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Equipe do JN vai até a sede da Davati, no Texas, mas não encontra nenhum funcionário

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Nos Estados Unidos, repórteres do Jornal Nacional foram conhecer a sede da Davati, empresa com que o Ministério da Saúde estava negociando um contrato bilionário.

Veja também: Ações de IPO estão aquecidas mesmo durante período de pandemia

Quatrocentos milhões de doses de vacina contra a Covid-19. Uma quantidade suficiente para imunizar praticamente toda a população brasileira com duas doses. E esse volume todo estava ali, disponível para o governo brasileiro. Pelo menos era isso o que dizia a Davati Medical Supply ao Ministério da Saúde.

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Mas a Davati não é um laboratório farmacêutico, não produz nenhuma vacina. E até agora não mostrou ter nenhuma conexão com produtores de vacina.

Nos arredores de Austin, no Texas, numa zona industrial, fica o escritório da Davati. Até recentemente, a Davati registrada lá era uma empresa que vendia acabamento para construção civil: portas, janelas, pias e torneiras de banheiro. Mas no meio do ano passado, quando o mundo avançava na pesquisa por uma vacina para Covid, o dono da Davati de materiais de construção criou uma nova empresa, a Davati Medical Supply.

De fora, a sala parece vazia. Nos fundos, a equipe do JN foi atendida por Elena Bermea. Ela afirma que a Davati Medical funciona no local sim, mas que nenhum funcionário estava no momento. Ninguém que pudesse falar pela empresa.

Ela explica que o endereço também é a sede de outras empresas de Herman Cardenas, como a Impact Developers, onde ela trabalha.

E apesar de o Texas não ter mais restrições por causa da pandemia, ela diz que tudo parece vazio porque as pessoas estão trabalhando de casa. Elena tentou ligar para o chefe, mas ele não atendeu. A equipe do JN também tentou o celular dele.

Os telefones da empresa parecem desconectados. E o site chegou a sair do ar depois da denúncia no Brasil. Voltou nesta quinta-feira (1ª), afirmando ter uma parceria com uma farmacêutica indiana que produz vacinas contra a gripe, mas nada sobre vacinas contra a Covid.

Desde a denúncia do pedido de propina pelo diretor de Logística do Ministério da Saúde, Herman Cardenas tem dado versões diferentes sobre a atuação da Davati. Até agora ele não conseguiu explicar de onde tiraria 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

O laboratório afirmou que só negocia com governos, ou com o consórcio Covax, liderado pela Organização Mundial da Saúde.

Essa não foi a primeira vez que a Davati tentou vender vacinas que parece não ter. Em março, a empresa virou notícia no Canadá ao oferecer milhões de doses a duas nações indígenas.

Na época, Herman Cardenas admitiu à rede canadense CBC: “Não somos um distribuidor da AstraZeneca. Temos acesso a pessoas que são e estamos testando esse canal.”

O governo canadense desconfiou, acionou a polícia e o negócio nunca aconteceu. O ministro de Serviços Indígenas, Marc Miller, afirmou numa entrevista: “Eu me preocupo com ofertas ilegítimas, e temos indicações dos laboratórios que as ofertas dessas empresas realmente não são legítimas.’

Ele completou: “Quando vemos essas ofertas que parecem muito, muito atraentes e que podem mesmo ser boas demais para ser verdade, eu penso que, se fossem legítimas, o governo do Canadá estaria ativamente tentando fechar o negócio.’

Fonte: G1.Globo

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