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Violações no LinkedIn geram punição a farmacêuticas

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violações no LinkedIn

 

Seis empresas farmacêuticas foram repreendidas pelo Prescription Medicines Code of Practice Authority (PMCPA), órgão regulador de marketing farmacêutico britânico, grande parte por violações no LinkedIn, resultantes de postagens na plataforma. Segundo reportagem do Fierce Pharma, AstraZeneca, Biogen, Daiichi Sankyo, Lundbeck, Novo Nordisk e UCB foram  notificadas.

O PMPCA funciona como um órgão autorregulador e policia as regras de comercialização de medicamentos estabelecidas no código de prática da Associação da Indústria Farmacêutica Britânica (ABPI). Dependendo da gravidade da violação, as ações podem variar de um puxão de orelha até uma punição mais severa e pública.

A Novo Nordisk descumpriu sete cláusulas do Código da ABPI, incluindo a número 2, que fala sobre descrédito e redução da confiança na indústria farmacêutica. A companhia foi repreendida publicamente e denunciada à diretoria da ABPI para uma auditoria, considerada a punição máxima.

De acordo com o relatório do caso, a questão gira em torno de uma postagem no LinkedIn sobre um treinamento em webinar sobre obesidade, que acabou sendo patrocinado pela Novo Nordisk. A empresa comercializa o Saxenda no Reino Unido, um medicamento para perda de peso.

O denunciante que levou o caso ao PMCPA disse que o patrocínio da Novo Nordisk não estava claro. O reclamante também alegou que a postagem no LinkedIn não dizia se o webinar era uma sessão promocional ou não. A farmacêutica também cobria os custos das instruções sobre o uso do medicamento para grupos de pacientes.

Ao avaliar a reclamação, o PMCPA concordou com as preocupações do reclamante alegando “estar muito preocupada que a Novo Nordisk não reconhecesse que se tratava de uma campanha promocional do Saxenda em grande escala e que a empresa patrocinou o evento  conscientemente de forma disfarçada”. Além disso, cobrir os custos das instruções sobre o uso do medicamento aos pacientes “é um benefício oferecido aos profissionais de saúde individuais, o que equivaleria a um incentivo”.

A Novo recorreu da decisão original, mas o Conselho de Apelações do PMCPA a rejeitou. O órgão afirmou que “está preocupado com o impacto potencial na segurança do paciente ao fornecer informações desequilibradas para um público amplo, principalmente considerando que a arena da perda de peso é altamente emocional e, também devido à falta de equilíbrio de perfil de segurança e efeitos colaterais do Saxenda ao compará-lo com seus concorrentes.”

Outras violações no LinkedIn

AstraZeneca, Biogen, Daiichi Sankyo, Lundbeck e UCB também foram apontadas por violação da cláusula 2 do Código ABPI, embora não tenham recebido as mesmas repreensões da Novo Nordisk.

A UCB foi atingida por sua promoção do medicamento para psoríase em placas Bimzelx (bimequizumabe), violando três cláusulas. A UCB não fez a postagem no LinkedIn, mas “curtiu” na plataforma. A postagem foi considerada de natureza promocional, apesar do medicamento não ter aprovação na época.

A AstraZeneca descumpriu sete cláusulas. Os problemas incluem uma postagem promocional de um funcionário sênior da empresa em sua conta pessoal do LinkedIn “e não reconhecer a natureza promocional da postagem”, de acordo com o PMCPA. A mensagem do LinkedIn concentrou-se em alguns novos dados para seu medicamento contra o câncer Enhertu em um ambiente para o qual não tinha autorização de marketing na época.

A companhia também foi notificada “por não treinar adequadamente um funcionário muito sênior para uma entrevista à imprensa”, bem como “por não garantir que um comunicado à imprensa tratando de um assunto delicado cumprisse os requisitos relevantes do Código e por não notificar um jornal sobre as possíveis implicações das citações, dada a sensibilidade do assunto”. Isso se concentrou em uma entrevista no The Times, de Londres, também falando sobre os dados do Enhertu, que os apresentavam como uma “cura”.

A Biogen cometeu duas violações. Um líder sênior local, que já deixou a empresa, enviou um e-mail para um amplo público interno em 2018, vinculando uma atividade de arrecadação de fundos ao trabalho que as instituições beneficentes estavam fazendo com a Biogen em relação ao Spinraza, seu medicamento para doenças raras.

O líder estava, de acordo com os arquivos do caso, tentando derrubar uma rejeição de seu medicamento por parte do órgão fiscalizador de preços de medicamentos da Inglaterra (NICE) que decide se os contribuintes do país devem pagar por um novo medicamento. O e-mail pedia aos funcionários da Biogen que contribuíssem para uma instituição de caridade “para que tivesse uma impressão positiva e, assim, bajular e aumentar a pressão sobre o NICE para reverter a decisão”.

Enquanto isso, a farmacêutica japonesa contra o câncer Daiichi Sankyo violou quatro cláusulas, incluindo a número 2, por uma alegação enganosa de seus medicamentos para colesterol Nilemdo (ácido bempedóico) e Nustendi (ácido bempedóico e ezetimiba). A farmacêurica não declarou claramente as contra-indicações dos medicamentos, quando ingeridos  em conjunto com, a sinvastatina. O PMPCA decidiu que essa estratégia colocava em risco a segurança dos pacientes.

E, por último, a Lundbeck, que violou quatro cláusulas por promover o medicamento para enxaqueca yepti (eptinezumab) durante um simpósio, antes dele ser aprovado.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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