Estrategistas de investimento começam a considerar um novo cenário pessimista: a economia já teria atingido o limite de velocidade.
Com a propagação da variante delta do coronavírus e aperto da política monetária de bancos centrais para controlar a inflação, há uma crescente preocupação de que os mercados financeiros tenham se tornado otimistas demais.
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“O pico do crescimento começa a se tornar um elemento mais preocupante”, disse Frank Benzimra, chefe de estratégia de ações da Ásia no Société Générale, em entrevista à Bloomberg Television.
“Este é realmente um dos elementos que nos levou a reduzir a alocação em ativos de risco em nossa alocação global. Temos a inflação, mas também temos esse elemento do crescimento.”
Na mente de muitos investidores, isso significa retroceder em segmentos com muita exposição do mercado, como cíclicos. Outros apontaram para a volatilidade típica que acompanha a temporada de balanços e o baixo fluxo de volume de negociações durante o verão no hemisfério norte.
Investidores já haviam se beneficiado com a perspectiva de forte recuperação econômica mundial, impulsionada pelo dinheiro fácil e vacinação.
Mas a combinação de pressões de preços e casos de Covid-19 em alta aumenta o risco de que a expansão econômica fique aquém das previsões otimistas. E, com os índices acionários globais oscilando em relação às máximas históricas, não há espaço para erros.
“Embora as condições macro permaneçam favoráveis às ações em geral, os valuations, as tendências sazonais e o posicionamento deixam espaço para correções de preços e picos de volatilidade como o que vemos hoje”, disse Antonio Cavarero, chefe de investimentos da Generali Insurance Asset Management.
Outros estrategistas aconselharam clientes a aproveitar o momento de desaceleração para comprar.
Marija Veitmane, estrategista sênior de multiativos na State Street Global Markets, diz que está de olho em pechinchas. “As ações tiveram um primeiro semestre muito forte, apoiadas pela recuperação dos lucros, e esperamos que os ganhos corporativos continuem fortes.”
Para Ruchir Sharma, chefe de mercados emergentes e estrategista-chefe global da Morgan Stanley Investment Management, ainda existe a preocupação de que as expectativas de crescimento sejam muito altas. O escrutínio regulatório da China sobre o setor de tecnologia e a tendência de consumidores dos EUA pouparem mais do que gastam estão entre os principais riscos, disse.
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A estagnação das taxas de vacinação, especialmente nos EUA, também azeda o humor do mercado, escreveu George Saravelos, do Deutsche Bank. Ao mesmo tempo, o aumento dos preços esfriou a demanda dos consumidores em muitas economias.
“Isso é parte de uma cicatriz pós-Covid mais ampla; também é parte da destruição da demanda devido aos gargalos”, escreveu. “Isso é o oposto do que se esperaria se o ambiente fosse genuinamente inflacionário. Isso mostra que a economia global tem um limite de velocidade muito baixo.”
Fonte: Info Money