As vendas do comércio nacional cresceram 1,1% entre os meses de março e abril, aponta a Boa Vista, que atribui a alta à antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas somado a liberação do saque ao FGTS.
Essas duas medidas, segundo o ministério da Economia, podem ter beneficiado cerca de 6,1 milhões de trabalhadores, injetando na economia, só em abril, aproximadamente R$ 4,9 bilhões de um total de R$ 30 bilhões previstos até o final do ano.
Segundo a Boa Vista, a injeção desses recursos na economia também deve ajudar o varejo a manter as vendas em patamar um pouco mais alto nos meses de maio e junho, quando R$ 17,9 bilhões e R$ 7,2 bilhões devem ser sacados por 24,9 milhões e 10 milhões de trabalhadores, respectivamente.
Na variação interanual, as vendas avançaram 19,7%. A alta expressiva foi resultado da base fraca de comparação. O resultado do indicador em abril de 2021, por exemplo, ainda estava 31,4% abaixo do nível registrado em abril de 2019, antes da pandemia, e agora essa queda é de 17,8%.
“Vale lembrar que em abril de 2020 foram observadas as maiores quedas daquele período. Desde então, apesar da pandemia estar ficando para trás, o cenário econômico piorou”, informou a Boa Vista.
No ano, as vendas do varejo acumulam 1,6% de alta.
Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, o indicador desacelerou levemente, passando de 1,4% em março para 1,3% em abril.
Na análise da Boa Vista, a tendência é de que o crescimento acumulado em 12 meses continue desacelerando, mas que ainda seja positivo ao final do ano.
“De um lado, os juros devem pesar sobre as categorias do varejo que dependem mais do crédito; de outro, as categorias que dependem menos do crédito têm um obstáculo ainda maior pela frente: a inflação”.
Relatos de desabastecimento em farmácias foram registrados recentemente em 18 estados e no DF. Entenda quais são as obrigações das empresas nestes casos e o que o consumidor fazer caso não encontre algum medicamento. Fabricantes têm algumas obrigações a cumprir em caso de desabastecimento
Getty Images via BBC
Felipe Terrezo é dono de duas farmácias no Rio de Janeiro, mas, quando sua neta ficou doente na última semana, ele não tinha Novalgina em solução em suas lojas para dar à menina para baixar a febre.
‘Não encontro no mercado há cerca de dez dias, e não estou conseguindo comprar. Por sorte, eu tinha um frasco aberto em casa que resolveu o problema dessa vez’, diz Terrezo, que é presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Rio.
O empresário diz que notou recentemente que está excepcionalmente difícil encontrar alguns antibióticos para abastecer suas farmácias.
‘Quando os clientes chegam e o remédio está em falta, a gente busca ajudar e substituir por um de outra marca ou um genérico, mas e o que não tem substituição?’
Situações assim têm sido frequentemente noticiadas em diferentes partes do país. No Paraná, por exemplo, havia 500 medicamentos em falta no início de maio, segundo o sindicato de varejistas farmacêuticos.
Ao menos 40 medicamentos estão em falta no Paraná, diz Conselho de Farmácia; veja lista
O desabastecimento na farmácias também preocupa em ao menos outros 17 estados e no Distrito Federal.
A falta de remédios já foi relatada em Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
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‘Embora não haja dados que nos permitam afirmar de forma categórica que há um desabastecimento excepcional, temos ouvido, sim, muitos relatos de falta de medicamentos específicos, especialmente os muito baratos, que a indústria não tem interesse em produzir, como é o caso de alguns antibióticos’, diz o advogado Matheus Falcão, pesquisador do programa de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Falcão explica que a razão do problema normalmente não está nas lojas, mas nos fabricantes.
‘O Brasil tem um problema estrutural de capacidade de produção e depende das importações do medicamento em si ou dos insumos farmacêuticos ativos [o principal ingrediente de um medicamento], e, em 2022, os lockdowns na China por causa da Covid e a guerra na Ucrânia afetaram o fornecimento’, diz o pesquisador do Idec.
Sérgio Barreto, presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), diz que, além da maior dificuldade para a chegada de insumos ao país, o setor farmacêutico enfrentou uma espécie de ‘efeito dominó’.
‘Outros produtos que estavam faltando exigiram mais dedicação da indústria, acarretando a redução na fabricação de outros produtos’, diz.
O aumento de casos de gripe ao mesmo tempo em que as infecções pelo coronavírus voltaram a crescer no Brasil também são apontados como motivos para o desabastecimento.
Houve uma maior demanda por determinados antibióticos no início deste ano, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), que afirma serem problemas pontuais e que as fabricantes estão ajustando sua produção para atender o mercado.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explicou à BBC News Brasil que, apesar de ser a responsável por regular e monitorar esse mercado, não cuida das relações comerciais do setor, como as aquisições e distribuição de medicamentos, e diz que não tem meios legais para obrigar as fabricantes a garantir a oferta de medicamentos no país.
Mas as empresas têm algumas obrigações a cumprir em caso de desabastecimento, e o consumidor pode tomar algumas medidas caso se depare com algum medicamento em falta na farmácia.
1. Entre em contato com a empresa
O primeiro passo deve ser ligar para o serviço de atendimento ao consumidor do laboratório que fabrica o remédio para verificar se há realmente algum problema no fornecimento, diz a Anvisa.
Caso a fabricação ou importação de um produto te nha sido interrompida temporariamente ou definitivamente, a empresa deve informar os motivos e datas em seus sites e canais de atendimento.
‘A empresa tem ainda o dever de informar onde o consumidor pode conseguir o medicamento na região onde vive’, afirma Matheus Falcão, do Idec.
2. Consulte a Anvisa
Mas há casos em que o produto simplesmente não está disponível no mercado, e não vai adiantar ir de farmácia em farmácia em busca dele.
O consumidor deve consultar a Anvisa para confirmar se é o caso, porque as fabricantes têm a obrigação de notificar a agência que um medicamento será descontinuado de forma definitiva ou temporária com no mínimo seis meses de antecedência.
A agência mantém em seu site uma lista das notificações. Se um medicamento estiver nela, o consumidor deve checar a data em que o aviso foi feito, porque a agência determina que o fornecimento deve ser garantido por ao menos seis meses depois disso.
Quando a descontinuação puder gerar um risco de desabastecimento, como é o caso de quando há um único medicamento de certo tipo disponível ou esse produto responde por uma grande fatia do mercado, o aviso deve ser feito um ano antes, segundo a Anvisa.
3. Denuncie
Se um medicamento estiver em falta porque deixou de ser fabricado e isso não tiver sido notificado à Anvisa, o consumidor pode denunciar a empresa na central de atendimento da agência, pelo telefone 0800 642 9782, ou em sua ouvidoria.
A agência informa que isso pode configurar uma infração sanitária e levar à abertura de um processo administrativo contra o laboratório, que pode ser punido.
As denúncias também ajudam a agência a monitorar se há desabastecimento ou risco de desabastecimento e tomar as medidas necessárias para tentar garantir a disponibilidade do medicamento no mercado.
‘A Anvisa pode pedir informações a outros fornecedores e informar a população da escassez de um medicamento específico’, diz Falcão.
Há casos em que a falta de um medicamento pode gerar uma crise de saúde pública. Em casos assim, pode ser necessário recorrer ao Ministério da Saúde.
‘O ministério pode tomar medidas pontuais e ir atrás dos produtores, se articular com a Anvisa para fazer uma negociação para que o produto volte a ser fabricado’, afirma Falcão.
Procurado pela BBC News Brasil, o Ministério da Saúde disse que trabalha para manter a rede pública abastecida, mas não tratou do desabastecimento relatado na rede privada em sua resposta aos questionamentos enviados pela reportagem.
4. Acione a Justiça
Muitas vezes, alguém precisa de um tratamento de curto prazo, e não vale a pena recorrer à Justiça para conseguir ter acesso a um remédio.
Mas há outros casos, como de medicamentos de alto custo e de uso continuado, em que o desabastecimento pode implicar em uma violação do direito de uma pessoa à saúde.
Matheus Falcão explica que, nestes casos, é possível recorrer a uma ação judicial.
‘A pessoa pode entrar na Justiça para que a empresa justifique por que o produto não está sendo disponibilizado e para conseguir o medicamento’, afirma o advogado do Idec.
5. Procure um profissional de saúde
Quando houver um desabastecimento de um determinado produto, o consumidor deve procurar um profissional de saúde para substituir o medicamento que foi originalmente indicado pelo médico.
Isso pode ser feito em alguns casos pelo farmacêutico responsável pela farmácia, que irá indicar um produto de outra marca ou genérico.
Mas há situações em que o médico indica na receita que um remédio não pode ser substituído por um genérico ou não há um produto equivalente de outras fabricantes.
Nestes casos, o paciente deve procurar o médico para que ele faça a substituição mais adequada do medicamento que foi prescrito.
O programa de logística reversa ‘Dê a Mão para o Futuro – Reciclagem, Trabalho e Renda’, criado e coordenado há 16 anos pela ABIHPEC – Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, anunciou seus resultados de 2021, ao atingir um volume de recuperação de resíduos recorde, de 147 183 mil toneladas de embalagens recicláveis, a maior marca desde que teve início a série histórica em 2013. O marco ultrapassa a meta de 22% da massa global de embalagens inseridas no mercado nacional.
O Programa é realizado em parceria com a ABIMAPI – Associação Brasileira de Biscoitos, Massas Alimentícias e Bolos Industrializados e a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional.
O número foi alcançado em meio ao segundo ano da pandemia, quando aumentou a flexibilização das medidas restritivas, o que permitiu impulsionar a concretização de parcerias com novas cooperativas, redes e organizações de reciclagem de materiais recicláveis, integrando milhares de catadores.
De 2013 a 2021, o Programa ‘Dê a Mão para o Futuro’, somou um total de 802 500 toneladas de massa recuperada e encaminhada para reciclagem, fruto de um investimento total de mais de R$ 100 milhões, feito sempre com base em relações formais com cada uma das cooperativas ou redes participantes do Programa, o que inclui desde o início, a elaboração de um planejamento estratégico participativo dos investimentos a serem realizados e assim, estabelecendo e mantendo a confiança e a transparência com tais organizações parceiras.
Em 2021, foram mais de R$ 18 milhões destinados à compra de equipamentos, adequação de infraestrutura, capacitação e assessoria técnica – entre outros investimentos – que beneficiaram o trabalho de 6 074 mil catadores.
O programa apresentou uma evolução expressiva na renda média mensal dos catadores em relação ao ano anterior. Em 2020, 52% recebiam acima de um salário mínimo mensal. Em 2021, esse índice subiu para 77%. Vale ressaltar que a maioria dos catadores impactados pelo Programa são mulheres 56% e 44% são homens.
Medicamentos, produtos de higiene e cosméticos são alguns dos itens que mais pesam no bolso do consumidor. Esse impacto é provocado pela alta carga de tributos que incide sobre esses produtos. Nos medicamentos, por exemplo, 33,87% do valor praticado correspondem a taxas e impostos. Já em itens de higiene, como shampoo, equivalem a 44,2%. No caso de cosméticos, os tributos representam 55,27%. Ao adquirir um simples desodorante ou condicionador, o consumidor paga, no preço final, 37,37% só de impostos.
Os dados acima, registrados pelo Impostômetro, são alguns dos motivos que levam o trabalhador brasileiro a dedicar 149 dias de seu ano apenas para pagar impostos. Tamanha carga tributária fez com que, somente até o dia 3 de maio deste ano, o país arrecadasse R$ 1 trilhão em impostos. ‘Os altos impostos, junto com a inflação, corroem o poder de compra do brasileiro. Caso não tivéssemos taxas tão altas ou, pelo menos, houvesse retorno em serviços públicos de qualidade como saúde e educação, a economia brasileira estaria muito mais avançada’, afirma o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
A entidade, por meio da CDL Jovem, é a precursora do Dia Livre de Impostos (DLI), lançado na capital mineira em 2003 e que hoje é uma ação nacional. Neste ano, a 16ª. Edição será realizada no dia 2 de junho e terá medicamentos, produtos de higiene pessoal e cosméticos vendidos sem a incidência de impostos.
Todas as 31 lojas da Droga Clara em Belo Horizonte irão participar do DLI. A rede adere ao movimento desde a primeira edição e, neste ano, irá ofertar produtos com redução de até 30% no valor final. ‘Nosso objetivo é deixar claro o impacto da tributação no bolso do brasileiro. Neste ano, iremos comercializar desde medicamentos a dermocosméticos sem a incidência dos impostos’, declara o presidente da rede, Warley Oliveira.
A Drogaria Araujo também irá participar do DLI. A rede farmacêutica irá comercializar medicamentos, cosméticos, produtos de higiene pessoal e diversos outros itens sem o valor dos tributos, que representam 35% do valor praticado. Ao todo, serão 290 lojas em Belo Horizonte, Região Metropolitana e interior de Minas Gerais.
Segundo o presidente da Drogaria Araujo, Modesto Araujo Neto, a empresa apoia o movimento, que questiona não só as altas cargas tributárias do Brasil, mas também, o uso do valor arrecadado com esses impostos. ‘Com essa ação queremos aumentar o poder de compra das pessoas, evidenciando, com a retirada das taxas, a alta carga tributária que impacta diretamente na quantidade de produtos que vai na cestinha do consumidor’, explica.
A ação é válida para todas as lojas, aplicativo, site Araujo e também via Drogatel, pelo 3270-5000. Além da entrega em todo o Brasil nas compras pelo site e aplicativo, o cliente poderá optar pelo Clique Retire – que permite a retirada do produto na loja mais perto, sem passar pelo caixa, sem filas e sem frete.
‘Comerciantes de toda a capital estão se mobilizando para o DLI. Todos estão empenhados em chamar a atenção do poder público para a urgência da reforma tributária. Vivemos dois longos anos de restrições e prejuízos em função da pandemia do Coronavírus. O consumidor também amargou queda na renda e desemprego. É preciso que essa situação seja revista, pois só assim conseguiremos ter uma retomada econômica mais segura e sustentável’, diz o presidente da CDL/BH.
Gás de cozinha e gasolina sem a incidência de impostos
O Posto Pica-Pau, localizado na Avenida do Contorno, 10.325 – Barro Preto, vai comercializar gasolina comum sem o valor dos impostos incidentes, limitados a 50 motos e 145 carros. O valor do litro representa o preço da gasolina comum sem a incidência de três tributos (CIDE, ICMS e PIS/COFINS), que correspondem a cerca de 36% de taxas que compõem o preço final do produto. O objetivo é contemplar o maior número possível de consumidores. O pagamento será feito obrigatoriamente em dinheiro e o abastecimento será por ordem de chegada e com a distribuição de senhas.
É importante frisar que o abastecimento será feito diretamente no tanque do veículo, ou seja, não é permitido o abastecimento em galões, vasilhames ou quaisquer recipientes, mesmo sendo os galões autorizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
A distribuidora Amigão Gás, localizada na Rua Estrada do Cercadinho – 1.315, bairro Jardim América, irá vender o botijão de gás sem o valor dos impostos incidentes. Serão comercializadas 200 unidades, limitada a uma por pessoa. A compra será por ordem de chegada e com distribuição de senhas. ‘O gás de cozinha tem sido um dos vilões do orçamento das famílias. Os aumentos recentes e a inflação estão pesando no bolso do consumidor. O DLI vai ajudar a esclarecer como o preço final é estabelecido e o quanto os impostos embutidos nesse produto impactam o poder de compra’, afirma Thiago Gomes, sócio da distribuidora.
Pelo menos 50 medicamentosestão em falta em hospitais públicos e privados e farmácias do Paraná. A escassez começou há dois meses nos hospitais de todo o Estado. Já o consumidor final começou a encontrar dificuldades nos últimos dias. Muitos dos remédios que sumiram das prateleiras são considerados básicos, como Dipirona, Multigrip, Novalgina Xarope e Nimesulida. Há registro ainda que o mesmo problema acontece em outros estados do País.
De acordo com o Diretor Secretário Geral do Conselho Federal de Farmácia, Gustavo Pires, a falta de insumos para produção de medicamentos é um dos motivos da crise.
Ele afirma que a situação é muito preocupante e até soro fisiológico não é encontrado mais com tanta facilidade.
O Conselheiro Federal pelo Paraná diz ainda que a orientação é substituir o medicamento.
O Ministério da Saúde afirma que trabalha com a Anvisa para verificar as causas e articular ações de emergência para resolver a situação.
Confira a lista de medicamentos que estão faltando:
Desde o final de janeiro de 2022, o autoteste de Covid está liberado para a venda no Brasil. O autoteste é uma forma de diagnosticar o coronavírus em caso de suspeita de infecção. Basta a pessoa ir até a farmácia e comprar.
Mas se pessoa fez o autoteste de Covid e deu positivo, o que ela deve fazer com o resultado?
Caso o resultado dê positivo, o paciente precisa procurar um serviço de saúde para realizar o exame de confirmação do diagnóstico, notificação e orientações quanto à doença, orienta o Ministério da Saúde.
Ou seja, o autoteste não substitui os testes de laboratório e não define diagnóstico. “O autoteste é uma estratégia complementar à política de testagem e não substitui os testes, uma vez que podem ocorrer erros na execução ou interpretação do exame”, diz o ministério.
‘O caráter do autoteste é orientativo e o mesmo serve como triagem para orientar o usuário sobre o risco de transmissão do vírus e as medidas que podem ser adotadas’, complementa a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável pela aprovação dos autotestes.
Em janeiro, antes da aprovação, a Anvisa exigiu uma política pública com regras para a notificação dos resultados, que o ministério não apresentou. A aprovação do autoteste saiu apenas no fim do mês e o Ministério da Saúde manteve a posição de não exigir o cadastro de cada caso positivo e incluí-lo na contabilidade do avanço da pandemia.
“Quanto ao registro dos resultados dos autotestes, fica facultado ao fabricante e/ou importador disponibilizar aos usuários sistema para registro dos resultados, contudo, sem configurar uma ação obrigatória”, reforçou o ministério em nota ao g1.
Registro de resultado não é obrigatório
O registro do resultado positivo ou negativo do autoteste não é obrigatório. Segundo o Plano Nacional de Expansão da Testagem para Covid-19 (PNE-Teste) do Ministério da Saúde, fica “facultado ao fabricante e/ou importador disponibilizar aos usuários sistema para registro dos resultados, contudo, sem configurar uma ação obrigatória”.
Segundo a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), há um site de notificações de autotestes comprados em farmácia onde o consumidor pode informar o resultado do teste à empresa. No entanto, os dados não são repassados para as estatísticas oficiais do governo.
‘Os autotestes foram produzidos com o mote de auxiliar no controle da doença. Isto é, se o cidadão apresenta sintomas, é salutar ir até a farmácia e comprar um kit de autoteste para aferir o resultado. Se der negativo, e os sintomas persistirem, a pessoa deve fazer novamente depois de alguns dias. Se der positivo, obrigatoriamente o usuário deve realizar um teste rápido em farmácias ou um PCR-RT em laboratórios para a confirmação dos resultados. Nestes locais, todos os resultados são notificados. Assim há controle por parte das autoridades’, alertou Carlos Eduardo Gouvêa, presidente executivo da CBDL.
Falta de notificação x planejamento
Apesar de ser uma boa ferramenta de triagem, nem sempre a pessoa que tiver que o resultado positivo no autoteste vai até o serviço de saúde confirmar o diagnóstico, como orienta o Ministério da Saúde. Com essa falta de informação (e notificação) perdemos a capacidade de planejamento, alerta a epidemiologista Ethel Maciel, professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
“O problema maior [da falta de notificação] é que a gente perde a capacidade de planejamento, sem saber exatamente quantas pessoas estão com a doença. Em um cenário em que ainda estamos com uma cobertura pequena em criança, baixa cobertura de dose de reforço, essa falta de dados preocupa”, diz a epidemiologista.
Segundo os dados do consórcio de veículos de imprensa, mais de 82% da população vacinável do país estão imunizadas contra a Covid-19. A dose de reforço foi aplicada em cerca de 56%. O total de crianças de 5 a 11 anos que tomaram uma dose é de quase 60%. Quando falamos em duas doses, o número cai para 30%.
“A falta de dados também dificulta entendermos a relação da doença com os sintomas da Covid longa. Pessoas chegarão com sequelas e não saberemos exatamente quando foi a doença. Portanto, perdemos na nossa capacidade de entender a doença e traçar estratégias para um melhor enfrentamento da Covid-19”, completa Maciel.
Quando o autoteste não deve ser utilizado?
O autoteste não gera um laudo. Por isso, ele não deve ser utilizado como comprovante em viagens, por exemplo. Veja as situações elencadas pelo Ministério da Saúde:
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está pedindo reforço de medidas não farmacológicas, como distanciamento, uso de máscara e higienização frequente de mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus da varíola dos macacos no Brasil. Desde o início do mês, ao menos 120 ocorrências da doença foram confirmadas em 15 países. O Ministério da Saúde instituiu ontem uma sala de situação para monitorar o cenário da monkeypox no Brasil.
A rara doença pode chegar nos próximos dias, segundo especialistas ouvidos pelo Estadão. No domingo foram registrados casos suspeitos na vizinha Argentina. A varíola dos macacos é, na verdade, doença original de roedores silvestres, mas isolada inicialmente em macacos. É frequente na África, mas de ocorrência muito rara em outros continentes.
Cientistas acreditam que o desequilíbrio ambiental esteja por trás do atual surto, mas não veem razão para pânico. “Acho muito difícil que (a doença) não chegue aqui”, afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, José David Urbaez. “Mas se trata de uma doença considerada benigna.” Além disso, existem tratamento e vacinas.
Mas é necessário alerta, segundo a Chefe da Divisão de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas da USP, Anna Sara Levin. “Essa transmissão pessoal é um pouco preocupante, temos de entender se houve uma adaptação do vírus ou contato muito intenso entre as pessoas.”
“É mais um problema que vem se somar ao nosso quadro atual”, disse Urbaez. “O ponto positivo é que a nossa vigilância está muito sensível, conseguindo detectar os problemas em tempo real.”
Crianças menores de cinco anos são capazes de gerar ‘forte resposta’ imune contra a covid-19, após três doses do imunizante da Pfizer. É o que anunciou, nesta segunda-feira (23), a farmacêutica, após ensaio clínico nessa faixa etária.
Segundo o informe da Pfizer e BioNTech, três doses de uma formulação de três microgramas da vacina geraram resposta em crianças com seis meses de idade até as menores de cinco anos, igual à resposta gerada em pessoas entre 16 e 25 anos, que receberam duas doses de 30 microgramas da vacina, em ensaio clínico anterior.
Segundo a Pfizer e a BioNTtech, a vacina é segura e bem tolerada abaixo dos cinco anos e, por isso, os laboratórios podem pedir que as agências reguladoras de todo o mundo, incluindo a Anvisa, autorizem a vacina para os menores de cinco anos. Essa idade, inclusive, não tem vacina autorizada, na maioria dos países.
Mas antes de tudo isso, a farmacêutica vai concluir o envio de dados do ensaio clínico à FDA, Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos, a reguladora dos Estados Unidos.
No comunicado, as farmacêuticas relatam que as doses testadas nas crianças com menos de cinco anos fornece a elas alto nível de proteção contra as recentes variantes da covid-19. Isso porque foi feita uma análise inicial em dez casos sintomáticos de covid-19, até 29 de abril. Na época, a variante Ômicron era a dominante entre os casos confirmados. A análise sugeriu uma eficácia maior que 80% nos pequenos com menos de cinco anos.
No entanto, essa análise não é conclusiva porque o protocolo determina pelo menos 21 casos para considerar a eficácia. Até lá, as Pfizer e BioNTech trabalham para alcançar esse número.
Ao todo, 1.678 crianças receberam a terceira dose da vacina, pelo menos dois meses após a segunda. Em todas elas, a vacina foi bem tolerada, sendo registrados efeitos colaterais leves ou moderados, em alguns casos.
Na última sexta-feira, dia 20, o laboratório Geolab emitiu uma nota de esclarecimento sobre o processo de recall de paracetamol com codeína. O recolhimento voluntário em todo o território nacional refere-se ao lote 2116077 do medicamento paracetamol + fosfato de codeína 500mg + 30mg.
Segundo o comunicado, a medida preventiva decorre do erro de rotulagem no alumínio das embalagens, pois algumas unidades do produto foram identificadas como Cloridato de Venlafaxina, um antidepressivo.
“A Geolab ressalta que o comprimido na embalagem é do produto paracetamol + fosfato de codeína. O risco apresentado ao paciente é do atraso no início do tratamento pela não administração do medicamento”, diz a farmacêutica em nota.
Como proceder com o recall de paracetamol
O paracetamol + fosfato de codeína é indicado para o alívio de dores de grau moderado a intenso decorrentes de traumatismos (entorses, luxações, contusões, distensões e fraturas), eventos pós-operatórios, pós-extração dentária, neuralgia, lombalgia, dores de origem articular e condições similares.
A GeoLab reforça que, caso o consumidor esteja com unidades do medicamento, deve entrar em contato com o serviço de atendimento pelo telefone 0800 701 6080 ou por e-mail sac@geolab.com.br para as informações sobre a forma de coleta e ressarcimento do medicamento.
Relevância do medicamento para a Geolab
A combinação entre paracetamol e codeína vem sendo um dos motores do crescimento da Geolab em território nacional. A farmacêutica registrou, em 2021, faturamento cerca de 21% acima do de 2020 – totalizando pouco mais de R$ 1,9 bilhão segundo a IQVIA. Em venda de unidades, o laboratório figurou na 11ª colocação.
Após denúncias de uso de farmácias fantasma para cometer fraudes no Farmácia Popular, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) está pressionando o governo pela exigência de uma certificação digital para o setor. As informações são do Metrópoles.
A ferramenta exigiria uma chave de acesso aos sistemas, “vinculando a dispensação dos medicamentos à liberação pelo profissional responsável técnico pelas farmácias”, explica o CFF.
Os medicamentos seriam liberados, dessa forma, somente com a autorização do profissional responsável. Este, por sua vez, responderia civil e administrativamente pela operação.
Fraudes no Farmácia Popular
Farmácias fantasmas que só existem no papel estão sendo usadas em um golpe milionário que vem gerando fraudes na Farmácia Popular. O esquema de vendas fictícias usa até nomes de pacientes mortos para desviar dinheiro do governo federal. Relatório de auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) aponta prejuízos de R$ 2,6 bilhões entre 2015 e 2020.
O ponto de partida da investigação são queixas de cidadãos que aparecem na lista de retirada de medicamentos sem nunca ter recebido os remédios. A descoberta foi possível graças ao ConecteSUS, ferramenta criada pelo governo para controlar o sistema de vacinação. Além do calendário de imunização, o aplicativo também mostra a lista de remédios supostamente liberados aos usuários.