Após 15 anos, a marca Modess volta a figurar nas prateleiras do varejo e das farmácias brasileiras. O produto quase centenário, um dos clássicos do varejo, foi o primeiro absorvente higiênico descartável produzido no país. As informações são do Estadão.
O relançamento acontece por meio da Ever Green, fabricante nacional de produtos descartáveis de cuidados pessoais. A companhia terá a Modess como carro-chefe da linha de absorventes premium, que já agrega a Definity e a Naturalmente.
Mas se o produto pertencia à Johnson & Johnson, o que permitiu à Ever Green assumir o domínio da marca? A fabricante informou que, em 2019, solicitou o registro ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e em 2022 passou a ter direito de uso exclusivo no Brasil.
Essa estratégia jurídica é chamada de caducidade, prevista na Lei de Propriedade Industrial. Segundo a legislação, as empresas têm até cinco anos para colocar em uso uma marca após seu registro. Depois desse período, passa a ser obrigada a mantê-la no mercado ininterruptamente. Se não atender a esse requisito, qualquer outra empresa poderá pleitear o direito de uso. A Johnson & Johson emitiu nota para declarar que “não possui a marca Modess em seu portfólio e, atualmente, atua no mercado com a marca Sempre Livre”.
Modess terá investimentos milionários em produção
Mesmo fora do mercado desde 2008, a Modess é a quarta marca que detém a lembrança das consumidoras de absorventes. Ocupam as três primeiras colocações a Sempre Livre, a Always (P&G) e a Intimus (Kimberly-Clark).
“O recall de Modess é impressionante, existe uma lembrança afetiva muito forte entre as mulheres com mais de 30 anos”, avaliou Amauri Hong, CEO da Ever Green. De acordo com o executivo, a meta é ter 10% de market share no segmento de absorventes higiênicos, que movimenta em torno de R$ 4 bilhões por ano.
Para viabilizar essa retomada, a Ever Green investirá, nos próximos três anos, R$ 35 milhões na ampliação da capacidade produtiva e capacitação de profissionais. A Modess deve ser o destino de um terço desses recursos.
A fabricante mantém três plantas, das quais duas estão em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e a outra em Maracanaú (CE). O objetivo é alcançar R$ 500 milhões de faturamento até 2025, com a “nova” marca respondendo por 10% dessa receita.
