O final do prazo para adequações às RDCs da Anvisa motivou a criação do manual de distribuição de medicamentos da Abrafarma. As empresas do setor têm até o fim de 2024 para se adaptar às normas estabelecidas pelas resoluções 430, de 2020; e 653, de 2022.
O documento conta com 84 páginas de boas práticas de transporte, armazenagem e distribuição de medicamentos, necessárias para o atendimento dos padrões de segurança estipulados pela autarquia. A estabilidade dos medicamentos e insumos farmacêuticos, a estrutura das rotas utilizadas, o controle de temperatura e o mapeamento das vias de transporte são alguns dos focos da legislação.
A concepção técnica da RDC ficou a cargo de especialistas e representantes acadêmicos como Lauro Domingos Moretto, consultor do Sindusfarma para assuntos regulatórios; Nelson Raphael Matta Vals, mestre e doutor em fármacos e medicamentos pela USP; e Sandra de Aquino Moretto, auditora em sistemas e gestão da qualidade.
Manual de distribuição de medicamentos ajuda a evitar sanções
O manual de boas práticas de distribuição Já disponibilizado para as redes que contam com CDs próprios e atacadistas, o material visa a garantir que as companhias se adequem a tempo e evitem punições, ao mesmo tempo que incentiva um movimento de modernização do setor brasileiro.
“A demanda por medicamentos vem aumentando exponencialmente, em função de conjunturas como a pandemia e fatores relacionados ao envelhecimento populacional. Esse cenário tornou mais visíveis os gargalos estruturais de um país com dimensões continentais e restrições de acesso à saúde”, afirma Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
Ainda segundo o executivo, apenas as redes da associação já movimentam aproximadamente 9 milhões de unidades diariamente, totalizando mais de 3,29 bilhões de unidades por ano. “E esse volume abastece 10,3 mil farmácias, que representam apenas 10% do total de estabelecimentos. Ter uma entrega de excelência embasada por padrões internacionais é o caminho necessário para reverter estatísticas como a não adesão a tratamentos clínicos, que supera 56% contra 50% da média mundial”, complementa.