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Governo quer usar indústria veterinária para produzir medicamentos

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Em mais uma de suas distorções, o Brasil reúne 30 fábricas de vacina para gado e apenas duas para seres humanos. E para minimizar essa situação, o governo cogita aproveitar a excelência do parque tecnológico da indústria veterinária a serviço da produção de imunizantes e medicamentos contra a Covid-19.

Na tarde desta segunda-feira, dia 29, a Anvisa iniciou conversações com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para a Saúde Animal (Sindan) para avaliar essa parceria. A direção da agência pontuou questões como os cuidados necessários para evitar a contaminação cruzada, possíveis alterações em virtude da manipulação das vacinas e medicamentos em estruturas que não foram destinadas originalmente para a saúde humana.

O assunto terá prosseguimento nas próximas semanas. Diante de informações e estudos técnicos, a Anvisa avaliará os riscos e benefícios do uso das plantas fabris veterinárias no combate ao surto do novo coronavírus.

Atualmente, apenas a Bio-Manguinhos, da Fiocruz, e o Instituto Butantan concentram a produção de medicamentos nacional. E das 17 vacinas atualmente distribuídas por esses dois institutos de pesquisa, só quatro são fabricadas totalmente no Brasil e não dependem da importação do insumo farmacêutico ativo (IFA).

Esse sucateamento do setor de vacinas para humanos contrasta com os elevados investimentos na fabricação nacional de imunizantes para animais, principalmente gado. Enquanto o Brasil importa a grande maioria das vacinas usadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mais de 90% das vacinas para gado são fabricadas no país.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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