Uma possível fusão entre EMS e Hypera Pharma foi o assunto central desta semana no canal farma. Isso porque na terça-feira, dia 22, a farmacêutica que faz parte do Grupo NC, fez uma proposta formal ao laboratório anteriormente conhecido como Hypermarcas.
Além de atrair a atenção do mercado, a hipótese também esquentou a Bolsa de Valores. Após a proposta de fusão, as ações da companhia responsável por marcas como a Neo Química subiram 7%.
Apesar do “efeito imediato” do anúncio, um balde de água fria foi jogado nas tratativas na última quinta-feira, dia 24. Inicialmente, a proposta foi rejeitada pela Hypera.
Além disso, não foi só a possibilidade de fusão que fez os papeis da companhia mudarem de tendência. Segundo fontes do mercado consultados pelo Valor Econômico, o fundador da farmacêutica estaria comprando ações, assim como outros investidores, para valorizar o negócio.
Entre idas e vindas, fica uma pergunta: qual seria o real impacto de uma fusão entre as gigantes? O Panorama Farmacêutico, tomando como base o Resumo do Mercado Farmacêutico Brasileiro – Julho 2024, organizado pela Close-Up International, te leva a um “universo paralelo”, ao melhor estilo história em quadrinhos, para te mostrar essa possível realidade.
“Terra 15 bilhões”: um lugar em que a fusão entre EMS e Hypera virou realidade
União ampliaria distância na liderança nas vendas de medicamentos
O Grupo NC, do qual a EMS faz parte, já é líder quando o assunto são as vendas de medicamentos. Movimentando R$ 7,9 bilhões, a distância para a segunda colocada, a Eurofarma, não é grande – R$ 7,3 bilhões.
Por outro lado, somando os R$ 4,1 bilhões comercializados pela Hypera Pharma, a liderança ficaria muito mais confortável. Além disso, considerando o top 5 da categoria, a joint venture seria responsável por quase 40% do montante movimentado.
Volume de vendas de medicamentos MAT julho/24
(em bilhões de reais)
MIPs teriam tração ainda maior
Se o negócio de MIPs na Hypera cresceu apenas 1% na comparação com o MAT até julho de 2023, a farmacêutica já vendia quase o dobro da segunda colocada na categoria, a Sanofi. Com uma possível fusão com o Grupo NC, que fecha o pódio, a liderança ficaria ainda mais consolidada.
Participação no total movimentado no top 5 das vendas de MIPs
União de forças levaria a crescimento nos Não Medicamentos
Para fechar esse nosso estudo hipotético, falamos dos Não Medicamentos. O mercado, que é capitaneado por empresas como L’Oréal, Nestlé e P&G, vê a Hypera em uma modesta 10ª posição no volume de vendas, com R$ 1 bilhão.
Por outro lado, o Grupo NC Farma sequer é listado entre os campeões de vendas. Ou seja, apesar de não conseguirmos mensurar com exatidão o impacto da fusão, é certo dizer que o trabalho conjunto deve render ganho de posições nesse extrato.