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Entenda a tecnologia que mapeará sintomas da covid-19 e novas epidemias

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Covid-19 – Quantas pessoas foram infectadas pelo novo coronavírus no mundo? Para termos uma resposta precisa, há duas barreiras: a falta de testes no planeta e a disposição dos governos em divulgar dados. Para essa parte do problema, pesquisadores de blockchain, a tecnologia por trás de aplicações como o bitcoin, acreditam ter uma alternativa.

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Desde o fim de março, o questionário online iReport-Covid-19 (“eu notifico os casos de covid-19”, em tradução livre) coleta dados de voluntários de todo o planeta sobre a pandemia. São solicitadas informações como: você teve sintomas? Fez o teste de covid-19? Qual o resultado?

As perguntas estão disponíveis em 12 idiomas e, na semana passada, com o aumento dos casos no Brasil, a plataforma, que reúne especialistas de países como Singapura e Estados Unidos, decidiu lançar uma versão também em português e o apelo para que brasileiros participem da pesquisa.

As respostas alimentam um banco de dados abertos e disponíveis para qualquer um que queira analisar as informações. Até a sexta-feira (15), o banco de dados tinha 15.600 respostas de 132 países, incluindo 621 do Brasil.

Os registros são distribuídos em diversos computadores ao mesmo tempo e todas as alterações são atualizadas em diversas pontas da cadeia. Assim é quase impossível alguém eliminar ou manipular os dados já registrados —o que é, de maneira simplificada, o conceito do blockchain e o trunfo por trás do bitcoin.

“Muitas vezes os dados de saúde pública são manipulados pelos governos ou outras fontes oficiais. Se tivermos relatórios abertos e universais, em que os próprios pacientes avisem sobre sintomas, doença nova ou surtos surgindo em algum lugar do mundo, será mais fácil para o planeta reagir mais rápido”, diz a Tilt Hugo Krawczyk, matemático especialista em criptografia e um dos autores do iReport Covid-19, em Nova York.

“A criptografia terá soluções para resolver este dilema: consegue garantir que os dados enviados são válidos, não estão duplicados nem foram manipulados, e ao mesmo tempo preserva a privacidade dos participantes”, afirma Krawzcyk, que também é um dos inventores do algoritmo usado por ferramentas de troca de mensagem como WhatsApp e Facebook Messenger.

Sistema não é à prova de ‘trolls’

O questionário online só aceita uma resposta por navegador, mas é possível “trapacear”. O usuário pode, por exemplo, responder várias vezes usando aparelhos diferentes. Ou, ainda, mudar do navegador Chrome para o Firefox para inserir as respostas de outra pessoa que use aquele mesmo computador.

Essas possibilidades abrem espaço para participantes mal-intencionados deturparem o resultado da pesquisa.

Além disso, o questionário, de participação voluntária, não exige nenhuma prova de que o usuário esteja falando a verdade. É possível responder ao questionário dizendo que seu teste de coronavírus deu positivo sem nunca ter feito o exame, por exemplo.

Mas, o iReport-Covid-19 espera ter, com o aumento de questionários preenchidos, “tantas respostas verdadeiras que os participantes que mentiram de propósito ou porque erraram serão estatisticamente insignificantes”, explica o pesquisador. Algo similar à Wikipedia, em que a participação aberta pulverizada garante, com o tempo, um conteúdo preciso.

Desconectados não entram

Krawczyk reconhece que ainda há limitações como o acesso da pesquisa apenas para quem tem computador e internet —o que deixará de fora, por exemplo, informação de milhões de doentes de regiões pobres.

“Este tipo de base de dados cujo acesso é realmente aberto é ainda muito novo, e ainda tem muita coisa que precisamos aprender. Mas acreditamos que relatórios livres das interferências dos governos ou de qualquer interesse particular podem ser poderosos para esta e para as próximas pandemias”, diz Krawczyk, que pede que os brasileiros participem da pesquisa.

Depois de enviadas, as respostas não podem ser apagadas, mas podem ser atualizadas: os participantes podem, por exemplo, voltar ao questionário e informar mudanças no quadro de saúde (por exemplo, sintomas que surgiram depois da primeira participação na pesquisa).

A iniciativa de Krawczyk não é a única a utilizar blockchain para mapear a pandemia. No fim de março, a IBM também anunciou apoio ao projeto MiPasa, que também quer analisar bases de dados de diferentes fontes para antecipar a ocorrência de novas epidemias e identificar novos focos de covid-19.

A lógica, mais uma vez, é similar à dos bitcoins, que tiraram dos bancos centrais o monopólio da missão de emitir e assegurar o valor do dinheiro. A saúde pública pode, com o tempo, ser palco da nova revolução dos dados descentralizados.

Fonte: BOL

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/05/18/farmacias-receiam-que-dolar-alto-afete-estoques-e-defendem-reajuste-dos-medicamentos/

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