Em uma tentativa de mapear o perfil do público interessado no mercado de cannabis medicinal, a consultoria brasileira especializada Kaya Mind encontrou um dado surpreendente: há um raro equilíbrio entre gêneros. São 50% de homens e 49% de mulheres dispostos a entender como funciona e quais as oportunidades que o setor oferece. Apenas 1% preferiram não declarar.
O levantamento foi realizado com 1.022 entrevistados durante a Medical Cannabis Fair 2022, realizada no início de maio junto com a Medical Fair Brasil, e apontou também a maior escolaridade do público feminino: 29,7% das mulheres disseram ter pós-graduação, contra 24,5% do público masculino.
‘Tínhamos uma percepção de que a participação feminina era grande no setor, mas decidimos fazer a pesquisa para ter dados mais concretos. E esse resultado, com o interesse dividido meio a meio entre homens e mulheres, foi surpreendente’, afirma Maria Eugenia Riscala, cofundadora e CEO da Kaya Mind.
A decisão de fazer a pesquisa em uma feira médica com diversos públicos diferentes, e não apenas aqueles que já fazem parte do setor da cannabis, revelou outras informações importantes. Os principais objetivos das pessoas no evento eram conhecer mais sobre o setor (37,3% das respostas), conhecer as empresas que já trabalham na área (22,7%), fazer negócios (18,6%) e entender como o mercado de cannabis pode impactar o seu setor (14,7%). São dados que apontam para o interesse crescente pelas oportunidades medicinais e de negócios da cannabis em um mercado que, no Brasil, ainda é muito pequeno.
‘Há um grande descompasso na maneira como o Brasil e outros países olham para o tema. É um mercado que mundialmente está sendo visto como repleto de oportunidades para fazer diferente, e aqui falta empenho’, diz Riscala. Segundo ela, a decisão da Anvisa de aprovar a regulamentação de produtos à base de cannabis, em 2019, transformou a discussão sobre o assunto por aqui, fazendo muito mais gente se interessar por algo que antes era considerado tabu. ‘Com a pandemia, a busca por tratamentos alternativos disparou, e é aí que entra a cannabis’, diz ela.
Fonte: Veja – Blogs