Tendências e Notícias da Indústria Farmacêutica

Justiça mantém multa de R$ 300 mil por suspensão do Riselle

Colegiado entendeu que Organon descumpriu normas sanitárias

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

Suspensão do Riselle
Laboratório teria demorado para requerir suspensão e cancelamento / Foto: Freepik

A suspensão do Riselle, implante hormonal da Organon, teve um novo desdobramento na justiça. A 3ª turma do STJ manteve a condenação da farmacêutica, que terá que pagar R$ 300 mil por danos sociais. As informações são do Migalhas.

Na visão do colegiado, o laboratório descumpriu normas sanitárias e falhou em seu dever de informar a população. A decisão vem em linha ao entendimento já exposto pelo MP/SP.

Suspensão do Riselle no Brasil foi tardia 

Para o MP/SP, a operação brasileira da Organon demorou para suspender o Riselle no país, uma vez que a filial irlandesa já havia realizado a interrupção. Essa demora levou a um desabastecimento abrupto, que foi agravado por uma falha no dever de informação.

A autarquia, então, ajuizou uma ação civil pedindo indenização por danos morais coletivos pelo fato do laboratório não ter cumprido os prazos fixados pela RDC 48/09. Em 1ª instância, o juízo condenou a farmacêutica a pagar R$ 300 mil ao Fundo Especial de Despesa de Reparação de Interesses Difusos Lesados.

Em seu recurso movido junto ao STJ, o laboratório argumentou que a Anvisa deferiu o cancelamento sem penalidades, considerando isso uma comprovação do cumprimento dos procedimentos legais. Mas, para a ministra Nancy Andrighi, o registro do medicamento cria expectativa de segurança, eficácia e continuidade, sendo que a interrupção leva a intranquilidade social.

“Configura-se, desse modo, o dano social, porquanto está caracterizado o comportamento socialmente reprovável praticado pela farmacêutica”, afirma a magistrada.

Organon não foi a única nos tribunais recentemente 

Para resolver as alegações de que uma subsidiária teria incentivado profissionais da saúde a prescrever seus medicamentos, a Pfizer alinhou o pagamento de US$ 60 milhões (cerca de R$ 350 milhões).  O caso ocorreu nos Estados Unidos, onde as farmacêuticas são proibidas de oferecer qualquer tipo de incentivo para persuadir o encaminhamento de medicamentos ou serviços fornecidos pelo Medicare. As informações são do Dow Jones Newswires.

Segundo o governo norte-americano, para promover seu tratamento para enxaqueca, o Nurtec ODT, a Biohaven Pharmaceutical Holding, teria formado um grupo de provedores de saúde, que ficou ativo de março de 2020 a setembro de 2022. O departamento afirma que esses provedores teriam sido contratados para ministrar palestras e convidados para jantares luxuosos.

Um porta-voz da Pfizer afirmou que o acordo diz respeito às ações da Biohaven anteriores à aquisição pela gigante farmacêutica e que “não inclui nenhuma admissão de responsabilidade ou irregularidade”.

Notícias Relacionadas