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Isentos de prescrição mas não de riscos

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Seja pela prescrição médica incorreta, pelo uso terapêutico errado ou pela automedicação, a saúde está em risco.

Os medicamentos são a principal causa de intoxicação no Brasil e supera, inclusive, a ação de agrotóxicos. Significa dizer que, por hora, três brasileiros se intoxicam com medicamentos, conforme dados recentes do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox).

Um dado referente ao Ceará é particularmente preocupante. Segundo Emília Pimentel, presidente do Conselho Regional de Farmácia, (CRF-CE), nos últimos três anos, 566 cearenses foram atendidos por intoxicação medicamentosa no Centro de Assistência Toxicológica (Ciatox) do Instituto Dr. José Frota.

> Automedicação: Não existe saúde imediata

Há três circunstâncias específicas que podem explicar uma interação medicamentosa: acidentais, as tentativas de suicídio e abuso (principalmente entre adolescentes e adultos) e os erros de administração de medicamentos, complementa a professora Mirian Parente, que também é coordenadora do Centro de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos (GPUIM).

O uso de remédios de forma incorreta ou irracional pode trazer outras consequências, a exemplo de reações alérgicas e dependência. E também lesionar órgãos vitais e gerar problemas hepáticos devido ao uso abusivo de analgésicos; e renais pelo excesso de anti-inflamatórios, descreve a farmacêutica.

Dados da pesquisa

Os dados são da PNAUM, desenvolvida pelo Ministério da Saúde no período de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, mas valem para a realidade também vivenciada hoje. A prevalência de automedicação na população brasileira foi de 16,1%, sendo maior no sexo feminino, de 20 a 39 anos, entre os indivíduos que declararam ser de raça indígena e amarela, com nível de escolaridade igual ou maior que 12 anos de estudos, moradores da região Nordeste, entre os que tinham uma e duas ou mais doenças crônicas e os que foram hospitalizados uma ou mais vezes no último ano.

Segundo Mirian Parente, a automedicação apresentou variações entre as regiões, ao passo que o Nordeste, Centro-Oeste e Norte registraram prevalências maiores que as no âmbito nacional.

Dipirona, associação em dose fixa de cafeína-orfenadrina-dipirona e paracetamol foram os fármacos mais consumidos por meio essa conduta. A maior parte dos remédios foi classificada como isenta de prescrição (65,5%), seguida da venda sob prescrição médica (24,4%) e de controle especial (0,5%).

Ao comparar os dados de outros países, a prevalência da automedicação no Brasil foi menor do que a encontrada na Alemanha, por exemplo, porém mais elevada do que a registrada no Sri Lanka, em Cuba e na Espanha.

“Pode-se considerar que a automedicação esteja numa faixa de magnitude aceitável, pois o uso de remédios por esse meio limita-se a tratar doenças agudas”. Mirian Parente explica que a maioria dos fármacos consumidos são isentos de prescrição, mas não de risco. “Isso merece atenção por parte dos profissionais da saúde e gestores, pois as possíveis intoxicações e efeitos adversos podem aumentar os gastos com a saúde”, destaca.

Denuncie sempre

O alerta sobre os perigos da utilização incorreta de fármacos é uma constante por parte do CRF-CE. As ações acontecem ao longo de todo o ano em espaços públicos (praças e shoppings), onde também passam informações sobre o direito da população à assistência farmacêutica plena.

O “Programa de Educação Continuada”, do Conselho de Farmácia, também realiza ações visando o aperfeiçoamento e qualificação da atuação clínica dos profissionais.

O não cumprimento da lei quanto à presença do farmacêutico em tempo integral (em farmácias, drogarias, hospitais públicos e privados) pode ser denunciado por meio do e-mail denuncia@crfce.Org.Br (o sigilo do denunciante é garantido pelo CRF-CE).

Fonte: Diário do Nordeste

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