No universo do varejo farmacêutico, um sistema de negociação coletiva tem como finalidade otimizar os processos de compras. O ganho acontece em escala, proporcionando economia e vantagem competitiva. Funciona muito bem para um modelo associativista ou mesmo para uma associação que envolve redes de médio porte, como é o caso da Unifabra.
Há dois meses, a entidade implementou o sistema de negociação coletiva por meio da plataforma Cosmos Pro, uma unidade de negócios do grupo Procfit. O objetivo era agilizar o processo de compra de marca própria. A iniciativa ajudará a associação a atingir sua meta de chegar aos R$ 4 bilhões de faturamento. A Unifabra congrega 18 redes que administram 490 lojas em mais de 150 municípios de dez estados. Juntas, elas acumulam receita de R$ 2 bilhões.
“A marca própria é um de nossos pilares mais importantes. Com a negociação coletiva, conseguimos efetivar as compras em grupo com vantagens que separadamente não seria possível viabilizar, em função do alto volume de produtos adquiridos”, explica Kelly Marchiani, diretora executiva da Unifabra.
Essa estratégia também proporcionou ganho de velocidade. “Antes, todo o processo de captação dos dados das redes estava em planilhas de Excel e a manipulação dessas informações demandava um tempo precioso e um profissional focado nessa questão. Hoje, esse colaborador pode atuar em outras demandas. Além disso, os gestores das redes têm a opção de entrar na negociação coletiva ou declinar dela com um único clique”, ressalta a executiva.
Desde a implementação da plataforma, a Unifabra já efetuou negócios com a Sorocaps, Instituto Pasteur, Drylock, Ecofitus, QLB, A2F e Catarinense Pharma, envolvendo linhas de vitaminas, suplementos e minerais e linha de toalhas umedecidas. “Agora vamos replicar o modelo para a indústria farmacêutica. Estamos em negociações com a Hypera Pharma para obter vantagens mais competitivas, especialmente em marcas como Neosaldina e Buscopan”, avalia Kelly.
Gabriel Coutinho, diretor comercial de inovação e relacionamento com as indústrias da Unifabra, acredita que a agilidade foi o principal diferencial da plataforma. “Já participei de quatro pedidos de negociação coletiva e o ganho é fantástico, principalmente em produtos que eu ainda não tinha no portfólio”, afirma.
Como funciona uma negociação coletiva?
A negociação coletiva é uma ferramenta de automação que permite a compra de produtos de forma mais simples, organizada, com mais controle e etapas de fluxos adequados.
A solução também permite ao varejista comprar o volume adequado sem a necessidade de estocá-lo. “O sistema parametriza o mínimo de pedido que cada rede tem que participar e o próprio associado compra na medida da sua necessidade. Se ele fosse fazer essa ação sozinho, talvez tivesse que comprar lotes maiores do que sua capacidade de demanda de venda”, ressalta Mauricio Denari, diretor da Cosmos Pro.
Na outra ponta, o fabricante recebe um pedido unificado, facilitando o gerenciamento da produção e também da entrega da carga. “A plataforma possibilita ainda a negociação de preços mais competitivos, além de assegurar parcerias mais sólidas e estratégicas com as indústrias”, finaliza