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Inteligência artificial dá segunda chance a paciente com câncer

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Alternativas. Análise disponível em São Paulo traz perspectiva de tratamento contra células cancerígenas Veja Também: Mais Gabriel Alves Folhapress

São Paulo. Um exame baseado em inteligência artificial, agora disponível no Brasil, pode dar uma segunda chance a pacientes com câncer que não tiveram sucesso na primeira tentativa de tratamento. Lançado neste mês pelo laboratório de análises clínicas Fleury, o exame Oncofoco é direcionado para pacientes oncológicos avançados (em geral, em fase de metástase ou com recidiva) e que não respondem aos tratamentos convencionais.

A iniciativa surge a exemplo de outras de sucesso no exterior, como uma da Quest Diagnostics e outra da Foundation Medicine, ambas norte-americanas, diz o oncologista Mauro Zukin, do Grupo COI, do Rio.

A análise acontece a partir de grandes bancos de dados (big data), acessados e interpretados de acordo com as informações do tumor e de estudos clínicos já realizados. Na primeira etapa, o DNA tumoral presente na biópsia é sequenciado. Se o genoma fosse uma grande lista de frases, letra por letra seria lida neste momento para apontar as peculiaridades genéticas daquele tumor. O sequenciamento permite ao sistema Watson, da IBM, analisar todos os artigos científicos relevantes para aquele caso.

Tendo em vista as alterações genéticas do tumor daquele paciente, a inteligência artificial, então, devolve uma lista de possíveis drogas e tratamentos aos quais ele poderia ser submetido, mesmo que ainda estejam em fase testes no Brasil ou no exterior, e/ou sem aprovação final por agências reguladoras, como a norte-americana FDA ou a brasileira Anvisa.

O trabalho, realizado em segundos pelo algoritmo computacional, requereria muitas e muitas horas de esforço humano em cada caso para realizar algo parecido. É virtualmente impossível, mesmo que dedicando 24 horas por dia e sete dias por semana, permanecer atualizado em todos os assuntos, mesmo que em apenas uma especialidade.

O sistema faz uma curadoria dos estudos e uma análise muito extensa e sistematizada, sem viés, explica Edgar Gil Rizzatti, diretor do Grupo Fleury. Mas isso não quer dizer que o computador decida sozinho o futuro do paciente. Ainda há uma etapa de interpretação das conclusões do Watson por uma espécie de junta de cientistas e médicos antes da elaboração do laudo final, a ser encaminhado para o paciente e seu médico.

Não é sempre, porém, que se encontra uma alternativa. Programas baseados em sequenciamento genômico e tecnologia de inteligência artificial são muito promissores, uma vez que podem identificar alvos terapêuticos. Infelizmente, porém, apenas uma minoria de pacientes se beneficia, diz o oncologista Gilberto Lopes, professor da Universidade de Miami e editor-chefe do “Journal of Global Oncology”, revista especializada em oncologia. Seguindo Lopes, entre 50% e 60% dos pacientes com adenocarcinoma de pulmão encontram possíveis tratamentos. Isso, no entanto, não vale para a maioria dos demais tumores. Pesquisas recentes sugerem que menos de 10% dos pacientes encontram alvos ou pesquisas disponíveis. Imaginamos que no Brasil o número de pacientes que encontrem uma alternativa seria ainda menor. Esperamos que isso melhore no futuro.

Fonte: O Tempo Contagem

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