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Comércio global continua a desacelerar, diz a OMC

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O comércio mundial continua a desacelerar neste primeiro trimestre e as exportações de países emergentes podem começar a cair por volta do meio do ano, em meio à persistente tensão entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo.

Em seu Indicador sobre as Perspectivas do Comércio Internacional, a Organização Mundial do Comércio (OMC) mostra tendências particularmente negativas para as exportações e importações.

Pelo indicador, um resultado maior que 100 aponta crescimento do comércio acima da tendência de médio prazo e abaixo de 100 mostra tendência de contração.

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O resultado publicado hoje aponta para 96,3 pontos, o mais fraco desde março de 2010. O sinal é vermelho em cinco dos seis componentes do indicador da OMC: encomenda de exportações (95,3), cargas aéreas (96,8), produção e vendas de automóveis (92,5), componentes eletrônicos (88,7), e produtos agrícolas (94,3). Todos apresentam tendência de baixa no primeiro trimestre. Somente o componente de transporte de contêineres permanece acima da tendência, com 100,3.

Para a OMC, esse quadro ilustra a importância de se reduzir as tensões comerciais a fim de evitar uma desaceleração mais ampla do comércio internacional. Por outro lado, se houver acordo, mais certezas e melhoras no ambiente comercial, pode haver uma rápida virada no aumento das trocas globais.

A OMC projeta, pelo momento, crescimento de 3,7% do comércio mundial em 2019. Mas é possível que essa cifra seja revisada ligeiramente para baixo em abril.

Por sua vez, o indicador comercial dos mercados emergentes, publicado pela consultoria Capital Economics, confirma uma rápida perda de impulso nas exportações dessas economias no começo do ano.

O crescimento das vendas externas dos emergentes perdeu força em dezembro de 2018. Medido em dólar dos EUA, as exportações desse grupo de países passou de 7,1% em novembro para 2,1% em dezembro, em termos anuais.

A desaceleração foi mais pronunciada nos produtores de manufaturas. Houve contração de vendas externas nos emergentes da Europa e da Ásia. Por outro lado, cresceram lentamente as vendas da Rússia, da América Latina e da África Subsaariana.

Em janeiro, as exportações da China cresceram 9,1%, mas analistas consideram que o resultado foi distorcido, com muitas empresas acelerando a entrega de encomendas antes do feriado do Ano Novo chinês.

Para a Capital Economics, o crescimento das exportações dos emergentes continuará a perder ímpeto nos próximos meses por causa de três fatores.

Primeiro, pela escalada das tensões comerciais. As sobretaxas existentes nos EUA, China e outros países começaram a fazer efeito. Se Donald Trump não conseguir chegar a um acordo com a China e aumentar as sobretaxas em 25%, a situação vai piorar.

Segundo, tem a ver com os preços mais baixos das commodities. O S&P GCSI, ex-Goldman Sachs Commodity Index, que serve como “benchmark” para investimentos nos mercados de commodities e como medida de performance, caiu 7,2% em dezembro, na base anual. Mas pode chegar a cair até 20% no fim do ano. Isso corta ganhos de exportadores de matérias-primas.

Terceiro, o crescimento econômico global continuará a desacelerar, o que diminuirá a demanda por exportações dos emergentes. Na verdade, diz a Capital Economics, as vendas em termos de volume já diminuíram em dezembro.

Além disso, a Alemanha, uma das maiores nações comerciantes do mundo, prevê resultados menos otimistas para 2019. O instituto Ifo, de Munique, diz que a confiança entre exportadores alemães piorou. Os raios de esperança na indústria automotiva desapareceram no começo do ano. As perspectivas também não são boas para as indústrias química, elétrica e mecânica. A indústria farmacêutica é uma das poucas que espera aumento de vendas externas.

O potencial de conflitos na cena internacional pode afetar ainda mais comércio mundial, como sugere o Rabobank, da Holanda. A instituição observa que a Índia está considerando retaliação militar contra o Paquistão por causa de recente ataque terrorista, ou seja, tensão entre duas nações com armas nucleares. Além disso, Irã e Israel lançam ameaças de guerra mutuamente, e Trump fala em ação militar contra a Venezuela. As relações entre EUA e Europa, por sua vez, estão mais distantes, o que pesa também na economia.

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Fonte: Valor Online

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