Opas pede ‘forte compromisso’ aos líderes do G20 para garantir vacinas anticovid

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Vacinas – A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) pediu, nesta quarta-feira (27), aos líderes do G20 um “forte compromisso” para garantir o acesso mais equitativo às vacinas contra a covid-19.

A cúpula do G20, que inclui as maiores economias do mundo, tanto industrializadas como em desenvolvimento, acontece neste fim de semana em Roma, na Itália.

“Mais vacinas para cada país: essa é a mensagem clara que queremos ouvir desta reunião”, disse em entrevista coletiva o vice-diretor-geral da Opas, o brasileiro Jarbas Barbosa.

Barbosa ressaltou que muitos países pobres no mundo, tanto na África, como na Ásia e nas Américas, ainda não atingiram a cobertura vacinal necessária para proteger os grupos mais vulneráveis à covid-19, que representam cerca de 20% da população.

Enquanto isso não acontece, ninguém estará protegido no mundo, advertiu o sanitarista e epidemiologista, que foi diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do Brasil entre 2015 e 2018.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu como meta que 40% da população de cada país esteja vacinado contra a covid-19 antes do fim do ano, e 70% em meados de 2022. Contudo, a organização revelou na semana passada que 82 países correm risco de não atingir essas metas, principalmente devido à oferta insuficiente de imunizantes.

“Esses países [do G20] podem ter um forte compromisso de fazer mais doações, de dizer aos fabricantes que devem repartir sua produção, não apenas para cumprir os acordos bilaterais, que lhes oferecem mais lucros do que o mecanismo Covax ou o Fundo Rotativo”, afirmou Barbosa.

O Covax Facility, impulsionado pela OMS, e o Fundo Rotativo da Opas já forneceram milhões de vacinas anticovid aos países americanos, tanto a preços acessíveis como sem custos.

Quase 44% da população da América Latina e do Caribe já concluiu até agora o ciclo completo de vacinação contra a covid-19. Contudo, países como Guatemala, Haiti, Jamaica, Nicarágua e São Vicente e Granadinas ainda não atingiram a marca de 20% da população totalmente vacinada.

Barbosa comemorou a chegada esta semana à região de 3 milhões de doses através do Covax Facility, e disse que os países com a menor cobertura vacinal são terão prioridade nos lotes distribuídos em outubro e novembro.

De acordo com a Opas, a Nicarágua receberá nesta sexta-feira (29) 305.370 doses do imunizante da Pfizer, das quais 223.470 correspondem a uma doação dos Estados Unidos.

A Jamaica, por sua vez, prevê a chegada de 100.620 doses de Pfizer no mesmo dia, através da Opas, enquanto, na segunda-feira (1º), chegarão 369.600 doses da AstraZeneca doadas pelo Canadá.

Fonte: Folha de Pernambuco

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Presidente da Anvisa desmente Bolsonaro sobre associação entre vacina e aids

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O presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, reagiu nesta quarta-feira, 27, à informação falsa propagada pelo presidente Jair Bolsonaro de que as vacinas contra o coronavírus aumentariam o risco de contrair aids.

“Nenhuma das vacinas está relacionada à geração de outras doenças. Nenhuma delas está relacionada ao aumento da propensão de ter outras doenças, doenças infectocontagiosas, por exemplo”, afirmou Barra Torres, sem citar Bolsonaro, em uma reunião da diretoria da agência. “Confiem nas vacinas, usem as vacinas.”

No discurso, o presidente da Anvisa comemorou a redução das mortes e dos casos de coronavírus no Brasil, destacando a importância das vacinas para a queda dos casos. “E qual o motivo desses índices estarem se apresentando mais favoráveis neste momento? Vacina. É a resposta. Vacina é a causa desses índices estarem em declínio. PNI (Programa Nacional de Imunização). Programa robusto, tão grande quanto o Brasil”, elogiou.

Em uma live nas redes sociais, na última quinta-feira, 21, Bolsonaro associou o imunizante contra covid-19 à ampliação dos casos de aids. Para evitar propagar a desinformação, YouTube, Instagram e Facebook decidiram remover o vídeo do presidente das suas plataformas.

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), também incluiu o episódio no seu parecer e solicitou o banimento de Bolsonaro das redes sociais.

Para se justificar, o presidente e apoiadores recorreram a uma reportagem do ano passado da revista Exame. O texto citado por bolsonaristas, no entanto, não traz nenhuma informação vinculando as vacinas aplicadas hoje contra o coronavírus ao aumento da aids.

“Ao cidadão que está nos ouvindo nesse momento, reitero: as vacinas que estão em uso no Brasil, aprovadas pela Anvisa, não induzem a nenhuma doença, não aumentam a propensão de ter nenhuma doença”, insistiu Barra Torres. Ele pediu à população que fique atenta às doses de reforço. “Lembrem-se que é muito importante. O ato de se vacinar faz bem a quem é vacinado e faz bem ao próximo”.

As declarações de Barra Torres contrastam com sua atuação no início da pandemia. Em março de 2020, por exemplo, ele chegou a participar, ao lado de Bolsonaro, de uma manifestação de apoiadores do presidente, na Praça dos Três Poderes. Em depoimento à CPI da Covid, em maio deste ano, o chefe da Anvisa admitiu que isso foi “um ato inadequado”. “Eu hoje tenho plena consciência de que, se pensasse cinco minutos, eu teria feito diferente”, argumentou.

Na reunião desta quarta-feira, 27, o presidente da Anvisa também chamou a atenção para o fato de o Brasil ser reconhecido internacionalmente pelo programa de imunização e disse que isso é uma “benção”, algo a ser preservado. “Somos sempre cumprimentados, referenciados por sermos aqueles que vêm de um País que tem uma tradição vacinal sólida e forte, apesar das imensas dificuldades que temos de enfrentar todos os dias nos diversos campos das atividades nacionais”, disse.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Cortes na Ciência afetam estudos de vacinas brasileiras contra a Covid

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Ciência – Pesquisadores de vacinas nacionais contra a Covid-19 têm receio de que seus projetos sofram falta de financiamento público por causa do recente corte de R$ 600 milhões no orçamento do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação). Alguns estudos já buscam outros meios de obter recursos, como campanhas de arrecadação na internet e parcerias com a iniciativa privada.

O financiamento federal de pesquisas de imunizantes contra o coronavírus acontece desde o ano passado e é ressaltado pelos cientistas como de suma importância para o avanço dos estudos.

Mesmo antes do corte recente, alguns projetos já relatavam que o montante disponibilizado não era suficiente para suprir os gastos com os trabalhos. Assim, agora, o medo se torna maior.

“Desde o começo do ano, nós temos visto que as promessas do MCTI estão demorando demais para serem cumpridas, isso quando são cumpridas. É um reflexo evidente da falta de dinheiro”, afirma Emanuel Maltempi, professor de bioquímica da Universidade Federal do Paraná.

Ele coordena o projeto de uma vacina completamente nacional e que, por isso, poderia ter custos menores de fabricação.

A pesquisa tem como diferencial, ele explica, o desenvolvimento de uma partícula recoberta com a proteína do coronavírus. “Essas partículas estimulam o sistema imune a produzir anticorpos contra a proteína do vírus. Essa é a novidade do estudo”, diz Maltempi.

O projeto também pretende testar a aplicação do imunizante por via nasal, o que pode aumentar a resposta imune. No entanto, Maltempi afirma que “falta gente” para trabalhar nessa frente da iniciativa e, por isso, essa parte dos esforços foi adiada.

No momento, a pesquisa se encontra em estudo pré-clínico -quando são feitos testes em animais. A intenção era finalizar essa etapa até o final deste ano, mas, por conta de atrasos de orçamento, a perspectiva atual é que essa fase fique para o primeiro semestre de 2022.

Mesmo assim, existe a dúvida. Maltempi mostra-se receoso, principalmente, porque o novo corte no orçamento do MCTI “deve afetar novos editais que estariam programados para o ano que vem”, aos quais ele pretendia concorrer.

Até agora a pesquisa de Maltempi recebeu do MCTI um investimento de aproximadamente R$ 237 mil reais em julho do ano passado. “É um valor pequeno, que foi suficiente para provar que o conceito funcionava”, afirma o professor.

Por isso, ele precisou buscar outros modos para financiar o estudo, como um aporte de aproximadamente R$ 700 mil reais do governo do Paraná. Também foi criada uma campanha na internet para a população colaborar com doações. A meta é angariar R$ 76 milhões, valor que Maltempi estima ser suficiente para a fase de estudos em humanos. Por enquanto, segundo o portal da transparência da ação, foram reunidos cerca de R$ 182 mil.

“Esse é um valor menor do que o de outros projetos, que podem chegar até R$ 300 milhões”, afirma.

Professor da Faculdade de Medicina da USP, Jorge Kalil também desenvolve uma vacina nacional contra a Covid-19 e demonstra preocupações quanto ao futuro da pesquisa. Ele entrou na semana passada com pedido à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para iniciar testes em humanos.

O projeto, um spray imunizante aplicado pelo nariz, é realizado no laboratório do Incor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da USP e conta com verbas do MCTI, como um aporte, em abril do ano passado, de R$ 4,5 milhões.

Para seguir com os trabalhos, Kalil planeja inscrever a pesquisa em um edital do ministério para projetos que farão ensaios clínicos de fases 1 e 2. Em cada projeto selecionado, a pasta investirá até R$ 30 milhões, segundo o texto do edital. No entanto, o cientista preocupa-se se, diante do corte recente, o valor previsto será de fato liberado.

A Folha procurou o ministério para comentar se esse edital para estudos em humanos sofrerá alterações, mas a pasta não respondeu até a conclusão da reportagem.

Kalil também ressalta que o corte na Ciência pode afetar os recursos para bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. São os bolsistas, ele lembra, grande parte da mão de obra da pesquisa brasileira -seu projeto no Incor não foge a esse padrão.

Para driblar as incertezas do momento, ele tem buscado apoio na iniciativa privada. “Estamos conversando com alguns laboratórios privados brasileiros que poderiam conduzir a vacina e que também participariam de todo esse esforço para fazer os testes”, afirma.

Esse tipo de parceria com a iniciativa privada já ocorre no estudo de outra vacina candidata contra a Covid desenvolvida no Brasil. A Versamune é um projeto da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e da Farmacore, startup da área de biotecnologia, também com sede na cidade paulista.

No total, o estudo já teve investimento de R$ 30 milhões do setor privado, diz Helena Faccioli, presidente-executiva da Farmacore. Via MCTI, o investimento foi de aproximadamente R$ 8 milhões. A pesquisa já foi qualificada pela pasta para ter aportes para a realização dos testes em humanos nas duas primeiras fases.

Procurada para comentar se os cortes orçamentários poderiam afetar o avanço da Versamune, a Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto não se pronunciou.

Outro projeto que também foi selecionado pelo MCTI para financiamento das fases de estudos em humanos foi o da SpiN-TEC, vacina originada de uma parceria da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) com a Fiocruz Minas. Segundo Ricardo Gazzinelli, professor da universidade e coordenador da pesquisa, o projeto deve receber R$ 10 milhões em razão de um edital federal.

No entanto, a verba ainda não foi liberada. O edital, explica o cientista, coloca como condição para isso que a vacina tenha antes a aprovação da Anvisa para a realização de testes clínicos. Mas agora, ainda que o aval da agência reguladora saia, o cenário é preocupante, ele diz.

“Ninguém recebeu ainda [o recurso para a realização das fases um e dois de testes em humanos] e nós não sabemos se esse corte [do orçamento no MCTI] vai impactar nisso também. Ou seja, o corte pode sim impactar no desenvolvimento dessas vacinas. Vivemos em um momento de grande incerteza e estamos tentando reverter [esse cenário]”, afirma.

O professor também vê incertezas no futuro do Centro Nacional de Vacinas, uma parceria da UFMG com o MCTI, cuja pedra fundamental foi lançada no final de setembro deste ano. O local, explica Gazzinelli, seria essencial para o desenvolvimento de imunizantes nacionais, uma lacuna que existe mesmo antes da pandemia.

Após o corte de verba no MCTI, o ministro Marcos Pontes admitiu que a construção do centro está sob risco de não acontecer.

“Se [a construção do Centro] não ocorrer, vai ser mais um atraso na área de vacinas nacionais. Existem doenças que nós temos e a indústria farmacêutica não está interessada”, afirma Gazzinelli.

A Folha questionou o MCTI se os investimentos nas vacinas já selecionadas para a realização de estudos clínicos serão mantidos e também se soluções já foram buscadas para a construção do Centro Nacional de Vacinas, mas não obteve resposta.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Frase de Nobel de Medicina, de 2007, é tirada de contexto para defender ‘tratamento precoce’

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Enganoso Post viral no Facebook engana ao associar comentário do vencedor do prêmio Nobel de Medicina de 1993, Richard J. Roberts, ao ‘tratamento precoce’ contra a covid-19, comprovadamente ineficaz. O post sugere que não há interesse da indústria farmacêutica em produzir medicamentos para tratamento de doenças, mas a frase foi tirada de contexto. Ao Comprova, Roberts desmentiu a relação entre a frase que disse em 2007 e a pandemia.

Conteúdo verificado: Post no Facebook usa foto e comentário de Richard J. Roberts, vencedor do prêmio Nobel de Medicina de 1993, fora de contexto para promover o ‘tratamento precoce’ contra a covid-19.

É enganosa a publicação viral no Facebook que usa uma fala de Richard J. Roberts, vencedor do Prêmio Nobel de Medicina, para promover o ‘tratamento precoce’ contra a covid-19.

O autor do post usa a seguinte frase creditada a Roberts, acompanhada de foto do cientista: ‘Medicamentos que curam não são rentáveis, portanto, não são produzidos. A indústria farmacêutica, na realidade, não quer curar ninguém, e por um motivo muito simples e direto: a cura é menos rentável que a doença’. Na legenda, o autor do post enganoso escreve: ‘Por isso não queriam autorizar o tratamento precoce’, associando a reputação de um conceituado cientista a um tratamento sem eficácia comprovada.

O comentário foi feito por Roberts em 2007, mas nada tinha a ver com o novo coronavírus, que estava longe de ser descoberto. Ao Comprova, o cientista afirmou ter dado a declaração sobre ‘antibióticos e em relação à motivação do lucro que impulsiona a indústria farmacêutica’ e descartou relação com a pandemia.

A reportagem contatou o perfil do grupo Bolsonaro 2022, um dos primeiros a publicar o conteúdo, mas não recebeu resposta. O Comprova considerou enganoso o conteúdo porque a frase foi tirada do contexto original e usada para induzir a uma interpretação diferente da intenção de seu autor.

Como verificamos?

A reportagem buscou informações sobre Richard J. Roberts e sobre seu trabalho com biologia molecular no processamento de genes – que lhe rendeu o Nobel. Por meio de pesquisa no Google, verificou-se que o comentário dele sobre a indústria farmacêutica foi feito em entrevista publicada na página 64 da edição de 27 de julho de 2007 do jornal La Vanguardia, da Espanha.

Em seguida, o Comprova procurou também a Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas e o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo para comentarem a alegação de que não haveria interesse em produzir medicamentos contra a covid-19, o que foi refutado por ambas as instituições.

O próximo passo foi contatar o cientista pelo e-mail informado na página da Universidade Northeastern, onde ele aparece como docente. Para saber mais sobre a pesquisa de novos medicamentos, a reportagem entrevistou, por WhatsApp, Lucindo Quintanas, diretor da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas (ABCF) e pró-reitor de pós-graduação e pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, além de representantes do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).

A equipe também procurou o autor de uma das primeiras publicações feitas utilizando a montagem no Facebook e o usuário que compartilhou o post relacionando-o ao ‘tratamento precoce’, mas eles não responderam até a publicação deste texto.

O Comprova fez esta verificação baseado em informações científicas e dados oficiais sobre o novo coronavírus e a covid-19 disponíveis no dia 27 de outubro de 2021.

Verificação A origem da frase

A fala de Roberts é verdadeira, mas foi tirada de contexto. A afirmação é de 27 de julho de 2007, portanto 13 anos antes da pandemia, e está publicada no jornal espanhol La Vanguardia.

‘Os antibióticos foram interrompidos porque eles são muito eficazes e curam completamente. Como nenhum novo antibiótico foi desenvolvido, os microrganismos infecciosos se tornaram resistentes e, hoje, a tuberculose, que havia sido derrotada na minha infância, está ressurgindo e matou 1 milhão de pessoas no ano passado’, diz o cientista no texto.

Questionado pelo jornalista do La Vanguardia se estaria se referindo ao Terceiro Mundo, Richard responde: ‘Esse é outro triste capítulo: apenas se investigam as doenças do Terceiro Mundo, mas os medicamentos que as combateriam não são rentáveis. Mas estou te falando do nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura completamente não é rentável e por isso não o pesquisam’.

Nenhuma referência à covid-19

O Comprova entrou em contato com Richard J. Roberts para esclarecer o contexto em que a fala sobre a indústria farmacêutica foi dita e questionou se ele mantém o mesmo entendimento quando trata-se da busca por novos medicamentos para a covid-19.

O cientista afirmou ter feito a declaração usada no post verificado aqui, ‘mas no contexto dos antibióticos e em relação à motivação do lucro que impulsiona a indústria farmacêutica’. À reportagem, ele explicou: ‘A premissa é simples. Se eu comprar um medicamento que me cura, só preciso de uma dose. Se eu comprar um medicamento que apenas atenua os sintomas temporariamente, preciso continuar a tomá-lo regularmente, talvez pelo resto da minha vida. Os lucros do último excedem em muito os do primeiro, mesmo que o custo de uma dose seja bastante alto’.

Quando questionado se a frase usada no post poderia ser aplicada em relação à pesquisa e ao desenvolvimento de remédios contra a covid-19, Richard afirmou que a situação é diferente também por aspectos econômicos. ‘É muito diferente. Em parte, devido ao número de casos em todo o mundo e à probabilidade de se tornar endêmica como a gripe. Em um caso como este, as consequências econômicas da doença são muito diferentes das de uma infecção bacteriana que ocorre com pouca frequência.’

Além do posicionamento enviado ao Comprova, Richard já havia se manifestado a favor da Ciência em outras ocasiões. Em um bate-papo com o pesquisador Johan Rockström e com a vice-presidente de Ciência e Programa do Museu do Prêmio Nobel, Anna Sjöström, publicado no canal oficial do Prêmio Nobel no YouTube, há sete meses, ele disse: ‘Sinto que os países que se saíram melhor na crise da covid foram aqueles nos quais os políticos realmente reconheceram que os cientistas eram as pessoas que precisavam fazer a comunicação, e não eles’. Na ocasião, o Nobel também afirmou que ‘o valor da Ciência realmente cresceu muito dentro de um ano nesta terrível pandemia’ e defendeu os imunizantes, que costumam ser criticados por quem apoia o ‘tratamento precoce’. ‘A vacina foi desenvolvida em tempo recorde, o que foi realmente bom’, disse.

Sem comprovação científica

Desde os primeiros meses da pandemia, o governo federal defendia o uso de medicamentos sem comprovação científica para o tratamento da doença, algo que o presidente continua fazendo. Em 20 de maio de 2020, foi publicado documento com orientações para o manuseio de medicamentos incluídos no chamado ‘tratamento precoce’ contra a covid-19.

Há menções ao tratamento precoce em boletins informativos disponibilizados no site do poder executivo entre 2020 e 2021, sendo que a última menção clara foi feita no dia 11 de janeiro de 2021, nos posts ‘Em visita a Manaus, ministro Pazuello diz que programa de vacinação do Brasil será ‘o maior do mundo” e ‘Ministério da Saúde levanta situação da atenção primária em Manaus’.

No dia 25 do mesmo mês, a Folha noticiou que a Saúde apagou um texto que orientava o ‘tratamento’ de seu site oficial. Em maio, conforme a Piauí, a recomendação para o uso de cloroquina também foi deletada do site do Ministério da Saúde, às vésperas do início da CPI da Pandemia.

Sem nenhuma comprovação científica contra a covid e não recomendado por autoridades de saúde, o ‘tratamento’ continua sendo defendido por Jair Bolsonaro (sem partido), aliados e seguidores como uma forma de enfrentamento da pandemia. As ações do presidente em relação aos medicamentos foram alvo de investigação da CPI da Pandemia no Senado.

No relatório final da CPI consta trecho de uma nota técnica enviada pelo Ministério de Saúde com entendimento de que os medicamentos defendidos não têm eficácia comprovada e não devem ser usados no tratamento da doença. ‘Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população’, descreve o documento.

Entretanto, o presidente Jair Bolsonaro continua defendendo o tratamento precoce. Em 21 de setembro, quando participou da 76ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), ele disse que ‘desde o início da pandemia, apoiamos a autonomia do médico na busca do ‘tratamento precoce”.

Novos medicamentos

Lucindo Quintanas, diretor da Associação Brasileira de Ciências Farmacêuticas, reforçou que a aspa destacada no post verificado aqui foi tirada de contexto. ‘Em nenhum momento ele (Richards) afirma que o setor farmacêutico esteja trabalhando para o não desenvolvimento de drogas contra a covid-19. Pelo contrário, indústrias de biotecnologia, startups e o setor farmacêutico, chamado de big pharma, têm trabalhado incansavelmente no desenvolvimento das vacinas’, afirmou.

Segundo Quintanas, ‘algumas medicações estão sendo desenvolvidas para pacientes que vão ter a covid-19, alguns já estão na fase 3 de testes, e o setor farmacêutico é um grande parceiro e financiador de parte deste trabalho’.

Ele destacou ainda que ‘nesse momento, a covid é uma das áreas de maior interesse para o setor, que tem investido muito para desenvolver tratamentos de eficácia clínica para os pacientes e imunizantes para reduzir a possibilidade de que as pessoas cheguem a desenvolver as formas graves da doença’.

Em nota oficial enviada à reportagem, o Sindusfarma também destacou o empenho do setor para o desenvolvimento de imunizantes e de medicações. ‘A pandemia reafirmou o papel fundamental da indústria farmacêutica para a prevenção e a cura de doenças. Até a manhã do dia 22 de outubro, mais de 3,8 bilhões de pessoas – 50% da população mundial – foram vacinadas e protegidas. Uma grande conquista da indústria farmacêutica em benefício da Humanidade’, afirmou a entidade.

Quem é Richard J. Roberts?

Um dos vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 1993, Richard J. Roberts é formado em Química e doutor em Química Orgânica pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra. Atualmente, é diretor científico da New England Biolabs, empresa que trabalha na descoberta e produção de enzimas para aplicações em biologia molecular. Também está no quadro de docentes da Universidade Northeastern, em Boston, nos Estados Unidos.

Por que investigamos?

Em sua quarta fase, o Comprova verifica conteúdos suspeitos sobre pandemia, políticas públicas do governo federal e eleições. O post que associa a fala de Richard Roberts ao tratamento precoce teve mais de 2,6 mil compartilhamentos e 3,8 mil curtidas no Facebook até 27 de outubro.

Comentários na postagem, como ‘Sim, muitas doenças já têm cura e outras são provocadas pelos medicamentos contínuos que nos oferecem, quando lemos a bula vemos os interesses exclusos (sic). A vacina também é um jeito de deixá-los mais ricos do que já são’ e ‘Fizemos aqui em casa o tratamento precoce e estamos todos bem, queremos saber também sobre as pessoas que tomaram a segunda dose da vacina e morreram de covid. Exemplo Tarcísio Meira e outros’, reforçam a ideia de que medicamentos e vacinas com segurança e eficácia comprovadas cientificamente não funcionam, contribuindo para a desinformação.

Outros conteúdos que tentam questionar a segurança das vacinas contra o coronavírus já foram publicados recentemente pelo Comprova, como a comparação enganosa entre a imunidade gerada pelas vacinas contra o sarampo, a febre amarela e a hepatite B com a da covid-19, a associação, também enganosa, entre partículas contaminantes e a vacina da Pfizer, e a suposição de que vacinados estariam se tornando transumanos.

Enganoso, para o Comprova, é o conteúdo retirado do contexto original e usado em outro de modo que seu significado sofra alterações; que usa dados imprecisos ou que induz a uma interpretação diferente da intenção de seu autor; ou ainda aquele que confunde, com ou sem a intenção deliberada de causar dano.

Desde 2020 o Correio de Carajás integra o Projeto Comprova, que reúne jornalistas de 33 diferentes veículos de comunicação brasileiros para descobrir e investigar informações enganosas, inventadas e deliberadamente falsas sobre políticas públicas e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens.

Fonte: Correio de Carajás

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/comissao-deve-se-opor-a-bolsonaro-e-recomendar-excluir-tratamento-precoce-do-sus/

RD eleva previsão de abertura de lojas em 2022, de 240 para 260

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O grupo RD, dono das redes de drogarias Raia e Drogasil, informou nesta quarta-feira que revisou sua projeção de abertura de novas lojas em 2022 no Brasil, de 240 para 260.

Fonte: Isto é Dinheiro Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/raia-drogasil-passa-a-atuar-em-100-dos-estados-brasileiros/

AsQ lança no Brasil modelo de atenção à saúde inspirado no formato americano

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A AsQ, especializada em gestão de saúde, em parceria com hospitais, laboratórios e clínicas de São Paulo, lança um novo serviço no País. Com foco nas operadoras, a empresa adaptou para a realidade local a chamada Accountable Care Organization (ACO), modelo de atendimento inspirado no proposto pelo Affordable Care Act (Obama Care), que propõe cuidar da saúde de uma população com qualidade e mantendo os custos sob controle.

Isso é possível porque neste modelo há um acompanhamento próximo da jornada do paciente, garantindo atenção integral às necessidades de cada pessoa e evitando desperdícios. A implantação do modelo contou com as consultorias da economista Maureen Lewis, que estuda o tema e há 30 anos aconselha governos e líderes do setor privado sobre as reformas do sistema de saúde, e da médica Márcia Makdisse, responsável pela estruturação e desenvolvimento da Estratégia de VBHC (Value-Based Health Care, Atenção à Saúde Baseada em Valor) no Brasil.

> Gestão do paciente oncológico: os desafios para o sistema de saúde

A busca de qualidade no atendimento com gastos sob controle é um desafio para todo o sistema de saúde. Historicamente, a Variação dos Custos Médico-Hospitalares (VCMH) é bastante elevada. O índice, apurado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), esteve sempre acima dos 10% ao mês desde julho de 2011 até março de 2020, quando houve redução provocada pela diminuição de despesas com consultas e cirurgias eletivas, reflexo da pandemia. Em 2019, o VCMH subiu 14,5%. A inflação geral, medida pelo IPCA/IBGE, foi de 4,5%.

A ACO abrange serviços de Atenção Primária à Saúde, serviços médicos de nível secundário (consultas, exames, terapias, etc), hospitais, fornecedores e diversos outros protagonistas do segmento e coloca o paciente no centro do cuidado.

> Como o cuidado com o paciente internado pode diminuir custos?

Uma das metas da ACO, através do modelo colaborativo de rede, é reduzir de forma geral os gastos de saúde e remunerar com base em valor, e não somente volume. ‘O importante é que uma parte da remuneração esteja vinculada à qualidade da assistência prestada e às entregas contratualizadas. Os custos evitados respondem pela grande inovação do processo’, explica a médica Carla Biagioni, diretora técnica na AsQ.

Em vez de tratar doenças já estabelecidas, uma das bases da ACO é a Gestão de Saúde Populacional, onde todas as pessoas têm seu cuidado gerenciado conforme seus riscos. O atendimento centrado na pessoa e iniciado na Atenção Primária à Saúde propõe um conhecimento do perfil de adoecimento de cada indivíduo e um cuidado singular, podendo ser de investigação, de orientação ou mesmo de monitoramento.

> Em ritmo de expansão, empresa catarinense que aposta em inovação na saúde completa um ano

‘A partir deste momento é estabelecido um Plano de Cuidado. Junto com as próprias pessoas, trabalha-se o melhor cuidado da saúde. É imprescindível o trabalho da Atenção Primária à Saúde no início desta jornada para a melhor coordenação do cuidado”, ressalta Vilma Dias, diretora da empresa.

A tropicalização do modelo consumiu mais de um ano de trabalho da AsQ. A empresa desenvolveu projetos piloto e contou com apoio de parceiros de São Paulo: Hospital Maternidade Santa Maria; Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC); Alliar (sistema de diagnóstico); Alpha Diagnose (serviço especializado em oftalmologia) e Humana Magna (rede focada em reabilitação).

Fonte: G1

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‘Brigando sozinho’, BC terá dificuldade para controlar a inflação

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O Banco Central está ‘brigando sozinho’ contra a inflação – e vai ter dificuldade para controlar a alta generalizada de preços, mesmo com o forte aumento da taxa básica de juros e da sinalização de novas altas da Selic mais adiante, segundo analistas ouvidos pelo g1 e pela GloboNews.

A avaliação é que o combate à inflação ficou mais difícil porque o BC não tem tido companhia nessa briga. O que falta, dizem, é uma sinalização do comprometimento do governo Jair Bolsonaro com a responsabilidade fiscal. Isso porque o controle das contas públicas gera um efeito em cascata: melhora a credibilidade do país, atraindo mais investidores estrangeiros; isso se reflete no câmbio, o que ajuda a manter a inflação sob controle.

“A estratégia de combate à inflação não deve ficar exclusivamente nos ombros do Banco Central. É tarefa do governo como um todo”, afirma José Júlio Senna, chefe do Centro de Estudos Monetários do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Na quarta-feira (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 1,5 ponto, para 7,75% ao ano, e indicou que vai seguir com o aperto monetário.

Mesmo com a escalada dos juros, no entanto, os analistas já projetam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre este ano com uma alta próxima a 10%. Para 2022, o quadro também é complicado: as previsões têm piorado semanalmente e, algumas, já estão acima do teto da meta, que é de 5%.

Por que o Brasil sofre mais com a inflação?

A inflação se tornou um problema em todo o mundo, mas tem afetado o Brasil de forma mais intensa.

Com a retomada gradual da economia global, depois de superada a fase mais aguda da pandemia, o preço das commodities subiu e se somou ao desarranjo nas cadeias de produção – a crise sanitária paralisou ou reduziu a produção em muitos setores industriais. Essa interrupção provocou uma escassez de produtos, pressionando os custos em todo o mundo.

A maior parte dos países também enfrenta uma crise na área energética, com a disparada dos preços da conta de luz – o que também vem afetando o Brasil. Mas, por aqui, o cenário inflacionário é bem mais desafiador por causa das incertezas política e fiscal.

“A gente tem uma percepção elevada dos riscos político e fiscal. E essa percepção bate na taxa de câmbio”, afirma Senna, que também foi diretor do Banco Central. “O processo inflacionário está representando uma ameaça bastante significativa.”

De fato, o quadro piorou na semana passada com as manobras do governo Bolsonaro para furar o teto de gastos.

A regra é considerada a principal âncora fiscal do país. Ela foi criada na gestão Michel Temer, para tentar resolver um problema crônico das contas públicas, ao limitar o crescimento das despesas – o Brasil tem um endividamento já bastante elevado para os padrões de uma economia emergente.

Agora, sem a credibilidade fiscal, o país vive um ciclo perverso: os investidores tiram seus dólares daqui, o câmbio se desvaloriza, pressiona a inflação, o que leva o BC a ter de endurecer a política monetária.

“O que importa é a sinalização que o país está sem uma âncora. Isso desencadeou uma piora muito grande no prêmio de risco do Brasil”, afirma Solange Srour, economista-chefe do Credit Suisse.

O banco suíço passou a projetar uma inflação de 9,8% para este ano e de 5,8% para 2022.

Qual o papel do teto de gastos na inflação e nos juros?

Na semana passada, o governo Bolsonaro, sob a justificativa de aumentar o valor do Bolsa Família – que será rebatizado como Auxílio Brasil – formalizou a proposta de mudança no teto de gastos.

A alteração contou com o apoio do chamado ‘Centrão’ e da ala política do governo e foi inserida na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios – texto que altera a forma de pagamento das dívidas judiciais da União.

“Temos pouca expectativa de que a gente volte aos trilhos, ou seja, de que a âncora fiscal seja retomada – o que, no final das contas, seria a Câmara e o Senado não aprovarem a PEC dos Precatórios da forma como foi encaminhada’, diz Solange. ‘A gente acha que isso não vai acontecer, que a âncora fiscal não vai ser fortificada como deveria. Com isso, o Banco Central acaba tendo um trabalho isolado.”

Qual o efeito sobre o crescimento?

Na tentativa de evitar uma piora ainda mais acentuada da inflação, a alta de juros vai ter um efeito colateral nas taxas de crescimento do país.

Juros em alta deixam mais caro os investimentos realizados pelas empresas e encarecem o consumo das famílias. Na prática, uma Selic maior esfria a atividade econômica.

O Credit Suisse, por exemplo, avalia que a taxa básica de juros deve subir até o patamar de 11,5% no ano que vem.

“Essa subida dos juros vai levar a uma deterioração do crescimento no ano que vem. A gente já revisou o PIB de 2022 de alta de 1,1% para um crescimento de apenas 0,6%”, afirma Solange. “E eu acho que o risco é de ser mais baixo do que isso. Não descarto uma recessão.”

Mais pessimista, o Itaú também alterou a sua previsão para o PIB de 2022 nesta semana. O banco espera uma retração de 0,5%.

“Nós estamos falando de um crescimento econômico muito baixo no ano que vem, provavelmente entre 0% e 1%”, afirma Senna, do Ibre.

Dominância fiscal

A alta de juros, sozinha, sem a ajuda das contas públicas, para o controle da inflação, ainda abre um debate perigoso: se a economia brasileira pode enfrentar um processo de dominância fiscal.

Nesse ciclo perverso, o aumento da Selic não tem o efeito esperado sobre o controle da inflação. Em vez disso, ele eleva o endividamento do país e afugenta os investidores, diante do medo de insolvência – o que provoca a desvalorização do real e, consequentemente, contribui para o aumento dos preços, num efeito oposto ao desejado.

Por ora, os economistas dizem que o Brasil não vive um quadro de dominância fiscal, mas alertam que o debate deve ganhar força em 2022.

“O Banco Central está fazendo seu dever de casa, está tentando colocar a expectativa de inflação de 2022 mais próxima da meta (que é de 3,5%). Mas, quando o BC faz o seu trabalho sozinho, ele pode ser visto pelo mercado como contraproducente”, afirma Solange.

Fonte: G1

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Rio sai na frente na dispensa do uso obrigatório de máscara

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Ainda sem uma orientação federal sobre a medida, o estado do Rio de Janeiro deu o pontapé na flexibilização do uso de máscaras em locais abertos. O governador do estado, Cláudio Castro (PL), sancionou o projeto de lei que desobriga o uso de máscaras ao ar livre, diante do avanço da vacinação contra a covid-19. Especialistas afirmam que a adoção da medida deve ser feita com cautela, pois, apesar do avanço da vacinação, o Brasil ainda não atingiu a imunidade coletiva.

Na capital fluminense, a prefeitura publicou decreto que flexibiliza o uso do equipamento de proteção individual. Na norma, o prefeito Eduardo Paes (PSD) mantém o uso de máscaras em ambientes fechados e em transportes públicos. A flexibilização dos itens de proteção facial era esperada desde o início da semana, quando a cidade do Rio de Janeiro cobriu 65% da população com duas doses da vacina.

No Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) autorizou a dispensa da máscara em local aberto a partir do dia 3. No entanto, o estado de São Paulo, ssim como outros, ainda não adotou a medida.

O médico infectologista Julival Ribeiro explica que o Brasil já observa uma melhora na situação pandêmica. Mas chama atenção para as disparidades entres os estados. Ele também alerta para a falsa ideia de um suposto fim da pandemia. ‘O que me preocupa na liberação (de máscaras) nesse momento é que as pessoas passem a entender que a pandemia terminou – o que não é uma realidade – e deixem de usar as máscaras onde devem, como, por exemplo, em locais fechados e sem ventilação’, pontua.

Ribeiro afirma que é preciso manter a vigilância. ‘Já que foi feito isso aqui em Brasília e no Rio de Janeiro, temos que começar, a partir da data da liberação, a ver quais são os efeitos que podem ocorrer: se vai aumentar o número de casos, ou o número de hospitalizações’, diz.

O infectologista ressalta, ainda, que o país ainda não alcançou uma imunidade coletiva. ‘Uma outra análise que temos que fazer é que vamos começar a ver muitas pessoas completando seis meses da segunda dose e que necessitam de um reforço. [?] Nós não temos ainda em torno de 80 a 85% de toda a população vacinada, que é quando se sonha em relação à imunidade coletiva’, esclarece.

Pedido da Pfizer para crianças

A farmacêutica norte-americana Pfizer informou ontem, em nota, que pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no próximo mês, a autorização para que a vacina contra a covid-19 ComiRNAty possa ser aplicada em crianças de 5 a 11 anos. A Anvisa já aprovou a utilização desse imunizante em adolescentes ou mais. ‘A submissão do pedido junto à Anvisa para a aprovação do uso da vacina ComiRNAty, da Pfizer/Biontech, para crianças entre 5 e 11 anos deve ocorrer ao longo do mês de novembro de 2021′, diz a nota da empresa. Na terça-feira, a agência reguladora norte-americana recomendou o imunizante da Pfizer para essa faixa etária.

Fonte: Correio Braziliense Online

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Copom eleva juros básicos da economia para 7,75% ao ano

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Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central (BC) apertou ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic, juros básicos da economia, de 6,25% para 7,75% ao ano. A decisão surpreendeu os analistas financeiros, que esperavam reajuste para 7,5% ao ano .

A taxa está no nível mais alto desde outubro de 2017, quando também estava em 8,25% ao ano. Esse foi o sexto reajuste consecutivo na taxa Selic. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, o reajuste passou para 1,25 ponto em setembro.

Com a decisão de hoje (27), a Selic continua num ciclo de alta, depois de passar seis anos em ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. A Selic voltou a ser reduzida em agosto de 2019 até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse era o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Esse foi o maior aperto monetário em quase 20 anos. A última vez em que o Copom tinha elevado a Selic em mais de 1 ponto percentual tinha sido em dezembro de 2002. Na ocasião, a taxa tinha passado de 22% para 25% ao ano, com alta de 3 pontos.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em setembro, o indicador fechou no maior nível para o mês desde 1994 e acumula 10,25% em 12 meses, pressionado pelo dólar, pelos combustíveis e pela alta da energia elétrica.

O valor está acima do teto da meta de inflação. Para 2021, o Conselho Monetário Nacional (CMN) tinha fixado meta de inflação de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5,25% neste ano nem ficar abaixo de 2,25%.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que, em 2021, o IPCA fecharia o ano em 8,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode estar desatualizada com a possibilidade de que o teto de gastos seja alterado.

A projeção está abaixo das previsões do mercado. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 8,96%. A projeção oficial só será atualizada no próximo Relatório de Inflação, que será divulgado em dezembro.

Crédito mais caro

A elevação da taxa Selic ajuda a controlar a inflação. Isso porque juros maiores encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. Por outro lado, taxas mais altas dificultam a recuperação da economia. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava crescimento de 4,7% para a economia em 2021.

O mercado projeta crescimento maior. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 4,97% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) neste ano. A projeção está desacelerando por causa da persistência da inflação e da alta dos juros.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

Fonte: Agência Brasil

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Publicidade dos e-commerces na Black Friday é maior que no Natal

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A 12ª edição da Black Friday no Brasil no ocorrerá em 26 de novembro e é muito aguardada pelos consumidores. A popularidade cada vez maior, inclusive, tem feito com que as marcas gastem mais com campanhas publicitárias, ao ponto de transformar o período em um dos picos de investimento publicitário do ano.

A edição de outubro do Data Stories, conteúdo temático lançado mensalmente pela Kantar IBOPE Media, chamado de “AD to cart: a publicidade na Black Friday” traz dados sobre como funciona a compra de propaganda nessa época. A consultoria estudou o comportamento dos players de mercado na última edição da Black Friday. A partir destes dados, descobriu que 10% de toda a mídia adquirida em 2020 estava concentrada em novembro.

Ao comparar a compra de espaços publicitários entre janeiro e outubro do ano passado com os gastos em novembro, é possível ver um salto de 43%, atingindo um patamar aproximado de R$ 358 milhões. O número supera o investimento feito em dezembro, tradicionalmente considerado como o “mês das festas”.

A razão para o crescimento está no novo comportamento do consumidor. Com a pandemia de Covid-19, os brasileiros passaram a ter mais familiaridade com o e-commerce. Isso fez com que as empresas criassem grandes expectativas sobre o volume de vendas durante o evento.

De forma geral, os varejistas que mais investiram em publicidade para a Black Friday foram Amazon, Casas Bahia, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Mercado Livre. Ao que tudo indica, os cinco continuam apostando no sucesso da data. Isso porque, neste ano, iniciaram tais comunicações já em outubro. As campanhas vão desde contagens regressivas até dicas de planejamento.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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