Luiz Henrique Mandetta reafirmou em entrevista nesta semana ter encontrado a médica Nise Yamaguchi em reunião no Planalto em que foi discutida uma proposta de decreto sobre cloroquina.
O ex-ministro, na verdade, já havia contado o episódio em sua autobiografia Um Paciente Chamado Brasil, lançada no ano passado, bem antes da CPI.
Confira o trecho:
‘Mas o Braga Netto insistiu e me conduziu para outra sala do Palácio do Planalto onde já se encontravam várias pessoas.
Estavam reunidos ali os médicos Nise Yamagushi (sic) e Luciano Dias Azevedo, ambos defensores da cloroquina, e mais umas oito ou dez pessoas . Ou seja, não era uma reunião informal. Provavelmente vinha de conversas que o presidente já mantinha com o grupo.
Cheguei extremamente incomodado. A pauta era a cloroquina e notei que já haviam providenciado o texto de uma sugestão de decreto. O Bolsonaro queria mudar a bula do remédio para incluir a covid-19. Enquanto eles falavam, eu rapidamente passei a vista no documento e vi que estavam pensando em baixar o uso da cloroquina por decreto presidencial. Um risco grande para a própria [P]residência. A médica explicou que, na visão dela, a bula do remédio deveria ser mudada pela Anvisa. Aquele decreto seria uma espécie de protocolo do governo, orientando o uso do medicamento.
(O Jorge [Oliveira] concordou comigo e, na sequência, Barra Torres afirmou que a Anvisa não faria nenhuma mudança na bula da cloroquina sem embasamento científico’.
Fonte: O Antagonista