Cientistas brasileiros preparam o primeiro estudo de fase 3 (com testes em seres humanos) sobre os efeitos do canabidiol (CBD) medicinal no tratamento da síndrome pós-covid-19, que corre quando alguns sintomas persistem 60 dias ou mais após o início da doença. As informações são do Estadão.
Segundo a reportagem, especialistas acreditam que o CDB, um dos princípios ativos da Cannabis sativa (maconha), seja eficaz na redução de problemas relatados pelos pacientes. Eles incluem fadiga, fraqueza muscular, insônia, dores de cabeça e problemas psiquiátricos, como depressão e ansiedade.
Parte desses sintomas persistentes decorre de uma resposta imunológica exagerada do organismo ao vírus. Essa reação, por sua vez, leva ao desequilíbrio da produção de proteínas do sistema imunológico, as citoquinas. O CBD já tem eficácia comprovada contra quadros inflamatórios graves. A ideia é recrutar cerca de mil voluntários para o estudo, previsto para começar em outubro deste ano.
De acordo com Edimar Bocchi, cardiologista do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP, que coordenará a nova pesquisa em parceria com a empresa canadense Verdemed, produtora do CBD medicinal, estudos internacionais já demonstraram o efeito anti-inflamatório do CBD, que pode ajudar a controlar essa ‘tempestade de citoquinas.
A Verdemed já protocolou na Anvisa pedido de registro do produto. Quer vendê-lo no Brasil. A empresa espera conseguir a liberação para o início de 2022. Depois de um longo período de pandemia, ainda bastante intensa em algumas partes do mundo, a pós-covid, atualmente, representa também um grande desafio para os médicos.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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Dr. Bertalan Meskó, uma das principais vozes mundiais para assuntos associados à tecnologia em saúde e diretor do instituto The Medical Futurist, trouxe importantes provocações para os participantes do Abrafarma Future Trends. E o especialista foi taxativo ao declarar que “os farmacêuticos são os ativos mais subutilizados na saúde”.
O evento entrou nesta terça-feira (14 de setembro) em seu segundo dia, tendo início com uma rápida explanação de Jarbas Barbosa, vice-diretor geral da Organização Pan-Americana de Saúde. Na sequência, o médico húngaro começou sua série de reflexões sobre o papel das novas tecnologias em meio a barreiras como o déficit global de 5 milhões de profissionais no setor e a falta de adesão de 1/3 dos pacientes ao tratamento.
“Mas não estamos diante de uma revolução tecnológica. Estamos falando de uma transformação cultural, na qual o consumidor/paciente sai da posição passiva na relação com o profissionais de saúde para se empoderar e se envolver por inteiro em seu tratamento”, ressalta.
E nesse contexto, os farmacêuticos ganham especial relevância. “Eles são os recursos mais subutilizados na saúde. Reúnem uma gama de conhecimentos fundamentais para ajudar o paciente a interpretar os dados clínicos e garantir um encaminhamento mais preciso ao médico”, observa.
Farmácias como postos de saúde avançados
A implementação de quiosques e salas de saúde no varejo farmacêutico é uma tendência, assim como a integração do setor ao ecossistema de saúde, por meio de exames rápidos e sistemas de teleatendimento clínico. No entanto, Meskó acredita que esses cenários já estão defasados quando se pensa na farmácia do futuro.
“Hoje, já se espera que as farmácias sejam verdadeiros postos de saúde avançados. Elas atuariam como uma extensão da indústria farmacêutica, colocando em prática tecnologias como a impressão de medicamentos em 3D”, pontua.
Paciente no centro? Não, é preciso ir além
Colocar o paciente no centro das decisões tornou-se quase um mantra para o mercado farmacêutico. Mas para Meskó, é preciso ir muito além. “Não basta ele estar no centro. Ele precisa estar envolvido diretamente nas decisões de alto nível. Não podemos projetar a estrutura de uma farmácia com serviços de saúde, por exemplo, sem obter as impressões e o veredicto do cliente”, argumenta.
“O consumidor não quer somente medicamentos, mas os remédios integrados a um aplicativo de saúde digital. É o que começa a acontecer em mercados como a Alemanha. Mesmo mais dispendiosos à primeira vista, são recursos que garantem a adesão ao tratamento e geram economia para todo o sistema”, conclui.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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A ação é de autoria do Ministério Público do Trabalho do Pará e Amapá (MPT), que apurou denúncias de condutas abusivas contra cinco funcionários da instituição. No processo judicial eletrônico do caso, divulgado nesta segunda-feira (13), as vítimas relatam que sofreram advertências e descontos indevidos, agressões verbais, mudanças arbitrárias de cargos e atribuições, além de perseguições e ameaças dentro do ambiente de trabalho.
A Justiça ordenou o afastamento imediato de Daniel Jackson até o final da sua gestão, sob pena de pagamento de multa de R$ 20 mil, em caso de transgressão. Ainda foram requeridas diversas obrigações para serem cumpridas pelo presidente e pelo CRF-PA, sob pena de multa diária de R$10 mil por infração e trabalhador prejudicado.
Dentre as determinações, estão atuar na prevenção, fiscalização e punição de práticas que possam ser caracterizadas como assédio moral. Além disso, os funcionários do Conselho não devem permitir e nem tolerar situações propositais que afetem negativamente as condições de trabalho.
Em nota, a diretoria interventora definitiva do Conselho Regional de Farmácia do Pará informou que, desde o dia 4 de setembro, Daniel Jackson já estava definitivamente destituído do cargo pelo Plenário do Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Segundo a diretoria do órgão, essa decisão foi tomada em decorrência dos resultados de uma sindicância realizada pelo CFF, demandada via ofício pelo Ministério Público do Estado do Pará. O ofício foi encaminhado ao CFF pelo Ministério Público do Pará (MPPA) em desdobramento à Operação Álcool 70%, que apurou desvio de verba da Secretaria de Saúde do Estado do Pará (SESPA). A nova diretoria interventora permanecerá a frente da instituição até o resultado das eleições em curso.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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O Laboratório Teuto apresenta o Caprin, medicamento composto por heparina suína. O fármaco, para uso hospitalar, é indicado para terapia anticoagulante na profilaxia e tratamento de trombose venosa e sua extensão (em baixo regime).
O medicamento destina-se especialmente a pacientes submetidos à cirurgia abdominotorácica de grande porte ou que, por outras razões, estejam em risco de desenvolver doença tromboembólica para profilaxia e tratamento de embolia pulmonar, para fibrilação atrial com embolização; para diagnóstico e tratamento de coagulopáticos de consumo agudos e crônicos.
O produto, a base de Heparina de Sódio derivado da mucosa intestinal suína, é disponibilizado ao mercado hospitalar na forma de Solução Injetável 25.000 UI com 10 frascos ampolas de 5mL. A importação do medicamento pelo Laboratório Teuto, em caráter excepcional para uso exclusivo em estabelecimentos de saúde, visa atender à emergência de saúde pública relacionada à pandemia da Covid-19 e está de acordo com as diretrizes da Anvisa previstas nas RDC’S 483 de 19 de março de 2021 e 516/2021 e 524 de 8 de julho de 2021.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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A Pom Pom e a Fisher-Price, marcas referências em itens infantis, uniram-se para lançar a linha de fraldas Pom Pom Derma Protek – com tamanhos que vão do RN ao XXG.
Com um design exclusivo, que remete ao universo lúdico da Fisher-Price, as fraldas têm loção hidratante, extratos naturais como calêndula, camomila e aveia. A composição evita que a pele do bebê fique irritadiça e garante absorção duas vezes mais rápida.
“Nossa maior preocupação sempre foi oferecer produtos de qualidade aliados à segurança para as mães. A parceria com a Fisher-Price trouxe um respaldo importante para nosso produto”, explica Haeckel Almeida, gerente de marketing da Pom Pom.
Distribuidora: distribuição própria Gerente de marketing: Haeckel Almeida
Referência em proteção feminina, a Always® apresenta o Always Proteção de Algodão, o único absorvente brasileiro com cobertura 100% hipoalergênica. O produto contém algodão de fonte orgânica, sem perfume, tintas e parabenos, além de fibras de absorção antivazamento.
Outra novidade da marca é o Always Discreet, desenvolvido para mulheres com incontinência urinária. Disponível nas versões protetor diário e absorvente diurno e noturno, promove conforto, proteção e neutraliza os odores. “Com esse lançamento, também enfatizamos a importância de falar sobre esse problema, algo mais comum do que se imagina e que não deveria ser tratado como um tabu”, avalia Laura Vicentini, vice-presidente de marketing de cuidados femininos da P&G.
Distribuidora: P&G Gerente de marketing e produto: Silvia Raia – 11/5508-8800
Os primeiros sinais e sintomas de problemas no fígado são a dor abdominal do lado direito e a barriga inchada. Além desses, também podem ocorrer os sinais de cor amarelada na pele e nos olhos e urina escura, de cor amarelo forte.
Algumas das causas comuns de problemas no fígado são o excesso de gordura neste órgão, que ocorre principalmente em pessoas com excesso de peso ou que não praticam atividade física, o excesso de álcool, o uso abusivo de medicamentos e doenças como hepatite, cirrose, ascite, esquistossomose e hipertensão portal.
Diante da presença destes sintomas, é importante procurar o médico para investigar a causa do problema e iniciar o tratamento adequado.
Tratamento
O tratamento a ser feito depende das causas da doença, mas os casos mais leves são tratados apenas com alterações na dieta. No entanto, nas situações de maior gravidade, também podem ser necessários tomar remédios para diminuir a inflamação, o colesterol, a glicemia e outros fatores que afetam o fígado.
Além disso, deve-se conversar com o médico e pedir autorização para complementar o tratamento com remédios caseiros que ajudam a limpar este órgão, como os feitos com boldo, alface ou alfazema.
Alimentação para tratar o fígado
Em caso de problemas no fígado, recomenda-se beber pelo menos 1,5 L de água por dia e consumir alimentos de fácil digestão e com pouca gordura, como peixes, carnes brancas, frutas, legumes, sucos naturais, queijos brancos e leite e derivados desnatados.
Além disso, deve-se preferir preparações cozidas, assadas ou grelhadas, evitando frituras, refrigerantes, biscoitos recheados, manteiga, carnes vermelhadas, salsicha, linguiça, bacon, chocolate e doces em geral, sendo também importante evitar o consumo de qualquer tipo de bebidas alcoólicas. Veja mais detalhes da dieta para o fígado.
O gastroenterologista é o médico especialista mais indicado para o tratamento das doenças do fígado, e ele deve ser consultado se os sintomas persistirem, mesmo após as alterações na dieta.
Outros sintomas
Além da dor abdominal e de inchaço na região, outros sintomas que também podem indicar algum problema no fígado são:
Enjoos e tonturas
Dores de cabeça
Cansaço fácil
Manchas roxas
Olhos ou pele amarelados
Urina mais escura
Perda de apetite
Mudança na coloração das fezes (esbranquiçadas, cinzentas ou amareladas)
Coceira
Fonte: Diário do Sertão e Redação Panorama Farmacêutico
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No mês, a taxa média para a pessoa física apresentou uma elevação de 0,07 ponto percentual (1,60 ponto percentual no ano) atingindo um aumento de 1,17% no mês (1,58% em doze meses).
O juro médio passou de 5,99% ao mês (100,99% ao ano) em julho, para 6,06% ao mês (102,59% ao ano) em agosto. É a maior taxa de juros desde dezembro de 2019.
É o que aponta pesquisa divulgada pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças).
A maior elevação registrada no mês foi no cartão de crédito, de 1,63%, passando de 12,30% ao mês (303,31% ao ano) em julho, para 12,50% ao mês (310,99% ao ano) em agosto.
A segunda maior alta foi na linha de empréstimo pessoal nos bancos. A taxa chegou a 1,47%, passando de 3,40% ao mês (49,36% ao ano) em julho, para 3,45% ao mês (50,23% ao ano) em agosto.
Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Anefac, acredita que as taxas devem continuar com uma série de altas nos próximos meses.
“Tendo em vista a piora do cenário econômico com maior risco de crédito e da elevação da inadimplência, bem como com as prováveis novas elevações da Selic frente a uma inflação maior, a tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito continuem sendo elevadas.”
Confira a seguir a elevação das taxas de juros nas linhas de créditos analisadas pela Anefac na comparação entre julho e agosto.
Juros do comércio
Houve uma alta de 0,41%, passando de 4,84% ao mês (76,33% ao ano) para 4,86% ao mês (76,73% ao ano) em agosto.
A taxa deste mês é a maior desde outubro de 2019 (4,88% ao mês – 77,14% ao ano).
Cartão de crédito
A elevação em agosto foi de 1,63%, passando de 12,30% ao mês (303,31% ao ano) para 12,50% ao mês (310,99% ao ano) em agosto.
A taxa foi a maior desde março de 2018 (12,77% ao mês – 322,98% ao ano).
Cheque especial
Houve uma elevação de 0,54%, passando a taxa de 7,38% ao mês (135,01% ao ano) em
julho/2021, para 7,42% ao mês (136,06% ao ano) em agosto/2021.
A taxa deste mês é a maior desde dezembro/2019 (11,57% ao mês – 272,02% ao ano).
CDC – bancos financiamento de automóveis
A alta na linha foi de 1,28%, passando de 1,56% ao mês (20,41% ao ano) para 1,58% (20,70% ao ano).
A taxa de agosto é a maior desde junho de 2019 (1,60% ao mês – 20,98% ao ano).
Empréstimo pessoal bancos
A pesquisa registrou uma elevação de 1,47%, passando de 3,40% ao mês (49,36% ao ano) para 3,45% ao mês (50,23% ao ano).
É a maior desde outubro de 2019 (3,46% ao mês – 50,41% ao ano).
Empréstimo pessoal financeiras
A taxa subiu 0,62% e foi de 6,48% ao mês (112,43% ao ano) para 6,52% ao mês (113,39% ao ano).
É a maior desde outubro de 2019 (6,55% ao mês – 114,11% ao ano).
Criado em 1966, por meio de uma lei sancionada no dia 13 de setembro daquele ano, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) completa 55 anos de existência nesta segunda-feira (13).
A data ocorre em meio a um momento em que os trabalhadores se veem às voltas com os efeitos da alta inflacionária (5,67% no ano e 9,68% nos últimos 12 meses, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), elevado índice de desemprego (14,1% de acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad Contínua) e retração da atividade econômica nacional.
O temor de que a inflação prejudique os trabalhadores com contas vinculadas, fazendo com que os rendimentos do fundo não acompanhem o aumento dos preços, reacende o debate em torno da forma como os correntistas são recompensados pelos valores poupados compulsoriamente. Já as dificuldades econômicas motivam parlamentares a proporem mudanças nas regras de funcionamento do FGTS. Modificações que vão da possibilidade do beneficiário usar parte do dinheiro guardado para pagar dívidas ativas com a União a novas modalidades de saque, passando pela possibilidade do correntista escolher a instituição financeira e a modalidade de aplicação financeira de sua preferência.
Remuneração
Criado para proteger o trabalhador com registro em carteira profissional em caso de demissão sem justa causa, o FGTS é como uma espécie de poupança obrigatória em cuja conta os empregadores depositam o valor correspondente a 8% do salário de cada funcionário. Ao longo do tempo, tornou-se também uma importante fonte de financiamento de projetos de infraestrutura urbana, sendo a principal fonte de recursos para financiamento habitacional do país. Segundo a Caixa, só entre 1990 e 2020, mais de 7 milhões de unidades habitacionais foram financiadas com recursos do fundo.
Como cada beneficiário só pode sacar os valores acumulados em situações específicas, previstas em lei, as contas vinculadas ao fundo são remuneradas com juros de 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Acontece que, desde o fim de 2017, a TR está em 0%.
Ou seja, na prática, o saldo em conta vem sendo corrigido em apenas 3% ao ano. Percentual, atualmente, inferior a outros indicadores inflacionários. Para especialistas do mercado financeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, o indicador da inflação oficial do país) atingirá 7,27% este ano e 3,95% em 2022. Já a Selic, que é a taxa básica de juros da economia e que, em agosto de 2020, estava em seu menor patamar histórico, 2% ao ano, vem sendo elevada gradualmente, chegando, hoje, a 5,25%. A expectativa do mercado financeiro é que a Selic atinja 7,5% no fim deste ano.
Desde 2014, tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação judicial (ADI 5090) apresentada pelo partido Solidariedade, que pede à Corte que o dinheiro dos trabalhadores passe a ser corrigido por outro índice “constitucionalmente idôneo”. Para a legenda, desde o fim dos anos 1990 que a TR se descolou de outros índices inflacionários, prejudicando os correntistas. Na ação, o Solidariedade cita, como exemplo, a discrepância observada em 2013: naquele ano, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) atingiram, respectivamente, 5,56% e 5,84%, a TR foi de 0,19%.
Além da ação direta de inconstitucionalidade, há milhares de ações individuais que buscam, na Justiça, a reparação da desvalorização do saldo do FGTS. Porém, em setembro de 2019, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, determinou a suspensão de todos os processos judiciais que questionam o uso da TR como índice de correção monetária do fundo. Desde então, milhões de brasileiros aguardam pela decisão final da Corte.
Lucros
Nos últimos cinco anos, o que engordou os rendimentos do fundo, evitando que os correntistas perdessem ainda mais dinheiro, foi a distribuição dos lucros resultantes da gestão dos recursos. Adotada em 2017, a partilha de parte dos resultados positivos que a Caixa (que assumiu a gestão dos recursos do FGTS em 1986, após a extinção do antigo Banco Nacional da Habitação – BNH) obtém administrando os recursos do fundo eleva a rentabilidade das contas vinculadas.
Este ano, por exemplo, a Caixa distribuiu, em agosto, mais de R$ 8,1 bilhões entre os trabalhadores que tinham algum saldo em suas contas em 31 de dezembro de 2020. O valor total corresponde a 96% do lucro líquido obtido no ano passado. Segundo o banco, para cada R$ 100 que tinham em conta no último dia do ano passado, o trabalhador ganhou R$ 1,86. Com isto, a rentabilidade do fundo alcançou, em 2020, 4,92% – mais que o dobro do percentual de rendimento anual da poupança e pouco mais que os 4,52% de inflação oficial (medida pelo IPCA).
Este ano, contudo, a situação pode não se repetir. Mesmo com a futura divisão dos lucros, a remuneração total do fundo deve ficar abaixo da inflação. “Neste momento de alta inflacionária, há, de fato, um problema”, disse o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clovis Scherer.
“É possível que a rentabilidade das contas vinculadas não alcance as perdas com a inflação caso esta continue subindo – mesmo com a provável distribuição, em 2022, dos resultados [lucros] deste ano”, acrescentou o economista, alertando que, apesar da conjuntura, o FGTS precisa ser discutido de forma abrangente, já que, ao longo do tempo, o fundo, além de contemplar os trabalhadores, passou a ser uma das principais fontes de financiamento de projetos públicos de infraestrutura e moradia.
“Não podemos olhar o fundo a curto prazo. A fórmula [de remuneração TR + 3% a.a. + lucros] vem funcionando e, nos últimos anos, se mostrou eficaz, garantindo ganhos reais anuais. Esperamos que a inflação volte a cair e, assim, o fundo recupere sua capacidade de remunerar os correntistas”, completou Scherer.
“Seria justo corrigir as contas pela inflação oficial? Seria, pois trata-se de preservar o patrimônio dos trabalhadores, mas o que faríamos para garantir a saúde financeira do fundo e manter seu papel social e econômico? Muitos correntistas são mutuários e pagam prestações de contratos de financiamento imobiliário que também não são corrigidos pela inflação. Para manter a sustentabilidade do fundo, se as despesas aumentam, é necessário aumentar as receitas. E, hoje, a principal fonte de receitas é a cobrança de juros nas operações de crédito. Ou seja, se o índice inflacionário fosse automaticamente aplicado ao reajuste do saldo em conta, acho que seria inevitável aplicá-lo também aos futuros contratos de financiamento”, acrescentou o economista, alertando que a mudança poderia descaracterizar o propósito do FGTS – da mesma forma que alguns dos projetos que tramitam no Congresso.
“O grande risco me parece ser as iniciativas que almejam criar outras modalidades de saque. Isso é preocupante, pois, às vezes são criadas possibilidades que, apesar dos bons argumentos, descaracterizam o propósito do fundo e o enfraquecem, reduzindo sua capacidade de financiar importantes projetos habitacionais e de infraestrutura de mobilidade urbana”, finalizou Scherer, para quem o saldo de 55 anos de FGTS é “extremamente positivo”. “O que precisamos agora é discutir o fundo como um todo, definindo o papel que queremos que ela cumpra no futuro.”
Modalidades de saque
Todo trabalhador brasileiro com contrato de trabalho formal, regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), tem direito ao FGTS, bem como os trabalhadores domésticos, rurais, temporários, intermitentes, avulsos, safreiros (operários rurais que trabalham apenas no período de colheita) e atletas profissionais.
O beneficiário pode sacar os recursos disponíveis caso seja demitido sem justa causa; se aposente; complete 70 anos de idade (mesmo que continue trabalhando) ou fique por três anos ininterruptos fora do regime do FGTS, inativando sua conta.
Também é possível acessar o dinheiro disponível pelo término do contrato de trabalho por tempo determinado; rescisão contratual por falência ou morte do empregador ou por motivo de força maior (incluindo anulação do contrato); comprovada necessidade pessoal em caso de desastres naturais; suspensão do trabalho avulso e caso o trabalhador seja diagnosticado com HIV ou câncer, bem como em estágio terminal de doenças graves. Em caso de falecimento do beneficiário, seus dependentes também podem sacar o recurso disponível.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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O Brasil enfrenta a pior crise hídrica das últimas décadas e, diante da falta de chuvas, diversos reservatórios de hidrelétricas estão próximos do nível mínimo para a geração de energia elétrica. Os sistemas do Sudeste e Centro-Oeste têm a situação mais crítica, e operam hoje com o volume médio de 20% da capacidade.
No último dia 31, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou a criação de uma nova bandeira tarifária, chamada “escassez hídrica”, que tem um valor extra de R$ 14,20 pelo consumo a cada 100 quilowatts-hora. Com a energia mais cara, o impacto é direto no bolso dos consumidores e nos custos para setores como agricultura, indústria e serviços.
Neste episódio do E Tem Mais, Roberta Russo apresenta um panorama do agravamento da situação dos reservatórios das hidrelétricas e do consequente aumento dos custos da geração de energia no país. Com a participação do economista Diogo Lisbona, pesquisador do FGV Ceri (dedicado a estudos de infraestrutura), o episódio aponta fatores que contribuem para a alta do preço da conta de luz e os riscos de falta de energia diante do atual cenário de consumo elevado e escassez hídrica.