Retrocesso à segurança do consumidor’, diz Conselho de Farmácia sobre venda de medicamentos em mercados e conveniências

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Um projeto de lei proposto na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (14), que visa permitir que mercados e conveniências vendam medicamentos que não precisam de prescrição causou a reação do Conselho Regional de Farmácia, que se manifestou contrário à proposta.

O PL ainda tramitará entre as comissões especializadas da Casa de Lei até chegar à votação dos deputados. Contudo, o Conselho já se antecipou afirmando em nota que isso seria um retrocesso à segurança do consumidor.

Ainda de acordo com o diretoria do Conselho, a venda de medicamento em comércio comum seria um incentivo à automedicação e poderia levar ao aumento de casos de intoxicação medicamentosa já que nesses locais não teria a orientação de um farmacêutico.

De acordo com dados do Sistema de Notificação de Intoxicações da Fundação Oswaldo Cruz, entre 1993 e 1995, quando medicamentos eram vendidos em mercados, os casos de intoxicação tiveram um aumento de 23%. Já quando a prática foi banida, esse índice baixou para 13%.

Por sua vez, o deputado João Henrique Catan, relator do projeto, disse que o projeto tem o objetivo de justamente facilitar o acesso da população ao medicamento porque sempre tem uma convivência ou mercado perto de casa, o que nem sempre acontece com as farmácias.

Em relação à essa facilidade de acesso, o Conselho afirma que até os medicamentos que não precisam de prescrição ainda podem apresentar riscos, especialmente se a quantidade recomendada e a forma de uso não forem orientadas pelo médico e ou por um farmacêutico.

‘Políticas públicas que facilitam o livre acesso aos medicamentos pela população, sem receita médica ou descontextualizados dos princípios do SUS, sempre resultam em piora das estatísticas de intoxicação por medicamentos e de automedicação’, reafirma a nota.

Fonte: Correio do Estado MS 

Antialérgicos e até antibióticos estão em falta nas farmácias do ES

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Falta nas farmácias do Espírito Santo diversos medicamentos . Justamente no momento em que há aumento de casos de doenças respiratórias, está difícil de encontrar a amoxicilina, por exemplo, que é muito utilizada para infecções de garganta. Não só essa medicação, mas outros antibióticos, antialérgicos e analgésicos estão em falta.

Desde janeiro isso tem acontecido. A explicação para a escassez passa por diversos acontecimentos no mundo. Desde a guerra na Ucrânia, o preço do barril do petróleo e até o último lockdown na China. Isso porque o Brasil produz apenas 5% do insumo farmacêutico ativo (IFA) dos medicamentos e depende da importação de outros países.

Esses eventos afetaram o fornecimento ao mercado brasileiro, explica o farmacêutico Silvio Louzada, membro da comissão de assuntos sanitários do Conselho Regional de Farmácia (CRF/ES).

Tem também um motivo local: mais pessoas procuram atendimento médico no inverno, quando cresce a incidência de síndromes gripais, diante do receio e o risco que a Covid-19 ainda causa. Consequentemente, a procura por medicamentos sobe. Diante da alta procura, remédios comuns acabam não estando mais disponíveis nas prateleiras.

Quando um paciente aparece com uma receita em que não tem o que ele precisa no estoque, há casos em que farmacêuticos perguntam em um grupo de WhatsApp, com outros colegas, se na farmácia onde eles trabalham têm o medicamento. Se sim, o cliente é orientado a ir até o outro estabelecimento. A reportagem de A Gazeta teve acesso a mensagens como essa.

O CRF/ES elencou 11 medicamentos que estão em falta ou perto disso.

A lista:

Amoxicilina + clavulanato (principalmente suspensão oral)

Azitromicina (suspensão oral)

Cefaclor (suspensão oral)

Claritromicina (suspensão oral)

Acetilcisteína (xarope infantil e adulto)

Clenil (ampolas para nebulização)

Noripurum (injetável)

Allegra D (infantil)

Trifamox (suspensão)

Maleato de dexclorfeniramina + betametasona

Desloratadina (xarope)

Soro fisiológico

Sobre os medicamentos que são de responsabilidade do Estado, a Secretaria da Saúde (Sesa) informou, por nota, que o maior problema se refere a processos de compras fracassados e desertos, por conta de problema de mercado. Acrescentou que medidas estão sendo adotadas nesse caso.

A Sesa destacou ainda que compras de medicamentos são programadas para que não haja desabastecimento. No entanto, esclarece que algumas faltas estão relacionadas a outros fatores externos, como atraso nas entregas ou medicamentos que são de responsabilidade do Ministério da Saúde. E relembrou que devido à pandemia, o mercado sofreu reflexos com a suspensão de fabricação ou falta de insumos.

QUAL A SOLUÇÃO?

O que fazer então se não tem o remédio? A infectologista pediatra Euzanete Coser relatou que ela e outros médicos estão preparando uma receita com mais indicações de antibióticos, caso o paciente não consiga encontrar o que é necessário para o específico tratamento.

‘Muitos pediatras estão prescrevendo vários antibióticos na mesma receita, porque não sabem qual que o paciente vai encontrar. Tá difícil de saber o que a cada dia vai ser encontrado e essa tem sido a solução. A demanda de pacientes doentes é grande e este problema gera insatisfação para os prescritores e pacientes’, comentou Euzanete.

No caso de analgésicos e antialérgicos, a médica diz que há medicamentos com o mesmo efeito e que têm outros nomes. ‘Existem opções alternativas com nomes comerciais diferentes. O problema é um pouco menor porque não precisa de receita controlada para comprar’, explica a médica.

COMO FUNCIONA NO ESTADO?

De acordo com a Sesa, o Espírito Santo consegue ter cobertura pelas Farmácias Cidadãs do Estado de 98% dos medicamentos disponíveis. O índice é um dos melhores do país.

Há hoje 14 Farmácias Cidadãs em território capixaba. No ano passado, ocorreram 1,2 milhões de atendimentos. A Sesa explica que a demanda por medicamento é livre, e para a abertura do processo de Solicitação de Medicamentos, o paciente, ou responsável legal, deve comparecer a unidade de referência do município onde mora.

É preciso levar alguns documentos:

cópia da carteira de identidade ou certidão de nascimento

cópia do CPF (obrigatório)

cópia do comprovante de residência atual

cópia do Cartão Nacional de Saúde – Cartão SUS (solicitar na rede municipal de saúde)

Procuração, para representantes de usuários. Levar documento de identificação com a mesma assinatura da procuração e cópia do documento de identidade do representante. Clique aqui para o Modelo de Procuração.

Receita Médica – em duas vias, contendo o nome genérico do medicamento, concentração, posologia, tempo de tratamento, quantitativo mensal, carimbo, assinatura e data

LME – Laudo para Solicitação/Autorização de Medicamentos do Componente Especializado. É obrigatório o preenchimento de todos os campos pelo médico. (Clique aqui para preenchimento eletrônico)

Termo de Esclarecimento e Responsabilidade datado, carimbado e assinado pelo médico e pelo paciente

Exames necessários para abertura de processos e continuidade de acordo com os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas

Em caso de dúvidas o contato está disponível nos telefones 3636-8416/3636-8417/3636-8418, nos dias úteis, das 07h às 18h. O acompanhamento da disponibilidade dos medicamentos padronizados também pode ser feito no site da Farmácia Cidadã, onde a lista é atualizada duas vezes na semana.

Fonte: A Gazeta ES

Biolab compra distribuidora no Canadá e expande atuação internacional

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Cinco anos depois de instalar um centro de pesquisa e desenvolvimento em Toronto, no Canadá, a farmacêutica brasileira Biolab está comprando uma distribuidora no país e expandindo a receita no exterior.

A Biolab deve fechar nesta semana a compra de uma distribuidora de medicamentos canadense, afirma o presidente e acionista da farmacêutica, Cleiton de Castro Marques. Marques não divulgou o nome da empresa e o valor da transação.

Desde a criação da subsidiária canadense, em 2018, a empresa conseguiu autorização para exportação de medicamentos fabricados no Brasil nas fábricas de Jandira e Bragança Paulista, em São Paulo.

Dona de 400 patentes, a Biolab tem obtido autorizações de reguladores para venda de seus medicamentos mais populares, como o Vonau, para controle de náusea, no exterior. O Vonau já é um dos líderes de mercado na categoria no Equador e Colômbia, deve começar a ser vendido em breve na Arábia Saudita e no Canadá no ano que vem.

A empresa está próxima de iniciar a venda do fortalecedor de unhas Onicut nos Estados Unidos e México e aguarda autorização da Anvisa para iniciar a venda do antifúngico dapaconazol, que já obteve patentes em cerca de 30 países.

Marques espera triplicar a receita obtida no exterior, hoje de cerca de 1%, até o ano que vem. A Biolab deve alcançar neste ano 2,5 bilhões de reais em faturamento.

Fonte: Época Negócios

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/medicalsp-distribuidora-de-materiais-e-medicamentos-ltda/

SP inaugura laboratórios para conduzir terapia inovadora contra câncer

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A proposta é inovadora: “reprogramar” geneticamente as células de defesa do paciente para que elas reconheçam e combatam alguns tipos de câncer de sangue, como linfoma e leucemia linfoide aguda. Essa é a principal linha de pesquisa do Núcleo de Terapia Celular Avançada (Nucel), na Cidade Universitária (SP), e do Núcleo de Terapia Avançada (Nutera), em Ribeirão Preto (SP).

O Nucel foi inaugurado nesta terça-feira (14) em uma cerimônia com presença do governador Rodrigo Garcia (PSDB) na USP, zona oeste da cidade.

O programa estadual de terapias avançadas celular e gênica para o tratamento de doenças oncológicas e genéticas é desenvolvido pelo Instituto Butantan, a USP, o Hemocentro de Ribeirão Preto, o HC de São Paulo, o HC de Campinas, e supervisão da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado. “O estado que foi o inovador na vacina continuará sendo inovador agora no combate ao câncer”, afirmou Garcia durante o evento.

A terapia celular, ou uso do células sistema imunológico do próprio paciente para tratar o câncer, já é utilizada em vários países. O desafio é superar os custos de produção que podem chegar a US$ 400 mil (R$ 2 milhões) por aplicação em cada paciente.

Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan e hematologista que lidera o estudo, afirma que os dois laboratórios pretendem ampliar o acesso ao tratamento a ponto de que ele seja oferecido no Sistema Único de Saúde (SUS). O potencial de tratamento das duas fábricas é de 300 pacientes por ano.

“É uma técnica que apresenta baixa toxicidade e possibilidade de cura de algumas dessas doenças. Essa é a grande importância. Será o tratamento do futuro. Esse portfólio vai se expandir para um grande número de cânceres”, afirmou em entrevista coletiva. A “baixa toxicidade” citada por Dimas se refere aos efeitos colaterais que são da destruição do tumor e, que segundo o especialista, são de curta duração e controláveis clinicamente.

Especialistas calculam que, no Brasil, cerca de 2 mil pacientes, nos serviços públicos ou privados, podem ser beneficiados com esse tratamento por ano.

Tratamento está em fase experimental no Brasil

A terapia celular ainda está em fase experimental no Brasil. Até agora, sete pacientes com câncer em estágio avançado e sem alternativa de terapia estão sendo submetidos ao tratamento por decisão médica. Essa fase ainda não influencia a validação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

A expectativa é de que os estudos clínicos da fase 1, que atestam a segurança do tramento, comecem em outubro deste ano. Serão analisados 30 pacientes com câncer de sangue, mais especificamente, linfoma não Hodgkin de células B, um dos tipos mais comuns. Os estudos clínicos serão realizados nos hospitais das Clínicas de Campinas, Ribeirão Preto e São Paulo. E

m 2019, o servidor público aposentado Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, lutava contra um linfoma quando buscou o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCRP). Em um quadro terminal, Vamberto aceitou participar do tratamento experimental de células CAR-T pela USP. Foi o 1.º da América Latina a passar pelo tratamento. Menos de 20 dias depois, apresentou remissão da doença. O desfecho do caso não pôde ser acompanhado porque o homem morreu em um acidente doméstico.

A tecnologia chamada CAR-T Cell (sigla para receptor quimérico de antígeno, em português) é um tipo de imunoterapia. Ela utiliza linfócitos T, células do sistema imunológico do organismo. O tratamento consiste em retirar, isolar e reprogramar os linfócitos T para conseguirem identificar células do câncer. Em seguida, ele são colocados de volta no organismo do paciente.

Nesse retorno, as células de defesa modificadas geneticamente voltam “mais fortes” para eliminar as células. Dimas avalia que é o tratamento mais avançado disponível para o tratamento de leucemias e linfomas agudos de células B.

Fonte: Época Negócios

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/congresso-internacional-traz-avancos-no-combate-ao-cancer/

STJ libera o plantio de maconha para 3 pessoas

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A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) deu salvo-conduto, ontem, para três pessoas cultivarem maconha para fins medicinais. A decisão foi por unanimidade. A autorização é para extração do óleo canabidiol, usado no tratamento de doenças como epilepsia, estresse pós-traumático e ansiedade.

A decisão é inédita na Corte e deve facilitar o cultivo artesanal da cannabis quando há prescrição médica. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autoriza a importação de produtos derivados de maconha para tratamentos de saúde. O plantio caseiro, no entanto, mais acessível, ainda não foi regulamentado.

Os ministros analisaram recursos de pacientes e parentes que fazem uso contínuo de produtos à base de maconha e pediram autorização prévia para o plantio da cannabis sem correr o risco de serem enquadrados na Lei das Drogas. A decisão só vale para os casos analisados, mas deve direcionar julgamentos semelhantes em instâncias inferiores.

Em seu voto, o ministro Antônio Saldanha disse que a decisão é um ‘ato de resistência ao obscurantismo’. ‘Infelizmente o Judiciário tem que entrar nessa seara. Existe uma ação deliberadamente retrógrada do Estado’, acusou.

O ministro Rogerio Schietti, relator de um dos recursos, afirmou que o tema está contaminado por um ‘discurso moralista baseado em dogmas e estigmas’. Ele defendeu que a questão seja analisada sob uma perspectiva de ‘saúde pública’ e de ‘dignidade da pessoa humana’.

‘Ainda temos uma negativa do Estado brasileiro, quer pela Anvisa, quer pelo Ministério da Saúde, em regulamentar essa questão. Nós transcrevemos decisões da Anvisa transferindo ao Ministério da Saúde essa responsabilidade e o Ministério da Saúde eximindo-se dessa responsabilidade, dizendo que é da Anvisa. E, assim, milhares de famílias continuam à mercê da omissão, inércia e desprezo estatal por algo que, repito, implica a saúde e o bem-estar de muitos brasileiros’, criticou.

Schietti também afirmou que é papel do Judiciário assegurar que os pacientes não sejam tratados ‘como se fossem traficantes de drogas’. Antes da votação, o procurador da República José Elaeres Marques também defendeu a autorização.

Fonte: Correio Braziliense Online

Fiocruz busca voluntários para teste de remédio contra covid-19 no Rio

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O Instituto de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) está procurando novos voluntários para testes do medicamento de uso oral Paxlovid contra a covid-19. O instituto é responsável pelos testes, no Rio de Janeiro, do fármaco desenvolvido pela farmacêutica Pfizer.

Para participar, é preciso ter 18 anos ou mais, ter sintomas e resultado positivo para covid-19 há menos de cinco dias e ter sido vacinado contra a doença pela última vez há mais de 12 meses. Essa última condição faz com que o estudo seja voltado para pessoas que não se vacinaram ou estão com esquema terapêutico incompleto (apenas primeira ou segunda dose). Segundo a Fiocruz, esse é o protocolo do ensaio clínico para conseguir testar a eficácia do medicamento.

Além desses critérios, o instituto de infectologia informa que os voluntários passarão por uma avaliação médica com critérios mais detalhados. Para se candidatar, é preciso entrar em contato pelo telefone (21) 99784-9876.

O medicamento foi testado anteriormente em pacientes de alto risco, o que permitiu que seu uso emergencial fosse liberado por agências regulatórias como a FDA (EUA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os resultados apontaram que o remédio, que combina os antivirais nirmatrelvir e ritonavir, reduziu em 89% a hospitalização pela doença e óbitos naqueles pacientes.

O teste que está sendo conduzido agora em diversos locais do mundo, com a participação da Fiocruz no Rio de Janeiro, busca saber se o remédio é seguro e eficaz para tratar casos leves da doença em pacientes de baixo risco. O estudo está nas fases 2 e 3, em que são avaliadas a eficácia e a segurança do medicamento, e deve envolver 1.980 participantes. O primeiro voluntário foi recrutado e incluído no estudo em 9 de junho.

Fonte: Agência Brasil

Brasileiro demora 39 meses para procurar ajuda para tratamento de depressão

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Brasileiros demoram, em média, 39 meses – ou seja, 3 anos e 3 meses – para procurar ajuda médica para tratamento de depressão. O dado faz parte de um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos, a pedido da empresa farmacêutica Janssen, que ouviu 800 pessoas com ou sem relação com a depressão de 11 estados brasileiros.

Apesar de os pensamentos suicidas terem incomodado cerca de 4 em cada 10 respondentes antes de buscar o diagnóstico, a demora em procurar ajuda especializada ocorreu, principalmente, pela falta de consciência de se tratar de uma doença (18%), por resistência (13%) e medo do julgamento, da reação dos outros ou vergonha (13%).

Os dados foram apresentados em um workshop realizado na manhã de hoje (14), em São Paulo, onde especialistas no assunto falaram sobre a ‘Urgência da saúde mental: um outro olhar sobre a depressão’.

Segundo a professora de psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC Cintia de Azevedo Marques Périco, a demora na busca por tratamento para a depressão pode trazer sérias consequências ao paciente.

‘O agravamento dos sintomas, a diminuição da eficácia dos tratamentos, a perda de anos produtivos, o impacto econômico e a severa diminuição da produtividade, e ainda prejuízo em seu convívio familiar e social são consequências da doença. A depressão precisa ser levada à sério’, afirmou Cíntia que também é integrante da Comissão de Emergenciais Psiquiátricas da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Dados da pesquisa demonstram ainda que há falta de entendimento das pessoas sobre a gravidade da doença e sobre seu impacto na vida do paciente e de todos ao seu redor. Apenas 10% acreditam que a depressão é uma doença com base biológica (e repercussões físicas no corpo). Outros 35% acham que a enfermidade não pode ser tratada com medicamento e 36% acreditam que, para superar a doença, é preciso força de vontade.

Outro estudo recente, publicado na revista The Lancet, aponta que até 80% das pessoas afetadas pela doença no mundo sequer sabem de seu diagnóstico.

Emergência psiquiátrica

Atualmente, a depressão é considerada uma emergência psiquiátrica devido a sua relação com casos de suicídios e tentativas de autoextermínio.

Estudos apontam que cerca de 97% dos suicídios têm ligação com transtornos mentais, especialmente a depressão.

Apenas no estado de São Paulo, o Corpo de Bombeiros contabiliza, em média, sete tentativas de suicídio diárias.

‘Esses números são ainda mais altos, pois não estamos levando em conta as ocorrências do Samu e da Política Militar. Em muitos casos, suicídios poderiam ser evitados se as pessoas tivessem um olhar mais humanizado, reconhecendo a depressão como um transtorno mental que precisa de atendimento urgente e especializado’, disse o major Diógenes Munhoz que trabalha na corporação há 22 anos e atuou diretamente em 57 ocorrências de tentativas de suicídio.

O major é ainda idealizador da Técnica Humanizada de Abordagem a Tentativas de Suicídio admitida e usada em mais de 17 estados pelo Corpo de Bombeiros.

Depressão resistente ao tratamento

Em todo o mundo, especialistas têm estudado o crescimento de casos de pacientes com depressão resistente ao tratamento (DRT). Isso ocorre quando não há resposta satisfatória para, pelo menos, dois tratamentos anteriores administrados em dose e tempo adequados. Em geral, esses pacientes também apresentam ideação suicida.

A depressão resistente ao tratamento (DRT) é um transtorno que impacta cerca de 40% dos pacientes brasileiros, segundo dados do estudo observacional TRAL (Treatment-Resistant Depression in America Latina), realizado na América Latina com quase 1,5 mil pacientes. Estudos apontam que pacientes com depressão podem ter um custo direto de 30% a 250% superior aos dos pacientes sem o transtorno, em casos de DRT, esse custo pode ser ainda superior, chegando a um valor 400% maior.

Durante o workshop, os especialistas destacaram um novo medicamento para os casos resistentes que foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no final de 2019. De uso intranasal, o Spravato atua em uma nova via de neurotransmissores e deve ser aplicado em um ambiente hospitalar, segundo o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Humberto Corrêa, que liderou a condução de um dos estudos com o medicamento no Brasil.

‘Pode ser um hospital dia, uma clínica de infusão ou um hospital propriamente. O paciente não tem acesso direto ao medicamento, não sai com uma receita do consultório para ir à farmácia comprar. É a instituição hospitalar que providencia o medicamento e o profissional de saúde aplica no paciente que volta para casa após a aplicação’.

O Brasil é o quinto país com mais incidência de depressão no mundo, apresentando um número de casos superior ao de diabetes, segundo Pesquisa Vigitel 2021, do Ministério da Saúde.

De 2011 a 2019, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) calculou um aumento de 167% na utilização de serviços relacionados à saúde mental.

Fonte: Agência Brasil

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/medicamentos-genericos-para-depressao/

Blanver quer ampliar acesso à PrEP com webinar para farmacêuticos

acesso à PrEPReferência na produção de medicamentos e terapias para combate ao HIV, a Blanver Farmoquímica e Farmacêutica aposta no compartilhamento de informações com os farmacêuticos como estratégia para ampliar o acesso à PrEP. Para isso, realizará um webinar gratuito para profissionais da categoria no próximo dia 21 (terça-feira).

Intitulado O protagonismo dos farmacêuticos na nova era de prevenção do HIV/Aids, o evento terá início às 19h e contará com a participação do médico infectologista Dr. Vinícius Borges, idealizador do canal Doutor Maravilha, com mais de 220 mil seguidores nas redes sociais; e da farmacêutica Vanessa Schiavo. As inscrições podem ser feitas pelo link https://shre.ink/Vg3.

A PrEP, sigla para Proxilaxia Pré-Exposição ao HIV, faz parte de uma estratégia completa de prevenção que inclui práticas sexuais mais seguras, como uso correto de preservativos, para reduzir o contato com o sêmen, fluídos vaginais ou sangue; e exames regulares para detecção do HIV-1 e outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e gonorreia.

A Blanver está ampliando a presença no varejo farmacêutico ao disponibilizar também a versão similar da PrEP, que já é realidade em mais de 500 lojas da Raia Drogasil, Drogaria São Paulo, Farmácias Pague Menos, Clamed, Drogaria Araújo, Drogaria Nova Esperança, Farma Agora e Farmácia Popular. A farmacêutica foi a primeira a lançar a versão genérica da PrEP no SUS, em 2020.

Farmacêuticos estratégicos para ampliar acesso à PrEP

“Medidas como a Resolução 720 do Conselho Federal de Farmácia, que estabeleceu requisitos para o registro de consultórios farmacêuticos, abriram um campo importante para ampliar o protagonismo dos profissionais do setor na atenção à saúde”, comenta o gerente comercial da Blanver, Caio Tibério.

Os Boletins Epidemológicos do Ministério da Saúde apontam uma redução gradativa do HIV no Brasil, mas alguns indicadores ainda despertam o sinal de alerta. Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado registrou uma alta de 19,6% nos casos confirmados de HIV nos últimos dez anos. O maior crescimento foi registrado entre homens. 

Benefícios terapêuticos e mais informação contra a doença

A PrEP reúne em sua formulação as substâncias ativas entricitabina e tenofovir. O método consiste na ingestão diária de um comprimido, que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV antes de ter alguma relação sexual sem uso de preservativos ou que configure risco de contrair o vírus. 

Seu consumo é indicado para pessoas a partir de 15 anos e com peso igual ou maior que 35 kg. O tratamento funciona, de fato, após sete dias de uso para relação anal e 20 dias para o sexo vaginal. Os índices de eficácia variam de 96% a 99%, com baixa incidência de efeitos adversos como flatulências e náuseas. Problemas mais graves como lesões renais podem acontecer somente em 1% dos casos.

“Mas é importante frisar que a PrEP só terá esse resultado se o paciente tomar o medicamento todos os dias, pois pode não haver concentração suficiente na corrente sanguínea para bloquear o vírus”, adverte o Dr. Vinícius Borges.

O método requer acompanhamento médico periódico entre quatro e seis meses. “Nesse contexto, os farmacêuticos ganham um papel ainda mais relevante para ajudarem o paciente na adesão e na continuidade do tratamento. A PrEP representa uma porta de entrada para o sistema de saúde e uma esperança real para evitar a escalada da doença”, avalia o infectologista.

Histórico da Blanver na luta contra o vírus

A Blanver tem longo histórico de luta contra o vírus. A mais recente movimentação ocorreu em março, por meio de parceria com o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe), vinculado ao governo estadual e que mantém convênio com o Ministério da Saúde. Até o fim do ano, pacientes de todo o Brasil terão acesso a 79,5 milhões de comprimidos do dolutegravir, antiviral utilizado no tratamento da AIDS. Outros tratamentos contra o HIV e também a hepatite farão parte da parceria com o Laboratório Farmacêutico Federal Farmanguinhos. A farmacêutica ainda prevê fornecer, neste ano, 16,2 milhões de comprimidos da PrEP no sistema público.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

DPSP contesta venda da Extrafarma em julgamento no Cade

Venda da Extrafarma

 

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisa na próxima quarta-feira, dia 22, o ato de concentração nº 08700.005053/2021-74, que trata da venda da Extrafarma para as Farmácias Pague Menos. O Grupo DPSP, proprietário da Drogaria São Paulo e Drogarias Pacheco, segunda maior rede de farmácias do país, com mais de 1.400 lojas, participará como terceiro interessado no processo.

O artigo 50, da Lei de Defesa da Concorrência brasileira, prevê a possibilidade de terceiros interessados intervirem na avaliação de atos de concentração pelo Cade, regulamentado pelo artigo 118 do Regimento Interno da instituição.

Venda da Extrafarma está em ajustes finais

A expectativa é que a operação seja aprovada, condicionada a um pacote de desinvestimentos. Segundo reportagem do Valor Econômico, a Extrafarma teria a obrigação de venda de seis a oito lojas no Nordeste para uma rede regional. Deve ser adotado o modelo conhecido na autarquia como “fix it first”, que condiciona a consumação da operação à assinatura da venda das unidades com o terceiro comprador.

As condições para a conclusão da venda foram sugeridas pela Superintendência Geral do Cade,  justamente por causa da imposição de remédios pela SG que a operação precisa, necessariamente, passar pelo Tribunal do Cade.

A Pague Menos fechou acordo com a Ultrapar em maio de 2021 para a compra da rede de farmácias Extrafarma por R$ 700 milhões. A própria empresa comunicou, após a determinação da Superintendência Geral do Cade, que o desinvestimento de alguns pontos de venda da rede de farmácias representaria menos de 3% da base de lojas adquirida.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Avança debate sobre piso salarial nacional para farmacêuticos

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PISO SALARIAL

As discussões sobre a adoção do piso salarial nacional para farmacêuticos avançam no Congresso Nacional. Em sessão ordinária na Câmara dos Deputados no último dia 13, o relator Ricardo Silva (PSD-SP) ressaltou a importância da aprovação do Projeto de Lei 1559/21.

Além disso, profissionais do setor e a população em geral já podem se manifestar por meio de uma enquete no site da Câmara, que estabelece um link para a página http://valorizeofarmaceutico.cff.org.br, de autoria do Conselho Federal de Farmácia.

“Quando vai um paciente no balcão de uma farmácia, ele vai com um vírus. E o farmacêutico não faz diferença, porque é profissional da saúde. São pessoas que salvam vidas e são profissionais que também perderam a vida durante a pandemia”, ressaltou.

Piso salarial nacional em quatro projetos de lei e com valor em R$ 6,5 mil

Atualmente, há quatro projetos de lei que pretendem aprovar o piso do farmacêutico e a ideia é que o relator elabore um texto único. Um desses projetos, encabeçado pelo deputado amapaense André Abdon (PP), propõe a instituição do piso em R$ 6,5 mil mensais – o que quintuplicaria os ganhos médios da categoria, hoje na casa dos R$ 1,2 mil.

Atualmente, a profissão farmacêutica não conta sequer com um piso salarial. O processo de avaliação tramita desde o dia 6 de maio. Se aprovado, o texto ainda terá que passar pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP) e também pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico