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Competitividade: Brasil segue no fim da fila

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O Brasil ganhou uma posição no ranking global de competitividade publicado pelo International Institute for Management Development (IMD), escola de administração de Lausanne (Suíça), mas continua entre os piores em 2019. O país passou da 60ª para a 59ª posição entre 63 países, só à frente de Croácia, Argentina, Mongólia e Venezuela.

O IMD World Competitiveness Rankings 2019 incorpora 235 indicadores de cada uma das 63 economias pesquisadas, para determinar a capacidade de um país criar valor agregado no longo prazo, melhorar o ambiente de negócios, alcançar crescimento sustentável e prosperidade para a sociedade.

Inclui desde estatísticas sobre PIB, desemprego, gastos governamentais em saúde e educação até pesquisa de opinião entre executivos cobrindo tópicos como coesão social, globalização e corrupção.

O Brasil chegou a estar na 38ª posição em 2010, depois despencou para o 61º lugar em 2017 e, desde então, tenta se recuperar. Neste ano, a 59ª colocação é atribuída à atração de Investimento Estrangeiro Direto (IED).

“O que vemos no mercado global é acúmulo de incertezas, com guerra comercial EUA-China, Brexit, risco de guerra entre EUA e Irã, e muitos países perdendo atração de IED”, diz o economista sênior do World Competitiveness Center, José Caballero. “Mas o Brasil continua nesse cenário a receber bom volume de IED, com impacto no índice de competitividade.”

De maneira geral, houve melhoras em vários indicadores da economia brasileira. Mas sobretudo se destacam, na percepção externa, indicadores negativos para a competitividade brasileira. A pesquisa aponta de novo péssima eficiência governamental no país, na 62ª posição, só à frente da Venezuela.

A confiança nas finanças públicas brasileiras é uma das mais baixas, em 62º lugar, mesma posição da burocracia, que continua a dificultar a atividade das empresas. No item “corrupção e suborno”, o país está na 58ª posição. Em educação, continua em 62º lugar.

“A melhora da competitividade do Brasil vai depender de eficiência do governo, porque todos os itens nesse segmento, com exceção da política tributária, estão por volta da 62ª posição”, diz Caballero.

O Brasil é também o 61º em custo do crédito, tornando a economia brasileira uma das mais caras para as empresas tomarem empréstimo, o que não as encoraja a desenvolverem seus negócios. Somente Grécia e Argentina têm juros mais elevados.

A eficiência nos negócios também caiu, no rastro de baixa produtividade (61ª posição) e taxa elevada de desemprego. Em termos de desigualdade econômica, países da América Latina estão entre os dez piores, com o Brasil na frente (57ª posição).

A competitividade do país é afetada também em termos de marco institucional, na 61ª posição. No item de uma justiça bem administrada, o país fica na 58ª colocação. O Brasil continua a ser um dos campeões de homicídios, na 61ª posição. Em termos de coesão social está no 60º lugar.

“Um forte marco institucional fornece a estabilidade para empresários investirem e inovarem”, nota o economista do IMD.

O IMD apresentou 15 indicadores a executivos para escolherem cinco que mais os atraem nos países. No caso do Brasil, os principais são atitude aberta e positiva, dinamismo da economia, qualificação da mão de obra, ambiente pós-mercado e até custo da competitividade. O item menos votado foi o de competência do governo.

Pelo ranking, as economias mais competitivas são Cingapura, Hong Kong e Estados Unidos. A Ásia-Pacífico emerge como um polo de competitividade com 11 de 14 economias melhorando suas posições. Já a competitividade na Europa luta para melhorar, com a maior parte das economias no declínio.

Os países da América Latina continuaram a ter desempenho fraco. A América Latina não só tem o pior país do ranking, a Venezuela, como todos os países latino-americanos estão na metade inferior da lista.

De acordo com Carlos Arruda, coordenador do Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, as principais fragilidades da América Latina são a eficiência de governo, a educação e a produtividade. Nesses dois últimos itens o Brasil ocupa a 61ª posição. “Precisamos melhorar a eficiência do setor público, simplificar marcos regulatórios e o sistema tributário, e investir em educação de qualidade.”

Fonte: Valor Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/05/20/brasil-oscila-entre-a-estagnacao-e-a-depressao-avaliam-economistas/

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