Varejista fechou 2024 com 98 unidades no Estado / Foto: Divulgação
O ano de 2025 será de consolidação para a Panvel em Santa Catarina. A rede de farmácias gaúcha planeja abrir cerca de dez lojas no estado vizinho, superando a marca dos 100 PDVs. As informações são do NSC Total.
No último ano, a varejista mantinha 98 unidades em terras catarinenses, das quais 13 foram inauguradas em 2024. Presente em 40 municípios, quase um terço de suas farmácias ficam na capital, Florianópolis (SC).
“Dado o crescimento populacional e econômico do Estado, ele se tornou muito atrativo para nosso negócio”, explica o diretor executivo, Roberto Coimbra, em entrevista à CBN Floripa.
A farmácia com este novo modelo concentrará seu foco em beleza, saúde e bem-estar. Para criar o projeto, a rede contou com o apoio da consultoria de marca e experiência Gad.
Porto Alegre deverá receber os dois próximos PDVs com essa proposta ainda neste ano. Ao todo, o projeto levou nove meses para sair do papel.
O reajuste de medicamentos em 2025, previsto para entrar em vigor em abril, deverá ficar abaixo da inflação acumulada pelo IPCA. As estimativas do Valor Econômico têm como base a análise de fontes do mercado e à previsão de que o aumento nos preços ocorrerá em três níveis – medida que foi adotada pela última vez em 2021, em meio à pandemia.
De acordo com as projeções dos bancos, o reajuste médio deve chegar a 4%, o que representaria o menor repasse desde 2018 – quando o percentual foi de 2,8%. As redes de farmácias de capital aberto tendem a ser mais impactadas pelo aumento gradual, justamente por registrarem expressiva elevação na lucratividade no segundo trimestre.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata, do Citi, projetam reajuste de 4,3%. O J.P. Morgan aposta em 4%, com preços variando entre 2,8% e 5,2%. O IPCA estimado para 2025 está em 5,5%.
Segundo um executivo ligado ao grande varejo farmacêutico, que preferiu não se identificar, as redes tentarão compensar esse reajuste menor na precificação de outas categorias. “Se a empresa tiver caixa e conseguir comprar estoques com preços mais baixos, e depois revender, obtém margens de lucro melhores. Mas se o aumento é menor que a inflação nominal do país, os ganhos são menores”, avaliou.
O mercado financeiro reagiu a essa notícia, que coincide com a rediscussão sobre a venda de medicamentos em supermercados. Nesta segunda-feira, dia 27, ações de grupos como Pague Menos, Profarma e RD chegaram a desacelerar.
Reajuste de medicamentos tem fator X de 2,459%
O cálculo do reajuste de medicamentos levará em conta o fator X (produtividade) de 2,459%, de acordo com nota técnica da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, que compõe o CMED.
Esse índice não corresponde ao reajuste final, mas tem um peso considerável na tomada de decisões. Com base nessas projeções, especialistas acreditam que o primeiro nível de aumento será integral e contemplará remédios como amoxicilina e omeprazol.
O nível 2 equivaleria à metade do fator X (1,22%) e impactaria categorias com média concorrência, a exemplo da lidocaína e nistatina. O aumento seria ainda menor em medicamentos com baixa concorrência ou que são monopolistas. A lista incluíria ritalina e stelara (psoríase). Para esse grupo seria aplicado IPCA menos 2,45%.
Governo pensa em rever regulação sobre o tema
A regulamentação dos preços de medicamentos será modificada pelo governo federal. O modelo utilizado atualmente é considerado defasado e, por isso, o Ministério da Economia colocou a pauta como uma das 25 prioritárias para os próximos dois anos. As informações são do Diário do Comércio.
A Anvisa, junto aos ministérios que compõem a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) – Casa Civil, Fazenda, Justiça e Saúde – já debatem as possíveis mudanças. O marco legal atualizado também levará em conta aqueles remédios comprados por via judicial.
A ideia seria estabelecer uma revisão extraordinária em casos nos quais a precificação dos medicamentos está muito errada, seja para cima ou para baixo. Segundo a reportagem, fontes internas afirmam que, no passado, não havia uma discrepância tão grande entre os valores.
A proposta para vender medicamentos em supermercados provocou um embate na rede social, envolvendo a RD Saúde e a Abras. Eugenio De Zagottis, um dos acionistas da rede de farmácias, utilizou seu perfil no LinkedIn para alertar sobre os riscos da aprovação dessa medida e gerou reação imediata da associação que representa o varejo alimentar. As informações são do Valor Econômico.
A Abras tenta articular o apoio do governo federal para comercializar MIPs nos supermercados, sob a alegação de que a extensão dos canais de venda desses medicamentos ajudaria a reduzir a pressão inflacionária sobre os alimentos.
Zagottis reproduziu o vídeo do médico Drauzio Varella, gravado a pedido da Abrafarma em dezembro do ano passado, quando o setor supermercadista reiniciou movimentações na Câmara dos Deputados para retomar as discussões do Projeto de Lei (PL) 1774/2019.
“Os supermercados que desejam já podem comercializar medicamentos, inclusive de prescrição, em suas farmácias próprias, que possuem farmacêuticos e atendem à legislação. Porém, várias redes de supermercados vêm fechando suas farmácias porque não conseguem ser competitivas, sobretudo em preços. Portanto, o argumento de que os supermercados contribuiriam para abaixar a inflação é falacioso e ilusório”, opinou o executivo. Enquanto isso, o varejo farmacêutico vem registrando expansão no ritmo de abertura de lojas.
Medicamentos em supermercados sem farmacêutico
Zagottis ressaltou que a venda de medicamentos em supermercados seria um direito do varejo alimentar, desde que esteja assegurada a presença de farmacêuticos em tempo integral nas lojas. O PL, porém, não prevê a disponibilização desse profissional. Ele ainda destacou que, em caso de descumprimento da regulação, a Vigilância Sanitária deveria seguir o rigor adotado nas farmácias e determinar o fechamento da unidade.
Além disso, o acionista da RD rebateu a comparação com mercados como os Estados Unidos, onde a venda de medicamentos em supermercados é permitida. “A grande razão para tal é estimular o consumo de MIPs em substituição aos medicamentos tarjados, pelo fato de que esses são totalmente custeados pelo governo e pelos planos de saúde. Ou seja, o argumento não é melhorar o acesso à saúde ou reduzir preços, e sim minimizar esse subsidio que não existe no Brasil”, afirmou.
“E se alguém acha que os EUA são exemplos a ser seguidos em saúde, sugiro que se informe sobre a pandemia de opioides, que se tornou a principal causa de mortes nesse pais, o que por sinal aumentou brutalmente o custo da saúde ao invés de reduzi-lo”, acrescentou.
Abras respondeu e recebeu réplica da RD
O presidente da Abras. João Galassi, decidiu comentar o post de Zagottis. O dirigente apontou que muitos supermercados já operam farmácias e cumprem os requisitos legais, mostrando a capacidade do setor de comercializar de forma responsável. Também destacou que a proposta possibilitaria ampliar rapidamente o acesso a MIPs “com total conformidade regulatória e supervisão farmacêutica, beneficiando ainda mais os consumidores”.
Não demorou para ele ser contestado publicamente pelo acionista da RD. “Vocês estão propondo farmacêutico fisicamente presente em período integral e supervisão da Anvisa/Covisa, com todas as licenças necessárias?”. O questionamento não teve resposta.
Empresários de diferentes setores, inclusive do varejo farmacêutico, direcionam com frequência críticas ao ambiente competitivo no Brasil, especialmente em momentos de maior turbulência econômica. No entanto, em minhas conversas com gestores, um ponto crucial que sempre observo é que muitos estão excessivamente focados nos problemas e não nas soluções.
Além disso, existe uma grande esperança de que soluções mágicas de prosperidade venham de fatores externos, como uma redução na carga tributária, leis favoráveis para o seu segmento ou uma flutuação cambial favorável para importar ou exportar produtos. Esse tipo de expectativa cria um cenário de dependência e estimula uma postura passiva.
Por isso, divido o mundo empresarial em dois grupos. De um lado estão os empresários que se colocam como vítimas, sempre culpando o governo, o mercado ou crises externas pelo insucesso de suas empresas. Do outro, aparecem os líderes que se tornam protagonistas, buscando soluções dentro das suas competências.
Quem prefere se posicionar como vítima enxerga obstáculos como problemas insuperáveis, enquanto os protagonistas os encaram como desafios a serem superados. E essa mentalidade faz toda a diferença.
Caminhos para a superação no varejo farmacêutico
Como, então, encarar os desafios no varejo farmacêutico, um setor tão competitivo e sujeito a oscilações? Para os gestores, especialmente aqueles das pequenas e médias empresas, o caminho passa pela busca de parcerias estratégicas como as que o associativismo fomenta, formando alianças com outras empresas do mesmo segmento. A união em associações empresariais fortalece as corporações, criando oportunidades de crescimento e competitividade.
Tenho uma longa experiência no movimento associativista e posso afirmar, com convicção, que a colaboração mútua é fator fundamental para o crescimento coletivo e individual. No decorrer dessa trajetória, vi em diversos segmentos que as associações contribuem significativamente para a evolução das empresas e de seus gestores.
Entre os principais benefícios está o fato de os empresários passarem a conviver de forma mais colaborativa, o que, até então, seria inimaginável entre concorrentes. Esse ambiente propicia um espírito mais empreendedor, com união de forças para compras conjuntas, ações de marketing compartilhadas e até mesmo administração mais profissionalizada.
Ao participar de uma associação, as companhias tornam-se mais competitivas. Porém, é importante destacar que, mesmo dentro de um agrupamento do gênero, também encontramos as vítimas e os protagonistas. E lidar com essa situação é um dos maiores desafios enfrentados pelos dirigentes dessas associações.
Fazendo a diferença
Como presidente da Febrafar, trabalho diariamente para garantir que todos os associados adotem uma postura de protagonismo. E os resultados falam por si. As farmácias associadas às nossas redes cresceram praticamente 50% acima da média de evolução do varejo farmacêutico como um todo.
Um dos fatores que impulsionaram esse avanço é o aproveitamento das ferramentas coletivas oferecidas pela rede e dos treinamentos contínuos. O reconhecimento do poder da coletividade tem sido crucial para o sucesso de muitos empresários, que entenderam que o êxito individual está diretamente ligado ao poder da ação conjunta.
Obviamente, ser parte de uma associação não garante, por si só, o sucesso. É preciso engajamento. Líderes que utilizam de forma estratégica as ferramentas oferecidas pelas redes associativistas têm chances significativamente maiores de alcançar seus objetivos.
A rota para o sucesso não tem paradas para esperar soluções externas ou se queixar das circunstâncias. O horizonte que nos espera é o da colaboração.
O presidente executivo Paulo Maia ressalta o valor elevado dos medicamentos de especialidades como estímulo para roubos e falsificações | Foto: Divulgação
As 15 distribuidoras de medicamentos de especialidades que integram a ABRADIMEX uniram-se em busca de mecanismos e alternativas para combater o roubo de carga e a falsificação. Os temas ocupam lugar de destaque na agenda estratégica do setor para 2025.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (SINESP), o Brasil registrou 7.244 roubos de carga entre janeiro e setembro de 2024, uma média diária alarmante de 27 incidentes do gênero nas rodovias do país. O impacto na operação das distribuidoras que comercializam medicamentos de alto custo é tão significativo que, no ano passado, chegou ao conhecimento da entidade que algumas distribuidoras passaram a fazer o transporte das cargas utilizando carros-fortes.
“O mercado de especialidades tem um valor extremamente elevado, o que os tornam ainda mais visados. Como parâmetro, o valor dos medicamentos que podemos transportar em uma Fiorino é, em média, equivalente à carga de produtos convencionais que um caminhão destina às farmácias. E há um agravante. Por ser de menor porte, o carro representa um alvo mais fácil para a prática do delito”, analisa Paulo Maia, presidente executivo da associação.
Segundo ele, essa perda aumenta o peso financeiro da operação, já onerada pela incidência de impostos e pela margem reduzida. “Outro problema é o valor elevado cobrado pelas seguradoras, correspondente à emissão de uma apólice para esse tipo de transporte. Isso quando a distribuidora consegue encontrar uma empresa que aceite fechar um contrato do gênero”, acrescenta.
Distribuidoras da ABRADIMEX buscam elos com órgãos de segurança
As distribuidoras da ABRADIMEX avaliam como fundamental uma maior interação com os órgãos de segurança pública. “A união entre todos os stakeholders dificultaria e até impediria a reinserção desse produto roubado ou falsificado no mercado. No ano passado chegamos a nos reunir com representantes das indústrias farmacêuticas, sendo que muitas delas mantêm um departamento focado em estratégias para enfrentar a incidência de roubos”, reforça.
Reforma tributária e trabalho institucional
O impacto da reforma tributária, a revisão do cálculo de composição do preço dos produtos pela CMED e a importância da participação do distribuidor nessa conta são outras pautas que exigirão olhar atento da entidade em 2025. Além disso, a ABRADIMEX dará continuidade ao trabalho institucional de aproximação com o mercado e continua no propósito de aumentar a representatividade em número de associados.
“O ano de 2024 foi um período em que iniciamos um movimento de aproximação com outras instituições. E agora já estamos colhendo alguns frutos desse trabalho, conseguimos conciliar resultados positivos para o setor e evidenciar a importância da distribuição da cadeia do medicamento. Atuamos nas interlocuções com as estruturas do Estado brasileiro, a fim de, cumprir a tão desafiadora missão de ampliar o acesso da população a tratamentos de saúde”, finaliza Maia.
“O mercado farmacêutico é carente de histórias e a geração mais jovem carece de referências empresariais”. Este foi o mote para o CEO da Cimed, João Adibe, escrever o livro Aqui é o meu lugar. A obra será lançada durante o MSA – Meu Sangue Amarelo 2025, evento multissetorial promovido pela farmacêutica nos dias 22 e 23 de fevereiro de 2025, no São Paulo Expo, na capital paulista.
Foto: Divulgação
A obra retrata não apenas a história de uma família, mas também a evolução de um negócio que soube se reinventar e prosperar através das gerações e mostrar que empresa familiar é sinônimo também de gestão profissionalizada e capacitação de alta performance.
Objetivo de João Adibe é oferecer trilhas para o leitor alcançar o sucesso
Segundo João Adibe, longe de ser uma biografia, o livro apresenta os mecanismos práticos e os processos altamente eficazes que fizeram da Cimed uma empresa que ultrapassa os R$ 3 bilhões em faturamento. “Trata-se de um guia, uma mapa mental na qual o leitor responde questionamentos e provocações até chegar àquilo que se torna o seu planejamento pessoal para alcançar o próprio sucesso”, explica o CEO.
“A Cimed foi a primeira indústria farmacêutica a dar protagonismo para os jovens e essa geração busca exemplos de executivos na qual eles possam se espelhar. No livro eu detalho o meu planner de atividades e todas as estratégias de com o eu opero os negócios dentro da minha empresa nas áreas de gestão pessoal, vendas, marketing e liderança”, ressalta.
Desde a origem, com seus pais plantando as sementes do que viria a ser um império na indústria de medicamentos, até o momento atual, com a participação ativa de sua família na gestão da empresa, Aqui é o meu lugar desvela não apenas a história de uma família, mas também a evolução de um negócio que soube se reinventar e prosperar através das gerações e mostrar que empresa familiar é sinônimo também de gestão profissionalizada e capacitação de alta performance.
Farmacêutica argumenta dar prioridade ao SUS / Foto: Freepik
As farmácias voltaram a notar dificuldades para reabastecer seu estoque com vacina da dengue. A Takeda, dona da do imunizante Qdenga, estaria enfrentando limitações logísticas e de produção, o que motivou uma maior atenção à demanda vinda do SUS. As informações são do portal O Sul.
No ano passado, a farmacêutica já havia enfrentado alguns desafios para atender os inúmeros pedidos da vacina. Agora, a escassez chega no verão, estação onde as ocorrências da doença são mais comuns.
Em 2024, foram registrados mais de seis mil casos de morte por causa da infecção, que atingiu cerca de 6,6 milhões de pacientes, segundo dados do Ministério da Saúde.
Vacina da dengue: nove milhões de doses serão destinadas ao SUS
A Takeda irá fornecer nove milhões de doses da vacina da dengue para o Ministério da Saúde. O ponto é que, no SUS, o imunizante só é aplicado em jovens que tem entre 10 e 14 anos.
Cabe aos demais públicos buscar a vacinação nas farmácias e clínicas de vacinação particulares. O problema é que, por meio de nota, a farmacêutica já afirmou que “o número de doses disponibilizadas ao setor privado permanece limitado”.
RD Saúde e DPSP suspendem a primeira dose
O esquema vacinal contra a dengue é composto por duas doses com um intervalo de 90 dias entre elas. Para garantir o atendimento dos pacientes que já iniciaram o processo, a RD Saúde e o Grupo DPSP suspenderam o serviço. Ambos os grupos afirmam ter doses suficientes para atender os pacientes que precisam apenas da dose final.
Takeda quer reforçar capacidade produtiva
Para evitar novos episódios de desabastecimento e atingir a meta de 100 milhões de doses produzidas por ano, a Takeda deseja ampliar sua capacidade produtiva. Para tal, a farmacêutica pretende inaugurar um novo parque fabril na Alemanha ainda neste ano.
“Ao mesmo tempo, a empresa está comprometida com os esforços para estabelecer novas parcerias para acelerar a capacidade de produção da vacina no Brasil e no mundo”, afirma por nota o laboratório.
Um exemplo dessas tratativas citadas pela fabricante foi fechada com a Fiocruz no último mês de outubro. As negociações entre as partes começaram no início de 2024 e, há cerca de três meses a fundação entrou com um pedido formal para garantir a transferência de tecnologia.
Empresária persistiu no sonho com apoio da família | Foto: Divulgação
Persistência é uma palavra que define bem a trajetória da gestora de farmácia e farmacêutica Natalia Maria de Andrade. A empresária comanda três lojas da Ultra Popular. Mas quem a vê articulando estratégias para alcançar R$ 80 milhões de faturamento em cinco anos não imagina o quão perto ela esteve de desistir do varejo farmacêutico.
No 24º episódio da seção Minha História – o primeiro em 2025 – contamos a história dessa empreendedora que ousou seguir em frente, apostando na mudança de ares, de cidade e na reformulação do negócio.
Gestora de farmácia da Ultra Popular sonhava com negócio próprio
Natalia sempre quis ser farmacêutica, o que ajuda a explicar sua trajetória de sucesso na Ultra Popular. Ela estudou farmácia em Várzea Grande, município de 300 mil habitantes situado a cerca de dez quilômetros de Cuiabá (MT), onde morava. Uma vez formada, em 2009, chegou a hora de entrar no mercado de trabalho. Sua primeira experiência foi na capital, em uma rede regional. Por lá ficou apenas um ano. Seu desejo de empreender era latente.
Primeiro negócio com apoio de franqueadora
Com ajuda dos pais, Marcia Rosa e José Henrique de Andrade, ela abriu sua primeira farmácia na mesma cidade onde estudou, em 2010. O namorado e atual esposo, Gustavo da Silva, também se uniu à sociedade. Para prosperar, Natalia queria contar com uma retaguarda robusta como a que havia presenciado em Cuiabá. Por isso, buscou o auxílio de uma franqueadora.
“Era um sistema bem focado na atenção farmacêutica, o que me encantou como uma recém-formada. Além disso, contando com o auxílio do backoffice, seria mais fácil me estabelecer”, explica. Mas mesmo com a união familiar e o apoio profissional, o negócio estagnou.
Conselho do pai ajudou na virada de chave
Várzea Grande faz jus ao nome e é uma cidade populosa, o que atraiu mais farmácias para o município. E em meio a uma concorrência já estabelecida, o PDV comandado por Natalia e sua família não prosperava. Seu José Henrique decidiu, então, aconselhar uma mudança de ares. “Ele disse que eu estava “correndo atrás do próprio rabo”. Se esforça, mas não sai do lugar’”, relembra.
Veio do pai, aliás, a ideia de se mudar para Campo Verde (MT) em 2011. A cidade de 44,5 mil habitantes surgia como um mercado mais promissor e acolhedor para a gestora de farmácia. Natalia fechou a unidade de Várzea Grande e viajou cerca de 140 quilômetros para fincar bandeira nesse novo município. A estagnação, porém, pegou carona.
Choque de realidade e luz no fim do túnel
Os negócios não iam bem. A gota d’água veio em uma reunião da Febrafar. Na ocasião, diferentes gestores do Centro-Oeste reuniram-se para um encontro com o presidente da federação, Edison Tamascia. Ao analisar a situação financeira, o especialista foi enfático. “Por que você ainda está aberta?”. A frase, apesar de dura, serviu de ensinamento para a empreendedora.
“Na ocasião, precisei ser consolada pelo casal Eric e Roberta Mascarenhas, proprietários de lojas da Ultra Popular em Amanbaí (MS). Nunca me esqueci disso, mas hoje entendo essa declaração como um grande ensinamento. Era preciso encarar essas dificuldades para me tornar a empresária que sou”, revela.
Ao voltar para casa, um representante comercial mencionou o exemplo de um PDV associativista e de perfil popular que acabara de chegar à região. Tratava-se de uma unidade da Ultra Popular. Os resultados eram positivos e as lojas registravam fluxo intenso. Foi a luz no fim do túnel.
Um novo desafio, uma nova esperança
Quando a Ultra Popular chegou à Primavera do Leste, a cerca de 100 quilômetros de distância, Natalia resolveu conferir o sucesso da loja in loco. “Ao presenciar o volume de clientes, saí da farmácia com a certeza de que poderia obter o mesmo feito”, ressalta.
O caminho escolhido foi buscar informações para se integrar à bandeira, o que se revelou uma estratégia desafiadora. “A gestora da unidade vizinha já havia manifestado o desejo de abrir uma filial. Logo, eu não poderia converter minha farmácia”, relembra. Para entrar na rede associativista, ela precisaria se mudar mais uma vez. E foi novamente o conselho de seu José Henrique que ditou os rumos do negócio.
Os desafios de uma nova mudança
Mesmo sem conhecer Cáceres (MT), o casal identificou a possibilidade de abrir uma Ultra Popular no munícipio e abraçou a oportunidade. Era a terceira inauguração em um intervalo de três anos. Logo, porém, os recursos começavam a ficar escassos. “Levei os produtos que tinha da outra loja para a inauguração. Colocamos as caixinhas de pé para dar volume, já não tínhamos mais dinheiro para abastecer a loja”, lamenta.
Mesmo com mais essa dificuldade, a empreendedora persistiu e os ventos mudaram. “Fiz a promessa de que beijaria o chão quando atingíssemos a marca de R$ 100 mil em vendas. Em dois meses, atingimos. Tive que cumprir”, conta aos risos.
Expansão veio no “susto”
Em 2014, um ano após iniciar sua operação como Ultra Popular, surgiu a oportunidade de Natalia erguer sua primeira filial. “Havíamos manifestado nosso desejo de ter uma loja em Mirassol d’Oeste (MT). Só que surgiu um interessado. A Farmacas nos avisou. Era pegar ou largar”, observa.
Oito anos depois da segunda loja, a família estabeleceu sua terceira unidade, novamente em Cáceres. “Havíamos tentado em outras ocasiões, mas não tínhamos um ponto certo, com uma metragem legal. Foi apenas em 2022 que surgiu a oportunidade”, explica.
Hoje, Natália detém market share de 40% em Cáceres e de 37% em Mirassol d’Oeste. Para os próximos cinco anos, a meta é ousada. “Queremos dobrar de tamanho e totalizar seis lojas. Com a retaguarda oferecida pela Farmarcas, tenho certeza de que esse é um objetivo possível”, finaliza.
Negócio prosperou e hoje vendas mensais são de mais de R$ 4 milhões | Foto: Divulgação
Falta do Ozempic persiste até junho, mas laboratório avança em novo remédio / Foto: Canva
A Novo Nordisk vive momentos bem distintos quando o assunto são os medicamentos utilizados para emagrecer. Por um lado, o Ozempic, usado de forma off label para esse fim, segue em escassez nas farmácias brasileiras. Do outro, um novo remédio apresenta resultados positivos em seus testes. As informações são do Bloomberg Línea e do Diário do Comércio.
Segundo a farmacêutica, a falta de Ozempic no varejo farmacêutico nacional deve perdurar até junho. A justificativa externada ao portal foi uma demanda acima do previsto.
Já os testes com a amicretina foram finalizados com resultados animadores quando o assunto é o tratamento da obesidade. O fármaco levou à perda de 22% do peso corporal com sua maior dose testada em um período de até 36 semanas.
As diferenças no momento da Novo Nordisk
Preocupação de um lado …
A Novo Nordisk estima que, até o fim do primeiro semestre de 2025, não conseguirá normalizar o abastecimento do Ozempic. Algumas grandes redes, como a Drogaria São Paulo, já se encontram sem estoque, com previsão de reabastecimento apenas para fevereiro.
Procurada pela reportagem, a farmacêutica reforçou que o único entrave é a alta demanda, não havendo nenhum obstáculo do ponto de vista da qualidade. Outro detalhe acrescentado pelo laboratório é que o processo de restabelecimento de estoque será gradual, uma vez que a produção e distribuição do remédio não podem ser aceleradas.
Apesar dos problemas com o fármaco, a companhia afirma que a disponibilidade do Rybelsus e do Wegovy, também à base de semaglutida, não foi afetada.
… esperança do outro
Por meio de um comunicado, a Novo Nordisk anunciou na última sexta-feira, dia 24, ter completado o teste clínico da amicretina. O medicamento, que também é uma injeção, segue em fase experimental e imita o mesmo hormônio intestinal que a semaglutida.
Segundo os primeiros resultados, em até 36 semanas de tratamento, os pacientes apresentaram uma perda de peso corporal na casa dos 22%. O princípio ativo atua suprimindo o apetite, retardando o esvaziamento do estômago e controlando o açúcar no sangue.
A farmacêutica afirmou que, tendo como base o estudo, está planejando o desenvolvimento clínico adicional do remédio em adultos com sobrepeso ou obesidade. Com o avanço, as ações do laboratório chegaram a subir 11,8% na bolsa de valores de Copenhagen, na Dinamarca.
Seção reunirá métricas de todo o canal e números do varejo já estão disponíveis | Foto: Freepik
Ter à mão indicadores do mercado farmacêutico tornou-se imperativo para tomadores de decisão e fornecedores de produtos, serviços e soluções que buscam estreitar elos com o segmento. Atento a esse cenário e em linha com seu propósito de democratizar o acesso à informação, o Panorama Farmacêutico apresenta uma seção exclusiva com métricas do setor.
A seção entrou no ar na última quarta-feira, dia 22, com uma radiografia dos resultados do varejo farmacêutico brasileiro, além de dados relacionados às grandes redes, ao varejo associativista e ao volume de negócios via e-commerce.
“Especialmente nessa década, o mercado farmacêutico vem experimentando um crescimento na casa dos dois dígitos e reforçando seu compromisso com a inovação. Já acompanhamos com êxito essa transformação, mas faltava concentrar informações valiosas sobre o setor em uma única área”, explica o fundador e CEO Paulo Piratininga.
Indicadores do mercado farmacêutico integrarão toda a cadeia
A seção de indicadores do mercado farmacêutico ganhará novos estudos gradualmente, englobando não apenas o varejo como também a indústria e o atacado farmacêutico.
A venda de medicamentos isentos de prescrição, de especialidades e artigos de higiene pessoal e beleza, além de mercados promissores como o de cannabis, também ocuparão espaço privilegiado.
“Cada nicho e segmento que integra a cadeia farmacêutica nacional merecerá atenção especial do nosso time editorial, que responderá pela compilação dos dados. Será um raio-X abrangente e democrático, munindo dirigentes, empresários e investidores de informações vitais e estratégicas para o negócio”, complementa Piratininga.