O uso de inteligência artificial no segmento farma ganha mais uma frente no Grupo Panvel: a identificação de interações medicamentosas nas prescrições médicas. A startup NoHarm.ai, em colaboração com hospitais de Porto Alegre (RS), desenvolveu dois algoritmos para otimização e validação farmacêutica de prescrições fora do padrão e identificação de pacientes críticos.
“A plataforma auxilia os farmacêuticos, que conhecem as formulações dos medicamentos e são responsáveis pela avaliação das prescrições médicas, a identificar quaisquer inconsistências no histórico de prescrições do paciente”, explica o head de inovação do Grupo Panvel, Fabio Machado. O serviço já beneficia usuários da Fundação Copel (Companhia Paranaense de Energia) dentro do Panvel Saúde Empresarial – dos 40 mil beneficiários da companhia, 2,3 mil pacientes já estão nessa plataforma da NoHarm.ai.
Quando um médico prescreve um tratamento e os pacientes buscam o medicamento, a Panvel, por meio do sistema da NoHarm.ai, passa a concentrar as informações do paciente ao longo do tempo. A cada prescrição, a IA cruza as novas informações com o histórico do paciente e indica o melhor caminho rumo ao não dano, gerando alertas, quando necessário, que vão desde o corte do efeito de um medicamento pela interação até problemas mais avançados. “É uma evolução na jornada dos pacientes, especialmente os crônicos, que podem ter o acompanhamento do seu quadro a partir da primeira prescrição. Com apoio ferramental e clínico, as decisões são tomadas com base em dados”, pontua Machado.
Identificação de interações medicamentosas para redução de sinistros
O primeiro benefício da ferramenta é na negociação B2B, a fim de reduzir e até eliminar sinistros do plano, mas a ideia é avançar com o serviço no balcão da farmácia, diretamente para o consumidor final. “Se tivermos um prontuário centralizado, uma carteira de saúde do cliente, poderemos prever riscos. Isso vem ao encontro da nossa missão, de todo o cuidado ao cuidar”, pontua o gerente executivo do Panvel Saúde Empresarial, Marcelo Anjos.
Ele reforça o ganho da operadora de saúde em previsibilidade financeira, uma vez que só haverá dispensação do medicamento que o paciente efetivamente vai usar. “Além disso, a ferramenta possibilita o acompanhamento dos pacientes pelos profissionais de saúde e farmacêuticos, melhores negociações com a indústria e relatórios gerenciais para acompanhamento de indicadores.” Segundo ele, apenas neste ano, a Fundação Copel terá uma economia de 20% no custeio de medicamentos com este projeto.
Para os beneficiários, há a garantia da dispensação nos dias previstos. “Eles recebem o medicamento correto, no dia correto, da forma correta, sem risco de interrupção de tratamento e entrega no domicílio em todo o Brasil, sem custo adicional”, explica Marcelo. Isso porque, além do modelo em que o paciente pega a prescrição com o médico e vai nas lojas da Panvel, onde tem subsídio para a compra do medicamento, a Fundação Copel dispensa automaticamente, via plataforma, medicamentos especiais – como os de oncologia e de imunoterapia –, que são 100% subsidiados.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico