UFMG quer testar em humanos a Spintec, vacina contra Covid feita no Brasil

0

A criação de um imunizante brasileiro contra a Covid-19, no Centro de Tecnologia em Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dará mais um passo. Cientistas envolvidos na pesquisa que desenvolve a vacina vão entregar um relatório à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar testes em humanos.

O relatório está previsto para ser entregue à Anvisa na sexta-feira (30/7). Caso a documentação seja aprovada, a Spintec será testada em humanos em duas fases: na primeira vai reunir entre 30 e 40 voluntários e na segunda contará com 150 a 300 voluntários.

Esses testes serão realizados com voluntários que já tenham sido imunizados com as duas doses da vacina Coronavac há pelo menos seis meses. O objetivo dessa estratégia é avaliar a capacidade de resposta imunológica do organismo à terceira dose de um imunizante.

A Spintec já passou pela fase pré-clínica, que inclui testes em animais. A expectativa dos pesquisadores é que a vacina esteja disponível para os brasileiros em 2022.

De acordo com o pesquisador Flávio Fonseca, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e um dos coordenadores da equipe responsável pela Spintec, foram realizados testes em camundongos, hamsters e micos, com resultados promissores. Os primeiros submetidos à experiência foram os camundongos, que possuíam receptores utilizados pelo Sars-CoV-2 para infectar as células humanas.

‘No grupo de camundongos, por exemplo, todos os animais vacinados, sobreviveram, não apresentaram doença clínica imensurável, enquanto os animais não imunizados, todos morreram até o oitavo dia de doença’, relatou Fonseca em entrevista ao G1.

Hamsters

O segundo grupo de animais testados foi o de hamsters, que desenvolveram a forma branda da Covid-19. Fonseca explica que todos os hamsters vacinados não perderam peso nem apresentaram sinais clínicos, enquanto aqueles que não foram vacinados ficaram doentes.

Já os micos só receberam a vacina, não foram inoculados com o coronavírus. Isso ocorreu porque os cientistas queriam avaliar se esses animais apresentariam alguma reação, mas não foi o caso. Eles também queriam avaliar a produção da resposta imunológica e de anticorpos. Segundo Fonseca, todos os resultados foram positivos.

São estas experiências que vão compor o dossiê entregue à Anvisa. ‘Já tivemos algumas reuniões com a Anvisa para entender as demandas e o formato do encaminhamento desses dados. Estamos ajustando a abordagem das informações segundo os padrões exigidos pela Agência’, informou Fonseca em anúncio feito pela UFMG.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/butanvac-comeca-a-ser-testada-em-ribeirao-preto/

Venda de cloroquina subiu 47% em 2020; de azitromicina, 105%

0

Ineficazes contra a Covid-19, remédios propagados como ‘coringas’ para combater a doença causada pelo novo coronavírus ganharam as farmacinhas caseiras do brasileiro e explodiram em vendas no primeiro ano da pandemia.

Medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina venderam muito além do normal no ano passado. Os dados foram consolidados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A alta, porém, começou há seis anos (veja lista abaixo).

A comercialização de cloroquina, por exemplo, subiu 47%. Passou de 1.553.878 embalagens vendidas em 2019, para 2.296.693, no ano passado.

No caso da azitromicina, o aumento foi de 105% no mesmo período: de 28.153.437 para 57.861.866 entre 2019 e o ano passado.

Apesar da arrancada causada pela pandemia, a alta na venda desses medicamentos é constante desde 2015. No caso da cloroquina, em cinco anos, houve crescimento de 130,7%, por exemplo.

Esse volume não leva em consideração os comprimidos produzidos pelo Exército. O Ministério da Defesa gastou ao menos R$ 1 milhão para fazer o remédio. A Anvisa ainda não tem os dados das vendas de 2021.

A cloroquina é comumente usada no tratamento da malária. A azitromicina é administrada na terapia de infecções causadas por bactérias, como faringite e amigdalite. Ambas as drogas não servem para combater a Covid-19, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Veja aumento na venda de cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina por ano:

Cloroquina e hidroxicloroquina

2015 – 995.105

2016 – 1.061.036

2017 – 1.285.945

2018 – 1.301.372

2019 – 1.553.878

2020 – 2.296.693

Azitromicina

2015 – 21.855.200

2016 – 24.045.452

2017 – 26.114.608

2018 – 27.742.420

2019 – 28.153.437

2020 – 57.861.866

A recomendação do uso dessas drogas é investigada pela CPI da Covid no Senado. Os parlamentares averiguam se o Ministério da Saúde indicou a administração dos remédios durante a crise em Manaus, no início do ano.

Além disso, falas de parlamentares governistas, ministros e mesmo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) são alvo de críticas e de análise dos senadores.

Nesta semana, Bolsonaro saiu em defesa da cloroquina mais uma vez. ‘Eu tomei a cloroquina, mais de 200 pessoas tomaram, aqui na Presidência, e ninguém foi a óbito’, argumentou, mais uma vez, o mandatário da República.

Uso e regras para compra

A cloroquina e a hidroxicloroquina sempre estiveram sujeitas a receita simples, aquela em uma via, já que são fármacos que necessitam de prescrição médica. No contexto da pandemia, a Anvisa editou algumas normas adicionais, com a exigência de receita em duas vias, de forma a coibir a venda irregular e o risco de desabastecimento.

‘Até o momento, esses dois medicamentos permanecem com sua venda condicionada à apresentação de receita médica simples em duas vias’, destaca a Anvisa, em nota. O endurecimento da regra ocorreu em julho de 2020.

A azitromicina é um antibiótico, e a venda só pode ser feita com retenção de receita específica e notificação em sistema para remédios com controle especial.

‘A exigência de receita especial para a venda de antibióticos no Brasil existe desde 2010 e vem sendo atualizada desde então’, explica a agência reguladora em nota.

Remédios indicados

A Anvisa é categórica: as únicas medicações com aprovação em bula para o tratamento de quadros de Covid-19 são: Rendesivir e duas associações de anticorpos monoclonais (veja em detalhe abaixo).

Veja remédios autorizados para o tratamento da Covid-19:

O Remdesivir teve o registro concedido pela Agência em março deste ano.

Associação de anticorpos monoclonais (casirivimabe + imdevimabe), produzidos pelas farmacêuticas Regeneron e Roche, autorizada para uso emergencial, em abril.

Associação de anticorpos monoclonais (banlanivimabe + etesevimabe), produzido pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil, autorizada para uso emergencial, em maio.

Vendas em 2021

Dados do Conselho Federal de Farmácia mostram que as vendas caíram em 2021, mas continuam altas. Até maio, foram comercializados 1.337.982 unidades de hidroxicloroquina. No mesmo período do ano passado, foram 2.032.004 – 34% a mais.

No caso da azitromicina, a queda foi de 50% no mesmo recorte de tempo. As vendas passaram de 36.374.991 unidades em 2020, para 18.342.975 este ano.

‘Todos os medicamentos podem gerar efeitos adversos e que os riscos são ainda maiores para os medicamentos tarjados [aqueles de venda sob prescrição médica]. Esses riscos não podem nunca ser negligenciados, especialmente considerando uma doença tão desafiadora como a Covid-19. A automedicação nesses casos é fortemente desaconselhada’, destaca o conselho, em nota.

Falsa sensação de segurança

Para o médico Estevão Urbano da Silva, um dos coordenadores da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o uso das medicações sem comprovação científica causa falsa sensação de segurança.

‘O risco principal é que não funciona. As pessoas adiam a procura ao médico, ao hospital. Vão piorando em casa. Algumas delas evoluem mal, e, quando chegam ao hospital, chegam tarde. Isso além dos efeitos colaterais’, ressalta.

A médica infectologista Joana D’arc Silva, professora no curso de medicina do UniCeub, adota a mesma cautela ao tratar do assunto.

‘Continuamos sem a recomendação de uso. As evidências não demonstraram benefícios ao paciente. Pelo contrário. Há riscos maiores de efeitos adversos, como arritmias’, explica a especialista.

Joana D’arc ainda faz um alerta. ‘A associação da cloroquina e da azitromicina é ainda mais perigosa. Não vale a pena. O uso acaba expondo a população a um risco maior’, destaca.

Descarte correto

Conselho Federal de Farmácia alerta para o descarte correto dos medicamentos. Dispensar as drogas no lixo comum, na pia ou no vaso sanitário traz riscos para a saúde e prejudica o meio ambiente.

‘Esses hábitos contribuem para potencializar graves problemas de saúde pública, como a resistência bacteriana. Descartadas de forma inadequada, as substâncias se misturam ao lixo e voltam para a natureza ainda ativas, podendo contaminar o lençol freático e até mesmo a água que consumimos’, frisa nota da entidade.

Fonte: Metrópoles

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/saude-diz-que-nao-solicitou-producao-de-cloroquina/

Presentes para o Dia dos Pais estão 1,8% mais baratos que no ano passado em Salvador

0

Apesar dos reflexos deixados pela crise econômica da pandemia de Covid-19, o presente para o Dia dos Pais estará mais barato em 2021. A informação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA).

A entidade fez uma lista com vários itens que são tradicionalmente buscados pelos consumidores para presentear, como artigos de vestuários, produtos de higiene, beleza e eletrônicos. De acordo com os cálculos realizados, e com base nos dados da inflação, o IPCA, na Região Metropolitana de Salvador, registrou um aumento médio de 5,8% nos preços dos 16 itens escolhidos. Porém, esse percentual é inferior à inflação geral da região, de 7,84%.

Conforme a Fecomércio, descontando a inflação geral, houve recuo de 1,8% nos preços desta cesta do Dia dos Pais. O item que teve a maior queda real é o sapato masculino, com variação de -14,8%, em 12 meses, já descontada a inflação. Mesma variação do livro.

Estão mais baratas também as camisas (-9,2%), os shorts e bermudas (-7,9%) e sandália (-7,4%). No entanto, se o consumidor estiver pensando em dar um televisor ou tênis, pode preparar o bolso. O primeiro teve aumento real na média dos preços de 13,5% e o segundo, 4,3%, diz a pesquisa.

O computador teve alta de 2,3% nos preços médios no último ano. Com relação aos produtos de higiene e beleza, somente os perfumes apresentaram alta real de preços, de 2,8%. De resto, houve queda média dos preços dos produtos para pele (-4%) e produtos para barba (-8,4%).

Fonte: A Tarde Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/vendas-do-varejo-encolhem-88-na-semana-do-dia-dos-pais-aponta-indicador-e-commerce-cresce-22/

Ministério da Saúde decide respeitar o intervalo de 21 dias entre as duas doses da Pfizer, como recomenda a bula da vacina

0

O Ministério da Saúde diminuirá para 21 dias o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer, em uma tentativa de conter a disseminação da variante Delta, considerada mais transmissível – atualmente, a espera recomendada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) é de 12 semanas, apesar de a bula do imunizante indicar três semanas. A informação foi dada nesta segunda-feira (26) pelo secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz. Detalhes como a data da mudança, o cronograma de abastecimento e a forma como será feita a antecipação ainda estão sendo avaliados em conjunto com a fabricante, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). A decisão final deverá ser anunciada pelo governo federal ainda nesta semana.

Veja também: Canabidiol: julgamento do RE nº 1165959-STF com repercussão geral, uma vitória dos pacientes de…

– Precisamos verificar o cenário de abastecimento, porque a Câmara Técnica já sinalizou que é interessante avançar a imunização em primeira dose e, só então, reduziremos o prazo para completar a imunização – afirmou Cruz, que garantiu: – A gente só está estudando para ver qual o melhor ‘timing’ disso, mas que vai diminuir, vai

Siga nosso Instagram

Depois, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que é possível diminuir o intervalo por causa do maior abastecimento da Pfizer. As vacinas deste fabricante começaram a ser utilizadas no Brasil há quase três meses, no início de maio.

– O grupo técnico do PNI opinou por fazer um espaço (entre as duas doses) mais alargado (de 12 semanas) naquele primeiro momento porque queríamos avançar na primeira dose. Mas, como as vacinas da Pfizer estão chegando agora num volume maior, é possível mudar essa estratégia. Nós já fizemos várias análises e, com as entregas que temos, é possível voltar para o prazo que está na bula – disse Queiroga

Segundo o ministro, não há planos para a adoção da mesma estratégia com a vacina da AstraZeneca/Oxford, que atualmente também é aplicada com um intervalo de 12 semanas. A bula do imunizante, que no Brasil é produzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estipula que ‘a segunda injeção pode ser administrada entre quatro e 12 semanas após a primeira’.

– Reduzir isso aí (o intervalo da AstraZeneca)… Não há uma segurança de evidência científica de que isso trará maior eficácia nesse esquema vacinal. Na medida em que surjam estudos que ratifiquem que ou encurtar ou prolongar pode ser mais efetivo para o nosso Programa Nacional de Imunizações, modificações podem ser feitas – completou o ministro.

No início do mês, o governo do Rio autorizou que os municípios do estado reduzissem o intervalo da AstraZeneca para oito semanas. Na ocasião, a Fiocruz emitiu uma nota técnica contrária à antecipação, alegando que a vacina tem maior eficácia quando o esquema vacinal é feito no prazo de 12 semanas. A maioria das cidades fluminenses não aderiu à mudança e manteve a aplicação da dose de reforço deste imunizante no intervalo utilizado desde o início da campanha.

A proteção contra a cepa Delta, que já tem transmissão comunitária nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, é baixa com uma única dose da Pfizer ou da AstraZeneca: 10%, segundo estudo do Instituto Pasteur, da França. A taxa sobe para 95% quando o esquema vacinal está completo.

Um novo estudo da Universidade de Oxford realizado com 503 profissionais de saúde mostrou que o intervalo ideal entre as duas doses da vacina da Pfizer é de oito semanas. A pesquisa analisou a resposta imunológica ao imunizante variando de um intervalo de dosagem de três, como é recomendado na bula aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, a 10 semanas. Segundo Susanna Dunachie, a principal pesquisadora do estudo, ‘oito semanas é provavelmente o ponto ideal’ para a segunda dose, para conseguir o equilíbrio entre obter o máximo de pessoas totalmente vacinadas o mais rapidamente possível e com os níveis mais elevados de anticorpos. No Reino Unido, era utilizado o intervalo de 12 semanas, mas foi reduzido para oito. A Pfizer, no entanto, afirma não garantir a eficácia em intervalos diferentes do que é indicado por ela na bula.

O médico infectologista e presidente do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, é membro da Câmara Técnica do ministério e afirma que o momento para alterar o intervalo ainda é incerto. Segundo ele, o assunto é retomado a cada reunião semanal, para monitorar dados que indiquem as melhores estratégias a serem adotadas. Nessa matemática, os especialistas avaliam o número de vacinados, o avanço da variante Delta, a quantidade de vacinas que serão entregues e os últimos estudos científicos.

– Até hoje, a opção frente aos dados que temos é manter o intervalo máximo possível. A recomendação continua essa. Se terminamos o esquema vacinal mais rápido, deixamos de começar com alguém. Hoje não tem vacina suficiente para as duas coisas. Além disso, independentemente de termos doses suficientes ou não, temos dados que mostram que intervalos maiores podem ser até melhor para proteção. Ainda precisamos discutir melhor isso – afirma Kfouri.

O infectologista acrescenta que dados de ‘mundo real’ – ou seja, na prática, não em testes clínicos – no Canadá e no Reino Unido têm mostrado boa proteção da primeira dose da Pfizer contra a Delta.

Fonte: Extra online

Avanço da delta no Brasil cria ‘guerra biológica’ entre variantes do coronavírus

0

O avanço da variante delta no Brasil criou uma competição biológica com a cepa que predomina no país, a gama (P.1), e levantou um debate entre virologistas, infectologistas e epidemiologista: a ampla disseminação da gama será suficiente para conter a delta?

Veja também: Novo estudo sugere que intervalo ideal entre as duas doses da vacina da Pfizer é de oito semanas

Originária da Índia e predominante em pelo menos 26 países, a variante delta tem ganhado terreno também no Brasil.

Siga nosso Instagram

De acordo com dados da Gisaid, uma plataforma internacional de dados genômicos, a prevalência da delta entre as amostras depositadas por pesquisadores brasileiros aumenta a cada dia. Em 13 de julho, representava 2,1% das amostras; no dia 15, estava em 5,9%; no dia 16, em 9,8%; e, no dia 17, bateu na casa dos 12%.

Até terça (20), eram 122 casos confirmados no país, segundo o Ministério da Saúde. Rio de Janeiro responde pela maior parte dos casos, com cinco mortes. Um em cada seis casos de Covid-19 sequenciados no estado foi causado pela variante delta. A gama ainda domina, respondendo por 78% das amostras, segundo a Secretaria de Estado de Saúde. No Brasil como um todo, ela responde por quase 90% dos casos.

Para o virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, apesar de a delta ter um perfil de transmissibilidade alto, o Brasil viveu recentemente uma circulação explosiva da variante P.1, que também se mostrou forte biologicamente e isso poderia causar um bloqueio biológico, somado ao avanço, ainda que lento, da vacinação.

‘Mas, com as políticas agressivas de abertura no Brasil, estamos criando um caldeirão e não sabemos o que vai sair daí’, diz Nogueira.

O país registra pouco mais de 17% da população com o ciclo vacinal completo, e há uma ampla flexibilização das medidas de distanciamento social.

Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz, diz que eventualmente a gama pode oferecer um bloqueio biológico, mas ninguém sabe de fato o que vai acontecer. ‘Depende de muitos fatores, como o ritmo da vacinação e a quantidade de pessoas que já adquiriram a gama.’

Adriano Abbud, diretor de respostas rápidas do Instituto Adolfo Lutz, também tem opinião parecida. “É impossível saber ainda se a delta vai se sobrepor à P.1.”

Já o infectologista Esper Kallás, professor da USP, lembra que, onde a variante delta entrou, acabou dominando toda a cadeia de transmissão da Covid. Nos Estados Unidos, ela já é responsável por 83% dos novos casos da infecção, segundo os Centros de Controles para Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Por quê? Uma hipótese é que ela encontrou espaço fácil para disseminação com a flexibilização das medidas de distanciamento social.

A outra é que ela tenha um poder de transmissibilidade maior do que as demais. Pesquisas indicam que ela apresenta nível de transmissibilidade cerca de 50% maior do que as linhagens anteriores do vírus.

E, por fim, pode ser apenas uma substituição aleatória, ou seja, entra e substitui a anterior, como acontece nos vírus da gripe, por exemplo.

‘Aqui não deve ser diferente dos outros lugares, porque as barreiras de transmissão são semelhantes a outros locais onde isso aconteceu. O vírus entrou tanto em países com cobertura vacinal alta, como a Inglaterra, quanto onde tem uma baixa, como a Indonésia’, afirma.

Kallás diz que que a delta conseguiu se disseminar em locais onde havia cobertura com todas as vacinas mais conhecidas, como as da Astrazeneca, Pfizer, Moderna e Sinovac, ‘Tudo isso mostra que, aqui no Brasil, é bem possível que ocorra o mesmo fenômeno.’

As variantes do Sars-Cov-2 estão em permanente disputa e a tendência é prevalecer aquela com maior capacidade de contaminação. Embora nos EUA a delta já domine, o estado de Illinois tem relatado seis vezes mais casos da variante gama do que da delta. Dos mais de 10 mil casos de Covid-19, 2.600 foram causadas pela gama e 403 pela delta, segundo análise da CBS Chicago.

O fato é que, mesmo que haja o predomínio de uma determinada variante, não tem como garantir que uma outra, com maior capacidade de transmissão, não possa se tornar mais prevalente naquela região.

O epidemiologista Paulo Lotufo, professor da USP, cita outro exemplo, o da variante Lambda, detectada pela primeira vez em agosto de 2020 no Peru, mas que passou meses despercebida porque foi confundida com a cepa P.1.

‘Ela tinha tudo para entrar pela Amazônia e fazer um estrago, mas acabou descendo e pegou norte da Argentina e do Chile e não entrando no Brasil.’

Atualmente, ela está espalhada por 29 países, principalmente na América Latina. No Peru, responde por 90% dos casos de Covid-19. No Chile, por 30% dos registros.

A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Ufes (Universidade Federal do Espirito Santo), diz que vê com preocupação o avanço da delta no país, especialmente porque o número de pessoas vacinadas com as duas doses ainda é baixo. Ao mesmo tempo, estudos apontam que só uma dose da vacina, qualquer que seja, não é capaz de oferece uma boa proteção contra a variante.

‘Essa escolha que o país fez de ampliar o intervalo da vacina da Pfizer num cenário de descontrole como o nosso, não é um intervalo aprovado pela Anvisa, não é indicado pelo fabricante. O CDC tem muitas reservas, critica porque não há evidências da eficiência acima de seis semanas.”

‘Essas pessoas com apenas uma dose vão se infectar mais, as pessoas estão achando que a pandemia está resolvida, as prefeituras estão flexibilizando tudo, não tem testagem em massa. É bem complicado. Estamos colocando todas as fichas na vacina e usando isso de forma descoordenada e desordenada.’

Fonte: Diário de Cuiabá

Compras e contas têm ficado mais caras

0

Pesquisa PoderData mostra que 87% dos brasileiros têm a impressão de que compras do mercado e contas ficaram mais caras nas últimas semanas.

Realizado de 19 a 21 de junho de 2021, o levantamento mostra que o número sofreu um lento declínio ao longo de 10 meses. Em setembro de 2020, era de 95%.

O país enfrenta um quadro de alta inflação ao longo de todo o período desde que a pesquisa começou a ser realizada. O IPCA-15, indicador do IBGE considerado como uma prévia da inflação oficial, atingiu em julho um patamar inédito para o mês desde 2004. O Boletim Focus, relatório elaborado pelo Banco Central com base nas previsões do mercado, tem subido a projeção semanalmente.

Receba a newsletter do Poder360

Esta pesquisa foi realizada no período de 19 a 21 de julho de 2021 pelo PoderData, a divisão de estudos estatísticos do Poder360. A divulgação do levantamento é feita em parceria editorial com o Grupo Bandeirantes.

Foram 2.500 entrevistas em 427 municípios nas 27 unidades da Federação. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos. Saiba mais sobre a metodologia lendo este texto.

Para chegar a 2.500 entrevistas que preencham proporcionalmente (conforme aparecem na sociedade) os grupos por sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica, o PoderData faz dezenas de milhares de telefonemas. Muitas vezes, mais de 100 mil ligações até que sejam encontrados os entrevistados que representem de forma fiel o conjunto da população.

IPCA ACIMA DO TETO

O Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo BC e publicado nesta 2ª (26.jul.2021), mostra que o mercado subiu de 6,31% para 6,56% a estimativa para a inflação de 2021. Foi a 16ª vez consecutiva que as projeções para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano cresceram. Eis a íntegra do relatório (286 KB).

Além da alta na projeção da inflação, o mercado também tem perspectivas de que a Selic, a taxa básica de juros, irá ser de 7% neste ano -mesmo valor estimado para 2022. Na semana passada, a estimativa era de 6,75% para 2021.

A alta da Selic é um dos mecanismos do BC para controlar a alta da inflação. A meta do IPCA é de 3,75% neste ano, com o mesmo intervalo de tolerância, de 1,5 ponto percentual, para mais e para menos (de 2,25% para 5,25%). O Boletim Focus indica que o percentual ficará acima do teto da meta.

REGIÃO NORTE PERCEBE MAIS O AUMENTO DE PREÇOS

O PoderData traz os recortes de sexo, idade, região, escolaridade e renda sobre a percepção da população em relação ao aumento dos preços. O bolso começou a pesar mais nas últimas semanas principalmente para moradores da região Norte (95%), segundo relatam os entrevistados.

Mais do que os homens, as mulheres são as que mais perceberam a inflação. Entre os que dizem que o preço das compras de mercado e das contas aumentou, 94% são mulheres. Os homens são 81%.

AVALIAÇÃO DE BOLSONARO

A percepção de aumento de preços é quase unânime entre quem avalia negativamente o trabalho do presidente Jair Bolsonaro. Entre aqueles que afirmam que sua gestão é ‘ruim’ ou ‘péssima’, 97% relatam que as compras e contas ficaram mais caras.

Entre os que gostam da atuação do chefe do Executivo federal, 1/3 dizem que os valores se mantiveram estáveis nas últimas semanas.

ITENS QUE MAIS PESAM NO BOLSO

Dos que relatam aumento, 47% dizem que o setor mais afetado das contas domésticas foram as compras de mercado. As contas de luz e água vêm em 2º lugar no ranking.

Outro levantamento do PoderData, também realizado de 19 a 21 de julho, mostra que 86% da população acham que a conta de luz está ‘muito cara’, enquanto o percentual daqueles que dizem que o preço é ‘justo’ cai para 11%.

Fonte: Poder 360

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/medicamentos-vencidos-palma-diz-que-compras-eram-feitas-com-base-no-copia-e-cola/

Inflação deve continuar pressionada

0

O mercado financeiro voltou a elevar as projeções para a inflação deste ano, pela 16ª semana consecutiva, desta vez de 6,31% para 6,56%. A nova previsão consta da pesquisa Focus, feita semanalmente pelo Banco Central entre economistas de um grupo regular de instituições financeiras. Para especialistas, o resultado de julho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, influiu na alta das expectativas. O indicador subiu 0,72%, bem acima do esperado, na maior variação para o mês desde 2004.Na pesquisa, divulgada ontem, a mediana das expectativas do IPCA para 2022 ficou em 3,80%. Com a maior estimativa para a inflação, o mercado subiu, também, a previsão para a taxa básica de juros, a Selic em 2021, que foi 6,75% para 7% ao ano. A mediana das expectativas da Selic para 2022 ficou em 7,00%.

O economista autônomo Hugo Passos explica que a pressão dos preços deve continuar. “Os riscos no mercado mundial subiram, a taxa de câmbio ainda está pressionada e as commodities, em alta. Vale lembrar que a energia também deve puxar a inflação, devido à crise hídrica. O Copom está acompanhando de perto a inflação, então deve manter uma política monetária contracionista”, disse. “Por isso, observamos um aumento na expectativa da taxa de juros em 2021”, explicou.

Para a economista Simone Pasianotto, economista-chefe da Reag Investimentos, o resultado do IPCA-15 mostrou uma inflação mais persistente do que se previa, “muito por conta do reajuste dos preços administrados, principalmente energia elétrica e combustíveis”. “É uma pressão realmente de oferta. A Reag projeta que, para julho, o IPCA ‘cheio’ deve vir bem salgado, com 0,94% levando o acumulado de 12 meses bem próximo a 9%”, afirmou.  De acordo com Simone, as pressões de preços devem se estender em agosto e setembro ainda, por conta ainda de vetores como a crise hídrica. A Reag projeta o fechamento do ano com o IPCA em 7,10% .

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/inflacao-acumulada-nos-ultimos-12-meses-chega-a-835/

Talkshow da Abrafarma recebe fundador da Pague Menos

Deusmar 1

A quarta edição do Abrafarma Talks vai ao ar nesta quarta-feira, dia 28, com a presença de Deusmar Queirós, fundador das Farmácias Pague Menos. O talkshow da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) revisita os 30 anos de atuação da entidade e a evolução do setor ao longo desse período.

O programa será exibido no canal da entidade no YouTube. Queirós é um dos mais reconhecidos empreendedores do varejo farmacêutico e deu início à trajetória da Pague Menos, em 1981, na cidade de Fortaleza (CE). Desde então, a rede trilhou uma expansão nacional e hoje mantém mais de 1,1 mil lojas em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

O empresário também foi presidente do conselho diretivo da Abrafarma em duas oportunidades – de 2000 a 2002 e entre os anos de 2016 e 2018. “O primeiro mandato marcou a mobilização do setor para ressaltar a importância dos medicamentos genéricos, regulamentados em 1999. Já no segundo, o foco foi a disseminação dos serviços clínicos, fundamentais para valorizar as farmácias como pontos de atenção à saúde”, enfatiza Sérgio Mena Barreto, CEO da entidade.

O Abrafarma Talks estreou no último mês de maio e já exibiu entrevistas com Sérgio Mena Barreto, CEO da entidade; Alberto Serrentino e Eduardo Terra, especialistas em varejo; e Ronaldo Carvalho, dundador da Drogaria São Paulo e primeiro presidente da Abrafarma. A iniciativa integra a plataforma Movidos pela Saúde, que visa a enfatizar o papel das farmácias e drogarias na promoção da saúde e do bem-estar dos brasileiros. Ao todo são 16 programas com veiculação quinzenal e conduzidos pela jornalista Mariana Godoy.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/elfa-cria-plataforma-para-integrar-farmaceuticas-e-planos-de-saude/

Bolsonaro veta quimioterápicos orais nos planos de saúde

1

orais

O presidente Jair Bolsonaro vetou o projeto de lei que torna obrigatória a cobertura pelos planos privados de saúde de tratamentos domiciliares de uso oral contra o câncer, inclusive de medicamentos para o controle de efeitos adversos relacionados ao tratamento.ebcebc As informações são da Agência Brasil.

O texto, aprovado pelo legislativo, trata dos antineoplásicos, medicamentos utilizados para destruir neoplasmas (massa anormal de tecido) ou células malignas, como câncer. Esses remédios são usados para evitar ou inibir o crescimento e a disseminação de tumores.

De acordo com a Subchefia para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, após manifestações técnicas do ministérios competentes, o projeto foi vetado por razões jurídicas.

“Embora a boa intenção do legislador, a medida, ao incorporar esses novos medicamentos de forma automática, sem a devida avaliação técnica da Agência Nacional de Saúde para a incorporação de medicamentos e procedimentos ao rol de procedimentos e eventos em saúde, contrariaria o interesse público por deixar de levar em conta aspectos como a previsibilidade, transparência e segurança jurídica aos atores do mercado e toda a sociedade civil”, justifica o órgão.

Além disso, o órgão justificou que o alto custo dos antineoplásicos orais e a imprevisibilidade de aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) poderia comprometer a sustentabilidade dos planos privados.

“O qual teria como consequência o inevitável repasse desses custos adicionais aos consumidores, de modo a encarecer, ainda mais, os planos de saúde, além de trazer riscos à manutenção da cobertura privada aos atuais beneficiários, particularmente os mais pobres”, completou a subchefia.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!

Leia também: https://panoramafarmaceutico.com.br/elfa-cria-plataforma-para-integrar-farmaceuticas-e-planos-de-saude/

 

Consulta pública sobre preços de medicamentos frustra indústria

1

Reajuste de medicamentos

A Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade, vinculada ao Ministério da Economia, abriu uma consulta pública. O objetivo é alterar a Resolução nº 02 da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que reúne os critérios para definir preços de medicamentos inovadores e novas apresentações. A consulta vigora até o dia 27 de agosto.

Representantes da indústria farmacêutica ouvidos pelo Panorama Farmacêutico preferiram não se posicionar oficialmente sobre o assunto. Mas nos bastidores, é grande o descontentamento. Dirigentes e executivos do setor avaliam que esperavam muito mais da nova minuta do governo, após três anos de intensos debates e negociações.

O próprio Ministério da Economia projetava mudanças mais substanciais, conforme esperava a indústria farmacêutica. Mas teria cedido para não atrasar o processo de revisão. A situação revela um conflito interno dentro do governo, pois enquanto um grupo discutia a revisão do texto, o secretário Geanluca Lorenzon iniciou um trabalho paralelo para acelerar a nova resolução.

Segundo o documento, medicamentos com inovação incremental passariam a fazer parte de uma categoria específica. Também estão na pauta novas categorias para os biossimilares e os medicamentos originários de transferência de titularidade.

A proposta prevê ainda uma alteração na categoria I, segundo a qual o fármaco com molécula patenteada precisará comprovar ganho terapêutico em comparação aos medicamentos já utilizados para o tratamento no país”. Hoje, a regra se limita aos que integram a mesma indicação terapêutica.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


Cadastre-se para receber os conteúdos também no WhatsApp  e no Telegram

Jornalismo de qualidade e independente
Panorama Farmacêutico tem o compromisso de disseminar notícias de relevância e credibilidade. Nossos conteúdos são abertos a todos mediante um cadastro gratuito, porque entendemos que a atualização de conhecimentos é uma necessidade de todos os profissionais ligados ao setor. Praticamos um jornalismo independente e nossas receitas são originárias, única e exclusivamente, do apoio dos anunciantes e parceiros. Obrigado por nos prestigiar!