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Venvanse some das farmácias por uso recreativo

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Venvanse

Os pacientes que precisam do Venvanse, medicamento da Takeda para o tratamento da compulsão alimentar e do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, são as mais novas vítimas do uso recreativo de um medicamento.

Enquanto o mercado paralelo da droga segue abastecido, as farmácias já sofrem com os primeiros sinais da escassez. As informações são da Veja.

De acordo com um levantamento do Sindusfarma, o consumo do medicamento dobrou nos últimos dois anos, totalizando 1,4 milhões de unidades vendidas. Segundo especialistas, esse boom nada tem que ver com os usos indicados em bula.

“A droga vem sendo mais utilizada justamente depois de ter sido descoberta como potencializadora do prazer imediato nos momentos de diversão, algo que a sociedade em que vivemos busca em alto grau”, comenta o coordenador científico da Plataforma Brasileira de Política de Drogas (PBPD), Renato Filev.

Essa maior procura pelo Venvanse aqui no Brasil é algo que também o ocorre nos Estados Unidos. Por lá, só em 2022, quatro milhões de caixas do medicamento foram comercializadas.

Por meio de nota enviada à revista, a Takeda creditou o aumento das vendas pela “maior ocorrência de distúrbios psicológicos observados durante a pandemia”.

Por que o Venvanse tem sido usado como droga?

O Venvanse atua, basicamente, em duas substâncias do cérebro: a dopamina e a noradrenalina. Elas são responsáveis, respectivamente, pelo prazer e o estado de disposição.

Com isso, o usuário se sente mais alegre e disposto, seja para longas horas de trabalho ou festas madrugada a dentro. Uma estudante de medicina entrevistada pela publicação, que não quis se identificar, se disse “mais acordada e menos travada” com o uso do medicamento.

O problema é que seu consumo, principalmente fora dos tratamentos indicados, gera dependência e efeitos colaterais.

“Perda de energia, fraqueza, irritabilidade e dores de cabeça e no corpo costumam aparecer nos dias subsequentes à interrupção do uso” elenca o diretor clínico do Centro de Atenção Psicossocial de Garopaba, Rodolfo Pipe.

O uso do Venvanse por longo prazo pode causar reações adversas ainda mais graves, como problemas cardíacos e transtornos psíquicos.

Mercado paralelo e conivência de farmacêuticos

Mas, como um medicamento tarja preta pode chegar indiscriminadamente na mão de pessoas que não tem prescrição médica?  Por meio do mercado paralelo e, por vezes, pela conivência de profissionais da área.

No varejo farmacêutico, uma caixa do medicamento é comercializada por R$ 500 reais. O preço, no mercado ilegal, pode ser ainda mais salgado, até mesmo R$ 700 reais.

Em buscas nas redes sociais, é possível encontrar grupos nos quais o Venvanse é ilegalmente comercializado. Além disso, usuários entrevistados pela publicação apontaram que até mesmo farmacêuticos desviam o produto e o vendem sem receita.

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