Levantamento do portal FiercePharma relacionou os 10 CEOs mais bem pagos da indústria farmacêutica em 2023. A lista revela uma hegemonia de executivos baseados nos Estados Unidos, com apenas um líder europeu e uma indiana. Outros detalhes são a presença de apenas uma mulher no ranking e a disparidade em relação aos valores médios a que têm direito os colaboradores das empresas.
O salário dos CEOs da indústria totaliza um montante superior a R$ 1,2 bilhão, considerando também ganhos variáveis como participação nos lucros. Embora alguns executivos tenham registrado queda na remuneração, outros não se queixaram dos incrementos alcançados.
Top 10 – CEOs mais bem pagos de 2023
1 – Joaquin Duato
Empresa: Johnson & Johnson
Remuneração total em 2023: US$ 28,4 milhões (R$ 154,89 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 13,1 milhões (R$ 71,45 milhões)
Variação: +116%
Depois de assumir o comando da J&J no início de 2022, Joaquin Duato recebeu US$ 28,4 milhões (R$ 154,89 milhões). Esse panorama vem se refletindo na fabricante desde o antecessor Alex Gorsky, que liderou a lista de CEOs mais bem pagos entre 2017 e 2021. Em média, os colaboradores da companhia ganharam US$ 84 mil (R$ 458,1 mil) no ano passado. A proporção em relação ao salário de seu líder foi de 338 para 1.
2 – David Ricks
Empresa: Eli Lilly
Remuneração total em 2023: US$ 26,6 milhões (R$ 145,08 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 21,4 milhões (R$ 116,72 milhões)
Variação: +24%
Desde que David Ricks assumiu o comando da Eli Lilly em 2017, a companhia viu a receita aumentar em torno de 61%. Como resultado, os vencimentos de seu líder avançaram US$ 121 mil (R$ 659,9 mil) por ano. Sua remuneração é 168 vezes superior à média dos colaboradores – US$ 158 mil (R$ 861,7 mil)
3 – Richard Francis
Empresa: Teva Pharmaceuticals
Remuneração total em 2023: US$ 25,71 milhões (R$ 140,22 milhões)
Remuneração total em 2022: Não revelada
Variação: Não revelada
A Teva recompensou Richard Francis com um pacote salarial robusto de US$ 25,7 milhões (R$ 140,22 milhões). O executivo, que assumiu o comando em janeiro de 2023, contabilizou grande parte do valor como fruto de incentivos para aceitar a oferta de emprego. O montante é 398 vezes maior do que a média de US$ 64,5 mil (R$ 351,7 mil) destinada à equipe do laboratório
4 – Richard Gonzalez
Empresa: AbbVie
Remuneração total em 2023: US$ 25,7 milhões (R$ 140,17 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 26,3 milhões (R$ 143,44 milhões)
Variação: -2%
Primeiro e único CEO da AbbVie, Richard Gonzalez planeja aposentar-se após 11 anos no cargo. E esse fim de ciclo vem sendo generoso, graças a um ganho de US$ 25,7 milhões (R$ 140,17 milhões), 169 vezes maior que o salário dos funcionários – US$ 152 mil (R$ 829 mil)
5 – Daniel O’Day
Empresa: Gilead Sciences
Remuneração total em 2023: US$ 22,5 milhões (R$ 122,71 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 21,6 milhões (R$ 117,81 milhões)
Variação: +5%
Enquanto a Gilead Sciences trabalha para reforçar a sua presença na oncologia, o CEO Daniel O’Day teve direito ao maior salário desde seu primeiro ano no cargo, em 2019. O valor supera em 110 vezes os vencimentos médios de US$ 205,9 mil (R$ 1,12 milhão) dos colaboradores
6 – Robert Bradway
Empresa: Amgen
Remuneração total em 2023: US$ 22,6 milhões (R$ 123,26 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 21,4 milhões (R$ 116,72 milhões)
Variação: +6%
Em viés de alta nos últimos dez anos, as ações da Amgen impulsionaram as remunerações de seu líder. Robert Bradway figurou no rol dos 15 CEOs mais bem pagos do setor farmacêutico de 2018 a 2022. Em 2021, chegou a ocupar o top 5. Com salário 136 vezes menor, os funcionários receberam US$ 166,3 mil (R$ 907 mil) no ano passado
7 – Albert Bourla
Empresa: Pfizer
Remuneração total em 2023: US$ 21,56 milhões (R$ 117,59 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 33 milhões (R$ 179,98 milhões)
Variação: -35%
A remuneração de Bourla acompanhou o esfriamento da demanda por medicamentos e vacinas contra a Covid-19, que alçou a farmacêutica norte-americana à liderança em vendas na indústria farmacêutica. Mas os valores a que ele teve direito em 2023 ainda foram 291 vezes maiores que os dos colaboradores, cujos ganhos médios alcançaram US$ 74 mil (R$ 403,6 mil)
8 – Pascal Soriot
Empresa: AstraZeneca
Remuneração total em 2023: US$ 21,3 milhões (R$ 116,17 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 19,3 milhões (R$ 105,26 milhoes)
Variação: +11%
Único europeu no ranking, o executivo francês deve parte da remuneração do ano passado aos incentivos vinculados ao desempenho da farmacêutica britânica em áreas como inovação e sustentabilidade ambiental. A proporção foi de 182 para 1 em comparação aos US$ 117 mil (R$ 638,3 mil) recebidos, em média, pelos funcionários.
9 – Reshma Kewalramani
Empresa: Vertex Pharmaceuticals
Remuneração total em 2023: US$ 20,6 milhões (R$ 112,35 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 15,9 milhões (R$ 86,72 milhões)
Alteração: +30%
A indiana Reshma Kewalramani, da Vertex Pharmaceuticals, embolsou quase US$ 20,6 milhões (R$ 112,35 milhões) no ano passado. Coincidência ou não, a empresa liderada por uma mulher apresenta a menor diferença salarial entre CEO e colaboradores. A média obtida pela equipe totalizou US$ 247,5 mil (R$ 1,34 milhão), valor 83 vezes menor
10 – Robert Davis
Empresa: MSD
Remuneração total em 2023: US$ 20,3 milhões (R$ 110,72 milhões)
Remuneração total em 2022: US$ 18,7 milhões (R$ 101,99 milhões)
Variação: +8%
Os bons serviços prestados por Robert Davis na diretoria financeira da MSD lhe renderam a ascensão ao cargo máximo da companhia em 2021. Sua remuneração em 2023 superou em 183 vezes os ganhos de médios de US$ 110,8 mil (R$ 604,3 mil) dos funcionários