As carretas de mamografia são um importante serviço oferecido pelo governo de São Paulo para sua população. E agora esse projeto pode ganhar o apoio de um importante player da saúde feminina: a Organon. As informações são do Pipeline.
A farmacêutica norte-americana se ofereceu para fazer a ponte entre os bancos e o governo paulista para angariar fundos para a ampliação da operação. Com as duas carretas atuais, até aqui, 9,9 mil mulheres puderam fazer o exame neste ano.
“Para manter essas carretas de mamografia tem que ter dinheiro e vemos isso como uma grande oportunidade para buscar terceiros”, analisa Kevin Ali, CEO global da companhia.
Carretas de mamografia não eram “plano A”
Quando a Organon veio a São Paulo para se reunir com o governo estadual, o objetivo da farmacêutica não era servir de ponte para a democratização do acesso ao exame de mamografia.
A história começa em janeiro, quando Ali teve um encontro com Tarcísio de Freitas, governador do estado, durante o Fórum Econômico Mundial de Davos. Com isso, ficou acertado que o executivo viria ao Brasil em abril.
O objetivo da visita era fechar uma parceria com o poder público para ampliar a distribuição do implante subdérmico contraceptivo no SUS. Mas uma mudança de agenda fez os rumos do trabalho conjunto mudarem também.
Contraceptivo no SUS ainda é objetivo da Organon
Se o projeto das carretas de mamografia surgiu de forma inesperada, a presença de seus implantes contraceptivos no SUS ainda não saiu do radar da multinacional.
Segundo Ali, a companhia procura outros estados e também o governo federal para ampliar a presença do produto na rede pública. Atualmente, 140 municípios já distribuem o implante pelo SUS.
Implantado por médicos, o contraceptivo dura por três anos e é posicionado em uma questão de minutos. O tratamento em clínicas particulares pode superar o preço de R$ 2 mil. Sua eficácia é de 99,8%.
Fabricação de contraceptivos é em Campinas
A produção de contraceptivos feita pela Organon em Campinas, no interior de São Paulo, representa aproximadamente 3% do negócio global da farmacêutica e alimenta o mercado latino.
No 1T23, a farmacêutica teve uma receita da US$ 1,53 bilhão e lucro líquido de US$ 518 milhões. Ambos os números apresentaram queda se comparados com o mesmo período de 2022, respectivamente de 2% e 49%.
Farmacêutica chegou como braço da MSD
Em 2021, a Organon anunciou o início de suas atividades no Brasil. A empresa global de saúde foi formada por meio de um spin-off da MSD, conhecida como Merck nos Estados Unidos e Canadá.
A companhia tem como pilares de atuação a saúde da mulher e biossimilares.