Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Governo finalmente fecha com a Pfizer

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

Depois de muita relutância e acusações à farmacêutica de querer jogar para o governo federal o ônus das eventuais ações judiciais relativas a efeitos colaterais, o Palácio do Planalto acertou um acordo com a Pfizer para obtenção de 14 milhões de doses da vacina contra a covid-19. De acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes, os imunizantes serão entregues até o mês de junho, sendo que uma remessa com 5 milhões de doses chegaria ao país antes desse prazo. A assinatura do contrato, contudo, ainda não aconteceu. A vacina é a única que possui registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

De acordo com os dados colhidos pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que são reproduzidos pelo Ministério da Saúde, pela primeira vez o número de mortos pela covid-19, em 24 horas, ficou abaixo de mil: 987 óbitos. O total de vidas perdidas no Brasil, porém, está em 266.398, com uma taxa de mortalidade de 126,8 por 100 mil habitantes. A taxa de letalidade no país é de 2,4%.

Depois de reunião com a cúpula mundial do laboratório, ontem, que contou com presença do presidente Jair Bolsonaro, de ministros e do CEO do laboratório, Albert Bourla, Guedes afirmou que “a vacinação em massa é a primeira prioridade do governo”. Ele acrescentou, ainda, que o governo está empenhado em “vacinar e manter a economia em movimento”.

“A solução para o Brasil é vacinar para manter imunidade da população e preservar sinais vitais da economia. O presidente da Pfizer disse que o Brasil é muito importante, são 200 milhões de brasileiros. Ele se comprometeu a olhar para essa expansão potencial e vai olhar com carinho futuros aumentos na produção do Brasil”, disse o ministro da Economia, acrescentando que a Pfizer informou ao governo brasileiro que vai aumentar a produção diária de 1,5 milhão para 5 milhões de doses.

Segundo Guedes, houve “problemas de escala” na negociação com a Pfizer. “Os dois lados demoraram um pouco com as negociações, mas temos que olhar pra frente”, completou. A decisão do governo brasileiro pela compra da vacina da Pfizer só veio semana passada, depois de meses rejeitando propostas feitas pela empresa, que foi o primeiro dos grandes laboratórios a procurar o Ministério da Saúde para oferecer o fármaco, em 2020.

Em agosto passado, o governo federal recusou uma oferta de aquisição de 70 milhões de doses do imunizante. E, em dezembro passado, em reunião com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a dizer que “se houver demanda e houver preço, nós vamos comprar” — em resposta ao governador João Doria, sujeitando a aquisição de imunizantes à quantidade e ao valor a ser cobrado pelas doses.

A mudança de postura do governo federal deve-se ao fato de que o presidente Jair Bolsonaro ordenou a Pazuello que negocie todos os contratos possíveis para a obtenção de vacinas, antes que estados e municípios consigam formar consórcios entre eles para a obtenção de imunizantes. Ele teria sido “taxativo” na ordem que deu ao ministro, pois não admite que o governo federal perca a primazia na compra de fármacos. Nos últimos dias, Pazuello negociou contratos com a Pfizer, a Johnson & Johnson e a Moderna, que ainda não se materializaram em medicamentos.

Doses a menos

Paralelamente à reunião com a Pfizer, Pazuello garantiu que o país terá disponível entre 25 milhões e 28 milhões de dose de vacinas até o fim de março. Esse volume de imunizantes inclui as produções da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio da Bio-Manguinhos, e do Instituto Butantan. O número é menor do que os 30 milhões de doses anunciados no último sábado. Quase que diariamente o governo vem reduzindo as previsões de ofertas de vacina.

A afirmação de Pazuello foi dada depois de encontro com governadores e integrantes da Fiocruz, no Rio de Janeiro. Segundo o ministro, a fundação e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão acertando os últimos detalhes para regulamentar o processo de produção da fundação.

A meta é que a Fiocruz produza 1 milhão de doses por dia da vacina desenvolvida pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford nas próximas duas semanas. A instituição enfrentou problemas na produção.

No encontro, também foi discutida a necessidade de se fazer um esforço diplomático para destravar a importação de vacinas da Índia e de insumos da China. Segundo representantes da Fiocruz e o governador do Piauí, Wellingon Dias, representante do Fórum dos Governadores, há muitos entraves para que o Brasil receba os imunizantes e a matéria-prima necessária, o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), para que as vacinas possam ser produzidas no país.

Há a possibilidade de o Brasil recorrer ao Reino Unido, aos Estados Unidos e à Coreia do Sul para importar vacinas e insumos, como forma de reduzir a dependência da China e da Índia. Espera-se, ainda, que o país receba, de imediato, 2,8 milhões de doses de imunizantes da Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, por meio do consórcio Covax Facility, administrado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Lotes semanais da CoronaVac

O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que o Ministério da Saúde prevê envios semanais de lotes da vacina da CoronaVac para os estados. Após reunião, ontem, com o ministro Eduardo Pazuello, a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, e 22 governadores, ele disse que foi solicitada maior rapidez na aquisição e distribuição de vacinas às regiões. No Twitter, o governador afirmou que Pazuello garantiu “que os estados receberão novo lote da CoronaVac/Butantan na próxima quarta (amanhã)”. O ministro teria informado ainda que o novo cronograma de vacinação da Saúde “prevê envios semanais de lotes de vacinas”. Já a Fiocruz afirmou que o novo lote do imunizante da AstraZeneca deve ser remetido aos estados até 24 de março. Segundo Santana, a fundação afirmou que dará entrada hoje com a documentação na Anvisa para o registro definitivo da vacina para produção no Brasil.

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/18/basf-cria-plataforma-para-pequenas-farmaceuticas/

Notícias mais lidas

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress