O estudo Índices de Performance do Varejo (IPV) revela que o fluxo de visitação começa o ano de 2023 com crescimento de 28% para lojas físicas, em relação ao mesmo período do ano passado. Já para lojas físicas de rua e dentro de shopping centers, houve alta de 21% e 17%, respectivamente.
Realizado pela HiPartners a partir dos dados fornecidos pela FX Data Intelligence, F360°, Harmo e chancelados pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e 4Intelligence, o levantamento também mostrou que a quantidade de cupons contou com alta de 33% para lojas físicas, na mesma base de comparação. A alta para lojas de rua foi de 39% e para lojistas de shopping 24%. Já pela visão do faturamento, houve crescimento de 32%, 40% e 16%, respectivamente e na mesma base de comparação.
“O contraste de janeiro deste ano versus do ano anterior mostra um crescimento grande, já que em no mesmo período do ano passado vivíamos o pico da variante ômicron, que fechou muitas lojas e afastou os clientes do varejo físico. Percebemos agora em janeiro uma volta definitiva do fluxo nas lojas físicas e que a partir de agora, nossos desafios estão no crédito e na confiança dos consumidores para termos um ano de evolução no varejo brasileiro”, ressalta Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Já a análise do fluxo de visitas x cupons x faturamento revela que as três variáveis apontam para um cenário do varejo mais aquecido em 23 em relação a 22. Parte da intensidade da variação anual pode ser atribuída à base de comparação do ano passado, quando a recuperação da mobilidade urbana ainda estava em progresso, devido a nova variante ômicron. Em relação aos tipos de lojistas, o faturamento apresenta o maior diferencial, chegando a 24p.p..
“Com aumento generalizado em todas as regiões do país, tanto no fluxo como no volume de vendas, o varejo vem crescendo e deve se fortalecer, ainda mais, com a consolidação do novo governo. Dirimidas as dúvidas iniciais sobre a nova gestão, a confiança do consumidor tende a potencializar os resultados em curto e médio prazo”, afirma Ricardo Fioravanti, CEO da FX Data Intelligence.
Lojas físicas de farmácias são destaques
O fluxo de visitação contou com alta em cinco setores dos seis que possuem cobertura, com a queda de 28% concentrada em “equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação”. Parte desse movimento é explicado pela composição da amostra, onde parcela considerável de lojas nesta categoria situam-se no Norte, região que foi afetada pela pandemia em momentos distintos do restante do país. Os destaques positivos foram “artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos” (53%) e “tecidos, vestuário e calçados” (41%).
Tanto a quantidade de boletos quanto o faturamento nominal contaram com alta nos cinco setores que possuem cobertura. Ambos também apresentam, destaque para “artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos”, com crescimento de 42% e 39%. Os três indicadores apontam forte movimento em “farmácias”, fator que pode ter sido influenciado pelas festividades e viagens do fim de ano, aumentando o número de contaminações.
Análise por região segundo o IPV
Em relação ao volume de vendas (cupons), o movimento de alta 33% para o Brasil foi generalizado entre as regiões. O destaque positivo foi o Sul (35%), seguido de perto pelo Sudeste (34%). Já em faturamento nominal, a maior alta foi no Nordeste (42%), seguido pelo Sul (36%).
“Ainda que diante de um início de ano positivo em relação aos dados do IPV, a agenda dos varejistas está cada vez mais voltada para eficiência, visando garantir redução em custos operacionais e aumentar a consolidação da base de clientes já existente. Vemos nitidamente uma retomada, mas que ainda deve ser tratada com cautela diante dos desafios externos”, afirma Flávia Pini, sócia da HiPartners.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico