Farmácias Pague Menos recebe currículos para Atendentes e Farmacêuticos

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Atendente: Requisitos: Ensino médio completo; Conhecimento em Informática Básica; Desejável experiência com vendas de medicamentos; Desejável curso de auxiliar de farmácia.

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Atividades: Atender os clientes no caixa, balcão, telefone e dependências da loja; Efetuar conferência e precificação de produtos; Realizar reposição de produtos nas prateleiras.

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Farmacêutico: Requisitos: Ensino superior completo em Farmácia; Experiência mínima de 6 meses em atendimento a clientes em lojas de varejo; Análise e interpretação de resultados e indicadores de atendimento e vendas; Possuir técnicas de atendimento e vendas; Desejáveis cursos, treinamentos ou especializações em assistência/atenção farmacêutica e clínica; Experiência como gestor de equipes de atendimento/vendas será considerado um diferencial.

Atividades: Prover cuidados de saúde aos clientes, tendo a prestação de serviços de atendimento como foco principal de atuação dentro da farmácia.

Os candidatos interessados em participar da seleção deverão enviar currículo através do link de vagas disponibilizado pela empresa. Vaga para: Atendente | Farmacêutico

Fonte:  

Senado aprova controle de qualidade de medicamentos após comercialização

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O Plenário do Senado aprovou na última terça-feira (16) o substitutivo do senador Nelsinho Trad (PSD-MS) ao Projeto de Lei (PL) 589/2021 que regulamenta inspeções e medidas de controle da qualidade de medicamentos após sua comercialização. A matéria, de autoria do senador Otto Alencar (PSD-BA), segue agora para análise da Câmara dos Deputados.

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O substitutivo altera a Lei 6.360, de 1976 e a Lei 9.787, de 1999 para estabelecer regras de vigilância na fase pós-comercialização de medicamentos e imunobiológicos, também chamada de farmacovigilância. O objetivo do texto, segundo o relator, é atualizar a legislação para avaliar a segurança e a efetividade dos produtos em uso por grandes contingentes populacionais.

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Com os avanços científicos e a entrada de um número cada vez maior de medicamentos e imunobiológicos no mercado, essa área ganha destaque e deve ter seu campo de atuação mais bem definido na legislação sanitária federal – argumentou Trad durante a análise da matéria.

Ao explicar por que apresentou a proposta, o senador Otto Alencar disse que a inspeção da efetividade desses medicamentos após a comercialização precisa ser mais rigora assim como acontece no processo para que o laboratório consiga ter o registro junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Brasil nós temos a comercialização de medicamentos de referência, medicamentos similares e medicamentos genéricos, mas todos eles precisam que a inspeção seja realizada e a partir dai se identifique se realmente o conteúdo do medicamento exposto à venda corresponde ao que está pré-estabelecido na bula – esclareceu o autor da proposta.

De acordo com a matéria, a farmacovigilância fará avaliação de ocorrência de eventos adversos, desvios de qualidade ou qualquer outro aspecto dos medicamentos, nacionais e importados, que possam afetar a sua efetividade terapêutica no período de pós-comercialização. Os estudos de eficiência serão realizados em laboratórios previamente habilitados para essa finalidade pela Anvisa.

Programa de monitoramento

Ainda conforme o texto, a Anvisa terá de estabelecer um programa de monitoramento dos remédios, com abrangência nacional, com a participação das autoridades sanitárias estaduais e municipais. Esse trabalho deverá ter ampla publicidade, inclusive no sítio eletrônico da Anvisa.

O PL também prevê que os detentores de registro terão de comunicar à autoridade sanitária federal os possíveis riscos relacionados a eventos adversos e os desvios de qualidade do medicamento.

Substitutivo

Durante a análise, o relator observou que devido à complexidade do tema, decidiu fazer ajustes no texto original acatando nove das 10 emendas apresentadas. Entre as mudanças promovidas pelo parecer, está a definição da farmacovigilância como atividade essencial a ser desenvolvida para garantir a segurança e eficácia dos medicamentos, e não apenas tratar das inspeções a serem realizadas. Nelsinho Trad também decidiu alterar no substitutivo o termo do período a ser realizado o monitoramento: passou a usar ‘pós-comercialização’ e não ‘pós-registro’. Segundo ele, as ações de farmacovigilância são realizadas após a efetiva comercialização dos produtos, ‘quando eles passam a ser consumidos pela população’.

Canal de comunicação

O substitutivo ainda estabelece que o programa oferecerá um canal para que os profissionais de saúde e a população em geral comuniquem eventos adversos ou indícios de desvios de qualidade dos remédios.

O texto também determina que a autoridade sanitária federal encaminhe à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal o relatório anual dos resultados das inspeções e do monitoramento.

Fonte: Agência Senado

Décima loja Panvel é aberta em Santa Maria

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Com ambiente amplo, moderno e agradável, o espaço oferece ao público jornadas de compras mais práticas e funcionais, incluindo portfólio de higiene, beleza e medicamentos. O funcionamento será de segunda a sábado, das 7h às 23h, e aos domingos das 7h30 às 22h.

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A nova loja conta com o serviço Panvel Clinic, o programa de atenção farmacêutica da rede que oferece serviços específicos, como verificação de temperatura corporal, pressão, glicemia, acompanhamento de tratamentos, entre outras opções. Todos estes serviços são realizados através de em uma sala exclusiva instalada na própria loja. E os clientes terão à disposição a grande variedade de produtos da marca própria da Panvel, com mais de 800 itens, desde beleza, cuidados com a pele, até produtos ortopédicos e infantis.

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Com foco na comodidade, a rede está conectada à plataforma de múltiplos canais. Assim, os produtos podem ser adquiridos na própria farmácia ou onde ficar mais confortável para o cliente, comprando por meio do App Panvel, site panvel.com.br ou por telefone através do Alô Panvel (0800.642.9001). Também há a opção de entrega em casa ou pelo serviço Clique & Retire para retirada rápida dos produtos na loja física, sem a necessidade de frete nem fila, facilitando a experiência de compra.

Fonte: Consumidor RS

TRF4 e Estado do Paraná definem fluxo para cumprimento de ações judiciais sobre medicamentos

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Foi publicada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a Portaria Conjunta nº 15/2021, que dispõe sobre o fluxo a ser adotado para cumprimento de decisões judiciais nas ações de medicamentos pelo Estado do Paraná. Clique aqui para acessar a Portaria.

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Para a desembargadora federal Vânia Hack de Almeida, coordenadora do Sistema de Conciliação do TRF4, ‘a Portaria e o fluxo construídos coletivamente e de forma interinstitucional, auxiliarão, tanto ao judiciário quanto ao Estado do Paraná, no deslinde das causas que versam sobre medicamentos tornando mais efetivo o seu cumprimento’.

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A Portaria Conjunta representa o trabalho conjunto de juízes federais e representantes da Procuradoria Geral e da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná. O juiz federal substituto Bruno Henrique Silva Santos, da 3ª Vara Federal de Londrina (PR), que contribuiu na sua elaboração, ressalta que ‘o fluxo proposto objetiva viabilizar um procedimento padronizado para que a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná faça as compras dos medicamentos cujo custeio foi imposto à União, dentro dos parâmetros estabelecidos.’ Ele destaca ainda que, ‘desta forma busca-se afastar ou mitigar dificuldades relacionadas à efetiva aquisição dos fármacos, uma vez que, via de regra, as ordens de entrega de medicamentos direcionadas à União são cumpridas mediante depósitos judiciais dos respectivos valores feitos pelo Ministério da Saúde ou sequestros de verbas federais determinados pelo Juízo, sendo que os casos em que a União efetivamente adquire e entrega os medicamentos concedidos judicialmente não são habituais’.

O desembargador federal Sebastião Ogê Muniz, coordenador dos Juizados Especiais Federais da 4ª Região, signatário da resolução, manifestou concordância com a sugestão que visa estabelecer um procedimento padronizado a ser observado pelas varas federais, Secretaria de Saúde e Procuradoria do Estado do PR. Já o desembargador federal Cândido Alfredo Silva Júnior, corregedor regional da Justiça Federal da 4ª Região destacou que ‘os resultados da experiência devem ser monitorados periodicamente e informados à Corregedoria, a fim de viabilizar o apoio e acompanhamento necessários para que atinjam o sucesso pretendido e possam, se for o caso, ser replicados em outras áreas da administração da Justiça Federal da 4ª Região’.

A procuradora-geral do Estado do Paraná, Letícia Ferreira da Silva, manifestou que ‘a Portaria Conjunta representa um grande avanço no cumprimento das ordens judiciais de medicamentos. Isso porque viabiliza a aplicação do Tema 793 do STF, com o direcionamento da determinação judicial à União, ao mesmo tempo em que permite um atendimento célere do paciente através do fornecimento da medicação a partir dos estoques existentes na Secretaria da Saúde. Deste modo, o Estado do Paraná atua em colaboração ao ente federal, recebendo deste os valores financeiros necessários para a garantia do tratamento, de forma antecipada’.

A adoção do fluxo é uma possibilidade à disposição do Juízo, não havendo impedimento à adoção de procedimento distinto para o cumprimento das decisões, segundo às particularidades do caso concreto. São requisitos indispensáveis para a sua implementação, a presença do Estado do Paraná no polo passivo da relação processual e a prévia existência de depósito judicial dos recursos públicos federais necessários à aquisição do medicamento ou insumo de saúde pelo Estado.

Somente os medicamentos e insumos de saúde que constam nas Atas de Registro de Preços vigentes do Estado do Paraná poderão ser objeto de compra. As Atas de Registro de Preços vigentes encontram-se disponíveis para consulta no Portal da Transparência do Governo do Estado na internet, através do link https://bit.ly/precosregistradospr.

Entenda o fluxo:

1. Antes da requisição de compra do medicamento ou insumo de saúde à SESA-PR, o juízo solicitante deve se certificar da existência de depósito judicial dos recursos federais necessários ao custeio do fármaco, cuja estimativa de valor poderá ser feita pelo próprio juízo;

2. O juízo solicitante formulará consulta ao Centro de Medicamentos do Paraná (CEMEPAR) da SESA-PR acerca do valor exato necessário para a compra do medicamento ou insumo de saúde pelo período de tratamento e da disponibilidade do fármaco ou do insumo de saúde em estoque na Farmácia da Regional de Saúde da SESA-PR ou no CEMEPAR;

3. Recebida a resposta do CEMEPAR, o juízo solicitante determinará a transferência dos recursos depositados em juízo para uma conta bancária. Determinada a transferência, a Procuradoria do Estado do Paraná será intimada;

4. No caso de o medicamento ou insumo de saúde já estar disponível no estoque da Farmácia da Regional de Saúde da SESA-PR, ele será entregue ao paciente ou à instituição de saúde onde ele recebe tratamento em até sete dias. Caso o medicamento não esteja disponível no estoque da Farmácia da Regional de Saúde da SESA-PR, mas haja disponibilidade no estoque do CEMEPAR, a entrega será realizada no prazo de quinze dias. Havendo necessidade de aquisição, a entrega se dará no prazo de trinta dias;

5. Decorrido o período de tratamento com os medicamentos ou insumos de saúde adquiridos pelo CEMEPAR, a Procuradoria do Estado do Paraná será intimada para juntar aos autos o extrato das dispensações dos fármacos ou insumos de saúde registrados no sistema Sismedex, que servirá como prestação de contas dos recursos federais empregados na compra, a qual ocorrerá de acordo com os valores contidos na Ata de Registro de Preços do Governo do Estado do Paraná;

6. A Procuradoria do Estado do Paraná, subsidiada pelo CEMEPAR e pelo Fundo Estadual de Saúde, informará nos autos sempre que houver necessidade de devolução ou complementação dos recursos financeiros, a depender de possíveis adequações, interrupções ou continuidade dos tratamentos.

Fonte: Bem Notícias

Setor de beleza cresce e aumenta demanda por profissionalização

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O setor de beleza registrou as maiores elevações em vendas e manteve o Brasil na 4ª posição do ranking mundial, em 2020, segundo dados da ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). Como as possibilidades do setor são amplas e envolvem diferentes propostas beleza, estética, bem-estar e imagem pessoal, mesmo com a pandemia um grande número de pessoas se mostrou preocupado com os cuidados da pele e do corpo.

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Por esse motivo, os centros de beleza ganharam um novo perfil, mais abrangente, com muitas possibilidades de atuação e crescimento na oferta de serviços, conta Silvia Helena Crempe, docente do Senac São Carlos: ‘Entre os fatores que têm contribuído para o excelente desempenho do setor, destacam-se a ascensão da mulher no mercado de trabalho, a expansão do consumo masculino, o aumento da expectativa de vida, as novas tecnologias no desenvolvimento e lançamento de produtos e a busca por procedimentos menos invasivos, que proporcionam melhora da aparência e também bem-estar’.

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Ela acrescenta, ainda, que muitos clientes procuram centros de estética não apenas para desfrutarem de serviços de saúde e beleza, mas também para vivenciarem experiências de bem-estar e relaxamento. ‘Os protocolos atuais proporcionam conforto e ajudam na melhora da saúde mental. Diferentes técnicas de massagem, por exemplo, são aliadas para o alívio de sintomas relacionados ao estresse e à ansiedade’, afirma a especialista.

Portanto, para aqueles que sempre sonharam seguir carreira na área, ou mesmo quem perdeu o emprego ou teve a renda mensal reduzida, o momento pode ser uma boa oportunidade de realização profissional, de requalificação para voltar ao mercado de trabalho ou de novos aprendizados para complementação da renda.

Para atuar em qualquer profissão nas áreas de saúde, bem-estar e estética, Silvia reforça a necessidade de ser um profissional habilitado, com formação competente e responsável, alicerçada em fundamentação teórica indissociável das práticas profissionais. Considerando o papel desse profissional para a orientação da população.

Qualificação na área

E para quem deseja iniciar uma qualificação técnica, o Senac São Carlos oferece um portfólio extenso, com mais de 25 opções nas mais diversas áreas de atuação. Para conhecer as oportunidades, basta acessar o portal Senac e se inscrever: www.sp.senac.br/saocarlos.

A instituição também está com a campanha de cursos técnicos por R$ 99 mensais, desenvolvida para reforçar que aprendizado técnico pode ser o caminho ideal para quem busca uma oportunidade de traçar novas rotas na carreira, especializar-se em uma área de interesse ou até mesmo conseguir uma recolocação profissional.

Fonte: Araraquara News

Importância de medicamentos biossimilares é tema de audiência na sexta-feira

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Biossimilares – As comissões de Seguridade Social e Família; e de Cultura da Câmara dos Deputados discutem nesta sexta-feira (26) a importância dos medicamentos biossimilares para a sustentabilidade dos sistemas de saúde. Os medicamentos biológicos são diferentes dos sintéticos vendidos nas farmácias. Estes são produzidos por meio da manipulação química de substâncias em laboratório. E os biológicos são produzidos a partir de células vivas. Porém, diferente dos genéricos, que são idênticos aos remédios sintéticos de referência, os biossimilares não são idênticos aos medicamentos biológicos. Os deputados Ricardo Izar (PP-SP) e Pedro Westphalen (PP-RS), que propuseram a realização do debate, lembram que os biofármacos mudaram a forma de tratamento de diversas doenças, incluindo alguns tipos de câncer, doenças reumatológicas e inflamatórias e distúrbios endocrinológicos. Eles ressaltam ainda que, assim como os medicamentos genéricos, os biossimilares são mais baratos do que os remédios de referência. A legislação utilizada para o registro de biossimilares no Brasil é a Resolução 55/10, da Anvisa. Segundo essa norma, para a aprovação de um biossimilar, devem ser apresentados, entre outros requisitos, estudos comparativos entre o biossimilar e o produto biológico comparador, contendo informações suficientes para predizer se as diferenças detectadas nos atributos de qualidade entre os produtos resultam em impactos adversos na segurança e na eficácia do biossimilar. Debatedores Foram convidados para discutir o assunto com os deputados, entre outros: – a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Progenéricos), Telma Salles; – o organizador do Fórum Latino Americano de Biossimilares (FLAB), Valderilio Feijo; – o presidente da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), Ricardo Xavier; e – a presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Merula Steagall. Confira a lista completa de convidados A audiência será realizada no plenário 8, a partir das 9 horas.

Fonte: Agora ES

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A pandemia transformou o setor farmacêutico? Nem tanto, afirmam os analistas

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Setor farmacêutico – A covid-19, que abalou o planeta e criou novas necessidades na área de saúde, mudou totalmente o setor farmacêutico? Embora alguns laboratórios tenham vencido, a pandemia não alterou tanto o panorama.

Certamente existe um “antes e depois” da covid na indústria farmacêutica, afirmam os analistas do setor.

“Há 18 meses se criou um mercado que representa 60 bilhões de dólares. E o bolo é dividido principalmente entre três atores”, explica Loïc Plantevin, analista em saúde da consultoria Bain & Company.

Entre os três pilares figura a americana Pfizer, que no ano passado era o oitavo laboratório do mundo em termos de receita, de acordo com o site Fierce Pharma.

Com 42 bilhões de dólares, a empresa estava longe da líder, a também americana Johnson & Johnson (US$ 82 bilhões, entre as atividades exclusivamente farmacêuticas e as marcas gerais, como os curativos) ou da suíça Roche (US$ 62 bilhões).

Mas o coronavírus provocou uma disparada nas vendas do grupo. A Pfizer prevê que a vacina com tecnologia de RNA mensageiro desenvolvida em parceria com a alemã BioNTech permitirá alcançar 36 bilhões de dólares de receitas este ano.

“Há muitos anos não era registrado um crescimento assim de um laboratório farmacêutico consolidado”, comenta Sel Hardy, analista do centro de pesquisas CFRA.

Como a BioNTech, o laboratório americano Moderna mudou totalmente de categoria: nunca havia comercializado nenhum produto e agora pode ter uma receita de entre 15 e 18 bilhões de dólares em 2021 graças a sua vacina de RNA mensageiro.

A nível global, a covid alterou o setor das vacinas, que até agora era dominado por quatro gigantes: as americanas Pfizer e Merck Sharp & Dohme (MSD), a britânica GSK e a francesa Sanofi, que antes da pandemia concentravam 90% do mercado em valor, de acordo com a EvaluatePharma.

Mas com a covid-19 emergiram pequenos laboratórios, como Moderna, BioNTech, além de Novavax ou Valneva.

Para os tratamentos, no entanto, nenhuma destas empresas menores conseguiu uma boa posição. Mas para quem conseguir desenvolver um produto, a receita pode ser astronômica.

A MSD prevê até o fim de 2022 um faturamento de até 7 bilhões de dólares em vendas de seu comprimido antiviral, o molnupiravir. Outro grupo americano, Gilead Science, registrou no terceiro trimestre vendas de quase 2 bilhões de dólares do antiviral remdesivir.

– Pressão nos preços –

Novamente, nem Sanofi ou Novartis figuram entre os mais adiantados. Isto quer dizer que o panorama mudou? “Embora algumas empresas como Roche, Novartis, Sanofi e GSK não estejam na linha de frente das vacinas ou dos tratamentos contra a covid-19, é difícil dizer que perderam”, afirma Mikaela Franceschina, analista da Third Bridge.

Ela explica que os grandes laboratórios “concentraram os recursos em outros âmbitos, nos quais podem criar valor. Cada um destes atores encontrou seu espaço e triunfou em várias doenças”.

A respeito da covid, ainda é muito cedo para determinar se campanhas anuais de vacinação serão necessárias, como a gripe.

Loïc Plantevin afirma que “no mercado dos tratamentos, as coisas não mudaram tanto: por exemplo, os hipertensos sempre precisam de medicamentos“.

Na Europa, as receitas das empresas farmacêuticas “permanecem relativamente estáveis em comparação ao ano passado”, afirma a agência de análise de mercados Scope Ratings em um relatório.

Também é necessário observar se a tecnologia de RNA mensageiro, que se estava sendo desenvolvida há anos sem grande sucesso, servirá para outras aplicações.

BioNTech e Moderna “têm a chance de entrar para o clube das ‘big pharma’ caso invistam o dinheiro em outras especialidades médicas, como a oncologia, a imunologia…”, afirma a Scope Ratings.

E outro elemento que poderia impactar as receitas dos grupos farmacêuticos, segundo Loïc Plantevin, é que o “custo de saúde representado pela covid terá que ser absorvido de uma forma ou outra”.

“Isto criará uma forte pressão das autoridades de saúde sobre os preços dos tratamentos menos inovadores”, prevê.

Fonte: Pioneiro

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Prefeito de SP sanciona lei que torna telemedicina permanente na capital

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), sancionou nesta terça-feira (23) a lei municipal que define como permanente a prática da telemedicina na capital. A medida prevê, no entanto, que esse tipo de atendimento somente poderá ser realizado após a autorização do paciente ou seu responsável legal.

A regulamentação dos procedimentos mínimos a serem observados para a prescrição de medicamentos, seguindo as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Saúde (MS), ficará a cargo da Secretaria Municipal de Sáude.

Segundo a prefeitura, os padrões de qualidade do atendimento em cada especialidade médica deverão acompanhar as diretrizes de boas práticas definidas pelas sociedades de especialidades reconhecidas pela Associação Médica Brasileira ou pelo Ministério da Saúde.

Além disso, o município deverá promover campanhas informativas com o objetivo de esclarecer a população sobre a modalidade de telemedicina na rede municipal de saúde.

Plataforma paulistana

O aplicativo e-saúdeSP é a plataforma de integração de dados clínicos e telemedicina que reúne todo o histórico do paciente do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista. Desde a sua implantação, em junho de 2020, já ultrapassou a marca de 4,5 milhões de acessos, 1,1 milhão de usuários, além de mais de 1 milhão de downloads.

Criado para facilitar a rotina dos moradores de São Paulo em relação aos cuidados com a saúde, permitiu até o momento a realização 444.953 teleatendimentos, incluindo telemonitoramentos e teleconsultas.

Fonte: Metro – São Paulo

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Cientistas desenvolvem produto com base em veneno de cascavel para regular coagulação sanguínea

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Produto com base em veneno – Pesquisadores do Brasil e da Bélgica desenvolveram uma molécula de interesse farmacêutico com base em uma proteína encontrada no veneno da cascavel, a PEG-collineína-1. Ao aplicarem uma técnica que a torna mais estável no organismo e resistente ao sistema imune, os cientistas obtiveram um potencial novo fármaco capaz de modular a coagulação sanguínea. Resultados da pesquisa foram publicados recentemente no International Journal of Biological Macromolecules.

‘A técnica tem como objetivo manter a PEG-collineína-1 circulante no organismo por mais tempo, o que pode reduzir o intervalo entre as administrações caso se torne um medicamento. Além disso, reduz a degradação por componentes do organismo humano e melhora suas propriedades funcionais’, conta Ernesto Lopes Pinheiro Júnior, primeiro autor do artigo. Hoje pesquisador na Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, ele realizou o trabalho no doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), com bolsa da Fapesp.

Chamada de peguilação, a técnica consiste em agregar polietilenoglicol (PEG) à molécula de interesse. Entre outras propriedades, o PEG diminui a interação com o sistema imune, além de impedir a formação de agregados que diminuem a atividade da molécula pelo organismo. ‘A peguilação é bastante comum na indústria farmacêutica. Há 19 medicamentos que utilizam a técnica já aprovados. É a primeira vez, porém, que o método foi usado em uma toxina animal, na sua forma recombinante [produzida em laboratório por um fungo geneticamente modificado]’, diz Eliane Candiani Arantes, professora daUSP e orientadora do estudo.

Técnica envolve clone de gene

Obtida da peçonha de uma subespécie de cascavel, Crotalus durissus collilineatus, a collineína-1 consome o fibrinogênio, composto presente no sangue responsável pela coagulação. No veneno da cascavel, ajuda a causar a hemorragia em quem é picado pela serpente. Isolada e administrada em pequenas doses, porém, pode impedir a formação de trombos que causam o acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo.

Quando usada em aplicações tópicas (diretamente na pele), a collineína-1 pode ter efeito contrário, coagulando o sangue em feridas de difícil cicatrização. Por isso, também tem grande potencial para uso em curativos. Obter a molécula em quantidade suficiente diretamente da cascavel, porém, dependeria de manter um grande serpentário, com profissionais qualificados para extrair a peçonha. Mas, em trabalhos anteriores, o grupo já havia solucionado esse problema.

Ainda durante o mestrado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Johara Boldrini-França, coautora do estudo, conseguiu clonar o gene produtor da collineína-1. Posteriormente, criou uma versão da levedura Pichia pastoris que carrega o gene da serpente que codifica a proteína.

Também coordenado por Arantes, o estudo de Boldrini-França continuou durante o doutorado e o pós-doutorado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, em Ribeirão. ‘Essa estratégia é bastante utilizada na indústria farmacêutica. Parte da insulina produzida hoje, por exemplo, é a partir de leveduras que produzem essa proteína humana’, afirma Boldrini-França, que atualmente realiza pós-doutorado na Universidade de Vila Velha (UVV).

Além de não depender da extração de peçonha de serpentes, as vantagens incluem a facilidade de manipulação do microrganismo em laboratório, o baixo custo e a produção em escala, que pode ser feita em biorreatores.

‘Era improvável dar certo’, diz cientista

No estágio de pós-doutorado na Universidade Católica de Leuven, Boldrini-França resolveu testar a proteína recombinante – como é chamada a versão produzida pela levedura – em estruturas presentes em diversos tipos de tumores. ‘Era algo improvável de dar certo, uma vez que a collineína-1 é considerada uma proteína grande e costumamos testar moléculas menores nos chamados canais iônicos, que são os alvos de alguns medicamentos contra o câncer’, relata Arantes.

Para a surpresa do grupo, a proteína recombinante agiu sobre um determinado tipo de canal para potássio presente em uma linhagem de tumor de mama, reduzindo a sua viabilidade sem afetar tecidos saudáveis. O trabalho foi publicado no ano passado na revista Scientific Reports.

Quando usada a versão peguilada da molécula, porém, não houve atividade anticancerígena. ‘A propriedade antitumoral não depende da atividade enzimática da molécula, apenas do tamanho dela, que bloqueia o canal para potássio. Com a peguilação, porém, ela ficou grande demais e não se encaixou nesse alvo’, diz Boldrini-França. ‘Em muitos casos, a peguilação é capaz de levar uma molécula da bancada do laboratório para a indústria. É o que pretendemos agora’, encerra Pinheiro-Junior.

Fonte: MSN Brasil

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‘É como implorar para me manter viva’: a luta de pacientes com planos de saúde por quimioterapia oral

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‘É como implorar para me manter viva’: a luta de pacientes com planos de saúde por quimioterapia oral

Projeto previa que planos de saúde fossem obrigados a pagar por remédios aprovados pela Anvisa que podem ser tomados em casa, mas foi vetado pelo Executivo. Senadores e deputados discutem a derrubada do veto.

EpisódiosFim do Podcast”É triste perceber que eu pedia um medicamento para viver, não um vinho caro. Não se trata de um luxo, mas de um remédio absolutamente necessário para mim”, completa.Histórias como a de Dias se repetem a todo momento nos hospitais e nas clínicas oncológicas do Brasil: quando o plano de saúde se nega a pagar por comprimidos que integram a chamada “químio oral” e não fazem parte do rol da ANS, é preciso acionar um advogado para assegurar o acesso.

Na grande maioria das vezes, a Justiça garante o direito do paciente de receber a químio oral custeada pelo convênio. Mas todo o processo representa, na visão de pacientes, médicos e associações, uma etapa a mais e um desgaste desnecessário num momento de fragilidade.

Justamente para tentar corrigir essa questão foi criado oProjeto de Lei 6330/19, conhecido popularmente como “lei da químio oral”, que prevê a cobertura obrigatória das operadoras de saúde a todo tratamento contra o câncer tomado pela boca e feito em casa que receba a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. headtopics.com

A aprovação do PL significaria, entre outras coisas, cortar aquela etapa de entrar na Justiça para ter acesso a um tratamento oncológico feito por meio de comprimidos.No momento, os convênios só são obrigados a custear as terapias que estão incluídas no rol da ANS. Até recentemente, essa lista de cobertura era atualizada apenas de dois em dois anos.

Essa mesma regra, no entanto, não se aplica às drogas anticâncer que são endovenosas (tomadas pela veia): assim que elas recebem o aval da Anvisa, já entram automaticamente na cobertura das operadoras de saúde.De acordo com projeções feitas por médicos e entidades do setor, essa diferenciação que ocorre no Brasil de acordo com a via de administração do medicamento (oral x endovenoso) é única no mundo e dificulta o acesso a tratamentos mais modernos e eficazes para cerca de 50 mil brasileiros.

Após a tramitação, o PL foi aprovado por unanimidade no Senado Federal e também passou com larga vantagem na Câmara dos Deputados. Mas, para a surpresa dos próprios parlamentares, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou integralmente a proposta no dia 27 de julho de 2021.

Bolsonaro justificou o veto alegando um problema técnico que poderia levar a um impasse constitucional.”Eu vetei um projeto muito bom, fui obrigado a vetar. Por quê? Quando um parlamentar não apresenta fonte de custeio, se eu sancionar, estou em curso de crime de responsabilidade. headtopics.com

O site da Secretaria-Geral da Presidência ao reportar o vetodisse que “a medida causaria impacto financeiro ao mercado de planos privados de assistência à saúde, o que resultaria no aumento do plano de saúde dos consumidores”.

De fato, alguns desses lançamentos chegam a custar dezenas ou centenas de milhares de reais. E os próprios defensores do PL veem a questão do preço com preocupação e entendem que é preciso fazer uma análise de custo-efetividade sobre cada lançamento farmacêutico seguindo alguns critérios.

De julho até agora, diversas entidades e associações que reúnem médicos e pacientes se uniram para derrubar o veto do presidente no Senado e na Câmara dos Deputados e, finalmente, viabilizar a lei da químio oral.Entenda a seguir como essa história evoluiu nos últimos meses – e como ela pode estar perto de um desfecho, com uma possível nova votação no Congresso Nacional prometida para as próximas semanas.

Uma batalha antigaA psicóloga Luciana Holtz trabalha há décadas com pacientes que têm câncer. Fundadora e presidente do Instituto Oncoguia, uma ong que se propõe a trazer informações e defender os direitos desses indivíduos, ela conta que o veto à PL da químio oral causou uma enorme confusão na comunidade. headtopics.com

“Muitos pacientes começaram a nos procurar porque não entenderam o que o veto significava. Alguns acharam que iam perder o direito de receber os medicamentos que já tomavam”, relata.”Nós precisamos até criar uma página de perguntas e respostas no site do Instituto Oncoguia para dar conta da demanda que chegou até nós”, complementa.

Crédito,Getty ImagesLegenda da foto,Medicamentos orais contra o câncer costumam causar menos efeitos colaterais e trazem a comodidade de fazer tratamento em casa, sem necessidade de ir até uma clínica ou um hospitalHoltz explica que o maior acesso às terapias orais é uma demanda relativamente antiga de médicos e pacientes oncológicos, com discussões que começaram em meados de 2010, época em que muitos desses fármacos começaram a chegar ao mercado com mais frequência.

“Não é correto afirmar que o indivíduo com câncer não tem acesso a medicamentos orais, pois alguns já estão na cobertura obrigatória dos planos de saúde. O problema é que não existe acesso aos lançamentos, aos remédios que foram aprovados recentemente”, diz a psicóloga.

“Essas novas aprovações na área de oncologia chegam cada vez mais nesse formato oral e permitem fazer o tratamento em casa”, explica.De acordo com a ANS, existem atualmente 59 quimioterápicos orais que são de cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

“A gente percebe no dia a dia essa angústia dos pacientes, que muitas vezes já estão numa fase avançada da doença, convivem com metástase e poderiam se beneficiar desses novos fármacos. E, no momento em que eles mais precisam de suporte, recebem a resposta negativa dos planos de saúde”, observa Holtz.

O oncologista Fernando Maluf, fundador do Instituto Vencer o Câncer, entidade que esteve diretamente envolvida na construção do PL, calcula que os remédios de uso oral representam hoje 70% das terapias medicamentosas na oncologia e são indicados para tratar os 20 tipos de câncer mais comuns na população brasileira.

“E eles não trazem apenas comodidade, mas são a terapia de primeira escolha em muitos casos”, conta.”Ou seja, quem não tem acesso a algumas medicações orais acaba ficando com uma alternativa que costuma ser inferior em termos de resultados”, argumenta o médico, que também integra o corpo clínico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista.

“Com o veto, mais de 50 mil brasileiros e brasileiras estão sendo prejudicados nesse momento”, completa Maluf. O cálculo do médico leva em conta o número de beneficiários de planos de saúde e as estatísticas de casos de câncer no país.

Ana Paula Azevedo, de 45 anos, foi diagnosticada com câncer em 2016 e também precisou entrar na Justiça para ter acesso à químio oral em 2019. Para ela, tomar esses comprimidos faz toda a diferença.”Além de ter menos efeitos colaterais, sinto que esse tratamento devolve a minha autoestima. Agora tomo meu remédio em casa todos os dias e só preciso ir à clínica para tomar uma injeção uma vez por mês”, relata a paciente, que mora em Petrópolis, no Rio de Janeiro.

Já Dias ressalta que a químio oral não é apenas uma questão de conforto. “Não se trata somente de uma opção mais cômoda para o paciente, mas de um tratamento que pode aumentar a sobrevida e reduzir a possibilidade de metástase ou o risco de retorno do câncer”, chama a atenção.

Motivos para o vetoDe autoria do senador José Reguffe (Podemos-DF), o PL prevê “ampliar o acesso a tratamentos antineoplásicos domiciliares de uso oral pelos usuários de planos de assistência à saúde”.O texto tentava revogar uma regra que obriga os planos de saúde a custear apenas os remédios orais que foram incluídos no rol da ANS – como explicado mais acima, essa lista de cobertura era atualizada a cada dois anos. Na prática, os especialistas consideram essa janela de tempo muito grande, seja pela urgência dos pacientes com câncer avançado, seja pela velocidade com que novos tratamentos são lançados no mercado.

A nova lei vinculava a cobertura obrigatória e automática após a aprovação de uso desses novos remédios no Brasil pela Anvisa.”É muito mais humano e confortável que o paciente tenha acesso a um comprimido que pode ser tomado de casa, em vez de precisar se internar para receber o remédio na veia numa clínica”, justifica Reguffe.

Crédito,Legenda da foto,Senador Reguffe espera que o veto seja derrubado nas próximas semanasEssa facilidade de fazer o tratamento em domicílio passou a fazer ainda mais sentido durante a pandemia de Covid-19, já que pacientes com câncer costumam ter a imunidade comprometida (o que eleva os riscos de complicações pela infecção com o coronavírus) e havia maior dificuldade em visitar as clínicas e os hospitais para a realização de consultas e terapias.

“Nós, que já temos o sistema imune mais debilitado, ficamos com muito medo de sair de casa para fazer as consultas de acompanhamento ou os tratamentos nas clínicas”, destaca Azevedo.”E só de saber que, com a chegada do PL, os novos pacientes não precisariam mais ter o estresse de entrar na Justiça e ficar sem saber se o remédio seria liberado, isso já representou um grande alívio para todos nós”, complementa.

A proposta foi aceita por unanimidade no Senado Federal em junho de 2020. Na sequência, ela acabou aprovada na Câmara dos Deputados, com 398 votos a favor e 10 contrários. O próximo passo para que o projeto virasse lei era justamente a sanção presidencial.

“A expectativa era que o PL fosse sancionado pelo presidente. Infelizmente, não foi. Agora precisamos derrubar o veto no Congresso Nacional”, diz o senador.Logo após o veto, Bolsonaro reclamou das críticas que vinha recebendo a respeito da decisão.

“Eu vetei um projeto muito bom, fui obrigado a vetar. Por quê? Quando um parlamentar não apresenta fonte de custeio, se eu sancionar, estou em curso de crime de responsabilidade. Daí eu veto e apanho porque vetei. É falta de conhecimento do pessoal”, comentou o presidente, no dia 27 de julho.

Num textopublicado no site da Secretaria-Geral da Presidência da República em 27/7, são apresentados mais alguns argumentos, mas Reguffe não concorda com os pontos apresentados pelo governo.”Em primeiro lugar, a vida humana não tem preço. Mas, mesmo se levarmos em consideração o custo do tratamento, em muitos casos é bem mais barato tomar um comprimido oral, em casa, do que custear a internação para receber o tratamento na veia num hospital ou numa clínica”, argumenta.

“E isso sem contar todos os custos posteriores, decorrentes de infecções e complicações da doença que poderiam ser evitados”, complementa o senador.Maluf segue essa mesma linha. “Entre os medicamentos orais, temos alguns que são mais caros, outros que custam o mesmo e um terceiro grupo que é mais barato. Mas ninguém está pensando na jornada do paciente. Se a gente oferece um remédio pior, há um aumento do risco de recidiva do tumor, maior sofrimento com as complicações, além da necessidade de internação, e tudo isso tem um preço elevado. Esse cálculo nunca é feito.”

O oncologista acrescenta outro aspecto importante para a discussão. “O Brasil é o único país do mundo que possui critérios diferentes para a aprovação de remédios contra o câncer segundo a via de administração”, revela.

“Qualquer medicação endovenosa [tomada pela veia] aprovada pela Anvisa é imediatamente incorporada no rol da ANS e os planos de saúde são obrigados a liberar. Já os medicamentos orais precisam passar por toda essa avaliação, que pode levar anos”, detalha a médica Clarissa Mathias, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

“Ninguém sabe porque acontece essa diferenciação, é uma coisa bem típica do Brasil”, acrescenta.Crédito,Getty ImagesLegenda da foto,Medicações oncológicas aplicadas na veia exigem que o paciente vá até uma unidade de saúde e, muitas vezes, seja internado

Holtz lembra que essa desigualdade no acesso a remédios orais e endovenosos derruba a justificativa do preço elevado e da sustentabilidade do mercado.”Atualmente, o que existe de mais caro na oncologia? Os imunoterápicos. Mas, como eles são tomados pela veia, não precisam de aprovação da ANS para serem pagos pelos planos de saúde”, aponta a presidente do Oncoguia.

Procurada pela BBC News Brasil para comentar a questão, a ANS enviou uma nota de esclarecimento.No texto, os porta-vozes da agência afirmam que é “fundamental que a incorporação de medicamentos e procedimentos no rol seja resultado de uma criteriosa avaliação técnica, que leve em conta os aspectos de eficácia, efetividade, segurança, custo-efetividade e relevância dos benefícios para os pacientes”.

“A incorporação automática de novos medicamentos à terapia antineoplásica oral para o tratamento do câncer, conforme propõe o referido projeto de lei, deixaria de considerar a avaliação de tecnologias em saúde; causaria discrepâncias nos critérios para inclusão de tecnologias no rol e, consequentemente, geraria desigualdade no acesso dos beneficiários aos tratamentos de que necessitam, privilegiando os pacientes acometidos por doenças oncológicas que requeiram a utilização de antineoplásicos orais”, escrevem.

A questão do preço é apontada no texto: “Também é preciso considerar que o alto custo dos antineoplásicos orais e o escopo da análise da Anvisa, que não considera a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) para aprovação e concessão de registros geram o risco do comprometimento da sustentabilidade do mercado de planos privados de assistência à saúde e suas consequências ao conjunto dos beneficiários. O repasse de aumento para os beneficiários pode inviabilizar a manutenção do plano de saúde.”

Por fim, a ANS informa que uma nova resolução mudou as regras sobre a incorporação de novas tecnologias no rol de cobertura obrigatória dos planos de saúde. Antes, isso acontecia mais ou menos a cada dois anos. Agora, assegura a agência, esse processo é contínuo e “tão logo os medicamentos obtenham o registro na Anvisa, as propostas de inclusão podem ser submetidas à análise”.

A BBC News Brasil também entrou em contato com representantes do Governo Federal para ter o posicionamento do veto feito por Bolsonaro. A Secretaria da Presidência da República remeteu o pedido de posicionamento para o Ministério da Saúde.

O Ministério da Saúde, por sua vez, disse que “não comenta projetos de lei”.A reportagem também procurou a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) e solicitou o ponto de vista da entidade, mas não foi dada nenhuma resposta até a publicação.

Quem paga a conta?Embora defendam a importância do PL, os especialistas também se mostram preocupados com os custos desses novos medicamentos – afinal, alguns lançamentos farmacêuticos da área de oncologia chegam a custar dezenas ou até centenas de milhares de reais por mês.

Se todo e qualquer novo fármaco for aprovado sem uma avaliação prévia e precisar ser custeado pelos convênios, será que as empresas terão condições financeiras de pagar a conta?”O ideal é que o Brasil possuísse uma avaliação de tecnologias em saúde que tivesse critérios bem definidos e fosse mais rápida”, diz Mathias.

“O que temos hoje é um tempo muito prolongado entre a aprovação da Anvisa e a avaliação para entrada no rol da ANS”, completa a oncologista.Crédito,Getty ImagesLegenda da foto,Quando não há cobertura do plano de saúde, o paciente com câncer precisa pagar do bolso as medicações, que chegam a custar dezenas de milhares de reais

Essa avaliação de tecnologia em saúde, conhecida na área pela sigla ATS, leva em conta diversos aspectos e busca determinar, entre outras coisas, a custo-efetividade de um novo tratamento. Num cenário de recursos finitos, isso ajuda a guiar as melhores escolhas e garantir o acesso a remédios que realmente tragam algum benefício para os pacientes.

“Não há dúvidas que precisamos discutir a efetividade e o custo dos medicamentos. Mas, enquanto isso não acontece na prática, quem paga o pato é o paciente, que muitas vezes tem o acesso negado aos tratamentos que seriam benéficos a ele”, esclarece Holtz.

“É muito difícil para o paciente saber, por um lado, que há um remédio que poderia dar a ele mais 9 meses de vida e, por outro, o plano de saúde, que ele pagou a vida inteira, dizer não para essa terapia”, reforça.

Na avaliação dos especialistas, portanto, a aprovação do PL serviria como um paliativo para amparar os pacientes no atual contexto, mas não resolve todos os problemas.Os próximos passosEmbora o veto ao PL da químio oral tenha sido uma surpresa, os parlamentares e diversas entidades da sociedade civil se organizaram rapidamente para buscar uma solução.

O Instituto Vencer o Câncer, por exemplo, lançou um abaixo-assinado online para pressionar o Congresso Nacional que já conta com mais de 183 mil apoiadores.A SBOC, por sua vez, fez uma série de reuniões com deputados e senadores para defender a derrubada do veto.

Para que o veto presidencial seja rejeitado pelos congressistas e o PL efetivamente se transforme numa lei, é preciso que ocorra uma sessão conjunta entre Senado e Câmara dos Deputados para uma nova votação.Nessa reunião, é necessário conseguir maioria absoluta nas duas casas legislativas, com o apoio de 41 senadores e 257 deputados, para que o veto caia.

E tudo indica que a sessão conjunta deve acontecer nas próximas duas ou três semanas, de acordo com informações colhidas pelo Instituto Vencer o Câncer e pelo próprio Senador Reguffe.”O presidente do Senado Federal [Rodrigo Pacheco (PSD-MG)] me disse que colocará a derrubada do veto em votação na próxima sessão do Congresso Nacional”, informa Reguffe.

Crédito,Jefferson Rudy/Agência SenadoLegenda da foto,Reguffe (à esquerda) diz que presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (à direita), deve colocar na pauta em breve a derrubada do veto da PL da químio oral”Tenho conversado individualmente com os parlamentares, no sentido de convencê-los da importância do projeto. A nossa esperança é que vamos conseguir [derrubar o veto]”, completa o senador.

Procurada pela BBC News Brasil, a assessoria de imprensa do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não confirmou oficialmente nenhuma data para a votação da derrubada do veto.E no sistema público?Por fim, vale destacar que toda a discussão da PL da químio oral se limita aos serviços privados de saúde. Na rede pública, o problema de acesso a novos tratamentos do câncer é ainda mais difícil, apontam os especialistas.

“Não entra praticamente nada de novo no Sistema Único de Saúde (SUS)”, protesta Holtz.Ainda dentro de pautas e projetos sobre oncologia, Bolsonaro vetou parcialmente na segunda-feira (22/11) outro PL (1.605/2019), que instituía o “Estatuto da Pessoa com Câncer”. O texto tentava tornar obrigatório o atendimento integral à saúde de indivíduos com a doença pelo SUS.

O presidente vetou justamente o trecho que visava garantir “o acesso de todos os pacientes a medicamentos mais efetivos contra o câncer”.Como argumento para a decisão, o governo disse que “os recursos são finitos e não devem ser direcionados apenas para uma única estratégia terapêutica na busca por maior efetividade do tratamento, a qual será medida pela qualidade, pelos danos associados, pelo balanço entre riscos e benefícios de cada tratamento, pela razão de custo-efetividade incremental, entre outros”.

“Assim, observa-se na propositura existência de elevado risco de comprometimento da sustentabilidade do sistema de saúde”, finaliza o texto,publicado no Diário Oficial.Assim como pode acontecer com a PL da químio oral nas próximas semanas, os deputados também poderão votar para derrubar esse veto.

Na saúde pública, a chegada de terapias mais modernas segue por outro caminho: após a aprovação do tratamento pela Anvisa, ele precisa ser submetido à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, conhecida pela sigla Conitec.

“Ali, a via de avaliação é muito rigorosa, até porque o orçamento é apertado. Mas nós estamos trabalhando de forma independente para melhorar o acesso no SUS também”, informa Maluf.

Fonte: Head Topics

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