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Farmácias usam ‘remédio’ contra a pandemia do coronavírus

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Consideradas serviços essenciais e autorizadas a continuar funcionando por estarem relacionadas aos cuidados com a saúde, a indústria farmacêutica não ficou imune aos  impactos da pandemia do novo coronavírus e tiveram que adotar “remédios” para minimizar os efeitos negativos das medidas de distanciamento social para controle da propagação do vírus. As empresas não falam em números, mas admitem que o fechamento de unidades em shopping centers e a redução do fluxo das pessoas nas lojas afetaram as vendas.

Um levantamento feito pelo site Consulta Remédio, plataforma de venda online de itens de farmácia, mostra que entre a última quinzena de março e a primeira de abril houve uma queda de 14% na venda de medicamentos no Brasil. Em São Paulo, maior mercado, a queda chegou a 23%, segundo a plataforma que reúne mais de 200 farmácias e recebe uma média diária de um milhão de acessos.

Drogaria Araújo, maior rede do setor em Minas Gerais não revela números e medidas adotadas durante a pandemia, mas em uma live em uma rede social na semana passada, o presidente da rede, Modesto Araújo Neto, admitiu o impacto da pandemia. “Com o isolamento ninguém vai ao médico e com isso não tem receita e a venda de medicamentos caiu assustadoramente”, disse Modesto Araújo. Para se ter ideia do que isso significa, segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), a venda de medicamentos corresponde a 51% da receita de uma loja, em média.

Grupo DPSP, que reúne as drogarias Pacheco e São Paulo, também não divulga perdas, mas admite que elas ocorreram pelo fechamento das lojas em shopping centers, que estão inoperantes enquanto as outras funcionam normalmente. Em todo o país a rede conta com mais de 1.300 lojas e as 78 lojas nos centros de compras que ficaram inativas representam 15% das vendas da rede, segundo o diretor de Operações, Engenharia e Expansão do Grupo DPSP, Felipe Zogbi. Segundo ele, isso não significa que as perdas chegam a esse patamar, porque foram compensadas em parte pelo sistema de delivery, que cresceu 5 vezes.

“As lojas de shopping vão retomar em algum momento, mas a gente não consegue capturar a venda perdida. O delivery não recupera totalmente as vendas perdidas”, afirma Zogbi. “Chegamos a registrar crescimento de mais de 300% nos pedidos de entrega em domicílio, tanto no site quanto no canal de televendas” informa o diretor do Grupo DPSP ao reconhecer que esse movimento “não supre as lojas fechadas.” O e-commerce hoje na rede de drogarias responde por apenas 5% do volume de vendas.

Movimento

Gerente Farmacêutica na Drogaria Pacheco em Itaúna, na região Centro-Oeste de Minas, Maryhelen Queiroz diz que houve queda no movimento no início da quarentena, mas que agora, com a flexibilização, o fluxo na loja está voltando ao normal. Ela estima uma redução de 30% a 40% na presença física do cliente nas lojas, mas com os consumidores elevando o tíquete médio de compra entre 35% e 45%. “O cliente continua vindo. Vem menos vezes, mas continua frequentando”, observa a farmacêutica.

Para o CEO da plataforma Consulta Remédios, Paulo Vion, a queda observada nas vendas das farmácias se dá não apenas pela redução da frequência dos clientes nas drogarias, mas também pelo fato de o brasileiro priorizar agora os gastos essenciais para economizar diante das incertezas da economia. “Entre os fatores que estão elevando essa queda, além do isolamento social, podemos afirmar a diminuição na venda de produtos de higiene e perfumaria e a compra excessiva dos medicamentos, e também perfumaria, no início da pandemia”, afirma Vion. Maryhelen, da Pacheco, confirma que no início houve explosão de vendas e que depois disso o fluxo na loja diminuiu, “sem necessariamente haver redução na cesta de compras”.

Há 15 anos no mercado mineiro, a rede de Drogarias Pacheco tem 90 lojas no estado, sendo que 37 delas estão em Belo Horizonte. Dos 26 mil empregados que o Grupo DPSP tem em 8 estados e no Distrito Federal, cerca de 1.400 estão em Minas Gerais. “Enxergamos um potencial de crescimento no estado, sobretudo em tornar nossa rede como referência no oferecimento de serviços farmacêuticos, como aferição de pressão, glicose, controle de peso e também vacinação”, diz Zogbi.

Receita

A “medicação” prescrita pelas redes de drogarias inclui adoção de vendas on-line, de delivery de curta distância, de reformulação de lojas para garantir segurança de funcionários e clientes e oferta de novos produtos e serviços relacionados ao combate ao novo coronavírus. Um desses serviços é a realização de testes rápidos para a COVID-19, que o Grupo DPSP (Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo) iniciam nesta segunda-feira em quatro lojas no estado (Belo Horizonte, Juiz de Fora, Montes Claros e Sete Lagoas). Segundo Zogbi, os testes já são realizados em São Paulo e Rio de Janeiro e agora passam a ser feitos também em Minas, o terceiro mercado para o Grupo DPSP. A meta, segundo ele, é oferecer o serviço em 40 lojas e realizar 500 testes por semana. Os testes precisam ser agendados exclusivamente online pelo https://agendamentos.spsi.io/. O teste será feito pelo valor de R$ 139.

Outro serviço oferecido pelas Drogarias Pacheco e São Paulo durante a pandemia da COVID-19 é o que elas chamam de delivery de curta distância, para atender num raio de um quilômetro. “O delivery captura a demanda do e-commerce de raio curto, com o cliente ligando na loja e sendo atendido com a entrega feita em domicílio”, observa Felipe Zogbi, A farmacêutica da loja Pacheco em Itaúna diz que o delivery é forte nesse raio de um quilômetro, mas que a televendas também agrada os clientes locais, que fazem a encomenda por telefone e retiram a mercadoria na loja. “O delivery loja, em que nossas próprias unidades passaram a entregar produtos de maneira mais rápida na vizinhança, já está implantando em todas as nossas lojas”, destaca Zogbi.

Há 15 anos no mercado mineiro, a rede de Drogarias Pacheco tem 90 lojas no estado, sendo que 37 delas estão em Belo Horizonte. Dos 26 mil empregados que o Grupo DPSP tem em 8 estados e no Distrito Federal, cerca de 1.400 estão em Minas Gerais. “Enxergamos um potencial de crescimento no estado, sobretudo em tornar nossa rede como referência no oferecimento de serviços farmacêuticos, como aferição de pressão, glicose, controle de peso e também vacinação”, diz Zogbi.

Os testes para COVID-19 e as vendas com entregas em distâncias curtas também foram adotados na rede Pague Menos. A rede informa que o “Delivery de Vizinhança” está disponível em todas as lojas da rede, presente em todos os estados e no Distrito Federal. Assim como no Grupo DPSP, a venda é feita por telefone na loja da Pague Menos, que efetua a entrega para os clientes que moram distantes até um quilômetro da unidade. A entrega é feita sem custo adicional para o cliente. Já os testes para COVID-19 estão disponíveis na rede Pague Menos em Belo Horizonte. O valor do teste´é R$ 199 para realização nas farmácias.

Vantagens

“Nós temos que resolver o problema do cliente”, diz o presidente da Drogaria Araújo para mostrar a forma como vem encarando a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus. Apesar de a pandemia ter impacto nas vendas, Modesto Araújo considera que medidas como o receituário digital, o atendimento remoto e a liberdade para venda de medicamentos da farmácia popular por mais tempo do que um mês favoreceram o setor. Pra enfrentar a crise, Modesto Araújo conta que a empresa está reforçando a parte de vendas pelo site e reestruturou todos dos drive-thru com reforço no mix que a pessoa pode comprar sem descer do carro. “A Araújo não vendia máscara e agora vende máscara”, diz Modesto Araújo para mostrar que a crise pode ser também oportunidade.

Fonte: Carajás – O jornal

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