Cenário econômico é o telhado de vidro de Bolsonaro

1

O cenário econômico deverá continuar apresentando bastante turbulência, enquanto a corrida presidencial de 2022 não estiver definida, e será o telhado de vidro do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As pesquisas, por enquanto, não apontam grandes chances de uma terceira via para chegar ao segundo turno e, com isso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança. O chefe do Executivo continua em segundo, mas com uma rejeição maior, acima de 50%, e o clima de polarização vem se cristalizando, para desespero dos agentes econômicos.

Veja também: Com inflação em alta, rentabilidade da poupança em 12 meses é a pior desde 1991

Enquanto isso, empresários, banqueiros e entidades empresariais tentam articular nos bastidores e buscar um nome capaz de formar uma boa chapa para atrair os 30% de eleitores que não querem Lula nem Bolsonaro, ainda sem sucesso. Analistas não têm dúvidas de que o calcanhar de Aquiles de Bolsonaro, ao contrário do que se imaginava no início do ano, será a economia, que não deverá apresentar bons indicadores no ano que vem.

Siga nosso Instagram

O Produto Interno Bruto (PIB) não vai crescer, a inflação continua elevada e o desemprego, também. Lucas Fernandes, coordenador de política da BMJ Consultores Associados, reconhece que, diante de tantos números ruins na economia que estão por vir, será muito difícil para o presidente se defender durante a campanha eleitoral. Portanto, munição não vai faltar para os opositores, tanto em indicadores ruins da economia quanto em vídeos polêmicos de descaso com as vítimas da pandemia. “Os candidatos da terceira via precisarão jogar muita pedra em Bolsonaro para melhorarem as próprias chances de irem para o segundo turno contra Lula”, frisa.

Aliás, Bolsonaro precisará explicar os erros que cometeu durante a pandemia da covid-19. A demora em reconhecer que a doença não era uma “gripezinha”, os deboches em vídeos imitando pessoas com falta de ar, a resistência em promover a vacinação em massa, que só avançou por pressão dos governadores, e as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado Federal serão um prato cheio para a oposição na campanha eleitoral.

Analistas lembram que a pobreza no país está aumentando devido à crise provocada pela pandemia da covid-19 e à falta de uma política econômica consistente para fazer o país conseguir crescer de forma sustentável. E é justamente para essa fatia da população que a inflação sem trégua preocupa e dói no bolso. Existem 61,1 milhões de pessoas vivendo na pobreza no país, conforme dados do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades da Universidade de São Paulo (Made/USP), um contingente que pode definir a eleição.

Os nomes cogitados até o momento, como Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB) e João Dória Jr. (PSDB), de acordo com o CEO da AP Exata, Sergio Denicoli, não apresentam força nas redes sociais e, muito menos, articulação, para conseguirem ganhar espaço na preferência dos que não querem os dois extremos. “A terceira via perdeu relevância e mobilização. A terceira via precisa das ruas, e elas estão monopolizadas pela polarização”, afirma. Segundo ele, houve diminuição do engajamento das manifestações prevista para este domingo após a carta pacificadora de Bolsonaro.

Fernandes também não vê espaço ainda para uma terceira via, apesar da mobilização de empresários nesse sentido. No caso do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), confirmado como pré-candidato do partido. Ele ainda precisará ser testado nas próximas pesquisas. “Lula tem ampla vantagem, em torno de 40%, mas gera muita incerteza quando parte para um discurso mais radical”, afirma, citando como exemplo o fato de ele ter cogitado a derrubada do teto de gastos — emenda constitucional que limita o aumento das despesas à inflação e única âncora fiscal vigente. “Mas é difícil acreditar nas chances de um candidato dessa terceira via no momento atual. Por enquanto, esses 20% a 23% de apoio de Bolsonaro garantem ele chegar no segundo turno para enfrentar Lula”, avalia.

Riscos fiscais

Vale lembrar que os benefícios da inflação mais alta no começo de 2021, que geraria uma margem extra no teto de gastos no Orçamento de 2022 para o governo gastar, não deverá existir, o que vai complicar a situação de Bolsonaro para arrumar espaço fiscal para cumprir promessas e garantir o Centrão na base governista, barrando qualquer chance de impeachment, por exemplo.

Pelas estimativas do economista e professor doutor da Universidade de São Paulo (USP), Simão Silber, o desemprego no ano que vem poderá ficar em torno de 15%, batendo novos recordes. E, apesar de o ministro da Economia, Paulo Guedes, insistir em falar que o fiscal está melhorando, porque o deficit primário está diminuindo e as despesas devem encolher de 19,5% do PIB para 17% do PIB no ano que vem, os parâmetros desse cálculo estão defasados e muitas despesas não estão incluídas como a ampliação do Bolsa Família e o impacto de quase R$ 30 bilhões nas mudanças.“A conta não fecha, e deficit zero é impossível até 2024. Esquece”, afirma Silber, rebatendo a promessa de Guedes em zerar o rombo das contas públicas no ano que vem.

Para a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, o governo terá grandes dificuldades para ampliar o Bolsa Família e, até agora, não apresentou uma boa saída para o problema dos R$ 89,1 bilhões de precatórios — dívidas judiciais — que precisam ser pagos no ano que vem e, por conta disso, não deixam espaço para despesas extras. “Essa discussão ainda precisa ser amadurecida, mas há um consenso entre investidores de que, se o governo insistir em adiar o pagamento dos precatórios, será muito pior do que tentar encontrar uma saída colocando parte da despesa fora do teto de gastos”, alerta.

“A agenda econômica prometida por Paulo Guedes ficou muito aquém do prometido. O governo não entregou a maioria das promessas, e os analistas estão mais cautelosos em relação ao risco de ruptura do regime democrático, que não deverá sair do radar tão cedo. Uma parte do mercado, que comprava o cenário de que a economia estava bombando, achava que era exagero da mídia, mas a realidade está se impondo”, destaca a sócia da Tendências.

Sem ajuda do exterior

Diante da piora das perspectivas econômicas em meio às instabilidades políticas e às ameaças de crise energética, especialistas alertam que o cenário externo não vai mais ajudar o país crescer em 2022, porque não está mais favorável como no início do ano. Eles lembram que a variante Delta da pandemia da covid-19 já está fazendo estragos lá fora, inclusive, nos Estados Unidos, e, portanto, a desaceleração global também ajuda a frear o processo de retomada.

“A China, que é responsável pela produção de metade do aço no mundo, está desacelerando devido à variante Delta e vemos o impacto disso na queda do preço do minério de ferro, uma das principais commodities exportadas pelo Brasil. Logo, as exportações não devem continuar crescendo como antes e não ajudarão a impulsionar a atividade econômica”, alerta o professor Simão Silber, professor da Universidade de São Paulo (USP).

“Bolsonaro não terá bons números da economia para apresentar em 2022, que será um ano marcado por muita incerteza e muita volatilidade. A gente também vai colher os frutos da política monetária mais restritiva e tem o risco de um cenário internacional mais desafiador, com os governos reduzindo os estímulos monetários e fiscais, o que não ajudará a economia doméstica como antes’, destaca a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria.

Na avaliação do economista Juan Jensen, sócio da 4E Consultoria, um dado positivo na conjuntura econômica é a vacinação em massa, que está ajudando na retomada recente das atividades do setor de serviços, inclusive, o comércio. Contudo, ele reconhece que, diante das incertezas políticas do momento, especialmente sobre as chances cada vez mais reduzidas de avanços nas reformas, os investimentos, que são um importante motor para o crescimento sustentável, não devem crescer nos próximos meses. “O investidor ainda está com o pé atrás em relação ao ambiente corrente e com a perspectiva de polarização nas eleições. Esse cenário afugenta os investidores de todos os lados”, alerta Jensen. Ele ressalta que, no caso de racionamento, dólar pode ir para R$ 6. (RH)

Fonte: Correio Braziliense

Uso medicinal da cannabis no tratamento de doenças raras ainda é um tabu

0

‘Foi a primeira vez que o Kauã deu um sorriso, antes disso a gente nunca tinha visto ele sorrir’, afirma Tairini Nascimento, mãe do menino de 3 anos, portador de uma síndrome rara chamada Aicardi-Goutières, e que há pouco mais de dois anos faz uso da cannabis medicinal. Os sintomas da síndrome já se manifestam nos primeiros dias de vida, e, no caso do Kauã, foi diagnosticada com uma hemorragia cerebral, dois tumores no cérebro, um início de hidrocefalia e diversas calcificações. Conforme conta Tairini, desde o princípio, ela já sabia que seu filho conviveria com muitas sequelas, sendo a principal delas as crises convulsivas.

Veja também: Farmácia do Estado passa a permitir renovação de tratamento pela internet

Os medicamentos contra as convulsões começaram a ser ministrados ainda na UTI neonatal, onde Kauã permaneceu por 73 dias após o nascimento. Segundo Tairini, eram oito medicamentos que não apresentavam o resultado esperado, pelo contrário, pareciam piorar o quadro. Na procura por um tratamento eficaz para seu filho, Tairini começou a pesquisar, por conta própria, os efeitos da cannabis como medicação contra crises convulsivas.

Siga nosso Instagram

Conhecendo mais sobre o uso, e ouvindo relatos de famílias que haviam tido sucesso, ela decidiu apostar. ‘Muitos médicos aqui de Juiz de Fora não entendiam o que o meu filho tinha, muito menos sabiam sobre a cannabis. Eu já tinha recebido muitas notícias ruins, e pensei que, pior do que estava, não podia ficar. Por isso, eu comecei a correr atrás do uso deste medicamento.’

Foi nessa corrida que ela conheceu Thaís Ventura, que, assim como Tairini, remou contra a corrente para garantir o bem estar de sua filha Annie, de 4 anos, portadora de paralisia cerebral, epilepsia e hidrocefalia. Atualmente, Annie faz apenas o uso da cannabis como medicamento para evitar as crises epilépticas, mas o caminho para conseguir a autorização para o uso desse medicamento foi longo e conturbado. ‘A Annie usava quatro medicamentos para aliviar as crises, até que a neurologista dela comentou da possibilidade de usar a cannabis, mas disse que não prescrevia, porque era um medicamento ainda muito novo. Eu comecei a pesquisar, estava desesperada procurando algum jeito de ajudar a minha menina.’

Tanto no caso da Annie, quanto no do Kauã, o uso da cannabis foi determinante para uma melhor qualidade de vida. E assim como eles, diversas outras crianças, e também adultos, têm encontrado no uso medicinal da cannabis a solução para diversos problemas de saúde. De tratamentos para a dor, até para alívio dos sintomas de depressão e ansiedade, as propriedades medicinais da cannabis têm sido cada vez mais recomendadas devido à sua eficácia. ‘A Annie convulsionava várias vezes por dia, e hoje ela não faz uso de nenhum medicamento alopático, só o cannabidiol, e as crises são totalmente esporádicas e não apresentam nenhum risco para a vida dela. Sem contar nos outros aspectos, ela desenvolveu muito nesses quatro anos desde que começou com a medicação’, afirma Thaís.

E o caso do Kauã não foi diferente. Segundo Tairini, os medicamentos que ele usava para evitar as convulsões faziam com que seu filho ficasse dopado. ‘Ele só dormia, tinha muitas crises, muitos tremores e nunca tinha sorrido. Eu sempre ouvia dizer que ele nunca iria sorrir, mas, com três semanas de uso da cannabis, ele começou a sorrir. No início, foi aquele sentimento de incredulidade, mas, depois, ele começou a melhorar muito, as crises começaram a diminuir e os exames apresentaram uma grande melhora. Depois de um ano que ele estava usando a cannabis, decidimos parar com o uso dos anticonvulsivos, mesmo contra a recomendação dos médicos. A partir disso, a qualidade de vida dele melhorou extraordináriamente.’

Thaís Ventura criou um perfil no Instagram para arrecadar recursos para custear o tratamento da filha. ‘A Annie convulsionava várias vezes por dia, e hoje ela não faz uso de nenhum medicamento alopático, só o cannabidiol’ (Foto: Arquivo Pessoal) Propriedades terapêuticas ainda em descoberta

A cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, já é usada como medicamento há mais de 2.700 anos antes de Cristo. A planta tem em sua composição diversas substâncias, entre elas, o cannabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC) – este último, responsável pela maior parte dos efeitos psicoativos da cannabis. Segundo o médico Sady Ribeiro, que atua na medicina da dor há mais de 30 anos, a experiência com o uso da cannabis tem demonstrado resultados satisfatórios no tratamento de várias patologias. ‘É importante dizer que o CBD não tem nenhuma ação psicoativa, essa substância não altera a sua percepção e nem causa dependência. Contra a epilepsia, por exemplo, o CBD tem se mostrado muito eficaz.’

No entanto, Sady afirma que estudos mais recentes têm demonstrado a importância do THC ser associado ao CBD em alguns tratamentos. O médico, que, além de Juiz de Fora, mantém consultório também em Nova Iorque, nos Estados Unidos, afirma que lá essa combinação já vem sendo adotada, diferente do Brasil, que instaurou um limite de 0,2% de THC em medicamentos importados – que são, inclusive, vendidos em farmácias no Brasil. ‘Algumas pesquisas mostram que o THC serve como uma porta aberta para que os efeitos medicinais do CBD sejam mais eficientes. Mas, diferente de outros medicamentos, o uso da cannabis não tem uma regra fixa. É um medicamento que você precisa ir sondando, já que age de forma particular em cada organismo. A gente prescreve uma pequena dose e vai acompanhando os resultados a longo prazo.’

Ele explica que a falta dessa regra padronizada se dá, em grande parte, devido a dificuldade de realizar testes chamados de ‘duplo-cego’, que tem o intuito de avaliar a resposta do medicamento no organismo dos pacientes. No geral, a indústria farmacêutica recruta dois grupos de voluntários, um que receberá placebo e outro que será efetivamente medicado. Mas para que o teste seja satisfatório, um dos princípios é que o voluntário não saiba o que está recebendo. No entanto, como muitos ao longo da vida tiveram contato com a maconha de forma recreativa, conhecem os efeitos psicoativos do THC no organismo. Por conta dessa disparidade, existe uma escassez de estudos de grupo, principalmente envolvendo o THC para uso medicinal.

Médico da dor há mais de 30 anos, Sady Ribeiro afirma que o uso da cannabis tem demonstrado resultados satisfatórios no tratamento de várias patologias. ‘O CBD (cannabidiol) não tem nenhuma ação psicoativa, essa substância não altera a sua percepção e nem causa dependência. Contra a epilepsia, por exemplo, o CBD tem se mostrado muito eficaz.’ (Foto: Arquivo Pessoal) Dificuldade de aquisição devido legislação e alto custo

Um dos principais problemas envolvendo o uso da cannabis medicinal é o custo. Atualmente a legislação brasileira, apoiada na Lei de Drogas (11.343/2006), proíbe em todo o território nacional o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, com exceção para aquelas plantas de uso exclusivamente ritualístico religioso e no caso de fins medicinais e científicos. Entretanto, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não classifica a cannabis como medicamento. O órgão é, desde 2015, responsável por regulamentar a prescrição, a importação com receita médica e a avaliação da fabricação do composto no país.

Sady Ribeiro explica que existe uma grande diferença entre a cannabis medicinal, adquirida no Brasil, e a importada dos Estados Unidos. ‘No Brasil, nós temos o óleo extraído da maconha de maneira artesanal, que, mesmo com todos os procedimentos corretos, vem carregado de todas as substâncias presentes na planta. O quanto tem de CBD e quanto tem de THC, a gente não consegue saber. Nós sabemos que tem mais THC porque ele é mais frequente. Já nos medicamentos importados, eles podem vir também em óleo ou até mesmo em comprimidos, e, como eles são produzidos por empresas estrangeiras que tem uma tecnologia avançada, é possível saber com precisão a porcentagem de CBD que existe naquela fórmula.’

No entanto, o medicamento importado dos Estados Unidos custa, em média, R$ 2.200 um frasco com 200 mg. E esse é o preço que Thaís Ventura precisa arrecadar todo mês para bancar o tratamento da Annie com o cannabidiol. ‘Eu tenho uma campanha no Instagram (@annie_go_annie) e por lá consigo muita ajuda, através de vaquinha e doações. Por isso, compramos o importado, mas o valor é inacessível para a maioria das famílias. Até mesmo o que a gente consegue comprar nas farmácias daqui, o valor não é muito diferente, fica entre R$ 2.300 e R$ 2.500 o frasco com 30ml.’

Já a Tairini, consegue o óleo da cannabis para o tratamento do Kauã em uma das únicas Organizações Não Governamentais (ONG) do Brasil que tem a autorização para produzir e distribuir o óleo artesanal da cannabis, a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace Esperança). Sua sede fica em João Pessoa, na Paraíba, e, desde 2017, está autorizada pela Justiça brasileira a cultivar e fornecer derivados da cannabis sativa aos seus associados em forma de óleos e pomadas. ‘Nós temos um gasto de R$ 400 a cada dois meses, é um preço alto, mas que a gente se esforça para pagar, porque não podemos deixar ele sem o tratamento’, diz Tairini.

Tairini consegue o óleo da cannabis para o tratamento do filho Kauã em uma das únicas Organizações Não Governamentais (ONG) do Brasil que tem a autorização para produzir o óleo da cannabis. ‘Nós temos um gasto de R$ 400 a cada dois meses, é um preço alto, mas que a gente se esforça para pagar, porque não podemos deixar ele sem o tratamento.’ (Foto: Arquivo Pessoal) Embate judicial

De acordo com dados fornecidos pela Anvisa, o crescimento da importação de produtos à base de cannabis foi de quase 1.800% em cinco anos. Apenas em 2020, foram obtidas 15.862 autorizações por parte de pessoas físicas ou associações. No Senado, atualmente tramitam quatro projetos de regulamentação do plantio e manipulação da cannabis para fins medicinais. A maior controvérsia envolve o Projeto de Lei (PL) 399/2015, que trata de uma proposta bastante ampla de regulamentação, que vai do cultivo de cannabis, tanto para extração de CBD como de THC e outros canabinóides, à fabricação e comercialização de produtos, com uma série de exigências para garantir qualidade, eficácia e segurança aos processos e aos resultados finais. Atualmente, o PL encontra-se pendente de uma decisão do presidente da Câmara, Arthur Lira, a quem cabe colocá-lo na pauta do Plenário da Casa.

A consultora comercial e representante em Juiz de Fora da empresa americana de exportação 1 Pure Cannabidiol, Cíntia Munck, explica que a autorização para o uso medicinal da cannabis necessita de uma frente conjunta entre a medicina e a Justiça. ‘A primeira dificuldade para o paciente é encontrar um médico que esteja aberto para esse tipo de tratamento. A maioria ainda é muito resistente a esses medicamentos derivados da maconha.’

Encontrado o médico, ele deverá fazer uma prescrição com o número de frascos, anual e mensal, que aquele paciente irá demandar. No entanto, conforme Cíntia, na maior parte dos casos, não há como prever a quantidade exata, principalmente por se tratar de um uso experimental. ‘Essa questão é apenas uma das barreiras burocráticas impostas pela Anvisa. Sem contar o tempo necessário para conseguir a regulamentação, que hoje em dia é de aproximadamente 20 a 30 dias, o que eu acho muito tempo para quem está à espera de um tratamento de saúde.’

Ela ainda afirma que, por mais que o cannabidiol tenha recebido a autorização para ser comercializado nas farmácias, até o momento, apenas um laboratório no Brasil conseguiu o parecer da Anvisa para realizar essa venda. ‘Para o paciente não ficar preso a uma única marca que possui o registro, ele vai ter que importar e, com isso, fazer o formulário da Anvisa, que é muito burocrático e difícil de ser preenchido, ou seja, é um processo muito demorado.’

A partir do momento em que a Anvisa emite a autorização, o paciente pode realizar a compra. Segundo Cíntia, a importação é rápida, em um ou dois dias o medicamento entra no Brasil, porém, ele fica retido na alfândega por dez dias úteis, podendo prorrogar para 20, para que seja realizada a fiscalização da Anvisa. ‘Não é o trajeto que demora, o problema da importação é a burocratização.’

Já para conseguir o canabidiol da ONG Abrace Esperança, o paciente ou responsável deve fazer um cadastro, que precisa ser aceito conforme a disponibilidade do medicamento. ‘Em alguns casos, após o cadastro, o paciente precisa entrar em uma fila. Eu já ouvi casos de pacientes que ficaram esperando até quatro meses para receber a documentação, que é um relatório médico, para assim poder realizar o cadastro, pagar uma taxa para depois receber o óleo artesanal produzido pela associação.’

Optar entre o óleo artesanal e o produto importado, na maior parte dos casos, não é uma decisão que cabe ao paciente. Cíntia afirma que em Juiz de Fora há diversos casos de pacientes que não reagiram ao tratamento com o óleo artesanal e, por isso, precisam realizar a importação dos Estados Unidos. ‘Hoje em dia, eu ajudo na importação para cerca de 20 famílias na cidade que precisam do produto.’

O alto custo faz com que muitos recorram à Justiça para conseguir ou o ressarcimento do valor gasto na compra do produto importado ou a autorização para o plantio doméstico, podendo assim, extrair o óleo artesanal de casa. Dados fornecidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) apontam que em Juiz de Fora existem 21 processos em aberto envolvendo o uso da cannabis medicinal.

Preconceito

A demora nos processos judiciais, assim como no trâmite das leis de autorização no Senado, de acordo com o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e coordenador do Laboratório Social da Cannabis, Paulo Fraga, é reflexo de um estigma que a planta vem sofrendo ao longo dos anos. ‘Desde de 1930 a maconha é proibida no Brasil, isso refreou uma série de pesquisas que poderiam ter sido desenvolvidas sobre seus aspectos medicinais e psicoativos. É apenas a partir dos anos 1990 que observamos uma movimentação a nível internacional e nacional rumo à legalização. O mais interessante é que foram através de movimentos sociais, como a Marcha da Maconha, por exemplo, que fez com que nossa legislação avançasse e certa mudança tenha sido observada quanto a isso.’

Paulo ainda afirma que a evolução dessa discussão é muito positiva, até mesmo para que os médicos possam prescrever esse medicamento sem todo o receio que envolve a ilegalidade. ‘No Brasil nós ainda estamos caminhando, apesar de nossos países vizinhos como Argentina, Uruguai, Chile, já estarem com a legislação muito mais avançada nesse quesito.’

Um dos movimentos sociais que reivindicam a legalização da cannabis é a Marcha da Maconha. Ela é um evento que acontece anualmente em diversos lugares do mundo, onde ativistas realizam uma passeata em luta pela descriminalização do uso recreativo e medicinal da cannabis sativa. Em Juiz de Fora, segundo o representante do movimento, Douglas Ribeiro, ela possui o caráter de movimento social que, além da passeata, estende o debate ao longo do ano através de diferentes ações.

Ele afirma que, no município, as pessoas ainda possuem muito receio quanto ao movimento como um todo. ‘A Marcha da Maconha é um movimento marginalizado, estereotipado, assim como os próprios usuários são. E eu percebo um medo por parte da maioria das pessoas que usam a maconha medicinal de, ao aderir a causa, serem também marginalizadas, estereotipadas e estigmatizadas. Ainda vemos uma pouca adesão desse público mais amplo à Marcha, como o de famílias que estão entrando na Justiça para conquistar o uso, por exemplo.’

Douglas ainda afirma que a pauta do uso da cannabis medicinal escancara as contradições presentes na criminalização da planta. ‘É uma planta que é criminalizada, mas tem um potencial medicinal vasto para ser usada no tratamento de diversas doenças. A pauta do uso medicinal acaba sendo uma pauta mais fácil de ser tratada com a sociedade, por isso vemos essa segregação, entre a legalização do uso medicinal e a legalização mais abrangente. O discurso é que o CBD é o composto medicinal e o THC é visto como o vilão, sendo que a maconha tem uma série de canabinóides que agem em conjunto para realizar os efeitos terapêuticos que ela tem. E uma série de pesquisas já mostram isso.’

Fonte: Tribuna de Minas

Sanofi e Medley lançam Bula Digital para facilitar a vida dos pacientes e profissionais de saúde

A tecnologia aplicada à saúde pode melhorar os processos, otimizar as etapas e gerar soluções ainda mais inteligentes. Porém, quando se trata de medicamentos, o tempo para que as informações atualizadas cheguem aos pacientes e profissionais de saúde pode demorar mais de um ano. Esse intervalo ocorre por conta do processo que envolve produção, aprovação e logística de distribuição até a chegada às farmácias, clínicas e hospitais.

Veja também: Aché lança editais para apoiar projetos voltados para o desenvolvimento social, cultural e esportivo

Pensando nisso, a Sanofi encontrou a oportunidade de agregar mais uma facilidade na jornada de saúde dos pacientes, com foco na inovação e tecnologia. A partir deste mês, as embalagens passam a contar com a ‘Bula Digital’, projeto pioneiro desenvolvido pela Sanofi Brasil e Medley, a partir de um QR nas embalagens dos produtos com as informações de bula de forma digital e sem a necessidade de um aplicativo. A bula impressa será mantida. O funcionamento é simples: ao apontar a câmera do smartphone para o código, o consumidor é redirecionado automaticamente para a versão mais atualizada da bula do produto.

Siga nosso Instagram

‘A Bula Digital tem a intenção de encurtar a distância entre a informação e a saúde utilizando a tecnologia como parceira. O projeto foi inteiramente desenvolvido pela Sanofi Brasil e Medley com um time grande por trás para garantir a agilidade e o acesso às informações de bula, e assim seguirmos com a missão de caminhar sempre ao lado de nossos pacientes e evitar a busca por informações em plataformas que não são confiáveis’, reforça Marcelo Nadruz, Head de Aceleração Digital da Sanofi.

A bula digital será disponibilizada de forma simples e fácil de navegar, com a opção de busca por palavra-chave e zoom para melhor leitura, facilitando para o paciente na hora de saber informações sobre o medicamento. Além disso, há também a possibilidade de obter as informações em pdf, através de um endereço URL, via download para qualquer dispositivo, possibilitando o armazenamento e a consulta dos dados a qualquer hora.

Fonte: Saúde Digital News

UFPR lança campanha de doações para desenvolver vacina contra a covid-19

0

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) lançou neste mês uma campanha de arrecadação de doações para viabilizar uma vacina contra a covid-19. Com recursos escassos, a pesquisa precisará de R$76 milhões em doações para seguir o cronograma estabelecido e bancar a finalização da atual fase pré-clínica, as três fases clínicas – que envolvem testes em humanos -, as despesas administrativas e a estrutura completa de uma micro fábrica.

Veja também: Europa não recebe todos os documentos necessários sobre a Sputnik V, diz site

As doações podem ser feitas por pessoas físicas e jurídicas e em qualquer valor por meio de depósito, chave pix ou transferência bancária. Todas as informações da campanha e a transparência de alocação dos valores ficam disponíveis no site vacina.ufpr.br.

Siga nosso Instagram

Com insumos nacionais e com baixo custo de produção, a pesquisa da vacina da UFPR é desenvolvida desde junho de 2020 e deve terminar a fase pré-clínica nos próximos meses. Depois disso, é preciso solicitar a aprovação da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a realização de testes em humanos, a chamada fase clínica, que deve ser concluída até o final de 2022.

Na corrida contra o tempo para desenvolver o imunizante, serão necessários mais recursos, além de R$1,265 milhão já obtido por meio da Rede Vírus, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), recursos próprios da universidade e do governo do Paraná.

‘Precisamos ter a estrutura dessa micro fábrica para a produção das doses, as instalações precisam já estar prontas para o início da fase clínica. Os equipamentos para essas salas têm um custo altíssimo, por isso precisamos do investimento agora’, explica Helton José Alves, superintendente de parcerias e inovação da UFPR.

Segundo o líder da equipe de pesquisadores, Emanuel Maltempi de Souza, a micro fábrica é necessária para produzir a vacina em boas práticas de fabricação, seguindo a mais estrita regulamentação de produção de medicamentos injetáveis. Devem ser produzidas de 50 a 100 mil doses no local.

O laboratório será também um legado para outras pesquisas: ‘No momento temos vários projetos de pesquisa com potencial inovador enorme, mas que morrem na bancada por falta de estrutura. Esse é um grande obstáculo que gostaríamos de vencer com esse programa’, diz Souza.

Toda a arrecadação será destinada ao Programa de Desenvolvimento de Imunizantes UFPR, com duração prevista para os próximos cinco anos. Os recursos doados serão depositados em conta exclusiva para o projeto da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Paraná (Funpar), para que possam ser rapidamente captados e colocados à disposição. O superintendente informa que utilizar uma conta da UFPR dificultaria o processo, já que o recurso precisa ser usado dentro de um ano, além da lentidão dos processos de licitação e um limite orçamentário muito pequeno.

Até agora, houve indicativos de investimentos pela bancada paranaense de deputados federais, que pretende alocar uma emenda impositiva de R$10 milhões para quando a pesquisa estiver já na fase clínica. O Tribunal de Contas do Paraná também mostrou o interesse em realizar uma doação de cerca de R$18 milhões no final da fase pré-clínica. Alves conta que o projeto ainda foi apresentado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e que empresas estão em contato para possíveis doações.

Para o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, a universidade está buscando as condições para realizar a sua missão na sociedade. ‘Temos uma incerteza de como ficará o orçamento para o ano que vem, quando começaremos as fases clínicas. Como estamos tratando de algo muito sensível e que demanda urgência, estamos movendo todas as iniciativas possíveis para a pesquisa não ser interrompida’, declarou o reitor.

Ainda que a campanha seja uma das formas propostas de arrecadar recursos para a pesquisa, os envolvidos entendem que o País se encontra numa situação complicada economicamente. Para Souza, o mais importante já foi conquistado, que é o reconhecimento do público de que a ciência e a universidade são importantes para um país melhor.

Outras universidades brasileiras que estão desenvolvendo vacinas contra a covid-19 também precisaram buscar recursos de formas alternativas. Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) contou com o apoio da prefeitura de Belo Horizonte, num repasse de R$30 milhões. Já a Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) recebeu verba do fundo internacional Fast Grants, que segundo a instituição é suficiente até o final dos estudos pré-clínicos. Ainda não há estimativa de financiamento necessário para as próximas fases.

Por outro lado, a vacina Versamune, desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, conta com financiamento unicamente do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da própria empresa Farmacore, responsável pela pesquisa e desenvolvimento.

No dia 11 de junho, o presidente Jair Bolsonaro sancionou um projeto aprovado pelo Congresso que libera o crédito suplementar de R$ 415 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológicopara financiar testes clínicos de vacinas brasileiras contra a covid. Até então, o valor estava bloqueado pelo governo federal. O fundo é vinculado ao MCTI e é o principal instrumento de financiamento a pesquisas científicas no País.

Como funciona a vacina da UFPR?

Até o momento, os resultados da vacina da UFPR são animadores, conta o pesquisador. A vacina estimula a produção de anticorpos de forma semelhante ou até mais elevada do que outros imunizantes, segundo a equipe de cientistas responsável pelo projeto.

A tecnologia desenvolvida consiste em nanopartículas de um polímero biodegradável associadas à proteína viral Spike, que é responsável pela entrada do vírus nas nossas células. Essa configuração não precisa utilizar o vírus inteiro nem adjuvante na solução, já que o biopolímero tem esse efeito. Esse é o diferencial dessa vacina, o polímero é biocompatível e biodegradável, não provoca efeitos tóxicos. Assim, a resposta imunológica é apenas contra a proteína do vírus.

Segundo o líder da pesquisa, a tecnologia é relativamente simples de ser reproduzida por laboratórios, além de ter custo baixo, com estimativa de R$5 a R$10 por dose. No futuro, a equipe também estuda a possibilidade de facilitar o transporte da vacina na forma em pó, o que aumentaria ainda mais a estabilidade da solução. Souza explica que a estabilidade da vacina já é muito boa e que pode ser mantida em temperatura de geladeira.

Fonte: PressFrom – Brasil

Europa não recebe todos os documentos necessários sobre a Sputnik V, diz site

1

A EMA (Agência Europeia de Medicamentos) não recebeu todos os documentos e informações necessárias sobre a vacina russa Sputnik V. Dados considerados como padrão para a aprovação de uma vacina não foram fornecidos pelas produtores do imunizante contra a covid-19.

Veja também: Canabidiol será testado contra efeitos da ‘covid longa’

Entre os dados que não foram recebidos estão os relacionados à fabricação da vacina e os possíveis efeitos adversos do uso. Além disso, as informações sobre os estudos clínicos foram submetidas de forma incompleta, de acordo com a Reuters.

Siga nosso Instagram

A agência de notícias também afirma que a agência reguladora de medicamentos da França descobriu que os produtores da Sputnik V não documentaram como deveriam o processo de produção da vacina. Assim, eles não conseguiram provar que não há risco de contaminação do imunizante.

A avaliação de segurança e eficácia da vacina russa pela EMA está atrasada. Os produtores deveriam ter enviado dados sobre os estudos clínicos em 10 de junho, mas a documentação não foi submetida.

A falta de documentos que comprovem a segurança da vacina e sua eficácia também foram indicadas como problemas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os mecanismos de segurança da vacina, como os avaliados pela agência francesa, foram criticados pela reguladora brasileira ainda em abril.

Na época, a Anvisa afirmou que os produtores da Sputnik V não apresentaram dados sobre como a tecnologia utilizada na vacina poderia impactar o corpo do ser humano. A agência também alegou que teve dificuldades para avaliar as fábricas em que o imunizante é produzido.

Em junho, a Anvisa liberou a importação e o uso excepcionais da Sputnik V. Mas estipulou diversas regras para o imunizante no Brasil, incluindo o acompanhamento constante das pessoas que o utilizarem.

A Sputnik V é produzida pelo Instituto Gamaleya. Fontes afirmaram à Reuters que a falta de informação é uma questão de experiência e não de esconder possíveis resultados e efeitos adversos. ‘Eles não estão acostumados a trabalhar com uma agência reguladora como a EMA.’

O Gamaleya é supervisionado pelo Ministério da Saúde da Rússia. A venda do imunizante é feita pelo RDIF (Fundo de Investimento Direto Russo), que afirmou à Reuters que a Sputnik V estava sendo atacada por um ‘lobby farmacêutico ocidental’. Também disse que tem trabalhado com a EMA e não ter recebido nenhum questionamento sobre a eficácia e segurança de sua vacina.

Fonte: PressFrom

Farmácia do RS passa a permitir renovação de tratamento pela internet

0

Usuários da Farmácia Digital RS agora podem renovar tratamento pela Farmácia Digital RS pela internet. Outra novidade é a inclusão de novos itens à lista de medicamentos e terapias nutricionais disponíveis para solicitação pela plataforma. As mudanças foram implementadas pelo Departamento de Assistência Farmacêutica (DEAF), da Secretaria da Saúde (SES), na quarta-feira (8/9).

Até o momento, apenas as primeiras solicitações de tratamentos estavam disponíveis por meio digital. Para a renovação periódica, o usuário precisava se deslocar até a Farmácia de Medicamentos Especiais do seu município. A renovação digital é uma iniciativa inédita no país, que possibilita aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) maior rapidez e segurança para continuidade de seus tratamentos com medicamentos disponibilizados pela SES. Qualquer usuário que já esteja em tratamento e recebendo seus medicamentos pelo Estado poderá utilizar a Farmácia Digital RS para fazer a renovação.

Primeira solicitação

Para os usuários que ainda não iniciaram seu tratamento e precisam solicitar medicamentos pela primeira vez, a lista de apresentações disponibilizadas para realização do pedido digital ainda não engloba todos ofertados pela SES, porque alguns deles requerem exames e perícia mais complexos. Porém, com o tempo, todos serão incluídos na Farmácia Digital RS.

Em setembro, foram incluídas novas linhas de cuidado de doenças como artrite psoríaca, dermatomiosite/polimiosite, esclerose sistêmica, lúpus eritematoso sistêmico, endometriose, transtorno esquizoafetivo e epilepsia. As solicitações e renovações devem ser feitas por usuários maiores de 18 anos.

Ao todo, no momento, são disponibilizadas na plataforma 163 apresentações entre medicamentos e terapias nutricionais.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/congresso-da-abrafarma-reflete-sobre-a-farmacia-no-pos-pandemia/

Hub de saúde começa a operar no Brasil com a primeira farmácia 100% digital

0

Farmácia 100% digital – Fruto de um investimento projetado em mais de R$ 32 milhões nos dois primeiros anos, a Qualidoc é o novo empreendimento da família Arede, que criou o conceito de Drugstore e o primeiro e-commerce de medicamentos no Brasil, a Drogaria Onofre, que foi posteriormente vendida para a CVS, uma das maiores empresas de saúde do mundo.

‘Igual a nenhuma farmácia’ é assim que a Qualidoc, farmácia 100% digital, se posiciona no mercado brasileiro. E para garantir isso a empresa já chega rompendo padrões e vendendo medicamentos e produtos de higiene e beleza com preço de custo. ‘Hoje quando alguém entra em uma farmácia e compra um remédio, não sabe quanto custa aquele produto. Tem acesso somente ao preço final. Ao exibir aos consumidores o custo de cada remédio ou item de perfumaria, estamos imprimindo uma transparência inédita na comunicação com nossos clientes’, conta o CEO da companhia Sandro Angélico.

Sistema começa a operar no Brasil de forma 100% digital (Reprodução)

A Qualidoc atende a todo o Brasil por meio de operações on-line integradas, visando facilitar o acesso à saúde. ‘Os aplicativos mudaram as relações de consumo em várias áreas e impulsionaram uma competitividade que beneficia o consumidor, mas o varejo farmacêutico ainda não passou por esse processo de disrupção e continua operando de forma restritiva e com lucros abusivos. É aí que a gente entra, a nossa proposta é ser igual a nenhuma outra’, complementa.

E a diferença não para por aí. A plataforma ainda oferece recursos como uma tabela comparativa de preços entre os praticados pelos websites das principais e maiores redes de farmácias (Compare e Economize), a economia média realizada em cada compra e o seu histórico anual, a notificação instantânea sobre a falta de um produto no mercado ou sua descontinuidade, Dinheiro de volta em até 24 horas em diversos itens de perfumaria e muito mais.

Tudo isso com a possibilidade de entrega expressa com couriers próprios, em 1 hora na capital paulista e frete grátis, sem valor mínimo para todo o estado de São Paulo, 24 horas, 365 dias por ano.

O portfólio da Qualidoc conta com mais de 10 mil itens, incluindo medicamentos controlados e termolábeis com retirada de receita gratuitamente*. ‘Para medicamentos com retenção obrigatória da receita médica, nós vamos até o cliente buscar a receita sem custo. Tudo é organizado para garantir os protocolos de segurança e o bem-estar dos nossos clientes’, afirma.

Transparência

‘Sabemos que teremos muitos desafios ao levantar a bandeira de que medicamentos não deveriam custar tão caro e que algo tão importante como a saúde não poderia gerar tanto lucro. Mas montamos uma operação apoiada na inovação, acessibilidade e, principalmente, transparência. Seguimos fortes e confiantes no nosso propósito’, revela acionista e membro do conselho Marcos Arede.

Na Qualidoc, transparência é compromisso. Os clientes visualizam na hora o preço de custo, venda e ganho (Custo da Qualidoc, que é o mínimo que a empresa aplica) de todos os produtos.

Muitos dos itens ainda possuem Dinheiro de Volta, que é creditado em menos de 24 horas na carteira digital do usuário e pode ser usado da forma que ele quiser, seja em uma nova compra, transferindo para uma conta bancária ou ainda para um amigo dentro da plataforma.

‘A Qualidoc nasceu para ser igual a nenhuma farmácia. Viemos mostrar que saúde não pode mais custar tão caro’, finaliza o também acionista e membro do conselho Ricardo Arede.

Fonte: Hora Extra

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/hilab-fideliza-farmacia-com-tecnologia-e-laudos/

Aché lança editais para apoiar projetos voltados para o desenvolvimento social, cultural e esportivo

O Aché Laboratórios Farmacêuticos acaba de lançar os editais Aché Mais Vida Para Você, uma iniciativa que visa financiar projetos sociais, culturais e esportivos por meio de Leis de Incentivo, reforçando o compromisso da empresa com a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida dos brasileiros. A companhia investirá cerca de R? 10 milhões no programa, que foi dividido em duas frentes: uma de apoio a programas culturais e esportivos e, outra, em parceria com a FIA e o Fundo do Idoso, direcionando recursos especificamente para programas destinados à assistência a crianças, adolescentes e idosos.

Para participar, os interessados devem pertencer a Organizações da Sociedade Civil (OSCs) de direito privado, sem fins lucrativos, no caso projetos desportivos e sociais (voltados para infância, adolescência e terceira idade) ou Organizações da Sociedade Civil (OSCs) de direito privado, sem fins lucrativos ou com fins lucrativos, desde que as atividades-fim estejam diretamente ligadas ao setor cultural, no caso de projetos culturais.

As propostas apresentadas precisam ter sido aprovadas pelas leis de captação de recursos e se encaixar nos eixos:

? Infância e adolescência: empreendedorismo e formação para o trabalho; desenvolvimento integral; e apoio à rede de proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente.

? Terceira idade: relação com o tema da saúde; inclusão social e geração de renda; e apoio à rede de proteção e defesa de direitos da pessoa idosa.

? Cultura: formação e iniciação artístico-cultural; qualificação, capacitação e aprimoramento artístico e técnico; difusão e valorização do conhecimento e das expressões culturais de público vulnerável; promoção, valorização, manutenção, e difusão do patrimônio cultural; formação e qualificação artística em diferentes linguagens, como congressos, seminários, cursos, oficinas, workshops, etc.; apoio no processo de produção e montagem de espetáculos, exposições, shows musicais, residências artísticas e eventos culturais em qualquer linguagem artística e/ou quaisquer manifestações culturais; e incentivo à leitura, à produção literária local, e/ou à criação ou qualificação de bibliotecas itinerantes e centros de leitura.

? Esporte: saúde, lazer e entretenimento; promoção de modalidades esportivas; inclusão social; educação; e gestão e desenvolvimento esportivo ou formação de recursos humanos.

O número de projetos inscritos é ilimitado, no entanto, será selecionada apenas uma iniciativa por instituição. O Aché também não estipulou um teto para o valor a ser financiado por projeto, cabendo à companhia decidir quanto será repassado.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 29 de setembro por meio da plataforma Prosas: wwww.editalachefundos.prosas.com.br (para assistência social a crianças, adolescentes e idosos) e https://www.editalacheculturaesporte.prosas.com.br (para cultura e esporte). Para mais informações, acesse: https://www.ache.com.br.

Fonte: Giro Mt

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/hilab-fideliza-farmacia-com-tecnologia-e-laudos/

Empresa especializada em suplementos vitamínicos personalizados quer faturar R$ 5 milhões até 2022

Suplementos vitamínicos – Roberto Ludovico é um administrador de empresas formado pela FGV, fez sua carreira em consultoria estratégica, mas vem de uma família de médicos, que tinha controle do maior hospital de Goiás. Apesar da pressão da família em cursar medicina, decidiu seguir uma carreira mais administrativa por ter um interesse sobre a visão gerencial e menos técnica do negócio, ainda que conhecesse a fundo e tenha passado a infância inteira ao redor dos médicos do hospital.

Danilo Oshiro, também formado em administração de empresas pela FGV e amigo de Roberto Ludovico, construiu a carreira no mercado financeiro, mais especificamente na área de Investment Banking. Ele sempre buscou maximizar o bem-estar, seja por meio de exercício, nutrição ou suplementos, mas se incomodava com a quantidade de embalagens que tinha que carregar durante suas viagens ou, até mesmo, muitos comprimidos que tinha que ingerir durante o dia.

A busca por melhorar a saúde sempre foi um ponto de convergência entre ambos. Eles encontraram em suplementos e tratamentos médicos uma elevada disposição que os ajudaram a se destacar em ambientes altamente competitivos que trabalhavam. Perceberam ainda que fórmulas simples poderiam dar grandes resultados no dia-a-dia de uma pessoa, mas chegar até elas não era um caminho simples e fácil. Nessa mesma linha, notaram que mesmo após descobrir, ou o médico indicar os suplementos adequados, o trabalho e a complexidade na organização para conseguir seguir um tratamento acabava dificultando o mesmo.

A partir daí, tiveram a ideia de simplificar esse processo e criar uma solução mais simples, visando facilitar e melhorar a vida e o tratamento das pessoas, aliada à tecnologia. Com isso, surgiu a Polaris Healthcare.

Polaris Healthcare

A Polaris Healthcare é uma healthtech, que se subdivide em Polaris Nutrition e Polaris Pharma, e nasceu com o propósito de melhorar a vida das pessoas, em especial, no suporte e cuidados com a saúde. “Nós acreditamos que todo cliente é único e que sua suplementação também deve ser”, afirma Ludovico, CEO.

As dores que eles querem resolver são duas: quais suplementos tomar e como garantir aderência ao tratamento, ou seja, tomar seu suplemento e medicação no momento certo e na dose certa.

A ideia foi criar um modelo de embalagem, onde, dentro de um sachê, a pessoa pudesse encontrar todos os comprimidos necessários e não ficar dependente de diversas embalagens. Com isso surgiu o pack da Polaris. Mas, como ele funciona?

O modelo inicial se divide em recomendação de suplementos e farmácia de manipulação. Quando se fala de recomendação, a ideia é montar uma suplementação baseada nas principais queixas dos clientes. Para isso, ele responde um questionário de perguntas de nutrição funcional, desenvolvido por farmacêuticos, médicos e nutricionistas.

Logo, após isso, baseado nas respostas, há um algoritmo próprio da Polaris, que considera as respostas do questionário levando em conta o estilo de vida, cuidado nutricional e objetivos pessoais de quem responde. Com isso, é montada uma combinação de suplementos customizados para aquele cliente, onde em um sachê há todos os nutrientes para atingir o objetivo.

Após isso, ocorre uma verificação de possíveis interações medicamentosas dos suplementos recomendados com os medicamentos que a pessoa já toma, a fim de filtrar algo que não deva ser recomendado, e, enfim, a entrega dos kits de suplementos customizados e separados para serem consumidos por dia e período.

O questionário analisa detalhadamente dados sobre a saúde, sexo, idade, dieta, alergias e até mesmo os medicamentos prescritos para garantir que o cliente obtenha exatamente o que precisa. “Enquanto os polivitamínicos não atendem à necessidade específica de cada pessoa, a solução da Polaris permite avaliar as prioridades e possíveis carências individualmente”, explica Ludovico.

“Nossa ideia foi concentrar tudo que uma pessoa toma em um sachê e facilitar a vida, ou seja, quando for viajar, ao invés de precisar levar vários potes, será necessário levar apenas os packs indicados, não ocupando espaço da mala e não perdendo tempo separando os medicamentos“, explica Danilo, CFO da Polaris.

Já na manipulação, que ainda está em fase de implementação, o cliente enviará a receita em formato digital, a medicação será manipulada de acordo com a prescrição e serão entregues fórmulas customizadas e separadas para serem consumidas por dia e período. “O que percebemos é que a maioria dos usuários não toma apenas suplementos, mas usa também medicações prescritas e feitas sob medida em farmácias especializadas. Abrindo nossa própria farmácia, conseguimos entregar todos os medicamentos de uma pessoa em soluções que aumentem a aderência ao tratamento.” afirma Ludovico.

Com esse modelo de negócio, de vender medicamentos prescritos e suplementos que facilitam o dia a dia do cliente, os empresários querem faturar R$ 5 milhões até o final de 2022. Mas, o sonho não para por aí.

“Nosso grande sonho é alinhar diversas soluções capazes de dar suporte ao diagnóstico e tratamento do paciente e facilitar cada dia mais a sua vida, onde ele conseguirá fazer tudo relacionado a sua saúde conosco”, finaliza Ludovico.

Fonte: CATANDUVA NA NET

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/hilab-fideliza-farmacia-com-tecnologia-e-laudos/

Pesquisa brasileira pode ajudar a eliminar hanseníase

1

Hanseníase – Um teste brasileiro, barato, sensível, portátil e pouco invasivo pode facilitar o diagnóstico da hanseníase e, assim, ajudar a tratar a doença antes de aparecerem os primeiros sintomas.

Ele foi criado em parceria entre Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O teste facilita o diagnóstico da doença – que afeta 200 mil pessoas por ano. E hoje esse diagnóstico é feito só depois dos primeiros sintomas, quem podem aparecer anos após a infecção ter se instalado no corpo do paciente.

‘A tecnologia desenvolvida pode ajudar muito, quando consideramos que é uma doença tratável e que, assim que o paciente começa a tomar a medicação, ele para de transmitir o bacilo’, explicou em nota a docente do Departamento de Patologia Básica da UFPR, Juliana Ferreira de Moura.

Teste inédito

Juliana lembrou que não existe nada parecido com esse teste brasileiro.

‘Não existe nenhum teste no mercado que permita a identificação sorológica desses pacientes [?] Nós precisávamos de um método que permitisse, por exemplo, o mapeamento dos casos em comunidades em que a hanseníase é endêmica, como em alguns estados do Centro-Oeste e do Norte do Brasil’, afirmou.

A doença

A hanseníase, que antigamente era conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica e curável causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae.

Ela causa, principalmente, lesões de pele e afeta os olhos, o nariz e os nervos periféricos.

Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.

A doença pode curada com 6 a 12 meses de terapia com vários medicamentos e o tratamento precoce evita deficiência.

Importante detectar rápido

‘No Brasil, doença persiste como problema de saúde pública. Cerca de 14% do novos casos vêm do Brasil, atrás apenas da Índia. Um dos aspectos centrais no combate à doença é detecção ativa e precoce de novos casos’, informou a UFSCar no Twitter.

Hoje, pacientes com hanseníase são divididos em dois grupos, pauci e multibacilares. Estes últimos têm poucos bacilos, o que é positivo para o tratamento, mas dificulta o diagnóstico sorológico porque também é baixo o número de anticorpos.

‘O principal diferencial do teste que desenvolvemos é justamente a possibilidade de detecção de anticorpos em pacientes paucibacilares. Além disso, a técnica consegue diferenciar pauci e multibacilares, o que pode ajudar na orientação do tratamento’, explicou.

‘Além dessas vantagens, junto ao baixo custo e à portabilidade, a técnica empregada exige menos reagentes e, assim, também menos material coletado, no caso, o sangue do paciente para a extração do soro’, lembrou Ronaldo Censi Faria, docente do Departamento de Química da UFSCar.

O teste brasileiro já foi patenteado. Agora os cientistas aguardam empresas interessadas para fazer produção em larga escala para depois colocar o produto no mercado.

Fonte: Agora MT

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/hilab-fideliza-farmacia-com-tecnologia-e-laudos/