Tinha quem dizia que o varejo físico estava na pior. Se um avanço de 16% no mês de julho é estar na pior, então essa frase é verdadeira. O período das férias escolares impulsionou o comércio, principalmente nos shopping centers. As informações são do HiPartners.
Mesmo fora desses espaços, as compras presencias seguiram um viés de alta em comparação com o mesmo mês de 2022. Pensando em varejo físico situado nas ruas, o crescimento ficou em 5%.
Falando de faturamento de maneira global, o avanço ficou na casa dos dois dígitos, 12%. Quando o assunto é ticket médio, as lojas de rua notaram um crescimento de 3% e o avanço dentro dos shopping centers foi mais tímido, 1%.
Artigos farmacêuticos são protagonistas
Dentre os setores do varejo físico, o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos seguiu sendo o grande protagonista.
Todos os índices fecharam no azul e com um avanço de dois dígitos: fluxo 28% maior, vendas com crescimento de 16% e faturamento com aumento de 19%.
Exterior também reforça “vida” do varejo físico
E não é só por aqui que o varejo físico mostra que ainda tem muita lenha para queimar. Nos Estados Unidos também foi possível notar um crescimento na movimentação dos shopping centers.
Em comparação com os níveis de 2019, antes da pandemia da Covid-19, a média de movimento é 11% maior. Os números foram retirados de um relatório da Coresight Research, divulgado pela CNN Brasil.
E-commerce não foi esquecido
Falamos tanto que o varejo físico segue em alta, que muitos podem pensar que foi-se o tempo das compras pela internet. Só que não é bem assim. O e-commerce de farmácias no Brasil já é o terceiro maior do mundo.
O percentual de participação das vendas online sobre o faturamento total do setor já é de 11,6%, inferior apenas aos índices da Alemanha e dos Estados Unidos.
Os dados da IQVIA levam em consideração o desempenho no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período dos anos anteriores. Em relação a 2022, o valor passou de R$ 1,9 bilhão para R$ 2,7 bilhões. O avanço foi de 42,3%.
O movimento das farmácias anda alto na “terrinha”. Os consumidores portugueses ampliaram seu gasto no varejo farmacêutico, que já fica, em média, em € 15,77 (cerca de R$ 83,50) por receita. As informações são do MSN Portugal.
Ao todo, € 1,2 bilhão (R$ 6,4 bilhões) foram movimentados pelas drogarias de Portugal apenas no primeiro semestre de 2023. Esse total demonstra um avanço de 4,4% em valor e de 1,9% em produtos.
Consumidores portugueses e brasileiros aquecem mercado
Não são só os consumidores portugueses que aqueceram o mercado de farmácias, os brasileiros também. As grandes redes registraram uma receita recorde de R$ 85 bilhões nos últimos 12 meses até junho.
O recorde anterior (R$ 80 bilhões) havia sido contabilizado em 2022. Com o resultado, a projeção para este ano já é de R$ 90 bilhões acumulados.
Os indicadores são baseados nas 30 maiores bandeiras do varejo farmacêutico nacional, representadas pela Abrafarma, a partir de levantamento encomendado à FIA-USP.
Juntas, essas empresas movimentaram R$ 85,18 bilhões entre junho do ano passado e junho de 2023, contra R$ 73,82 bi do mesmo intervalo anterior. O crescimento foi de 15,4%.
“Embora conviva com os impactos da inflação e dos juros, os brasileiros não deixaram de frequentar a farmácia e buscar tratamentos medicamentosos. A população claramente adaptou sua cesta de consumo e incorporou mais genéricos à sua rotina”, acredita Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
Famosa pelos cosméticos de alta performance, a Braé incrementa a família Go Curly com uma coleção específica para cabelos crespos. A linha já reúne itens para os fios cacheados, promove hidratação intensa e progressiva, além de nutrir e proteger contra o ressecamento.
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O produto Go Curly Crespos disponibiliza uma rotina capilar completa com xampu, condicionador, leave-in e máscara capilar. A linha conta ainda com o Styling Cream, que chega para modelar e definir, destacando-se pela ação anti-frizz, pelo poder de nutrição e pela proteção térmica.
A Anvisa, que já sofre com a falta de pessoal, perderá mais um colaborador. De acordo com o colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, o diretor Alex Campos trocará a agência pelo governo de Pernambuco.
O jornalista afirma que o executivo foi convidado pela governadora Raquel Lyra (PSDB) a assumir uma posição no poder público pernambucano. E aceitou o chamado.
Campos foi indicado para o cargo de diretor da Anvisa em abril de 2020, após ter atuado como chefe de gabinete do então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Diretor troca Anvisa por companhia de saneamento
Segundo Amado, o profissional liderará agora a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Já no que diz respeito a diretoria da Anvisa, os primeiros movimentos já começaram.
Apesar de a escolha final caber ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) já estaria tentando indicar um nome para o cargo.
Perda de diretor vem em momento de escassez
Nunca é bom perder uma liderança de sua equipe, mas existem momentos em que essa perda se torna ainda mais sentida. Isso é o que acontece com a Anvisa, uma vez que, apesar do vindouro concurso, a quantidade de vagas a serem preenchidas ficaram aquém do esperado, na visão de entidades da saúde.
Ao lado de outras 14 associações como Grupo FarmaBrasil e Sindusfarma, a Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS) capitaneia o movimento.
Na visão dessas instituições, “a carência de pessoal nas agências reguladoras é uma realidade que há anos atinge os órgãos da administração pública federal, levando ao acúmulo de tarefas, sobrecarga de trabalho e consequente queda na eficiência e agilidade dos serviços prestados”.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) condenou o dono da Farma Conde a quatro anos e oito meses de prisão, com pena substituída pela prestação de serviços comunitário.
Manoel Conde Neto e mais seis pessoas foram acusadas de envolvimento em um esquema de sonegação de impostos na venda de medicamentos. A substituição da pena ocorreu porque o empresário assinou termo de colaboração premiada homologado pela Justiça.
A decisão em primeira instância saiu na última sexta-feira, dia 18. Ela partiu do juiz Brenno Gimenes Cesca, da 2ª Vara Criminal de São José dos Campos, após acatar uma denúncia do Ministério Pùblico. O empresário foi enquadrado por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e crimes contra a ordem tributária, que envolveram até um fiscal da Secretaria da Fazenda de São Paulo (Sefaz-SP).
Dono da Farma Conde delatou o esquema
O dono da Farma Conde teria lucrado pelo menos R$ 50 milhões com a fraude, de acordo com a sentença. Mas o fato de ter delatado o esquema possibilitou ao Estado recuperar R$ 1 bilhão em impostos.
Intitulada Operação Monte Cristo, a investigação começou em 2017 e resultou em uma grande varredura em 2020, envolvendo 32 municípios de Goiás, Minas Gerais e São Paulo. Estima-se que a organização criminosa tenha desviado mais de R$ 10 bilhões dos cofres públicos.
“O mercado não é inocente, não é ingênuo, como eu também não sou ingênuo. Se o remédio custa R$ 8 e está custando R$ 4, é porque não foi recolhida a substituição tributária”, afirmou Conde Neto em 2021, em depoimento ao qual o programa Fantástico (TV Globo) teve acesso à época.
O empresário apontou que a sonegação reuniu mais de 150 distribuidoras fantasmas no estado de São Paulo, que viabilizaram a operação fraudulenta a serviço de redes de pequeno porte e farmácias independentes.
Os promotores do Ministério Publico relatam que o esquema driblava o pagamento do ICMS para obter alíquotas mais vantajosas em outros estados. Para não pagar mais em São Paulo, os acusados enviavam os medicamentos para Goiás. De lá, a mercadoria era levada de volta para São Paulo, onde distribuidoras recolhiam o imposto. Quando o fisco chegava para cobrar, essas empresas já não existiam, não tinham patrimônio ou não se encontrava nenhum sócio efetivamente dessa empresa.
Mas para que esse esquema funcionasse, uma das figuras importantes era David Mariano Fagundes, fiscal da Sefaz-SP que solicitou aposentadoria logo após ter conhecimento das investigações. Segundo a delação, ele propôs uma consultoria para as empresas do esquema, usando o escritório do sobrinho Michel Domingos. Até sua irmã foi usada como laranja.
Dono da Farma Conde: de delegado a top 300 do varejo
O dono da Farma Conde, apenas quatro dias antes da condenação, via sua rede chegar pela primeira vez ao top 300 do varejo nacional. Ele abriu mão da função de delegado para fundar a empresa em 1993.
Hoje a companhia mantém 248 lojas em São Paulo e Minas Gerais. Este último estado era o alvo atual do projeto de expansão, com investimentos estimados em R$ 100 milhões para novas lojas e a implementação de um laboratório de suplementos alimentares, além de um centro de pesquisa e desenvolvimento.
Segundo ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o faturamento da Farma Conde passou de R$ 960 milhões em 2021 para R$ 1,23 bilhão no ano passado. O avanço de 28% fez com que a rede alcançasse a 152ª posição entre as maiores varejistas do país. Considerando apenas o mercado farmacêutico, ocupa atualmente o 14º lugar.
O que diz a defesa do fundador da Farma Conde?
A defesa do fundador da Farma Conde enviou um posicionamento oficial à imprensa após a condenação, que segue na íntegra.
“Em relação à sentença proferida pela 2ª Vara Criminal de São José dos Campos, a defesa do empresário Manoel Conde Neto informa que irá recorrer da decisão judicial baseada nos seguintes fatos:
Desde os inícios das investigações realizadas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, entre os anos de 2012 e 2017, o empresário Manoel Conde Neto sempre se colocou à disposição MP e, ao longo do processo, cumpriu integralmente todas as exigências constantes do acordo firmado com o órgão.
A atuação proativa do empresário ao longo das investigações e de todo o processo foi expressamente reconhecida nas alegações finais do Ministério Público, que afirmou categoricamente que Manoel Conde Neto cumpriu todas as obrigações assumidas.
Com a apresentação destas e de outras evidências que, inclusive, conformam todos os requisitos exigidos para afastar as imputações assacadas contra Manoel Conde Neto, sua defesa espera e confia na reforma da decisão judicial, com a concessão do Perdão Judicial, conforme Termo de Acordo de Colaboração Premiada homologado pelo Juízo local.”
A Pfizer lançou o Programa de Aceleração para Pessoas Negras, destinado aos colaboradores alocados em sua sede administrativa, em São Paulo (SP). O objetivo do projeto é dar um impulso na carreira destes profissionais.
“Nós desejamos ajudar a quebrar barreiras com mais essa ação afirmativa exclusiva para esse público”, comenta Sheila Ceglio, diretora de people experience.
O programa é dividido em cinco fases:
Letramento racial para alta liderança;
Autoconhecimento e consciência racial;
Desenvolvimento de habilidades e competências;
Plano de carreira
Estudo de caso
Para a primeira fase, o laboratório contou com a parceira da RM Consulting para selecionar 40 profissionais.
Programa da Pfizer não é primeira iniciativa para diversidade
E essa não foi a única iniciativa para reforçar a diversidade. No recente processo seletivo para estagiários promovido pela Pfizer, metade das vagas eram destinadas para profissionais negros e 71% das candidaturas se enquadravam no pré-requisito.
“Queremos que o nosso quadro de colaboradores reflita, cada vez mais, a composição da sociedade em que atuamos”, afirma a executiva.
Internado no início de agosto devido a uma insuficiência cardíaca, o apresentador Fausto Silva, após uma piora no quadro, agora aguarda na fila para um transplante de coração. As informações foram divulgadas pelo Hospital Israelita Albert Einstein no domingo, dia 20.
A situação de Faustão levantou uma série de dúvidas sobre a condição, que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. “A insuficiência cardíaca é caracterizada pela incapacidade do coração de funcionar adequadamente, deixando de bombear sangue para outros órgãos e tecidos, o que compromete a saúde do organismo e a qualidade de vida do paciente.
Causas da insuficiência cardíaca
As causas são extremamente variadas e, de maneira geral, a insuficiência cardíaca é a consequência final de muitas condições que afetam o coração, como infarto, hipertensão e doenças nas válvulas do órgão”, explica Caroline Reigada, nefrologista especialista em Medicina Interna pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e em Nefrologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
De acordo com a médica, a discussão sobre a doença na mídia é importante para conscientizar a população sobre seus fatores de risco, visto que a prevenção é a melhor estratégia quando se trata de insuficiência cardíaca. “Além de condições prévias do coração e histórico familiar de problemas cardíacos, doenças metabólicas, como diabetes e obesidade, e maus hábitos, como o tabagismo e uma alimentação rica em sal e gorduras, também podem favorecer quadros de insuficiência cardíaca. Por isso, é fundamental adotar um estilo de vida saudável, com prática regular de atividade física, dieta balanceada, controle do peso e bons hábitos de sono”, aconselha a especialista.
Caroline ressalta, ainda, a importância de atentar-se aos sintomas, pois a insuficiência cardíaca ainda é muito negligenciada e o diagnóstico precoce garante um melhor prognóstico com menor intervenção. “No início, a insuficiência cardíaca pode não apresentar sintomas. E quando esses sinais começam a aparecer, muitas vezes, não são óbvios.
É comum, por exemplo, sentir cansaço e falta de ar, que tendem a ser ignorados tanto por pacientes quanto por médicos, atrasando o diagnóstico. Em casos mais graves, no entanto, é possível notar inchaço nos membros inferiores e no abdômen, perda de apetite, confusão mental, tosse e dificuldade para dormir devido à respiração prejudicada”, detalha a médica, que alerta que, ao notar esses sintomas, é fundamental buscar um médico, principalmente se você já possui alguma doença cardíaca.
Com o diagnóstico, o médico poderá recomendar o melhor tratamento para cada caso com base na gravidade da doença, sendo que o transplante de coração não é a única solução e é geralmente reservado para os casos mais graves e irreversíveis. “Na realidade, o primeiro passo no tratamento da insuficiência cardíaca é a mudança no estilo de vida, com adoção de uma rotina de exercícios físicos e readequação alimentar.
Essas medidas, combinadas ao uso de medicamentos que melhoram o desempenho do coração, já são capazes de fazer com que o paciente conviva bem com a doença. Mas, caso não haja resposta a essa abordagem, é possível optar por outras estratégias, como a implantação de aparelhos semelhantes a marca-passos chamados de ressincronizadores, realização de cirurgias cardíacas específicas, para substituir uma válvula por exemplo, ou então o transplante de coração”, finaliza a especialista.
O linfoma não Hodgkin é um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático, uma rede de pequenos vasos e gânglios linfáticos, que é parte tanto do sistema circulatório como do sistema imune.
Segundo a hematologista e professora do curso de Medicina do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), Carolina de Melo Fernandes Rolo, esse é um dos tipos de câncer hematológico mais comuns que existe. No entanto, os cânceres hematológicos são considerados raros se comparados com outros que atingem os adultos, como de próstata, cólon e mama.
“No linfoma não Hodgkin, é possível notar uma grande variedade gigantesca com mais de 20 tipos diferentes, que podem ser indolentes ou agressivos. Dependendo da análise patológica, é possível diagnosticar o tipo que afeta o paciente”, complementa Carolina.
Linfoma não Hodgkin e seus riscos
O linfoma não Hodgkin, de acordo com a docente, não permite estabelecer a causa na maioria dos casos. Mas é possível notar alguns fatores de riscos. Entre alguns exemplos estão a exposição a produtos químicos e alguns tipos de vírus.
Esse câncer acomete os linfonodos, órgãos espalhados pelo corpo humano. É comum que o paciente queixe de um aumento de tamanho dos linfonodos quando tem o câncer: por exemplo, é comum o aumento desses órgãos na garganta infeccionada e sua diminuição com o passar da inflamação; caso não diminua ou aumente sem aparente infecção, deve-se buscar um serviço médico.
“Se por acaso esse linfonodo aumentar progressivamente sem apresentar uma infecção concomitante e o paciente perceber um crescimento em algumas partes do corpo, como pescoço, axila e virilha, é importante procurar um especialista, pois pode ser um indício de linfoma não Hodgkin”, frisa Carolina.
O paciente também pode apresentar perda de peso, febre, suores durante a noite e alguns outros sintomas relacionados, como anemia, queda de imunidade e facilidade para sangramento.
Quanto à cura, a médica explica que vai depender bastante do subtipo do linfoma Não Hodgkin. “Existem os indolentes e os agressivos. No primeiro, normalmente sabemos que se multiplicam mais devagar, geralmente não têm cura, e muitas vezes o paciente vai ser assintomático, conseguindo conviver com a doença e, em algumas ocasiões, falecerá de outros motivos”, diz.
Já os agressivos apresentam possibilidade de cura e a taxa vai depender do subtipo. “O mais comum do tipo agressivo é o não Hodgkin de grandes células B. Quando esse linfoma é localizado, o paciente pode ter uma taxa de cura acima de 80%, segundo a literatura médica. E nas situações em que estiver mais avançado e acometer outros órgãos, a taxa pode cair em torno de 50%”, informa.
A hematologista e professora do Unipê afirma que o tratamento também depende do tipo de linfoma. “No caso dos indolentes, se o paciente estiver assintomático, dependendo da situação ele não vai precisar realizar tratamento, enquanto nos agressivos, na maioria das vezes ele será tratado com quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. Em algumas situações, indicamos também o transplante de medula óssea”, finaliza.
Os medicamentos genéricos são uma ferramenta amplamente reconhecida para democratizar o acesso a saúde. Mas tem quem não queira perder a sua fatia do bolo. As informações são do Intercept.
De acordo com um levantamento do Grupo Farma Brasil, quase 50 remédios de alto custo vivem disputas judiciais de patente que impedem a produção de genéricos. Dentre as doenças que poderiam ter um tratamento mais democrático, estão o diabetes, o TDAH, o HIV e até mesmo o câncer.
O Supremo Tribunal Federal (STF) já determinou, em 2021, que as patentes farmacêuticas, que impedem medicamentos genéricos, devem ter uma duração máxima de 20 anos. Só que isso não impediu que o tema seguisse nos tribunais.
Medicamentos genéricos poderiam tratar doenças de alta complexidade
De acordo com o levantamento do Grupo Farma Brasil, o câncer é a doença mais afetada pelas ações judicias que impedem medicamentos genéricos. 12 químicos para esse fim possuem embargo.
Na sequência vêm os tratamentos para diabetes (nove medicamentos) e os imunossupressores (quatro medicamentos). Outras doenças afetadas são:
AVC
Depressão
Esclerose múltipla
Hipertensão
HIV
Inflamações
Insuficiência cardíaca
Reumatismo
Essas ações judicias protegem medicamentos cujas patentes já venceram ou se encerram ainda em 2023 na maioria dos casos.
Farmacêuticas são “reincidentes”
Também usando como base o estudo, é possível notar que algumas farmacêuticas estão especialmente empenhadas em impedir que seus fármacos se tornem medicamentos genéricos.
A “campeã” é a Novo Nordisk, que já moveu seis ações na justiça. O top três é composto com Novartis (4) e Pfizer (3). Também figuram na lista Johnson & Johnson, Bayer, AstraZeneca, Janssen, Wyeth, Bristol-Myers Squibb, Astellas Pharma e MSD, todas com ao menos duas ações.
Respostas dos laboratórios
Procurados pela reportagem, os laboratórios que moveram ações para barrar medicamentos genéricos se posicionaram das seguintes maneiras.
A Bayer afirmou que deseja manter suas patentes pelo tempo suficiente para atingir “objetivos econômicos e sociais”.
A Astellas afirmou que não comenta casos em andamento. A Bristol-Myers Squibb também disse apenas que não comenta casos em sub judice.
A Novo Nordisk alega que deseja somente reaver aquilo que perdeu pela “inércia do INPI durante a fase de análise” e classificou como “atrasos históricos” o tempo levado pelo órgão para analisar os pedidos de patentes.
Os atrasos do INPI também são a justificativa por trás das ações movidas pela Janssen, Johnson & Johnson e Pfizer.
O sangue dourado é considerado o tipo sanguíneo mais raro do mundo. Também identificado como RH nulo, acomete menos de 50 pessoas. No Brasil, há conhecimento de pelo menos dois casos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Segundo Maria Cristina Pessoa dos Santos, hemoterapeuta chefe da agência transfusional do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, gerido pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, os diferentes tipos sanguíneos são definidos pelos antígenos que eles carregam, que são as proteínas presentes nos glóbulos vermelhos (hemácias). Atualmente, existem 44 sistemas de grupos sanguíneos reconhecidos, contendo 354 antígenos de hemácias.
“Essas classificações são muito importantes, pois determinam, de acordo com sua presença ou ausência no sangue, de quem um indivíduo pode receber ou para quem pode doar sangue”, destaca.
Segundo a especialista, o sangue do tipo A é considerado o mais comum no Brasil, seguido pelo tipo O. Entre os menos incidentes estão os tipos B e AB. “Estudos indicam que apenas 8% da população brasileira possui sangue tipo B, incidência ainda menor para o tipo AB.”
Sangue dourado é especial e perigoso
Já o sangue dourado ocorre quando as hemácias não contam com nenhum tipo de antígeno RhD, o que o torna, ao mesmo tempo, muito especial e perigoso para quem o possui.
“Sem o fator RH, o indivíduo seria, teoricamente, o verdadeiro doador universal, uma vez que seu sangue não terá conflito com os antígenos existentes nos outros tipos sanguíneos, desde que seja respeitado o sistema ABO. No entanto, suas hemácias têm vida média mais curta e apresentam um certo grau de anemia. Eles só devem doar para outras pessoas com o mesmo fenótipo, pois estes só podem receber sangue desse mesmo grupo, o que, devido à sua raridade, pode se tornar um grande risco à sua vida”, detalha.
A médica destaca que esse tipo de sangue ocorre quando pai e mãe possuem a mesma mutação genética. É o caso das duas brasileiras que fazem parte do grupo e – ambas são irmãs, sendo uma moradora do Rio de Janeiro (RJ) e outra de Juiz de Fora (MG), e monitoradas pela equipe do Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), do Ministério da Saúde, que centraliza as informações de doadores raros registrados nos hemocentros públicos do país.
Maria Cristina ressalta que pessoas com sangue dourado devem ter sua saúde acompanhada de perto, uma vez que há riscos de desenvolverem anemia devido à fragilidade da estrutura dos glóbulos vermelhos.
O ideal, segundo ela, é realizar o congelamento das hemácias de tipos raros de sangue, a fim de assegurar uma reserva para possíveis casos de transfusão. “Hemácias não congeladas duram apenas 42 dias, o que inviabiliza uma doação emergencial quando se precisa buscar um doador em outro país. No caso das duas brasileiras, caso uma delas necessite de sangue e a outra esteja impossibilitada de doar, o ideal é que possamos recorrer a um estoque reserva”, frisa.