Anvisa responde a senador que ainda não há informações sobre necessidade 3ª dose

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Anvisa disse nesta terça (15) ao senador Alvaro Dias (Podemos-PR) que ainda não há informações sobre a necessidade de uma eventual 3ª dose de vacina contra a Covid.

A diretora Meiruze Freitas enviou ofício com resposta a questionamentos do senador.

‘Sobre a possibilidade de uma terceira dose ou a administração anual de doses de reforço com as vacinas atuais ou com vacinas desenvolvidas contra variantes do Sars-Cov-2, ainda não há dados disponíveis’, escreveu Meiruze.

Reprodução/Anvisa ‘Esclarecemos que até o momento não está estabelecido qual nível de anticorpos é considerado protetor ou qual outra variável de nosso sistema imune seria importante na proteção, o que dificulta o estabelecimento de uma recomendação sobre a necessidade de revacinação até que se tenham evidências científicas nesse sentido’, acrescentou.

Fonte: O Antagonista

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Bolsonaro desacredita a Coronavac: ‘Validade parece que é de 6 meses’

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Ao se defender das acusação das quais tem sido alvo na Comissão Parlamentar de Inquérito da Pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a cloroquina e o tratamento precoce como solução para a Covid-19 e desacreditou a Coronavac, vacina que já teve 49 milhões de doses enviadas ao Programa Nacional de Imunização desde o início do ano.

Falando do Palácio da Alvorada, em Brasília, o presidente da República concedeu entrevista por videoconferência para a SIC TV, de Rondônia, que transmite a programação da TV Record no estado.

‘Eu tenho acompanhado a atuação dos senadores dos Estados Unidos. Lá eles estão indo pra cima, dizendo que esse vírus não vem do pingulim [pangolim] e nem do morcego, foi um vírus de laboratório. Estão responsabilizando outro país’, disparou o presidente, em mais um ataque à China.

Logo depois, ele defendeu medicamentos que, ao contrário da vacina, não tem comprovação de eficácia contra a Covid-19. ‘[Cloroquina] É medicamento baratíssimo. Então, a indústria farmacêutica não se preocupa com isso, se preocupa com as vacinas, que são caras. E nós não sabemos ainda por quanto tempo a pessoa, uma vez tomando uma vacina, vai ficar imunizada’, disse.

‘Tem uma delas, que é a segunda mais usada aqui, a Coronavac, que o prazo validade dela parece que é em torno de seis meses. E assim mesmo tem muita gente que tem tomado e não tem anticorpo nenhum. Então, essa vacina não tem uma comprovação científica ainda’, discursou o presidente, que tem investido em ataques contra o adversário político João Doria (PSDB), governador de São Paulo e protagonista na negociação que trouxa e chinesa Coronavac ao Brasil.

Na mesma entrevista, ao dizer que está tentando adiantar a chegada de doses da vacina da Pfizer ao Brasil, Bolsonaro voltou a desdenhar da Coronavac. ‘A Pfizer, essa sim tem credibilidade, ao contrário daquela outra’.

Ao contrário do que diz o presidente, a vacina do Instituto Butantan e da chinesa Sonovac provou sua eficácia em testes científicos, tanto que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O mesmo não pode ser dito da cloroquina, que não encontra apoio para o uso contra a Covid nem mesmo no ministro da Saúde de Bolsonaro, Marcelo Queiroga.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/bolsonaro-atrapalhou-negociacoes-da-coronavac-diz-butantan/

Intubação de idosos com Covid-19 cai de 80% para 8% em Vilhena, RO, diz prefeitura

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A intubação de idosos em tratamento da Covid-19 caiu 90% em Vilhena (RO) entre os meses de janeiro de junho de 2021, segundo informações do Hospital Regional de Vilhena (HRV), divulgadas pela Prefeitura do Município nesta terça-feira (15).

Segundo a prefeitura, a queda no número de casos graves da doença neste grupo foi percebida após a vacinação contra o novo coronavírus. De acordo com o Governo de Rondônia, Vilhena já aplicou 84,4 % das vacinas recebidas até o momento, sendo 19.876 como primeira dose e 8.771 da segunda.

Os dados do HRV apontam que em janeiro de 2021 80% das pessoas intubadas com Covid-19 no município eram idosos. Atualmente, o número reduziu para 8%. Com relação aos pacientes internados na UTI, houve uma redução de 72% para 11% no mesmo período.

Sobre a internação em enfermaria, ocorreu uma oscilação ao longo dos meses. Em janeiro, os idosos ocupavam 56% dos leitos. No mês seguinte o número reduziu para 20%, em seguida voltou a subir, chegando a 55%, e desde então vem apresentando tendência de queda. Atualmente não existem idosos internados na enfermaria do Hospital.

Apesar de a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para pacientes adultos estar em 95% no município, segundo informações do Governo do Estado, apenas 11% deles estão ocupados por pessoas com mais de 60 anos.

A secretária de saúde, Siclinda Raasch, disse que o Município tem a preocupação em vacinar os grupos que são mais vulneráveis à Covid-19 e que por isso ainda não começaram a imunizar adolescentes, apesar de ter sido liberado pela Anvisa na última semana.

Dados da vacinação em Vilhena

Já vacinados

Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas ou não;

Pessoas com deficiência institucionalizadas;

Povos Indígenas Aldeados;

Trabalhadores de Saúde;

Pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas;

Pessoas com deficiência permanente;

Pessoas em situação de rua;

População privada de liberdade;

Funcionários do sistema de privação da liberdade.

Pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas ou não;

Pessoas com deficiência institucionalizadas;

Povos Indígenas Aldeados;

Trabalhadores de Saúde;

Pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas;

Pessoas com deficiência permanente;

Pessoas em situação de rua;

População privada de liberdade;

Funcionários do sistema de privação da liberdade.

Vacinação em andamento ou agendados:

Trabalhadores da Educação do Ensino Básico;

Trabalhadores da Educação do Ensino Superior;

Forças de segurança e salvamento;

Forças armadas;

Trabalhadores do transporte coletivo rodoviário;

Trabalhadores do transporte aéreo;

Caminhoneiros;

Trabalhadores da Educação do Ensino Básico;

Trabalhadores da Educação do Ensino Superior;

Forças de segurança e salvamento;

Forças armadas;

Trabalhadores do transporte coletivo rodoviário;

Trabalhadores do transporte aéreo;

Caminhoneiros;

Aguardando recebimento das doses:

Trabalhadores industriais;

Trabalhadores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Trabalhadores industriais;

Trabalhadores de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.

Os demais grupos do Plano Nacional de Imunização (PNI) não estão incluídos na lista porque o Município não possui pessoas do grupo.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/prefeitura-prioriza-vacina-para-pacientes-com-mais-idade-e-reduz-em-90-a-intubacao-de-idosos/

Covid: Senado aprova projeto que inclui lactantes no grupo prioritário da vacinação

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O Senado aprovou nesta terça-feira (15) um projeto que inclui no grupo prioritário da vacinação contra a Covid-19 as mães, com ou sem comorbidades, que estiverem amamentando, independentemente da idade das crianças.

A proposta segue para a Câmara dos Deputados. O texto é de autoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN), mas foi aprovado conforme a versão apresentada pela relatora, Zenaide Maia (PROS-RN).

O projeto também prevê prioridade para gestantes e puérperas, isto é, mães no período até 45 dias pós-parto, com ou sem comorbidades.

Inicialmente, o texto tratava somente das lactantes, mas a relatora acolheu emenda de Rogério Carvalho (PT-SE) a fim de assegurar a prioridade aos outros grupos.

Plano Nacional de Imunização

Em abril deste ano, o Ministério da Saúde incluiu todas as grávidas e puérperas no Plano Nacional de Imunização.

No entanto, desde 12 de maio, a vacinação de grávidas e puérperas está restrita às mulheres com comorbidades (doenças preexistentes), e elas devem receber apenas as vacinas CoronaVac e Pfizer (leia detalhes mais abaixo).

Rogério Carvalho disse que a inclusão da previsão em lei é necessária, pois há casos de exclusão de gestantes sem comorbidades da lista de prioridades.

“Alguns estados já iniciaram a vacinação de grávidas e puérperas pertencentes aos grupos prioritários ou que possuam comorbidades. De forma geral, tem-se excluído as gestantes sem comorbidades dos grupos prioritários. A medida gera questionamentos das mulheres, de associações e também do Ministério Público”, disse o senador do PT.

Zenaide Maia também acolheu sugestão do senador Fabiano Contarato (Rede-ES) para priorizar na vacinação crianças e adolescentes com deficiência permanente ou com comorbidade, assim como aqueles privados de liberdade, em estabelecimentos socioeducativos.

O projeto diz que as regras para essa vacinação estarão em regulamento a ser editado pelo Executivo

No Brasil, a vacinação de pessoas com menos de 18 anos ainda não começou. Na semana passada, a Anvisa autorizou o uso de vacinas da Pfizer em adolescentes a partir dos 12 anos de idade.

AstaraZeneca

Em maio, a Anvisa recomendou a suspensão da aplicação da vacina contra a Covid-19 da AstraZeneca/Fiocruz em grávidas. Na ocasião, a Anvisa não relatou nenhum evento adverso ocorrido em grávidas no Brasil.

Relatora da proposta, Zenaide Maia explicou que a prioridade para gestantes diz respeito a vacinas “indicadas pela Anvisa“.

“Lembrando que a orientação médica é essencial para grávidas com comorbidades, alergias e outras condições específicas que desaconselhem determinados imunizantes”, disse a parlamentar do Pros.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/covid-anvisa-orienta-sobre-infeccoes-fungicas/

Covid-19: avião com mais 530 mil doses da vacina da Pfizer chega ao Brasil por Viracopos

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O avião com o 12º lote da vacina contra Covid-19 da Pfizer/BioNTech chegou ao Brasil às 20h52 desta terça-feira (15) pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, de Campinas (SP). A nova entrega, a primeira das três previstas nesta semana pela farmacêutica americana, reúne 530 mil doses.

As outras duas entregas acontecem nesta quarta (16) e quinta-feira (17), com 936 mil doses em cada dia. Na última semana, a farmacêutica finalizou o envio de outros 2,4 mil imunizantes, também dividido em três dias.

Com a nova remessa, o Brasil recebeu, até agora, 8,8 milhões das 200 milhões de doses da vacina Pfizer/Biontech contratadas pelo governo federal. A farmacêutica diz que vai cumprir o cronograma de entrega total até o final de 2021.

Anvisa autoriza vacina da Pfizer contra Covid-19 para adolescentes a partir dos 12 anos

Em pronunciamento na TV, Bolsonaro promete vacina para toda a população até o fim do ano

Nova regra de armazenamento da Pfizer permite que todos municípios recebam a vacina

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A logística de entrega das doses ao governo federal conta com segurança da Polícia Federal. Equipes acompanham o desembarque em Viracopos e escoltam o transporte rodoviário das doses até o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP). Veja como funciona no vídeo abaixo.

As entregas

A Pfizer utilizou o Aeroporto de Viracopos para todas as entregas ao Brasil até agora. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo país em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Remessas entregues

29/04: 1 milhão de doses

05/05: 628.290 doses

12/05: 628.290 doses

19/05: 629.460 doses

26/05: 629.460 doses

01/06: 936 mil doses

02/06: 936 mil doses

03/06: 527.670 doses

08/06: 526.500 doses

09/06: 936 mil doses

10/06: 936 mil doses

15/06: 530 mil doses

29/04: 1 milhão de doses

05/05: 628.290 doses

12/05: 628.290 doses

19/05: 629.460 doses

26/05: 629.460 doses

01/06: 936 mil doses

02/06: 936 mil doses

03/06: 527.670 doses

08/06: 526.500 doses

09/06: 936 mil doses

10/06: 936 mil doses

15/06: 530 mil doses

Armazenamento

No fim de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou novas condições de conservação e armazenamento para a vacina da Pfizer, que agora pode ser mantida em temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC por até 31 dias. A orientação anterior era de cinco dias.

Antes da liberação dos frascos para a vacinação, as doses da Pfizer precisavam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Tais condições não permitiam que a vacina fosse enviada para municípios distantes mais que 2h30 da capital do estado.

Histórico

A vacina da Pfizer/BioNTech foi alvo de recusa e polêmicas dentro do governo federal. Ainda no ano passado, três ofertas formais para venda de 70 milhões de doses foram feitas pela empresa e ficaram sem resposta do Ministério da Saúde.

Pfizer alertou: doses reservadas ao Brasil iriam para outros países se não houvesse resposta

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Também em dezembro, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, descartou a compra da vacina por causa da exigência de armazenamento em baixas temperaturas.

A vacina foi a primeira a obter registro sanitário definitivo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em fevereiro deste ano.

O imunizante pode ser aplicado em pessoas a partir de 12 anos de idade, em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. A vacina é a única que pode ser aplicadas em menores de 18 anos no Brasil.

Inicialmente a autorização da Anvisa permitia o uso a partir de 16 anos. Mas o órgão autorizou a mudança na bula da vacina no país. Entretanto, ainda não há perspectivas de vacinação dessa faixa etária no Brasil.

A ampliação da idade em adolescentes foi aprovada depois de a Pfizer apresentar estudos que indicaram a segurança e eficácia da vacina para este grupo. Os estudos foram desenvolvidos fora do Brasil e avaliados pela agência.

Fonte: G1.Globo

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/vacina-da-pfizer-reduz-pela-metade-chance-de-infeccao-pelo-coronavirus-13-dias-apos-a-primeira-dose/

CPI ameaça recorrer à polícia para Wizard depor na quinta

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O presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM), e o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ameaçaram recorrer à força policial para obrigar o empresário Carlos Wizard Martins a comparecer à comissão nesta quinta (17) para depor.

“Aqueles que foram regularmente intimados e se negarem, vamos intimar o juiz criminal da localidade onde se encontrem. Conforme o artigo 218 do Código de Processo Penal, “o juiz poderá requisitar à autoridade policial a sua apresentação ou determinar seja conduzida por oficial de justiça, que poderá solicitar o auxílio da força pública”, afirmou Aziz na abertura dos trabalhos da CPI nesta terça (15).

Wizard solicitou depor por videoconferência, pedido negado pela CPI. Ele é um dos integrantes do chamado “gabinete paralelo”, que teria aconselhado Bolsonaro contra a compra de vacinas e em favor do uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento da covid-19.

“Esperaremos o sr. Wizard aqui. Não vindo, o artigo 218 do Código de Processo Penal está aí para isso. Uma das possibilidades é a retenção de passaporte”, disse Randolfe Rodrigues.

Segundo o relator da comissão, senador Renan Calheiros, (MDB-AL), a CPI está entrando “em outra fase”, com a análise da documentação reunida:

“Esta comissão começou sem nenhum investigado. Todos falaram na condição de testemunha. Mas a investigação já coligiu provas e mais provas, e precisa reclassificar algumas pessoas agora na condição de investigadas. A partir dos resultados, podemos e devemos, sim, avançar. É isto que vamos fazer durante a semana”.

Randolfe anunciou, antes do início da reunião desta terça, que a CPI vai reapresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF), com fundamentação mais detalhada, todos os pedidos de quebra de sigilos telefônicos e telemáticos negados pela corte.

Um desses pedidos diz respeito ao coronel da reserva Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde na gestão do general Eduardo Pazuello. Randolfe também informou que será pedida a quebra de sigilos de Carlos Wizard e de algumas empresas do setor farmacêutico, entre elas EMS, Vitamedic e a Aspen.

Cloroquina

O senador Otto Alencar (PSD-BA) registrou a operação de busca e apreensão da polícia francesa, na segunda-feira (14), no laboratório do cientista Didier Raoult, notório defensor da cloroquina no tratamento da covid. Otto também comentou a suspensão por sete dias, pelo YouTube, do canal do senador americano Ron Johnson, por promover a ivermectina, outro medicamento cuja eficácia contra a covid não foi comprovada.

“Isso mostra que o mundo já entendeu que esse “tratamento precoce”, como qualquer outro para virose, não tem qualquer eficácia”, concluiu Otto.

Avião

Humberto Costa (PT-PE) apresentou requerimento pedindo à empresa aérea Azul esclarecimentos sobre o episódio da sexta-feira (11) envolvendo o presidente Jair Bolsonaro. Ele entrou com um segurança em uma aeronave na pista do aeroporto de Vitória e, sem máscara, tirou fotos com passageiros e tripulação. O presidente foi vaiado por parte dos passageiros e aplaudido por outra parte. Humberto lembrou que uma resolução da Anvisa obriga o uso de máscara.

O senador do PT também anunciou ter pedido ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma auditoria sobre os gastos públicos na “motociata” com a participação de Bolsonaro, no sábado (12), em São Paulo. Humberto quer que os valores gastos pela União, pelo estado de São Paulo e pelo município sejam ressarcidos aos cofres públicos.

Fonte: Folha de Pernambuco

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/cpi-vai-votar-requerimento-para-a-azul-explicar-ida-de-bolsonaro-a-aviao-da-empresa/

CPI vai votar requerimento para a Azul explicar ida de Bolsonaro a avião da empresa

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A CPI da Covid vai votar nesta quarta-feira requerimento para que a companhia aérea Azul forneça informações sobre a ida do presidente Jair Bolsonaro a um avião da empresa que estava parado no aeroporto de Vitória prestes a decolar. Ele entrou de máscara, mas a retirou em alguns momentos, tirou fotos com alguns passageiros e tripulantes, mas também foi vaiado.

O senador de oposição Humberto Costa (PT-PE), autor do pedido, quer saber, por exemplo, quem autorizou a entrada de Bolsonaro e os nomes dos tripulantes que estavam no avião. Ele também questiona que providências a Azul tomou para apurar as responsabilidade pela entrada de alguém que não era passageiro nem tripulante, e quais as medidas adotadas pelo fato de Bolsonaro e tripulantes terem tirado a máscara.

“O dever de fiscalizar é o uso de máscara é da empresa área. Ocorre que, no caso, em tela, além de não proibir a entrada do segurança Jair Bolsonaro sem máscara na aeronave, bem como de não proibir que próprio Bolsonaro de retirar a máscara para responder às pessoas que o criticavam, a própria tripulação retirou as máscaras para atacar tirar fotos com o presidente da República”, justificou Humberto Costa no requerimento.

Durante a sessão da CPI nesta terça, Humberto havia anunciado que apresentaria o requerimento. Ele disse que, dependendo da resposta, vai oficiar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

– O senhor presidente da República, acompanhado por um segurança sem máscara, adentrou a um avião da empresa Azul. Nesse avião, ele começou a bater fotos, recebeu muitas vaias também e retirou a máscara para bater fotos e para professar uma série de impropérios contra quem estava vaiando. A tripulação e passageiros também tiraram máscaras para que pudessem bater fotos e chegar perto do Presidente. Pois bem, isso, na verdade, é inteiramente ilegal. Nós já vimos, inclusive, aviões voltarem para o hangar porque alguém dentro do voo se recusava a utilizar máscaras. Há uma resolução da Anvisa que determina que a máscara tem que ser usada em todas as instalações aeroportuárias – afirmou o senador.

Fonte: Extra online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/cpi-vai-investigar-possivel-financiamento-ilegal-para-disseminar-kit-covid/

Bahia receberá 300 mil doses da vacina russa Sputnik V em julho

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A Bahia receberá no mês de julho as 300 mil doses da vacina contra a covid-19 Sputnik V com importação autorizada pela Anvisa. Já as cidades baianas que vão receber as doses serão definidas nesta semana, de acordo com o governador da Bahia, Rui Costa. Ele fez os anúncios nas redes sociais.

“A previsão é que as doses da vacina #SputnikV cheguem ao Brasil no início de julho. Hoje pela manhã tivemos uma reunião com o Fundo Russo, para detalhar os 28 pontos exigidos pela Anvisa. Essa semana vamos definir os municípios onde vamos aplicar as vacinas”, escreveu.

A previsão é que as doses da vacina #SputnikV cheguem ao Brasil no início de julho. Hoje pela manhã tivemos uma reunião com o Fundo Russo, para detalhar os 28 pontos exigidos pela Anvisa. Essa semana vamos definir os municípios onde vamos aplicar as vacinas.

– Rui Costa (@costa_rui) June 15, 2021

Em seguida, no Papo Correria, transmissão online semanal do governador, Rui detalhou o planejamento de uso das doses e falou sobre o encontro entre governadores e o Fundo Russo. Segundo ele, quatro ou cinco cidades do estado vão receber o imunizante russo.

‘Aplicando as duas doses, teremos 150 mil pessoas imunizadas. Ainda nesta semana, nós vamos definir quatro ou cinco cidades onde vamos aplicar essas vacinas em toda a população adulta acima de 18 anos e que ainda não foi vacinada. Resolvemos concentrar essa vacina em alguns municípios para gerar um efeito demonstração. Após a vacinação, nós vamos fazer a coleta dos dados e apresentar para o Brasil e para o mundo inteiro os resultados, mostrando a eficácia dessa vacina que já vem sendo aplicada com sucesso em vários países’, disse Rui.

Em março, o consórcio de governadores do Nordeste formalizou a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V. Desse total, a Bahia teria direito a 9,7 milhões de doses.

Autorização excepcional e temporária

O uso da Sputnik V foi aprovado no começo de junho – assim como o da Covaxin – com condicionantes. Entre as limitações impostas está o uso exclusivo em adultos, de 18 a 60 anos, sem comorbidade e ainda não vacinados, determinou monitoramento dos resultados e restringiu o público-alvo a no máximo 1% da população, neste momento, de cada um dos seis estados do Nordeste que fizeram o pedido à Anvisa: Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará, Pernambuco e Piauí.

Por conta dessa decisão da Anvisa, a importação de doses da Bahia ficou restrita inicialmente a 300 mil doses.

Logo após a autorização da importação, o Governo do Estado, através do secretário de Saúde Fábio Vilas Boas informou que os municípios baianos que vão receber a Sputnik V devem ser de médio porte, conforme cenário epidemiológico local, para melhor monitoramento.

Vacina é feita com dois adenovírus diferentes

A Sputnik V, fabricada pelo Instituto Gamaleya de Pesquisa (Rússia), foi o primeiro imunizante registrado contra a covid-19 no mundo. A vacina foi lançada pela Rússia em agosto de 2020, quando ainda havia testes em andamento. A eficácia comprovada até agora é de cerca de 91%, podendo chegar até 97%, segundo o site oficial do imunizante. Até o momento, não há registro de reações adversas graves com ligação comprovada com a aplicação da Sputnik V.

A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas, podendo ser ampliado para três meses. É preciso ter atenção redobrada na aplicação, já que o conteúdo da primeira dose é diferente do da segunda. Isso porque o imunizante utiliza a tecnologia de vetor viral não replicante, com dois adenovírus diferentes, nomeados de D-26 D-5.

Como explica o site da vacina, “vetores” são portadores que podem entregar material genético de um outro vírus para uma célula. Nesse caso, o material genético do adenovírus que causa a infecção é removido e o material com um código de proteína de outro vírus (o coronavírus) é inserido. Este novo elemento é seguro para o corpo, mas ajuda o sistema imunológico a responder e produzir anticorpos que protegem contra infecções.

Na primeira dose, o D-26 leva a proteína S para dentro das células humanas, o que causará uma resposta imune do organismo, que começa a criar defesa contra a proteína e, consequentemente, anticorpos contra o coronavírus.

Na segunda dose, entra em cena o D-5, outro adenovírus que fará o mesmo papel, mas ao mesmo tempo tende a ser o diferencial mais assertivo do imunizante. Isso porque, segundo cientistas, por ter duas ‘fórmulas’ diferentes, essa vacina pode ajudar a produzir mais anticorpos contra o coronavírus e ser a responsável pela alta eficácia.

Fonte: Correio 24 Horas Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/consorcio-decide-esperar-decisao-da-anvisa-para-comprar-a-sputnik-v/

Juiz nega suspender contrato entre Prefeitura e Norge Pharma

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Norge Pharma – A Justiça negou, liminarmente, suspender o contrato de R$ 9,7 milhões entre a Prefeitura de Cuiabá com a empresa Norge Pharma, responsável pela administração do Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos de Cuiabá (CDMIC).

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No local foram foram encontrados, em abril passado, dezenas de caixas de remédios vencidos.

Além disso, a licitação que contratou a empresa teria sido direcionada, segundo ação proposta pelo Ministério Público Estadual (MPE).

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A decisão, publicada nesta terça-feira (15), é do juiz Bruno D’Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ação Cível Pública de Cuiabá.

O pedido para suspensão foi feita pela vereadora de oposição Edna Sampaio (PT), em uma ação popular.

Na ação, ela afirmou que o Município aditou o contrato com a empresa mesmo ela sendo alvo da CPI dos Remédios Vencidos e de uma ação do Ministério Público Estadual (MPE) por suposto direcionamento na licitação para a gestão do CDMIC.

Os documentos até então trazidos aos autos, em que pese apontem fatos de extrema gravidade, não comprovam, por si só, conduta antijurídica

Em sua decisão, o juiz Bruno D’Oliveira Marques afirmou que a vereadora não “acostou aos autos” o aditivo assinado entre a Prefeitura e a empresa.

Ressaltou que a ação do MPE contra a Norge Pharma foi recém ajuizada e, por isso, não é suficiente para embasar a suspensão do contrato.

‘Ademais, os documentos até então trazidos aos autos, em que pese apontem fatos de extrema gravidade, não comprovam, por si só, conduta antijurídica que viole as normas pátrias por abuso de poder ou desvio de finalidade’, decidiu.

Ele ainda apontou o prejuízo em caso da suspensão do contrato já que ‘envolve a execução de serviço essencial à gerência e distribuição de medicamentos destinados ao atendimento do Sistema Único de Saúde – SUS’.

Contrato

A Norge Pharma foi contratada em janeiro de 2020 pelo valor de R$ 9,7 milhões e prazo de 12 meses. O contrato foi prorrogado por mais 12 meses, com vigência de 24 de janeiro de 2021 a 24 de janeiro de 2022.

Para a vereadora, a empresa ‘não vêm cumprindo, ao menos com eficiência, suas obrigações contratuais a se evitar o desperdício de dinheiro público e garantia de acesso à saúde, fazendo com que milhares de medicamentos atinjam sua data de validade ainda dentro do CDMIC’ .

Fonte: Brasil Notícia

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Vacina contra covid: O que está por trás da corrida de governadores e prefeitos para antecipar vacinação

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Vacina – Disponibilidade de novos lotes, falta de campanhas de comunicação, excesso de burocracia, baixa procura dos grupos prioritários e equívocos nos critérios das filas de espera são alguns dos fatores que ajudam a explicar a antecipação da vacinação contra a covid-19 feita por prefeituras e governos estaduais nos últimos dias.

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O anúncio mais notório aconteceu no domingo (13/06), quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que o calendário de imunização do Estado seria adiantado em 30 dias.

Com isso, ele assegurou que todos os cidadãos paulistas com mais de 18 anos receberão ao menos uma dose da vacina contra o coronavírus até o dia 15 de setembro.

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1 bilhão de vacinas e 40 milhões de meninas na escola: as promessas dos países ricos na cúpula do G7

“Tenho confiança que, neste Natal, as famílias estarão reunidas, os amigos poderão se abraçar, as pessoas poderão voltar a viver com cautela, com cuidado”, discursou.

Doria não foi o único a fazer promessas do tipo: na manhã seguinte (14/06), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), compartilhou uma mensagem no Twitter dizendo que também acelerará a aplicação de doses em terras cariocas:

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Outro a se pronunciar sobre o tema foi o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM):

O final de semana mais recente também foi marcado por dois grandes mutirões de vacinação, que aconteceram em Manaus (AM) e nas cidades de São José de Ribamar, Paço do Lumiar, Raposa e São Luís, todas no Maranhão.

A iniciativa maranhense, que recebeu o nome de “Arraial da Vacinação”, funcionou ininterruptamente por 41 horas e contou até com atrações musicais típicas de festas juninas e distribuição de mingau de milho para os participantes.

Embora todas essas declarações e anúncios representem uma boa notícia e tragam uma perspectiva otimista para o enfrentamento da pandemia, especialistas se questionam sobre o que elas representam na prática e como isso pode afetar o andamento da vacinação contra a covid-19 no país.

Maior intervalo entre as doses permitiu acelerar

A partir do mês de maio, o Brasil viu aumentar consideravelmente a chegada de novas doses das vacinas já aprovadas pela Anvisa.

Nos primeiros meses do ano, o país dependeu basicamente das remessas da CoronaVac, que são envasadas e distribuídas pelo Instituto Butantan com insumos enviados pela farmacêutica chinesa Sinovac.

Em março, por exemplo, quase 9 em cada 10 imunizantes entregues ao Ministério da Saúde vinham do Butantan.

Mais recentemente, porém, essa situação se inverteu: a estabilidade na produção da AZD1222 (AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz) e a chegada das primeiras remessas da Cominarty (Pfizer/BioNTech) ampliaram o leque da vacinação contra a covid-19 no Brasil.

E há uma diferença fundamental entre esses dois momentos: o tempo de espera entre a primeira e a segunda doses de acordo com o produto.

A CoronaVac exige um intervalo de 14 a 28 dias entre as aplicações. Já na AZD1222 e na Cominarty, esse período é de quase três meses, seguindo as diretrizes adotadas no país.

Na prática, isso traz implicações claras no planejamento das campanhas: os lotes do imunizante produzido por Butantan e Sinovac exigem mais cautela no ritmo de uso, pois as pessoas precisarão tomar o reforço em poucas semanas.

Os gestores de saúde, portanto, são mais conservadores e só costumam utilizar metade das doses disponíveis. Assim, eles garantem que a outra parcela fique estocada e seja usada nesses mesmos indivíduos, para completar o esquema vacinal deles.

Já no caso da AZD1222 e da Cominarty, governadores e prefeitos podem arriscar um pouquinho mais e utilizar como primeira dose praticamente 100% das remessas que receberam.

Essa, inclusive, tem sido a orientação do próprio Ministério da saúde: “gastar” os lotes entregues desses dois imunizantes como primeira dose no maior número de pessoas.

Afinal, como há esse espaço de 90 dias para a segunda aplicação, dá tempo suficiente de esperar o envio de novas remessas dos fornecedores nacionais ou estrangeiros, conforme o planejamento estabelecido pelas autoridades federais.

“Assim que recebemos as vacinas, nós já aplicamos. Nunca as guardamos em estoque e estamos sempre no limite para acabar as doses”, diz o médico Daniel Soranz, secretário municipal da Saúde do Rio de Janeiro.

Vai ter segunda dose de vacina pra todo mundo?

Atualmente, os gestores públicos estão num dilema constante e precisam fazer muitos cálculos para garantir o bom ritmo das campanhas de vacinação.

Afinal, a maioria dos adultos que serão imunizados até setembro precisarão voltar ao posto de saúde para receber a segunda dose em algum momento entre outubro e dezembro de 2021.

E aí vem a grande pergunta: se Estados e municípios estão usando todo o estoque disponível agora, será que teremos vacinas para completar a imunização dos brasileiros no final do ano?

A epidemiologista Regiane de Paula, coordenadora do Programa Estadual de Imunização (PEI) contra a Covid-19 do Estado de São Paulo, admite que essa é uma preocupação, mas aponta que todo o planejamento foi feito de acordo com as projeções de compras e entregas divulgadas pelo Ministério da Saúde.

“Nós temos os quantitativos que virão do Instituto Butantan e dos demais fornecedores. E estamos trabalhando para levar os imunizantes à rede pública de saúde e permitir que os municípios façam a vacinação”, descreve.

O especialista em imunização José Cássio de Moraes, que integra a Comissão de Epidemiologia da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), entende que Estados e municípios deveriam agir com mais prudência e guardar ao menos uma parcela das doses.

“O abastecimento de vacinas ainda está muito irregular no país e já acompanhamos os atrasos por uma série de fatores, como a demora para a liberação do insumo farmacêutico ativo, o IFA, na China”, aponta.

Um exemplo recente dessa imprevisibilidade é a vacina da Janssen: as primeiras 3 milhões de doses estavam programadas para chegar ao Brasil nesta terça-feira (15/06), mas isso não vai acontecer.

O Ministério da Saúde espera que as remessas desembarquem ainda esta semana, mas não informou uma data exata de quando a farmacêutica irá efetivamente realizar a entrega.

Portanto, Estados e municípios que estavam contando com essas doses da Janssen para os próximos dias terão que esperar mais um pouco – e isso, claro, se reflete no planejamento e no andamento das campanhas locais.

Moraes, que também é professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, entende que essas escolhas da saúde pública são realmente muito complicadas

“É um dilema difícil de resolver: os gestores podem ampliar a cobertura e vacinar mais gente com a primeira dose, mesmo sabendo do risco de sofrer atrasos com a segunda dose? Ou devem segurar os lotes no depósito quando ainda temos muita gente vulnerável?”, questiona.

Até o momento, 55,7 milhões de brasileiros, ou 26,3% da população, já tomaram a primeira dose da vacina.

Por ora, a segunda dose foi aplicada em 23,7 milhões de indivíduos (11% do total de habitantes do país).

Baixa procura e falta de organização

Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil também chamam a atenção para os possíveis “buracos” que estão ficando pelo caminho na campanha de vacinação contra a covid-19 no país.

Em alguns grupos prioritários, como os idosos, há uma parcela considerável de pessoas que não recebeu sequer a primeira dose.

Uma reportagem da Folha de S.Paulo revelou que, até o dia 30 de maio, 1 milhão de brasileiros com mais de 70 anos ainda não haviam sido imunizados.

Há diversos fatores diretos e indiretos que podem explicar esse grupo expressivo de desprotegidos.

Eles podem estar sendo influenciados por notícias falsas, que espalham desinformação sobre supostos efeitos colaterais graves das vacinas, por exemplo.

Não dá pra ignorar também a acessibilidade às unidades básicas de saúde: muitas vezes, os locais ficam longe de casa e esses indivíduos precisam do auxílio de filhos, netos e amigos, que estão em horário de trabalho durante o período de funcionamento dos postos de vacinação.

“Para completar, nós não vemos uma comunicação efetiva e uma coordenação feita pelo Governo Federal. Cada cidade ou Estado cria as próprias estratégias e fica tudo desorganizado e sem critérios claros”, critica Moraes.

E esse problema se torna ainda mais grave em relação à segunda dose: segundo essa mesma matéria da Folha, 2,6 milhões de idosos que foram até o posto para receber a primeira vacina não completaram o esquema no prazo estipulado.

E não faltam motivos para explicar essa “desistência” no meio do caminho: muitos podem achar que já têm uma proteção suficiente com uma dose (o que não é verdade), ou simplesmente não se lembram mais da data de retorno.

Paula, que coordena o PEI de São Paulo, revela que 300 mil paulistas não voltaram para tomar a segunda dose.

“Esse número já foi maior. Mas estamos pensando em ações grandes para diminuir a taxa de faltosos, como os famosos ‘dias D’ da vacinação”, analisa.

Já na cidade do Rio de Janeiro, Soranz aponta que 4% daqueles que receberam a primeira dose não retornaram para o reforço

“Apesar de o número não ser alto, consideramos essa situação preocupante. Pelo que sabemos, o principal motivo é o esquecimento da data para a segunda aplicação”, detalha.

“Nós vamos fazer a busca ativa desses casos para lembrá-los da importância de completar o esquema vacinal”, finaliza o médico.

Se a evasão e a recusa aos imunizantes seguir parecida ou aumentar nas demais faixas etárias que serão contempladas a partir de agora, ao menos a estratégia de antecipação de prefeitos e governadores permitirá que mais pessoas interessadas em receber as doses possam fazê-lo, independentemente de serem jovens ou mais velhos.

Isso, por sua vez, ampliará a porcentagem de vacinados no Brasil, o que certamente contribuirá para alcançarmos futuramente a imunidade coletiva contra a covid-19, ou pelo menos para que a situação dos hospitais e enfermarias fique um pouco mais tranquila.

Falta campanha de vacinação

Os especialistas também chamam a atenção para a falta de campanhas públicas que conscientizem a população sobre a necessidade de tomar a segunda dose no prazo estipulado.

“Precisamos que o governo faça mais propagandas e leve informações claras e precisas sobre a vacinação”, pede Moraes.

Em alguns lugares do mundo, por exemplo, os cidadãos são avisados por e-mail, mensagem de texto e telefone quando precisam fazer o retorno – e isso já reduz o risco de esquecimentos e confusões.

Outra boa ideia é o “Dia D”, que ficou muito famoso nas campanhas de poliomielite a partir das décadas de 1980 e 1990: a proposta é estipular uma data de mobilização nacional, geralmente um sábado, para as pessoas irem em massa até os postos de saúde.

Bagunça burocrática e falta de busca ativa

O médico Paulo Lotufo, professor da Universidade de São Paulo, também critica as escolhas que foram feitas para determinar a ordem da vacinação.

“Foi um equívoco total desde o início. O Ministério da Saúde deveria ter focado nos locais com o maior número de casos ou com grande vulnerabilidade, como Manaus. Eles poderiam ter vacinado toda a população desses lugares que estavam com a situação mais preocupante”, raciocina.

Após avançar na proteção de profissionais da saúde, idosos e indígenas, várias cidades e Estados partiram para a imunização de indivíduos com comorbidades, como doenças cardíacas e diabetes, de acordo com faixas etárias pré-determinadas.

Muitos locais exigiam não apenas atestado médico, mas também comprovante de residência para liberar a aplicação da vacina. E isso aumentou ainda mais a confusão.

O especialista entende que as comorbidades configuram um critério socialmente injusto: enquanto pessoas mais ricas podem pagar uma consulta particular para obter um atestado, os mais pobres não conseguem esse tipo de comprovação e acabam ficando para trás.

Essa burocracia, portanto, pode ter criado disparidades importantes e dificultado o trabalho dos profissionais que atuam nos postos de saúde.

“Isso só retardou a campanha. As pessoas demoraram para chegar aos postos, tinham que levar uma série de documentos?”, observa Lotufo.

Para completar, enfermeiros e auxiliares precisaram gastar seu tempo checando e organizando toda a documentação das pessoas, enquanto poderiam estar aplicando mais vacinas ou realizando a busca ativa daqueles indivíduos que não retornaram para tomar a segunda dose.

Mais recentemente, governadores e prefeitos parecem ter abandonado essa ideia e estão estipulando a idade como único critério para a imunização.

Já Regiane de Paula entende que o foco inicial nas comorbidades era importante para proteger as pessoas com mais riscos de sofrer complicações ou morrer por causa da covid-19.

“Essa determinação veio do próprio Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, e os Estados seguiram as diretrizes. Agora que cumprimos o que foi preconizado, nós decidimos focar nas faixas etárias”, conta.

Os calendários divulgados nos últimos dias confirmam essa tendência: São Paulo, por exemplo, vai contemplar todo mundo de 50 a 59 anos entre os dias 16 e 22 de junho, para depois partir para a população com 43 a 49 anos nas semanas seguintes e assim por diante.

De acordo com anúncios recentes, outros Estados devem seguir esse mesmo ritmo, com pequenas alterações nas datas e nos recortes das faixas etárias.

Uma estratégia comunitária

Por fim, é preciso levar em conta que o benefício da vacinação é coletivo e supera (e muito) a proteção individual dos indivíduos que já receberam suas doses.

“Vacinação é isso: quanto mais gente imunizada, melhor para todo mundo”, resume Lotufo.

Em outras palavras, a sociedade inteira fica mais protegida de determinada doença infecciosa quando uma parcela considerável da população está imunizada.

Isso fica claro quando a gente analisa o estudo de Serrana, cidade no interior paulista em que todos os adultos tomaram duas doses da CoronaVac: foi só quando 75% dos moradores estavam efetivamente vacinados que os casos, as internações e as mortes por covid-19 começaram a cair por lá.

E o tempo é um fator-chave para nos livrarmos dessa pandemia: enquanto tivermos uma parcela considerável de pessoas vulneráveis, o risco de colapso do sistema de saúde e de surgimento de novas variantes mais transmissíveis e letais é considerável.

O lado bom dessa história é que o Brasil tem estrutura e capacidade para botar o pé no acelerador.

“Nós temos 36 mil postos de vacinação e muitos profissionais capacitados, então não é exagero pensar que conseguimos aplicar 2 milhões de doses por dia”, projeta Moraes.

Por ora, o número de brasileiros imunizados a cada 24 horas variou entre 600 e 800 mil nos últimos meses – foram poucos os dias em que o país ultrapassou a marca de 1 milhão de vacinas utilizadas.

Enquanto esse cenário não vira realidade e não temos uma boa porcentagem de cidadãos devidamente resguardados contra a covid-19, é importante que todos (vacinados ou não) continuem fazendo a sua parte.

“Máscaras, distanciamento social e lavagem de mãos seguem como atitudes essenciais neste momento”, resume Paula.

E, claro, quando chegar a sua vez, vá até o posto de saúde mais próximo para tomar a sua dose – e não se esqueça de retornar ao mesmo local na data estipulada para completar o esquema vacinal que protege sua própria saúde e todo mundo ao redor.

Fonte: BBC Brasil

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