SE é escolhido para projeto piloto no sistema do CFF de averbações

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O estado de Sergipe foi escolhido como piloto para o projeto de averbação do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Com o objetivo de ter um cadastro único com as especializações de todos os farmacêuticos do país, o novo sistema será disponibilizado pelo Conselho Regional de Farmácia de Sergipe (CRF/SE) durante o mês de junho para sua avaliação e melhorias.

Para tal, dois membros da Comissão de Ensino do Conselho Federal de Farmácia (Comensino/CFF) estão nesta segunda e terça-feira, dias 07 e 08, no CRF/SE apresentando o sistema e seu funcionamento aos servidores da Casa.

Além do tamanho do Estado, a escolha por Sergipe se deu por outros fundamentos. “Além da predisposição da conselheira federal, Fátima Aragão, e do presidente do CRF/SE, Marcos Rios, em receber o projeto piloto; Sergipe tem uma demanda menor. Já que é um projeto piloto, teríamos que estar testando um local com a quantidade menor de colegas, para depois partir para o restante do Brasil”, disse um dos idealizadores do projeto e membro da Comensino/CFF, o farmacêutico Jairo Sotero.

Depois de Sergipe, o sistema será testado na Bahia e, sendo aprovado, utilizado em todo país. “Vamos utilizar o sistema, verificar usabilidade e depois dos ajustes necessários vamos testar num segundo Estado, a princípio a escolha foi pela Bahia. Um Estado maior que poderemos estar avaliando também nosso banco de dados com uma quantidade maior de profissionais. Sendo aprovado, passaríamos a todo país”, explica Rui Reis, farmacêutico e também membro da Comensino.

O ato de averbação oficializa as habilidades e/ou competências técnicas do farmacêutico na sua carteira de trabalho e, com o novo sistema, será disponibilizado pelos Conselhos. “Com o sistema aprovado, um colega farmacêutico que mora em Sergipe e migra para São Paulo, por exemplo, poderá ter todo seu histórico de especialização baixado em São Paulo, pois estará no sistema. Ele não precisará levar toda a documentação para declarar, pois já terá feito aqui e estará no banco de dados”, exemplifica Rui Reis.

Com a implementação deste acervo digital em nível nacional, o profissional farmacêutico terá agilidade na busca de informações de todo seu histórico de pós-graduação em qualquer lugar e os Conselhos terão um mapeamento do perfil dos seus profissionais. “Assim que estiver funcionando, o profissional poderá acessar uma segunda via de um documento, assim como o presidente de cada Conselho terá estatísticas importantes, ele saberá por exemplo quantos farmacêuticos serão especialistas em estética em Sergipe”, informa Jairo Sotero.

Sempre adepto a inovações e melhorias, o presidente do CRF/SE, Marcos Rios, ressalta a importância do novo sistema também para impedir qualquer irregularidade administrativa. “Com este sistema, acreditamos que as normativas educacionais vigentes para realizar o registro dos certificados serão atendidas e poderemos erradicar os pedidos de registro de certificados sem validade”, lembra.

Para averbar seus documentos

Por causa da pandemia, o farmacêutico que quiser averbar sua documentação precisa agendar sua vinda ao CRF/SE por telefone (através dos números 3025-1650; 3211-9985; 3211-8577; 3214-5297) e trazer presencialmente suas declarações de especializações. O Conselho irá verificar a veracidade da documentação e se atende a legislação, depois averbará na carteira profissional e no sistema disponível para todo país.

Fonte: CRF/SE

Fhemig vai contratar profissionais para a administração central e Complexo de Urgência; veja editais

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A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) está com editais abertos para contratações por meio de processo seletivo simplificado para o Complexo Hospitalar de Urgência e para a Administração Central, em Belo Horizonte. Os salários variam entre R$ 1.700 a R$ 5.800, de acordo com a vaga e a carga horária.

O Complexo Hospitalar de Urgência é formado pelos hospitais João XXIII, Infantil João Paulo II e Maria Amélia Lins, todos na região hospitalar da capital mineira. Para os locais são oferecidas duas vagas para técnico em patologia (40 horas semanais, R$ 1,7 mil) e uma vaga para farmacêutico generalista, com atuação na área hospitalar (30 horas semanais, R$ 2.645). As inscrições já estão abertas e se encerram no próximo dia 9, confira o edital.

Fonte: Hoje em Dia

Campanha busca fundos para comprar remédio mais caro do mundo a bebê no PI

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O pequeno João Miguel, hoje com 10 meses, foi diagnosticado com Artrofia Muscular Espinhal– AME, tipo 1. Rara, a doença genética afeta a capacidade de o indivíduo caminhar, comer e, até respirar. Um tratamento capaz de interromper o agravamento do quadro do bebê é regido pelo medicamento Zolgensma – o mais caro do mundo, que custa doze milhões. Uma campanha pede ajuda a quem possa contribuir com doações de qualquer valor.

O bebê só tem até os 2 anos de idade para tomar o fármaco que lhe promete a cura. Correndo contra o tempo, a família tem feito de tudo para arrecadar verba para o tratamento, rifas, vaquinhas virtuais, apoios de grupos. Até o momento foram arrecadados o valor total R$: 2.740,39, o que ainda é distante do valor necessário para aquisição do medicamento.

Segundo a mãe da criança, Irislene dos Santos, a campanha “Ame o João Miguel” foi criada para que o pequeno possa ter uma infância com qualidade de vida. “Sou uma mãe pedindo socorro e implorando a ajuda de cada um de vocês para que possamos comprar o zolgensma. Só assim iremos conseguir salvar o João de muitas complicações que a AME pode causar então nos ajude doando qualquer valor”, escreveu Irislene em uma rede social.

Em um breve depoimento, ela conta como o pequeno vem convivendo com uma sonda introduzia no nariz e que a doença vem tirando um pouco do seu filho. “Dia que passa a AME tira um pouco do meu filho. Já tirou o direito de bolar, de sentar, de brincar, de ficar em pé e como se fosse pouco agora tirou o direito de comer pela boquinha, o direito de sentir o gosto das frutinhas da sopinha, que ele tanto adorava”, relatou.

Conforme o Instituto Nacional de Atrofia Muscular Espinhal (Iname), cerca de 60% dos bebês que nascem com AME, desenvolvem o Tipo 1, (forma infantil grave, ou doença de Werdnig-Hoffmann), está é a forma mais comum de manifestação da AME. Geralmente os bebês não conseguem sustentar o pescoço e não atingem o marco motor de sentar sem apoio.

Doações

A prestação de contas, bem como mais informações podem ser obtidas @amejoaomiguel2020. As doações para contribuir no tratamento do pequeno podem ser feitas através:

Vakinha João id: 1841270
Banco do Brasil
Agência:2222-5
Conta poupança :26319-2
Chave pix (cpf)041.064.943.02
Irislene dos Santos Reis Costa

Conta poupança
Banco do Brasil
Agencia: 2222-5
conta: 28597-8
Chave pix (cpf )114.009.713.06
João MIguel Xavier

Fonte: Meio Norte

Enquete revela estagnação de empregos no canal farma

Carteira de trabalho 1200x628 Já editada.fwA última enquete do Panorama Farmacêutico indicou uma tendência de estagnação no mercado de trabalho do setor farmacêutico. Questionada sobre a influência da pandemia nos recrutamentos para sua empresa, quase metade dos profissionais informou que houve demissões ou adiamento dos processos seletivos.

Esse foi o cenário apontado por 1.386 (45%) dos 3.112 leitores que participaram da enquete. Em contrapartida, 969 (31%) destacaram a existência de mais contratações no período, enquanto 757 (24%) afirmaram que a Covid-19 não impactou os recrutamentos.

No entanto, especialistas acreditam que a enquete reflete apenas um esfriamento provisório no ritmo de contratações, já que as empresas do canal farma absorveram um número expressivo de profissionais entre janeiro e fevereiro.

Os dois primeiros meses do ano, inclusive, registraram o maior volume de empregos disponíveis na história do setor, de acordo com a plataforma InfoJobs. Mais de 5,5 mil oportunidades foram abertas no varejo e na indústria, o que representou 56% a mais em comparação com janeiro e fevereiro de 2019.

“À medida que a atividade econômica voltar a dar sinais de reaquecimento, o cenário de abertura de vagas no mercado farmacêutico tende a retomar a aceleração”, acredita Ana Paula Prado, gerente nacional da InfoJobs. “Os consumidores brasileiros reforçaram a atenção com a saúde, o bem-estar e a imunidade, o que incentiva o uso de medicamentos e produtos de higiene pessoal. Também temos um cenário de aumento de expectativa de vida da população”, acrescenta.

Enquete revela estagnação de empregos no canal farma

Nova enquete

A nova enquete da semana quer saber sobre a demanda por viagens corporativas no segmento. Nos últimos 12 meses, você se deslocou para algum destino nacional ou internacional a serviço da companhia onde atua? E com que frequência? Participe e contribua para o debate.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/05/31/dsg-compra-franquia-de-farmacias-e-chega-a-mil-pdvs/

Nutricionais puxam vendas da Bayer Consumer Health

Nutricionais puxam vendas da Bayer Consumer HealthMaior mercado de Consumer Health da América Latina, três vezes maior do que o mexicano, o Brasil ocupa uma posição estratégica para a divisão da Bayer, que estima um crescimento de 25% para este ano. “Neste primeiro quadrimestre tivemos um desempenho 2% superior ao planejado, com um nível de confiança bastante solidificado desde 2020”, afirma Sydney Rebello, gerente geral da farmacêutica nesse segmento.

Segundo o executivo, a área vem apresentando resultados positivos, alavancados principalmente pela categoria de imunidade, os chamados nutricionais. Segundo dados da IQVIA, houve um aumento de 50,6% em volume e 53% em valor nos últimos 12 meses, com destaque para a vitamina C e os multivitamínicos. Esses segmentos sustentam a expressiva participação do varejo farmacêutico nos negócios da companhia, totalizando mais da metade da receita da Bayer em território nacional. A divisão de Consumer Health reúne 48 itens no portfólio.

Líder de vendas

Esses indicadores refletiram em dois dos mais recentes lançamentos da companhia, o Redoxon Vitamina C 500mg comprimidos e o Redoxon Tripla Ação CR comprimidos revestidos. “Líder na categoria, as vitaminas foram responsáveis pela maior representatividade das vendas da companhia”, ressalta Rebello.

A renovação do portfólio também vai ao encontro da tendência identificada pela divisão de Consumer Health da Bayer a partir de uma pesquisa em parceria com o Ibope. Segundo o levantamento, o cuidado com a imunidade foi o hábito que mais cresceu durante a pandemia.

Em ritmo de lançamentos

Outra líder de mercado no Brasil, a marca Bepantol Baby estreou em janeiro na categoria de lenços umedecidos, que movimenta, atualmente, cerca de R$ 618 milhões no canal farma, com crescimento de 9% em volume e 15% em valor no último ano. “Trata-se uma iniciativa muito importante para o portfólio da marca, pois é uma categoria que vende mais de 50 milhões de unidades por ano”, observa Rebello.

Já a linha Bepantol Derma foi ampliada. Além de produtos para regiões específicas da pele, a marca passou a contar também com uma linha de cinco produtos para o cuidado do corpo e rosto.

Ainda para este ano, a Bayer prevê um lançamento na área de nutricionais para gestantes e também disponibilizará um aplicativo para o segundo semestre, em parceria com o LifeHub, centro de inovação aberta da farmacêutica. “A expectativa é contribuir para o autocuidado da gestante, de forma a promover melhor qualidade de vida para ela e o bebê”, afirma o executivo.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Mundo está entrando em uma nova fase do capitalismo?

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Quase 250 anos atrás, o economista e filósofo Adam Smith escreveu o livro A Riqueza das Nações, em que descreveu o nascimento de uma nova forma de atividade humana: o capitalismo industrial.

Veja também: ‘Economia e pandemia estão se dando melhor’, diz economista sobre PIB do 1º tri

Porém, ele e seus contemporâneos não imaginavam o quanto o novo sistema criaria um acúmulo de riqueza em poucas mãos.

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O capitalismo alimentou as revoluções industrial e tecnológica, remodelou o mundo e transformou o papel do Estado em relação à sociedade.

Ele tirou inúmeras pessoas da pobreza nos últimos dois séculos, aumentou significativamente os padrões de vida e levou ao desenvolvimento de inovações que melhoraram radicalmente o bem-estar humano, além de tornar possível a ida à Lua e a leitura deste artigo de opinião.

No entanto, a história do capitalismo não é totalmente positiva.

Nos últimos anos, as deficiências do sistema se tornaram cada vez mais evidentes.

Priorizar ganhos de curto prazo para as pessoas às vezes fez com que o bem-estar de longo prazo da sociedade e do meio ambiente fosse jogado fora, especialmente porque o mundo está lutando ao mesmo tempo contra uma pandemia de coronavírus e as mudanças climáticas.

E como a agitação política e a polarização em todo o mundo demonstraram, há sinais crescentes de descontentamento com o status quo capitalista.

Uma pesquisa de 2020, produzida pela empresa de marketing e relações públicas Edelman, apontou que 57% das pessoas entrevistadas em todo o mundo disseram que “o capitalismo como existe hoje faz mais mal do que bem ao planeta”.

“O desempenho do capitalismo ocidental nas últimas décadas tem sido profundamente problemático em relação à desigualdade e aos danos ambientais”, escreveram os economistas Michael Jacobs e Mariana Mazzucato em Rethinking Capitalism (‘Repensando o capitalismo’, sem versão em português).

No entanto, isso não significa que não haja soluções. “O capitalismo ocidental não está desesperadamente fadado ao fracasso, mas precisa ser repensado”, argumentam Jacobs e Mazzucato.

Então, o capitalismo como o conhecemos continuará em sua forma atual ou poderia ter outro futuro pela frente?

Foco no indivíduo

 

O capitalismo gerou milhares de livros e milhões de palavras, então seria impossível explorar todas as suas facetas.

Dito isso, podemos começar a entender para onde o capitalismo irá no futuro, explorando onde ele começou. Isso nos mostra que o capitalismo nem sempre funcionou como hoje, especialmente no Ocidente.

Entre os séculos 9 e 15, monarquias autocráticas e hierarquias eclesiásticas dominaram a sociedade ocidental.

Esses sistemas começaram a desmoronar à medida que as pessoas afirmavam cada vez mais seu direito à liberdade individual.

Essa busca por um foco maior no indivíduo favoreceu o capitalismo como sistema econômico por causa da flexibilidade que deu aos direitos de propriedade privada, escolha pessoal, empreendedorismo e inovação.

Ele também favoreceu a democracia como um sistema de governo por causa de seu foco na liberdade política individual.

A mudança em direção a uma maior liberdade individual mudou o contrato social.

Anteriormente, os que estavam no poder forneciam muitos recursos (terra, comida e proteção) em troca de contribuições significativas dos cidadãos (por exemplo, de trabalho escravo a trabalho duro com pouca remuneração, altos impostos e lealdade incondicional).

Com o capitalismo, as pessoas esperavam menos das autoridades governantes, em troca de maiores liberdades civis, incluindo liberdade individual, política e econômica.

Mas o capitalismo evoluiu de maneira significativa durante os séculos seguintes e especialmente durante a segunda metade do século 20.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Mont Pelerin Society, um grupo de especialistas em política econômica, foi fundada com o objetivo de enfrentar os desafios que o Ocidente tinha à vista.

Seu foco específico era a defesa dos valores políticos de uma sociedade aberta, o estado de direito, a liberdade de expressão e as políticas econômicas de livre mercado, aspectos centrais do liberalismo clássico.

Com o tempo, essas ideias deram origem à escola macroeconômica de “economia de abastecimento”.

Ela se baseava na crença de que impostos mais baixos e regulamentação mínima do livre mercado levariam a um maior crescimento econômico e, portanto, melhores condições de vida para todos.

Na década de 1980, junto com a ascensão do neoliberalismo político, a economia da oferta se tornou uma prioridade para os Estados Unidos e muitos governos europeus.

Essa nova tendência do capitalismo levou a um maior crescimento econômico em todo o mundo, ao mesmo tempo que tirou um número substancial de pessoas da pobreza absoluta.

Mas, ao mesmo tempo, seus críticos argumentam que os princípios de redução de impostos e desregulamentação empresarial pouco fizeram para apoiar o investimento político em serviços públicos, enfrentar o colapso da infraestrutura pública, melhorar a educação e mitigar riscos.

Desigualdade

 

Em muitos países, o capitalismo do final do século 20 contribuiu para criar uma lacuna significativa entre a riqueza dos mais ricos e dos mais pobres, medida pelo Índice de Gini.

Em alguns países, essa lacuna está aumentando. Os Estados Unidos são um exemplo: os americanos mais pobres não veem crescimento real da sua renda desde 1980, enquanto a renda dos ultra-ricos cresceu cerca de 6% ao ano.

Quase todos os bilionários mais ricos do mundo residem nos Estados Unidos e acumularam fortunas impressionantes, enquanto, ao mesmo tempo, a renda familiar média no país aumentou modestamente desde o início deste século.

A diferença de desigualdade pode ser mais importante do que alguns políticos e líderes corporativos gostariam de acreditar.

O capitalismo pode ter tirado milhões de pessoas em todo o mundo da pobreza extrema, mas a desigualdade pode ser corrosiva dentro de uma sociedade, diz Denise Stanley, professora de economia da Universidade do Estado da Califórnia.

“A pobreza absoluta é basicamente a situação em que uma pessoa vive com menos de US$ 4 (cerca de R$ 20) por dia (sob os critérios em vigor nos EUA))”, explica Stanley. Ela alerta que a pobreza e a desigualdade podem desequilibrar uma sociedade a longo prazo.

Mesmo que a economia esteja crescendo, a desigualdade de renda e a estagnação dos salários podem fazer com que as pessoas se sintam menos seguras à medida que sua posição relativa na economia diminui.

“Economistas comportamentais mostraram que nosso status em comparação com outras pessoas, nossa felicidade, deriva mais de medidas relativas e de distribuição do que de medidas absolutas. Se isso for verdade, então o capitalismo tem um problema”, diz Stanley.

Como resultado do aumento da desigualdade, “as pessoas confiam menos nas instituições e experimentam um sentimento de injustiça”, segundo o relatório Edelman.

Mas o impacto na vida das pessoas pode ser mais profundo. “O capitalismo em sua forma atual está destruindo a vida de muitas pessoas da classe trabalhadora”, argumentam os economistas Anne Case e Angus Deaton em seu livro Deaths of Despair and the Future of Capitalism.

“Durante as últimas duas décadas, as mortes de desespero por suicídio, overdose de drogas e alcoolismo aumentaram dramaticamente e agora centenas de milhares de vidas de americanos são perdidas a cada ano”, escrevem eles.

A crise financeira de 2007 e 2008 exacerbou esses problemas. A crise foi provocada pela desregulamentação excessiva e atingiu principalmente a classe trabalhadora de países desenvolvidos.

Depois, os resgates dos grandes bancos feitos pelos governos após a crise financeira de 2008 geraram ressentimento e “ajudaram a alimentar o surgimento da política polarizada que vimos na última década”, de acordo com Richard Cordray, primeiro diretor do US Consumer Financial Protection Bureau (agência de proteção ao consumidor dos EUA) e autor de Watchdog: Como a proteção dos consumidores pode salvar nossas famílias, nossa economia e nossa democracia.

Protestos anticapitalistas

 

As democracias liberais podem agora estar em um ponto de inflexão, no qual os cidadãos questionam as normas capitalistas de hoje com maior intensidade política em todo o mundo.

J. Patrice McSherry, professor de ciência política na Long Island University, em Nova York, observou essa mudança no Chile, por exemplo.

“A mobilização social dos chilenos começou com um aumento nas tarifas do metrô em outubro de 2019, gerando protestos de base ampla que atraiu mais de um milhão de pessoas às manifestações”, diz ele.

“O movimento social expôs as profundas fontes de descontentamento no Chile: desigualdade arraigada e crescente, o custo de vida sempre crescente e a privatização extrema em um dos Estados mais neoliberais do mundo.”

Essas queixas remontam ao final do século 20, quando a ditadura militar do Chile introduziu reformas que institucionalizaram a dominação econômica e consagraram uma estrutura neoliberal que apagou o papel do Estado nas áreas sociais e econômicas. A participação política deu ao direito (político) poder desproporcional e instalou um papel tutelar para as Forças Armadas”, escreveu McSherry em um artigo para o Congresso Norte-Americano na América Latina, uma organização sem fins lucrativos que acompanha as tendências na região.

Da mesma forma, o movimento de coletes amarelos que começou na França em 2018 inicialmente se concentrou no aumento dos custos do combustível, mas rapidamente se expandiu para incluir reclamações semelhantes às do Chile: o custo de vida, o aumento da desigualdade e uma demanda para que o governo pare de ignorar as necessidades dos cidadãos.

E nos Estados Unidos, o movimento político que gerou o trumpismo é possivelmente impulsionado tanto pela desigualdade econômica quanto pela ideologia de direita.

O governo Trump obteve amplo apoio político por suas abordagens mais fechadas ao comércio mundial, incluindo a retirada do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica e tarifas retaliatórias sobre bens e serviços chineses, indianos, brasileiros e argentinos importados para os Estados Unidos.

Até mesmo os aliados históricos dos Estados Unidos foram o alvo dessa agenda, incluindo Europa, Canadá e México.

Embora uma resposta às desvantagens do capitalismo em sua forma atual seja que as nações adotem uma postura defensiva, buscando se proteger minimizando os laços externos, o protecionismo “é míope, especialmente quando se trata de comércio”, de acordo com Anahita Thoms, chefe da Baker McKenzie’s International Trade Practice, na Alemanha, e do Young Global Leaders, do Fórum Econômico Mundial.

“Embora possa trazer alguns benefícios temporários, no longo prazo (o protecionismo) coloca em risco a economia global como um todo e ameaça desfazer décadas de progresso econômico. Manter os mercados abertos para investimentos é crucial”, disse Thoms.

Um desafio central para os governos no século 21 será encontrar uma maneira de equilibrar esses benefícios de longo prazo do comércio mundial com os danos de curto prazo que a globalização pode trazer às comunidades locais afetadas por baixos salários e pelo desemprego.

As economias não podem ser completamente divorciadas das demandas das maiorias democráticas em busca de empregos, moradia acessível, educação, saúde e um meio ambiente saudável.

Como mostram os movimentos chileno, os coletes amarelos e os trumpismo, muitas pessoas estão pedindo uma mudança no sistema existente para dar conta dessas necessidades, em vez de apenas enriquecer os interesses privados.

Em suma, pode ser hora de repensar o contrato social para o capitalismo, de modo que ele se torne mais inclusivo de um conjunto mais amplo de interesses além dos direitos e liberdades individuais.

Isso não é impossível. O capitalismo já evoluiu antes e, se for para continuar no futuro de longo prazo, pode evoluir novamente.

O futuro do capitalismo

 

Nos últimos anos, várias ideias e propostas surgiram com o objetivo de reescrever o contrato social do capitalismo.

O que elas têm em comum é a ideia de que as empresas precisam de medidas mais variadas de sucesso do que apenas lucro e crescimento.

Nos negócios, existe o “capitalismo consciente”, inspirado nas práticas das chamadas marcas “éticas”.

Na política, existe um “capitalismo inclusivo”, defendido tanto pelo Banco da Inglaterra quanto pelo Vaticano, que advoga pelo aproveitamento do “capitalismo para o bem comum”.

E na sustentabilidade, existe a ideia da “economia donut”, teoria da economista Kate Raworth, que sugere ser possível prosperar economicamente como sociedade sem deixar de lado as demandas sociais e planetárias.

Depois, há o modelo dos “cinco capitais”, articulado por Jonathan Porritt, autor de Capitalism As If The World Matters.

Porritt pede a integração de cinco pilares do capital humano: natural, humano, social, manufaturado e financeiro, nos modelos econômicos existentes.

Um exemplo tangível de onde as empresas estão começando a abraçar “os cinco capitais” é o movimento B-Corporation. As companhias certificadas cumprem a obrigação legal de considerar “o impacto de suas decisões sobre seus trabalhadores, clientes, fornecedores, comunidade e meio ambiente”.

Suas fileiras agora incluem grandes corporações como Danone, Patagonia e Ben & Jerry’s (que é propriedade da Unilever).

Essa abordagem se tornou cada vez mais comum, refletida em uma declaração de 2019 divulgada por mais de 180 CEOs corporativos, redefinindo “o propósito de uma corporação”.

Pela primeira vez, os CEOs que representam o Wal-Mart, Apple, JP Morgan Chase, Pepsi e outros reconheceram que devem redefinir o papel dos negócios em relação à sociedade e ao meio ambiente.

Sua declaração propõe que as empresas devem fazer mais do que oferecer benefícios aos seus acionistas.

Além disso, devem investir em seus funcionários e contribuir para a valorização dos elementos humanos, naturais e sociais do capital a que Porritt se refere em seu modelo, ao invés de focar apenas no capital financeiro.

Em uma entrevista recente ao Yahoo Finance sobre o futuro do capitalismo, o CEO da Best Buy, Hubert Joly, disse que “o que aconteceu é que por 30 anos, da década de 1980 a 10 anos atrás, tivemos essa abordagem única sobre os lucros excessivos. Isso causou muitos desses problemas. Precisamos afrouxar esse modelo. Se tivermos uma refundação de negócios, também pode ser uma refundação do capitalismo… Eu acho que isso pode ser feito, tem que ser feito.”

Uma nova direção

 

Mais de três décadas atrás, a Comissão Brundtland das Nações Unidas escreveu no documento “Nosso Futuro Comum” que havia ampla evidência de que os impactos sociais e ambientais são relevantes e devem ser incorporados aos modelos de desenvolvimento.

Ora, é óbvio que essas questões também devem ser consideradas dentro do contrato social que sustenta o capitalismo, para que ele seja mais inclusivo, holístico e integrado aos valores humanos básicos.

Em última análise, vale a pena lembrar que os cidadãos em uma democracia liberal capitalista têm poder.

Coletivamente, eles podem apoiar empresas alinhadas com suas crenças e exigir continuamente novas leis e políticas que transformem o cenário competitivo das empresas para que possam aprimorar suas práticas.

Quando Adam Smith observava o nascente capitalismo industrial, em 1776, ele não podia prever o quanto ele transformaria nossas sociedades hoje. Portanto, era aceitável sermos tão cegos quanto ao que o capitalismo se transformaria nos dois séculos seguintes.

No entanto, isso não significa que não devamos nos perguntar como ele pode evoluir para algo melhor no curto prazo. O futuro do capitalismo e de nosso planeta depende disso.

*Matthew Wilburn King é um consultor internacional e conservacionista baseado no Colorado, Estados Unidos, e presidente e diretor da Common Foundation.

Fonte: G1

‘Economia e pandemia estão se dando melhor’, diz economista sobre PIB do 1º tri

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Uma melhor adaptação das empresas e pessoas aos cuidados de saúde e ao vaivém de medidas de isolamento foi um dos principais fatores que ajudaram a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no primeiro trimestre e, sobretudo, fazer com que o resultado se saísse bem acima do que a grande maioria dos economistas chegou a prever.

Veja também: Dólar opera em alta após o feriado

É o que destacou o economista Gesner Oliveira, sócio da consultoria GO Associados e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), em entrevista à CNN neste sábado (15).

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“A verdade é que as projeções erraram ao não considerar dois fatores importantes: o  primeiro deles é a adaptação das cadeias produtivas à pandemia. Economia e pandemia começaram a se dar melhor. Obviamente a pandemia compromete muito o crescimento, mas muitas cadeias produtivas conseguem continuar operando mesmo com as restrições”, disse Oliveira.

“O outro fator importante é que as restrições não foram tão fortes quanto os nomes sugeriram. Por diversas razões, a restrição à circulação das pessoas não foi tão severa e, consequentemente, a economia se recuperou.”

Divulgado no início desta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB do primeiro trimestre apontou um crescimento de 1,2%, o que fez com o que o nível da riqueza do país voltasse aos patamares pré-pandemia. As projeções de mercado falavam em uma alta, na média, de 0,7%.

Oliveira destacou a importância no avanço das vacinações para sustentar não só esse ritmo de crescimento nos próximos meses como, também, as projeções em alta dos economistas para o PIB do ano. Com os dados melhores do primeiro trimestre, muitos já falam em um crescimento superior a 4% e, alguns, de até 5%.

“O impacto [da vacinação] é realmente fenomenal. Vimos nos Estados Unidos, que foi um show de horrores no ano passado, mas, ao mesmo tempo, deu um show em investimentos em vacinação. Isso tem um efeito sobre a economia muito forte”, disse ele.

“Nos investimentos, gera expectativas muito positivas (…). Mesmo com as restrições que temos, com a enorme pobreza, haveria uma reação no consumo, ao lado de uma reação positiva nos investimentos produtivos. Essas forças, somadas à demandas externa e o estímulo das exportações, dariam um potencial de crescimento muito grande.”

*Com texto de Juliana Elias

Fonte: CNN

Covaxin recruta voluntários para teste no Brasil; saiba como participar desse e mais 3 estudos

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Covaxin – A vacina indiana Covaxin, cuja importação foi aprovada nesta sexta-feira pela Anvisa com algumas restrições, está em vias de ser testada por até 5 mil voluntários no Brasil. As vagas estão abertas para os maiores de 18 anos que queiram fazer parte dos estudos clínicos desse imunizante contra a Covid. Para a chamada fase 3 dos testes, o recrutamento deve acontecer em cinco cidades do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Campo Grande, Campinas (SP) e São José do Rio Preto (SP). Em parte delas, as inscrições já começaram.

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Além da Covaxin, há pelo menos outras duas fases 3 de vacinas para o coronavírus com cadastro de voluntários aberto no Brasil: a da vacina da empresa canadense Medicago em parceria com a britânica GSK e a da vacina SCB-2019, da farmacêutica chinesa Sichuan Clover Biopharmaceuticals.

Há ainda um quarto estudo com recrutamento aberto, o da vacina candidata Versamune, desenvolvida no Brasil pela startup Farmacore e pela USP de Ribeirão Preto. O chamamento nesse caso, porém, é para as fases 1 e 2 dos testes e se trata de um pré-cadastro, já que a autorização da Anvisa para iniciar os trabalhos ainda não foi dada.

Conheça abaixo como participar de cada estudo como voluntário.

Covaxin

Os testes da vacina indiana, autorizados pela Anvisa em maio, aceitam voluntários maiores de 18 anos, de qualquer profissão, que não se vacinaram ainda contra a Covid, que nunca tiveram essa doença e que também não moram com alguém que teve a enfermidade. É recomendável ainda, no caso de quem tem doenças crônicas, que essas condições de saúde estejam estáveis. Para as mulheres, não podem estar grávidas nem com planos de engravidar nos próximos 12 meses, tempo do acompanhamento completo do estudo.

Os voluntários receberão duas doses durante o estudo, com intervalo de 28 dias entre cada uma. O plano é começar essa etapa ainda em junho. De forma aleatória, um grupo ganhará a vacina e outro, placebo. Depois, informam os pesquisadores, quando puder ser revelado quem estava de cada lado, os voluntários do grupo placebo serão convidados a tomar o imunizante.

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O estudo é coordenado no Brasil, de forma geral, pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein (ligado ao hospital homônimo), que foi contratado pelo laboratório indiano Bharat Biotech e pela Precisa Medicamentos (que detém os direitos de distribuição da vacina no país) para esse fim.

Em cada cidade, há, porém, um centro de pesquisa que organiza os testes e pode definir critérios mais específicos para a seleção. Na capital paulista, por exemplo, o recrutamento vai de pessoas dos 18 aos 50 anos no Instituto de Pesquisa do Hospital IGESP/IBEPEGE, que recebe inscrições online. Em Campinas, o local de referência é o Instituto de Pesquisa Clínica (Ipecc), que também dispõe de um formulário digital. Por lá, os interessados devem ter entre 18 e 45 anos. Nas demais cidades, o chamamento ainda não foi aberto.

Medicago/GSK

Os testes da vacina candidata contra Covid da farmacêutica Medicago R&D Inc, do Canadá, em parceria com a britânica GlaxoSmithKline (GSK), foram autorizados em abril pela Anvisa. O recrutamento de voluntários para testar esse imunizante de tecnologia inovadora, à base de plantas, já foi iniciado no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, em Belo Horizonte e em cidades do interior de São Paulo, como Valinhos e São José do Rio Preto.

No Rio, o estudo é feito no IBPClin. O local tira dúvidas dos interessados por telefone. Em Belo Horizonte, os voluntários são recebidos na Santa Casa (informações pelo número 31 3879-0085). Em Porto Alegre, o centro contratado é o Instituto de Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento. O cadastro está aberto pela página da instituição.

Em Valinhos, na região de Campinas, o estudo é da Azidus Brasil. A empresa recebe cadastro de interessados pelo seu site. Em Rio Preto, o trabalho acontece no Centro Integrado de Pesquisa Clínica (CIP) do Hospital de Base, que também apresenta um formulário online.

O estudo deve reunir cerca de 3,5 mil participantes no Brasil, todos maiores de 18 anos que ainda não tiveram Covid nem receberam nenhuma vacina contra a doença. Os voluntários serão divididos em dois grupos, um que tomará o imunizante e outro, placebo. Serão duas doses, com espaçamento de 21 dias.

SCB-2019/Sichuan Clover

Também aprovado pela Anvisa em abril, o estudo clínico da vacina SCB-2019, da farmacêutica chinesa Sichuan Clover Biopharmaceuticals, deve envolver de 8 mil a 12 mil voluntários no Brasil com mais de 18 anos. Um grupo receberá o imunizante e outro tomará placebo. Assim como nos demais estudos, não ter recebido outra vacina contra Covid e não ter adoecido com o Sars-CoV-2 são requisitos.

Em Porto Alegre, o recrutamento de voluntários já começou no Hospital de Clínicas (acesse o formulário). Em Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, ocorre no Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), com inscrições online.

Já em Natal, no Rio Grande do Norte, o Instituto Atena de Pesquisa Clínica é o responsável pelo cadastro.

Versamune

Já a vacina desenvolvida pela USP de Ribeirão Preto em parceria com a startup Farmacore, também da cidade, está em busca de voluntários para as fases 1 e 2 dos seus testes, as primeiras etapas do estudo com humanos. O projeto é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

A equipe responsável pelo imunizante pesquisado no Brasil pediu em março autorização à Anvisa para começar os testes. O aval ainda não saiu. Apesar disso, as inscrições de voluntários já começaram, para adiantar esse passo, ainda que o estudo em si ainda não possa ser iniciado antes da liberação da agência.

O trabalho das fases 1 e 2 será coordenado pelo hospital HCor, em São Paulo. O objetivo é reunir cerca de 360 pessoas acima de 18 anos que não foram vacinadas ainda contra a Covid e que não contraíram a doença. A instituição colocou uma ficha em seu site para reunir os dados dos interessados.

Fonte: Yahoo! notícias

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Cientistas já testam remédio anticovid; Brasil vai iniciar análise de dois soros

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soros Com a vacinação ainda longe de imunizar a maioria da população mundial contra a covid, laboratórios farmacêuticos já testam em seres humanos medicamentos contra a doença. As gigantes Pfizer, MSD e Roche são as mais adiantadas, desenvolvendo antivirais de uso oral. A Boehringer investe em tratamento com anticorpos monoclonais. No Brasil, dois soros, um do Instituto Butantan e outro do Instituto Vital Brazil, devem começar a ser testados em pacientes nos próximos meses. A expectativa é de algum projeto conseguir sucesso até o início de 2022.

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Os principais objetivos das novas terapias são reduzir as internações e as mortes causadas pela doença. Diferentemente de antibióticos, que em geral podem ser usados contra vários tipos de infecções bacterianas, os medicamentos contra um tipo de vírus dificilmente funcionam no combate a outros. Os vírus são muito mais diversos, e têm menos proteínas próprias em comum que possam ser usadas como alvo genérico.

Para um remédio funcionar, ele precisa atingir um “alvo” – geralmente, uma proteína. Isso é particularmente difícil com os vírus, que se replicam dentro das células humanas. Assim, fazem os mecanismos celulares trabalharem a favor deles. Para ser eficaz, o medicamento precisa entrar nas células infectadas e atacar o vírus. Mas deve fazê-lo sem destruir seu hospedeiro.

Alvejar o vírus antes que entre na célula é outra estratégia possível. Mas não é simples: o invólucro do vírus é extremamente robusto e protege o seu material genético. Destruir esse invólucro e expor esse material pode ser tóxico ao organismo humano.

Outro problema é que, enquanto as drogas demoram muito tempo para serem desenvolvidas, os vírus sofrem mutações muito rapidamente. Podem, portanto, desenvolver resistência aos medicamentos. Ainda assim, existem vários antivirais eficazes – como os contra HIV, influenza e hepatite C.

Comprimidos

Um dos projetos mais avançados é o da MSD em associação com a empresa de biotecnologia Ridgeback Biotherapeutics. O composto se chama molnupiravir. Foi inicialmente desenvolvido contra a Sars e a Mers. Em estudo de fase 2, o medicamento foi bem tolerado em humanos – tomado na forma de comprimido, duas vezes ao dia durante cinco dias.

A ideia é que o medicamento atue no início da infecção, quando os primeiros sintomas surgem. O objetivo é impedir a replicação do vírus, para evitar o agravamento e a necessidade de internação. A terceira fase dos testes já está começando. Envolverá mais de mil pessoas em 18 países, entre eles o Brasil.

A MSD espera ter os primeiros resultados entre setembro e outubro. “Os dados de estudos fornecem evidências convincentes para a atividade antiviral do molnupiravir”, afirmou a diretora médica da MSD no Brasil, Márcia Abadi.

Outro projeto é da farmacêutica Roche em parceria com a Atea Pharmaceuticals. O medicamento também oral está sendo testado em 1,4 mil pessoas na Europa e no Japão. Os resultados também devem estar disponíveis até o fim deste ano, para aprovação dos órgãos reguladores. Como o da MSD, esse remédio deve ser tomado no início da infecção por cinco dias.

Já o medicamento oral em desenvolvimento pela Pfizer foi chamado de PF-07321322. É um inibidor de protease (espécie de enzima), como os usados contra o HIV. Foi desenvolvido especificamente contra o Sars-CoV2. Também já está sob testes em seres humanos.

Os primeiros resultados são esperados até o fim deste mês. O objetivo desse medicamento também é impedir que a doença se agrave. Deve ser administrado no início da infecção.

Outra vantagem desses antivirais é que eles poderiam ser usados também na prevenção da doença. Por exemplo, por pessoas que tenham tido contato com nenhum infectado.

Atualmente, o remdesivir, da Gilead, é o único medicamento aprovado para uso no tratamento da covid. É ministrado por via venosa e somente em pacientes internados em hospitais. São doentes que estão em estado mais grave, e com resultados não muito animadores.

Especialistas acreditam que a administração precoce dos novos medicamentos pode ser essencial para impedir o avanço da covid.

Anticorpos e soro

A Boehringer Ingelheim tenta outra abordagem. Trata-se da produção de anticorpos monoclonais (fabricados em laboratório, a partir de células vivas).

“Quando pensamos em tratar uma infecção viral existem duas estratégias: agir diretamente no vírus, nas proteínas que auxiliam na replicação viral, ou impedir o vírus de entrar na célula”, explicou a diretora médica da Boheringer, Thais Gomes de Melo.

Os cientistas identificaram no plasma de pacientes com covid anticorpos específicos que atuam na proteína S do vírus, que permite a sua entrada na célula. Esses anticorpos foram replicados sinteticamente em laboratório para o desenvolvimento do tratamento.

No caso do produto da Boheringer, a administração será por inalação. O processo garantiria concentrações mais altas no pulmão do paciente. Os testes de fase 3 em seres humanos começam em setembro em 40 países, incluindo o Brasil.

No País, o Instituto Butantan, em São Paulo, e o Instituto Vital Brazil, no Rio, desenvolveram soros que podem ser aplicados tão logo o paciente apresente os primeiros sintomas. São feitos a partir do isolamento de anticorpos desenvolvidos por pacientes contra o Sars-CoV-2 e de sua replicação em modelos animais – cavalos, por exemplo.

Os dois institutos se preparam para o início dos testes em seres humanos. “O que a virologia nos ensinou nos últimos 40 anos é que, com esses vírus de alta mortalidade, os coquetéis costumam ser mais eficientes do que apenas uma droga; é o que acontece com o HIV e com o vírus da hepatite C”, explica o virologista Thiago Moreno, da Fiocruz, cujo laboratório estuda o reposicionamento de alguns antivirais usados nesses coquetéis para o tratamento da covid-19. “Acho muito difícil que um único medicamento seja capaz de curar a covid. Mas acho que uma ambição que dá para almejar é uma redução das internações e da mortalidade. Acho que esse é o grande desafio a curto prazo.”

Fonte: Tv Assembleia

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Senacon notifica redes de drogarias por publicidade indevida de medicamentos

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), notificou, no dia 7 de maio, representantes de 12 farmácias e drogarias e duas associações do setor no país para responderem questionamentos sobre publicidade de medicamentos e atendimento aos consumidores. As empresas tiveram prazo de dez dias para enviar respostas, contado a partir do recebimento da notificação.

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Os questionamentos dizem respeito a diversas irregularidades observadas, como orientações e treinamentos dos funcionários para atenderem aos consumidores de medicamentos, análises de reclamações de consumidores nos canais de atendimento e medidas corretivas; relacionamento com representantes de fabricantes e distribuidores de medicamentos e política de integridade.

Segundo a secretária nacional do Consumidor, Juliana Domingues, o cliente não pode ser induzido a adquirir produtos que não necessite. ‘A situação do consumidor torna-se mais vulnerável quando sujeito à publicidade velada, que não é transparente. Ele tem o direito de saber quando há patrocínio, tanto por uma questão ética quanto por ser garantia do Código de Defesa do Consumidor’, explica.

Código de Defesa do Consumidor

A saúde do consumidor recebe especial atenção no artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor quando fala que são direitos básicos ‘a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos’. E também: ‘a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços’.

Anvisa

Com o objetivo de regular a publicidade de medicamentos e assegurar o cumprimento da legislação vigente sobre vigilância sanitária, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem resolução que ‘dispõe sobre a propaganda, publicidade, informação e outras práticas cujo objetivo seja a divulgação ou promoção comercial de medicamentos‘.

Fonte: Tribuna de Minas

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