção de vendas do grupo, que teve cobertura exclusiva do Panorama Farmacêutico, revelou uma única incapacidade da rede – a de conhecer limites para a expansão.
Três anos após a última convenção presencial, a companhia decidiu sair das fronteiras de Raul Soares (MG), sua cidade natal, e levar pela primeira vez o evento para Belo Horizonte. E quem adentrava as dependências do Expominas constatou como a Soma assumiu um novo patamar no varejo farmacêutico. Além de mobilizar 1.200 profissionais em dois dias (12 e 13 de agosto), a área de exposições atraiu 42 indústrias, distribuidoras e fornecedores em busca de novos negócios com os PDVs afiliados à rede.
Da origem na Zona da Mata mineira para as 767 farmácias em 25 estados e no Distrito Federal, bastaram nove anos. E essa evolução ganhou evidência na pandemia, cenário que reforçou o posicionamento das farmácias como hubs de saúde e atenção primária. Em 2020, a Soma ultrapassou a inédita marca de meio bilhão de faturamento, com incremento recorde de 31% em relação ao ano anterior. Em 2021, já chegava a R$ 704 milhões
E a julgar pelos indicadores do primeiro semestre deste ano, a curva de alta segue em ritmo veloz. A receita no período totalizou R$ 412 milhões, 18,2% a mais do que o intervalo de janeiro a junho do ano passado. O percentual é superior à média de 15,9% do varejo farmacêutico e de 14,9% das redes de farmácias, de acordo com a IQVIA.
“Cerca de 90% desse desempenho é resultante das chamadas farmácias maduras, que já têm pelo menos dois anos de operações. Isso nos deixa ainda mais orgulhosos, pois demonstra que o avanço não está atrelado a novos PDVs e sim à expansão real de cada loja, com expressivos ganhos de mercado nas cidades onde atuamos”, celebra o CEO Paulo Henrique Ribeiro. Outro dado relevante é o fechamento de apenas 1% das lojas no primeiro semestre, contra 5% do varejo em geral.
Associativismo sustentado pelo autosserviço
Além da feira de negócios, a rede reservou uma série de painéis com especialistas da indústria e do varejo. A agenda da convenção reuniu nomes como Nilson Ribeiro, presidente executivo da Abrafad, entidade do associativismo da qual a Soma faz parte; João Adibe, CEO da Cimed; além dos consultores Rogério Lima, da Retail Farma Brasil; e Silvia Osso.
A apresentação de Lima teve como foco o poder do autosserviço para a transformação das farmácias, tema que acompanha a evolução da Soma nesse segmento. As duas categorias que mais sustentaram o crescimento da rede no primeiro semestre foram os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e os artigos de perfumaria, com altas de 32,4% e 23,5%, respectivamente.
“Considerando todo o setor de consumer health no Brasil, é um mercado que passou de R$ 33 bilhões em 2015 para mais de R$ 75 bi em 2022. O número de SKUs nesse segmento cresce 26,4% contra 11,4% da área de prescrição”, ressalta o consultor.
Os testemunhos de algumas farmácias durante o evento, com exemplos de aumento de 15% na receita em três meses e de 70% na venda de autosserviço, ratificam um nítido avanço dos produtos de OTC. “Temos o claro compromisso de democratizar o acesso dos gestores à informação, aliado a uma sólida aliança com a indústria. Nossa revista de ofertas, por exemplo, ajuda a padronizar a precificação e tem 95% do seu custo bancado pela nossa rede de fornecedores”, observa Paulo Henrique Ribeiro.
Marcas próprias como alavancas
Como continuar crescendo? Para essa pergunta que mobiliza dez em cada dez líderes do varejo farmacêutico, Ribeiro parece ter encontrado a resposta nas marcas próprias. Depois de lançar com sucesso a linha Polisoma, com dez tipos de suplementos alimentares e vitamínicos, a rede anuncia a Somalife. A nova família agrega 12 itens, incluindo multivitamínicos à base de melatonina, vitamina B12, cálcio e cloreto de magnésio, entre outras formulações.
“Só os nutracêuticos da Polisoma já revertem R$ 36 em lucro por unidade para a farmácia, o que confirma o potencial desse portfólio”, afirma. Em breve, devem chegar também às prateleiras os produtos da Eco Soma, que contemplam matérias-primas 100% veganas. Mais planos e projetos? Ribeiro prefere guardar para a próxima convenção, mas deixa uma pista. “Para 2023, espero, em primeiro lugar, solidificar o crescimento da nossa própria base antes de simplesmente expandir PDVs”, antecipa.
Como o mercado enxerga a Soma?
Augusto Macedo, diretor comercial da Distrimed: “Nossa distribuidora enxerga na Soma muito além de uma simples central de compras. Com uma equipe dedicada de 90 profissionais, a rede contribui para padronizar processos e demandas, facilitando o fluxo de toda a cadeia”
Nilson Ribeiro, presidente executivo da Abrafad: “O sucesso da Soma é resultado de muita paixão pelo varejo farmacêutico. E é esse sentimento que move o grupo. É uma rede que simboliza muito bem o propósito do associativismo e sua contribuição para o desenvolvimento do varejo farmacêutico”
Paulo Gomes, VP de relacionamento da Retail Farma Brasil: “É uma rede que consegue dispor de um sortimento de alto valor e ainda uma rica estrutura de inteligência comercial, que assegura excelência no gerenciamento de equipes e categorias no PDV”
SOMA DROGARIAS
Fundação: 2013
Faturamento: R$ 704 milhões em 2021
Número de PDVs associados: 767
Presença geográfica: 25 estados + Distrito Federal (todos, exceto Tocantins)
Clientes atendidos: 3 milhões
Unidades vendidas: mais de 38 milhões
Volume de compras: R$ 58 milhões/mês
Colaboradores: cerca de 4.300
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
