A nova fábrica da Hemobrás, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, inaugurada no último dia 4, reforçou um antigo debate: a autossuficiência nacional quando o assunto são os insumos farmacêuticos. As informações são do Corrreio Braziliense.
Apesar de acreditarem no potencial da indústria farmacêutica, os especialistas ressaltam o tamanho do desafio para atender a 100% da demanda local. Atualmente, apenas 5% desse total vem daqui, segundo a Abiquifi.
De acordo com o secretário de ciência, tecnologia, inovação e insumos estratégicos do ministério da Saúde, Carlos Gadelha, os gastos com importação cresceram durante a pandemia e não retornaram ao registrado anteriormente.
“Só na pandemia, as importações aumentaram em US$ 5 bilhões (cerca de R$ 25 bilhões). Estamos importando um patamar de US$ 23 a 25 bilhões (entre R$ 115 e R$ 125 bilhões) por ano”, afirma.
Processo demorado e caro
Em 2021, a Abiquifi realizou um estudo que apontou que, para ampliar o desenvolvimento e a infraestrutura nacional em 20%, levaria até 10 anos e custaria cerca de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,5 bilhões na cotação da época).
Já no último mês de setembro, o governo federal anunciou investimentos de R$ 42 bilhões até 2026. “Temos uma meta geral de ter no Brasil pelo menos 70% de produção nacional para atender às necessidades críticas da atenção à saúde”, afirma Gadelha.
Parte desse aporte foi empregado no desenvolvimento de terapias avançadas, vacinas e soros, além da ampliação da capacidade produtiva do Instituto Butantan e da Fundação Oswaldo Cruz.
Fábrica da Hemobrás recebeu R$ 393 milhões
Do montante investido no segundo semestre de 2023, R$ 393 milhões foram destinados exatamente a nova fábrica da Hemobrás.
A previsão é que a planta atenda toda a demanda por imunoglobulina e outros hemoderivados estratégicos no país.
A inauguração terá forte impacto na geração de empregos da região, com previsão de dois mil novos postos de trabalho, sendo 1,4 mil diretos e 600 indiretos.