Empresa especializada em suplementos vitamínicos personalizados quer faturar R$ 5 milhões até 2022

Suplementos vitamínicos – Roberto Ludovico é um administrador de empresas formado pela FGV, fez sua carreira em consultoria estratégica, mas vem de uma família de médicos, que tinha controle do maior hospital de Goiás. Apesar da pressão da família em cursar medicina, decidiu seguir uma carreira mais administrativa por ter um interesse sobre a visão gerencial e menos técnica do negócio, ainda que conhecesse a fundo e tenha passado a infância inteira ao redor dos médicos do hospital.

Danilo Oshiro, também formado em administração de empresas pela FGV e amigo de Roberto Ludovico, construiu a carreira no mercado financeiro, mais especificamente na área de Investment Banking. Ele sempre buscou maximizar o bem-estar, seja por meio de exercício, nutrição ou suplementos, mas se incomodava com a quantidade de embalagens que tinha que carregar durante suas viagens ou, até mesmo, muitos comprimidos que tinha que ingerir durante o dia.

A busca por melhorar a saúde sempre foi um ponto de convergência entre ambos. Eles encontraram em suplementos e tratamentos médicos uma elevada disposição que os ajudaram a se destacar em ambientes altamente competitivos que trabalhavam. Perceberam ainda que fórmulas simples poderiam dar grandes resultados no dia-a-dia de uma pessoa, mas chegar até elas não era um caminho simples e fácil. Nessa mesma linha, notaram que mesmo após descobrir, ou o médico indicar os suplementos adequados, o trabalho e a complexidade na organização para conseguir seguir um tratamento acabava dificultando o mesmo.

A partir daí, tiveram a ideia de simplificar esse processo e criar uma solução mais simples, visando facilitar e melhorar a vida e o tratamento das pessoas, aliada à tecnologia. Com isso, surgiu a Polaris Healthcare.

Polaris Healthcare

A Polaris Healthcare é uma healthtech, que se subdivide em Polaris Nutrition e Polaris Pharma, e nasceu com o propósito de melhorar a vida das pessoas, em especial, no suporte e cuidados com a saúde. “Nós acreditamos que todo cliente é único e que sua suplementação também deve ser”, afirma Ludovico, CEO.

As dores que eles querem resolver são duas: quais suplementos tomar e como garantir aderência ao tratamento, ou seja, tomar seu suplemento e medicação no momento certo e na dose certa.

A ideia foi criar um modelo de embalagem, onde, dentro de um sachê, a pessoa pudesse encontrar todos os comprimidos necessários e não ficar dependente de diversas embalagens. Com isso surgiu o pack da Polaris. Mas, como ele funciona?

O modelo inicial se divide em recomendação de suplementos e farmácia de manipulação. Quando se fala de recomendação, a ideia é montar uma suplementação baseada nas principais queixas dos clientes. Para isso, ele responde um questionário de perguntas de nutrição funcional, desenvolvido por farmacêuticos, médicos e nutricionistas.

Logo, após isso, baseado nas respostas, há um algoritmo próprio da Polaris, que considera as respostas do questionário levando em conta o estilo de vida, cuidado nutricional e objetivos pessoais de quem responde. Com isso, é montada uma combinação de suplementos customizados para aquele cliente, onde em um sachê há todos os nutrientes para atingir o objetivo.

Após isso, ocorre uma verificação de possíveis interações medicamentosas dos suplementos recomendados com os medicamentos que a pessoa já toma, a fim de filtrar algo que não deva ser recomendado, e, enfim, a entrega dos kits de suplementos customizados e separados para serem consumidos por dia e período.

O questionário analisa detalhadamente dados sobre a saúde, sexo, idade, dieta, alergias e até mesmo os medicamentos prescritos para garantir que o cliente obtenha exatamente o que precisa. “Enquanto os polivitamínicos não atendem à necessidade específica de cada pessoa, a solução da Polaris permite avaliar as prioridades e possíveis carências individualmente”, explica Ludovico.

“Nossa ideia foi concentrar tudo que uma pessoa toma em um sachê e facilitar a vida, ou seja, quando for viajar, ao invés de precisar levar vários potes, será necessário levar apenas os packs indicados, não ocupando espaço da mala e não perdendo tempo separando os medicamentos“, explica Danilo, CFO da Polaris.

Já na manipulação, que ainda está em fase de implementação, o cliente enviará a receita em formato digital, a medicação será manipulada de acordo com a prescrição e serão entregues fórmulas customizadas e separadas para serem consumidas por dia e período. “O que percebemos é que a maioria dos usuários não toma apenas suplementos, mas usa também medicações prescritas e feitas sob medida em farmácias especializadas. Abrindo nossa própria farmácia, conseguimos entregar todos os medicamentos de uma pessoa em soluções que aumentem a aderência ao tratamento.” afirma Ludovico.

Com esse modelo de negócio, de vender medicamentos prescritos e suplementos que facilitam o dia a dia do cliente, os empresários querem faturar R$ 5 milhões até o final de 2022. Mas, o sonho não para por aí.

“Nosso grande sonho é alinhar diversas soluções capazes de dar suporte ao diagnóstico e tratamento do paciente e facilitar cada dia mais a sua vida, onde ele conseguirá fazer tudo relacionado a sua saúde conosco”, finaliza Ludovico.

Fonte: CATANDUVA NA NET

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Pesquisa brasileira pode ajudar a eliminar hanseníase

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Hanseníase – Um teste brasileiro, barato, sensível, portátil e pouco invasivo pode facilitar o diagnóstico da hanseníase e, assim, ajudar a tratar a doença antes de aparecerem os primeiros sintomas.

Ele foi criado em parceria entre Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O teste facilita o diagnóstico da doença – que afeta 200 mil pessoas por ano. E hoje esse diagnóstico é feito só depois dos primeiros sintomas, quem podem aparecer anos após a infecção ter se instalado no corpo do paciente.

‘A tecnologia desenvolvida pode ajudar muito, quando consideramos que é uma doença tratável e que, assim que o paciente começa a tomar a medicação, ele para de transmitir o bacilo’, explicou em nota a docente do Departamento de Patologia Básica da UFPR, Juliana Ferreira de Moura.

Teste inédito

Juliana lembrou que não existe nada parecido com esse teste brasileiro.

‘Não existe nenhum teste no mercado que permita a identificação sorológica desses pacientes [?] Nós precisávamos de um método que permitisse, por exemplo, o mapeamento dos casos em comunidades em que a hanseníase é endêmica, como em alguns estados do Centro-Oeste e do Norte do Brasil’, afirmou.

A doença

A hanseníase, que antigamente era conhecida como lepra, é uma doença infecciosa crônica e curável causada por infecção com a bactéria Mycobacterium leprae.

Ela causa, principalmente, lesões de pele e afeta os olhos, o nariz e os nervos periféricos.

Os sintomas incluem manchas claras ou vermelhas na pele com diminuição da sensibilidade, dormência e fraqueza nas mãos e nos pés.

A doença pode curada com 6 a 12 meses de terapia com vários medicamentos e o tratamento precoce evita deficiência.

Importante detectar rápido

‘No Brasil, doença persiste como problema de saúde pública. Cerca de 14% do novos casos vêm do Brasil, atrás apenas da Índia. Um dos aspectos centrais no combate à doença é detecção ativa e precoce de novos casos’, informou a UFSCar no Twitter.

Hoje, pacientes com hanseníase são divididos em dois grupos, pauci e multibacilares. Estes últimos têm poucos bacilos, o que é positivo para o tratamento, mas dificulta o diagnóstico sorológico porque também é baixo o número de anticorpos.

‘O principal diferencial do teste que desenvolvemos é justamente a possibilidade de detecção de anticorpos em pacientes paucibacilares. Além disso, a técnica consegue diferenciar pauci e multibacilares, o que pode ajudar na orientação do tratamento’, explicou.

‘Além dessas vantagens, junto ao baixo custo e à portabilidade, a técnica empregada exige menos reagentes e, assim, também menos material coletado, no caso, o sangue do paciente para a extração do soro’, lembrou Ronaldo Censi Faria, docente do Departamento de Química da UFSCar.

O teste brasileiro já foi patenteado. Agora os cientistas aguardam empresas interessadas para fazer produção em larga escala para depois colocar o produto no mercado.

Fonte: Agora MT

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Brasil recebe maior carregamento de doses da vacina da Pfizer contra a covid-19 em um só dia

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A farmacêutica Pfizer completou na noite deste domingo (12) a entrega da maior remessa de vacinas contra a covid-19 ao Brasil, em único dia, desde o início dos envios em abril. Foram quatro voos que pousaram no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e totalizaram 5,1 milhões de doses.

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A previsão inicial era de três lotes. Contudo, o lote previsto para sábado (11), com 1.392.300 vacinas, foi remanejado e chegou ao terminal da metrópole às 3h02 deste domingo. Os outros três aviões desembarcam ao longo do dia no terminal.

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Cronograma cumprido

As entregas fazem parte do cronograma da empresa divulgado em 8 de setembro, que estabelecia o envio de 8,9 milhões de doses da vacina ao País até este domingo. As outras remessas foram registradas quarta (8), quinta (9) e sexta (10), também após reprogramação da empresa americana.

Com a nova remessa, a Pfizer contabiliza 72,5 milhões de doses entregues ao Brasil, em 71 lotes. O grupo faz parte dos 100 milhões de imunizantes previstos no primeiro contrato com a Pfizer, assinado em 19 de março de 2021. A companhia deve concluir a entrega até o final de setembro.

Há um segundo contrato entre Pfizer e governo federal, assinado em 14 de maio, que prevê a entrega de outras 100 milhões de doses entre outubro e dezembro. A empresa diz que vai cumprir o cronograma de entrega total até o final de 2021.

Entregas

A Pfizer utilizou o Aeroporto de Viracopos para todas as entregas ao Brasil até agora. A primeira remessa teve 1 milhão de doses e foi recebida pelo País em 29 de abril, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Segundo a Pfizer, as doses enviadas ao Brasil são produzidas em duas fábricas nos Estados Unidos, Kalamazoo e McPherson, além de uma fábrica na Europa, Purrs na Bélgica.

A logística de entrega das doses ao governo federal conta com apoio da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Equipes acompanham o desembarque em Viracopos e escoltam o transporte rodoviário das doses até o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP).

‘As vacinas são despachadas de avião até o Aeroporto Internacional de Miami, nos Estados Unidos, para então seguir viagem rumo ao Brasil. Os imunizantes são descarregados do avião entre 30 minutos e 1 hora, dependendo da quantidade, e enviados para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos’, informa a Pfizer, em nota.

Armazenamento

No fim de maio, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou novas condições de conservação e armazenamento para a vacina da Pfizer/BioNTech, que agora pode ser mantida em temperatura controlada entre 2ºC e 8ºC por até 31 dias. A orientação anterior era de cinco dias.

Antes da liberação dos frascos para a vacinação, as doses da Pfizer precisavam ser armazenadas em caixas com temperaturas entre -25°C e -15°C por, no máximo, 14 dias. Tais condições não permitiam que a vacina fosse enviada para municípios distantes mais que 2h30 da capital do Estado.

Fonte: O Sul

O País ainda possui farmacêuticos tradicionais; saiba como eles atuam

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‘Doutor Pinho, o senhor por acaso quer brincar de Deus?’ A pergunta, disparada no final da década de 1950 por um juiz de Sobral (CE), para Felizardo de Pinho Pessoa Filho, escancarava o espanto do magistrado diante da disposição do farmacêutico de salvar a vida de um jovem em agonia, com fraturas na cabeça, após cair do alto de uma jaqueira.

Doutor Pinho garantiu não pretender tanto, mas reforçou sua intenção de tentar devolver o mundo ao desenganado com uma terapia pesquisada, à base de plasma sanguíneo de cavalo, aliada a alguns remédios manipulados. O juiz não escondeu a descrença, mas permitiu a ação e o farmacêutico foi à luta. ‘Diga que o cidadão vive até hoje. Até hoje’, aconselha ele ao neto David Pinho Pessoa, que o auxilia na entrevista por telefone ao R7.

Felizardo de Pinho tem 103 anos. Exatamente: 103 anos, fechados no último dia 26 de abril com espantosa lucidez. Mais velho farmacêutico brasileiro, é hoje o símbolo maior dos profissionais veteranos do ramo que conquistam a confiança da clientela em farmácias tradicionais de bairros de cidades importantes e regiões carentes do interior do país. Gerações de pacientes informais que ainda buscam, na experiência e sabedoria desses profissionais, a cura para os males mais variados.

Doutor Pinho nasceu e fez carreira de farmacêutico na região de Viçosa do Ceará, cidade de 62 mil habitantes distante 350 quilômetros de Fortaleza, capital do estado, e 65 km da fronteira com o Piauí, em um dos pedaços mais pobres do país.

Filho e neto de farmacêuticos, Pinho fez, em janeiro de 1946, o primeiro diagnóstico, no Ceará, de Calazar, doença causada pelo protozoário parasita Leishmania, transmitido na picada de um mosquito-palha infectado. Por causar inchaço do fígado, baço e área estomacal, a doença passou a ser chamada de Mal do Buchão. A farmácia da família, a Pinho Irmãos, foi fundada em 26 de agosto de 1856, em Viçosa do Ceará, pelo avô, João de Pinho Pessoa.

A postura profissional de jamais se negar a atender um necessitado, ainda que a tarefa envolvesse longos deslocamentos, era uma de suas principais marcas. A ponto de adiar o próprio casamento e sair de casa às 15h de 31 de janeiro de 1958, uma hora antes do que seria o início da cerimônia, para atender ao pedido de ‘salvar’ a mulher de um cliente fiel numa cidade vizinha.

Tanta dedicação permitiu alçar outros voos. Doutor Pinho foi eleito vereador e prefeito em sua cidade, e depois deputado estadual. Aposentado, passa o tempo dedilhando seu piano, mas ainda hoje manipula uma ou outra fórmula para doação ou uso familiar. Aroeira, jucá e bacari, contra inflamações e picadas de insetos, estão entre os ingredientes mais utilizados nas alquimias recentes.

Doutor Pinho gosta de lembrar um lema de seu pai adotado por ele: ‘Felizardo, jamais deixe um pobre sair da farmácia ou ficar em casa sem atendimento. E se ele não tiver dinheiro para pagar o medicamento, entregue-o mesmo assim, independentemente do preço. Deus te devolverá isso em vida’. Bom, doutor Pinho tem 103 anos.

As grandes cidades também guardam seus Felizardos. No número 278 da Rua Doutor Cesário Mota Júnior, na Vila Buarque, bairro da região central de São Paulo, João Cândido Sobrinho, mineiro de Muzambinho, 80 anos, ainda aconselha seus pacientes antigos, parte dos filhos e até alguns netos deles na bela Farmácia Fibersal, um espaço tomado de nostalgia, onde se destacam prateleiras de madeira e uma balança Filizola, daquelas de design arredondado e visor de ponteiro, com mais de 60 anos de serviços prestados e resistência a quilos de sobra.

Seu João é do tempo em que, entre outras delicadezas para combater sofrimentos, se manipulava e prensava comprimidos, combinava líquidos e se desentupia ouvidos tomados de cera com esguichos de água morna em seringa de vidro esterilizada. O elemento entrava mono na pharmacia, às vezes abafado, quase mute, e saía novamente estéreo, limpinho e cristalino na captação.

‘Hoje mudou tudo. Não temos mais aqueles plantões para atender e ajudar as pessoas. A concorrência das grandes redes é muito poderosa. Na pandemia, o movimento chegou a cair 70% em alguns momentos. Havia mais adesão. Ainda resisto porque tenho clientes antigos e fiéis. No nosso caso, faz a diferença’,

As novas legislações hoje impedem farmacêuticos práticos e veteranos, sem formação acadêmica, de executar vários procedimentos que fizeram a rica história da profissão. ‘A Fibersal hoje é uma drogaria. Não é mais farmácia na definição, ou seja, não manipula medicamento. Apenas vende os encomendados em laboratório’, diz seu João.

O humor logo é recuperado em meio a lembranças do passado. ‘Meu irmão trabalhava conosco na época em que manipulávamos as fórmulas. Certa vez ele ofereceu um medicamento para calvície a um cliente, que mandou na hora: se isso é realmente tão bom, por que você não usa? Deu para perceber, claro, que meu irmão era careca’. Sobre a balança, cobiçada por colecionadores, deixa uma promessa: ‘Daqui ela só sairá se for direto para um museu’.

No bairro Floresta, em Belo Horizonte, Luciana Procópio Vilela Alvarenga, 48 anos, formada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 1994, é a representante de uma dinastia representativas da profissão no país: a Farmácia Universal, fundada em 1933 por seu avô paterno, Trajano Procópio Alvarenga Monteiro. ‘Trabalho lá desde os 13 anos de idade. Vendi muita ficha de telefone e aqueles shampoos pequenos que chamávamos de travesseirinho’, lembra.

O avô paterno ficou na farmácia até 1941, quando os tios assumiram. Anos depois, Spencer, pai de Luciana e único dos irmãos formado na profissão, entrou no time. Trabalhou por 70 anos, até a morte, em 2019, aos 94. Do lado materno, o avô, Clyde Alves Vilela, diplomou-se em Farmácia em 1924 na Universidade Federal De Ouro Preto (UFOP). O bisavô materno, prático, fundou em 1904 a Pharmacia Villela, em Nepomuceno (MG).

Entre manipulações de elixires, xaropes, tinturas e papéis medicamentosos, Luciana testemunhou e ouviu boas histórias. As cápsulas dos comprimidos eram feitas de amido, num trabalho artesanal. Vários componentes, usados em quantidades mínimas em algumas fórmulas, são agora proibidos, entre eles estricnina, extrato de cannabis e até mesmo variações de cocaína. ‘As injeções do antibiótico penicilina benzatina, historicamente muito populares e solicitadas, também estão suspensas nas farmácias. Podem causar choque anafilático. São raros os casos, mas tivemos dois. Os pacientes infelizmente morreram’, conta Luciana.

Um dos trabalhos mais bonitos na história da profissão, realizado até hoje em vários pontos do país, é o de receber e interpretar os bilhetes com a descrição dos sintomas, enviados de locais distantes por pessoas doentes, a maioria de origem simples, impossibilitadas, pelas dores e efeitos, de ir até a farmácia.

Seu Walter atendeu na bela Brasília até dias antes de morrer, em 2020, aos 95 anos. (Foto: Divulgação)

Luciana guarda um tesouro com essas preciosidades. ‘Um deles trocou o primeiro s por c ao escrever supositório. Outro tascou Navagina em vez de Novalgina. Muitos falam em bambeira, leseira no corpo, coisas do tipo, e é preciso advinhar. Um cliente mandou um bilhete pedindo uma embalagem para fazer exame de fezes. Enviamos. Ele mandou outro recado reclamando de que ela estava vazia’, lembra.

Outra dinastia do ramo, estabelecida em Bernardino Campos, no interior de São Paulo, tem como herdeiro Fábio Mora, 41 anos. Filho, neto e sobrinho-neto de farmacêuticos (o avô fez curso de oficial e o pai era prático), Mora tomou gosto pela coisa no período de trabalho na farmácia da família, a Coração de Jesus, inaugurada em 1951 e em funcionamento até hoje, agora aos cuidados de Marcione Mora, a tia mais nova.

Fábio Mora concluiu o curso de Farmácia em 2005. Trabalhou em grandes laboratórios, dedicou-se às consultorias, mas voltou às origens ao criar, em 2015, as páginas Farmacêutico das Antigas no Facebook e no Instagram. Nelas, posta fotos, vídeos, imagens e curiosidades sobre seus familiares e outras personagens do ramo.

Entre as pérolas publicadas por Mora, é possível saber que as primeiras bulas ‘eram marcas arredondadas feitas com anel para autenticar documentos oficiais’. Daí o nome, vindo do latim bulla, ou seja, bola. E também conhecer detalhes sobre a origem do centenário desinfetante Creolina Pearson, lançado no final dos anos 1800 em Yorkshire, na Inglaterra.

Pode-se ainda confirmar que o gênio da poesia Carlos Drummond de Andrade e a cearense Maria da Penha, inspiradora da lei de punição aos agressores de mulheres, são também farmacêuticos de formação. E descobrir que o pai o avô de Mora presenteavam clientes fiéis da Coração de Jesus com edições dos deliciosos almanaques Sadol, lançados em 1946 com provérbios, piadas, ‘conselhos úteis’, passatempos, moças bonitas em fotos apimentadas para a época e ‘conselhos úteis’ como o que fazer para se livrar dos enjoos nas viagens de carro.

Mora divulga histórias de familiares e outros farmacêuticos em redes sociais. (Reprodução)

Jesuz Mora, o avô farmacêutico de Fábio, era frequentemente levado por médicos à casa de mulheres grávidas nos partos. Sua missão era aplicar penicilina nas pacientes para evitar inflamações. Não era raro dormir na sala da casa, ao som dos primeiros berros do novo morador. Igualmente comum era receber porco, galinha, frutas, leite, queijo e legumes como pagamento de quem não tinha dinheiro para acertar os chamados de emergência.

Seu Jesuz recebeu, numa sexta-feira, uma mulher de 40 anos com o barrigão dolorido e para lá de inchado. Orientou a cidadã a comer o quanto aguentasse de marmelada, daquelas de lata, e em seguida tomar até meio litro de uma solução de ‘sal amargo’ em água. ‘O marido dela voltou várias vezes na farmácia para dizer que, naquele final de semana, ela tinha colocado para fora, no banheiro, o que se poderia imaginar de parasita’, conta Mora aos risos.

A combinação de carinho e responsabilidade social explica histórias como a da família do administrador Carlos Paranhos, paulista de Pedregulho radicado em Brasília. O pai e um tio de Paranhos, Seu Wilson, rebatizado pela força do sotaque rural e interiorano dos clientes como Seu Virso da Farmácia, eram farmacêuticos. Seu Virso era pai de um excelente médico, daqueles sempre dispostos a atender quem precisa quando necessário.

A competência e a generosidade não eram, no entanto, suficientes para equiparar a popularidade do filho doutor à do pai homem do balcão. ‘Aos finais de semana os dois recebiam muita gente em casa à procura de atendimento. Só que a quantidade de gente atrás do Tio Wilson era muito maior do que os à procura do meu primo médico’, diverte-se Paranhos. ‘Isso resume o que um farmacêutico significa para quem confia nele’, acrescenta.

‘Os farmacêuticos tradicionais deixam um trabalho fundamental e são muito importantes. Ainda podem executar vários procedimentos, como verificar pressão e temperatura, além de orientar e indicar alguns medicamentos leves e específicos’, explica ao R7 o presidente do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), Marcos Machado Ferreira. ‘Mas é importante que os diagnósticos e a liberação de medicações complexas sejam feitos por médicos. Essa divisão e as novas legislações favorecem todo mundo’, acrescenta.

Não é o que pensava Walter Henrique. ‘Agora não pode nada’, reclamou em sua última entrevista, concedida em março de 2019 a Fernando de Maria, do site Boqnews. Explica-se o ‘pensava’. Nascido em 1925 na pequena Potirendaba, interior de São Paulo, radicado em Santos, Seu Walter abriu as portas de sua Farmácia Brasília, na Ponta da Praia, em 1957, três anos antes da inauguração oficial da capital do país homenageada no batismo do negócio.

Derivados de cocaína eram permitidos como componentes, mas hoje estão proibidos. (Foto: Divulgação)

Teve duas farmácias antes da Brasília, um primor revestido de azulejos brancos e equipado com móveis em canela-imbuia. ‘Os marceneiros disseram na época que essas peças iriam durar a vida inteira. Estão intactas’, disse ele orgulhoso, lembrando, em 2019, que os criadores das prateleiras e também os filhos construtores do imóvel haviam morrido, enquanto o conjunto permanecia intacto.

Seu Walter perdeu a conta de quantos curativos fez e desfez, dos pontos cirúrgicos despregados e dos pentes finos de arrastar piolho vendidos. Em um dia do final de 2020, fechou a porta da farmácia para cuidar de uma recaída de saúde e não voltou mais. Trabalhou até a morte, aos 95 anos de idade, os últimos 63 no comando de sua Brasília amadeirada.

Marmelada à frente, os episódios e histórias remetem o repórter à lembrança dos tempos de infância e adolescência em Três Rios, no Estado do Rio, quando era encaminhado pelos pais, junto ao irmão mais novo, à Farmácia Azilena, tradicional na cidade, nos momentos em que se impunha a necessidade de desentupir os ouvidos na água morna da seringa de vidro. De mono ou quase mute a estéreo em alguns minutos.

Na volta, brincadeira na família: ‘deve ter saído até roda de carroça daí de dentro’, alguém dizia. O consolo era que a ironia batia limpinha, cristalina, bem no fundo do ouvido.

Fonte: D24am

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Falta de IFA tem atrapalhado entregas da AstraZeneca no Brasil

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AstraZeneca – Sofrendo mais uma vez com a falta de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), a vacina contra covid-19 Astrazeneca/Oxford lidera a imunização no Brasil de longe e foi responsável pela aplicação de 86.891.829 das doses administradas no Brasil (44,79%).

Os dados foram compilados pelos pesquisadores do Portal Covid-19 Brasil, Wesley Cota e Leonardo Medeiros, a partir das estatísticas oficiais do Ministério da Saúde atualizadas até a última sexta-feira (10).

Com 150 milhões de doses contratadas e outras 60 milhões que ainda estão em tratativas, a marca ainda pode fechar o ano de 2021 como a líder absoluta do PNI (Plano Nacional de Imunização) ultrapassando até a Pfizer, que tem 200 milhões de doses contratadas para este ano.

Além da AstraZeneca, o Brasil tem outras três vacinas com registro emergencial ou definitivo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Logo depois da Astrazeneca, está a vacina da Coronavac, com aplicação de 65.302.401 de doses (33,66%). Em seguida vem a Pfizer, que aplicou 37.302.691 (19,23%) e as 4.483.488 doses da Johnson (2,31%).

No entanto, a falta de IFA do exterior tem atrapalhado as entregas da FioCruz. Neste momento, o laboratório já está há mais de uma semana sem produzir novas doses, que já fazem falta em pelo menos cinco estados brasileiros. O problema só deve ser contornado a partir de novembro, quando a Fiocruz prevê fazer sua primeira entrega com insumos fabricados nacionalmente.

Fonte: Correio da Amazônia

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Deputados estaduais do Paraná votam regras para terceira dose

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Os deputados estaduais votam hoje, projeto que regulamenta a aplicação da chamada terceira dose ou dose de reforço da vacina contra a Covid-19 no Paraná. Pela proposta, as doses complementares respeitarão a forma e a ordem pré-estabelecida pelo Plano Nacional de Imunização (PNI) e pelo Plano Estadual de Vacinação da Secretaria de Estado da Saúde.

Com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), caberá à secretaria a recomendação e aplicação da vacina, bem como definir o caráter periódico, caso haja essa necessidade.

Autor da proposta, o deputado Delegado Francischini (PSL) aponta a importância do reforço a grupos mais vulneráveis como profissionais da saúde e idosos. ‘Os primeiros encontram-se na linha de frente do combate à Covid, ficando diretamente expostos ao contágio, enquanto os segundos são os que possuem maiores chances de complicações decorrentes da contaminação, razão pela qual, justifica-se o reforço na imunização’, defende.

Na semana passada, o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, disse que na quarta-feira, o Paraná deve receber doses de vacina para a aplicação do reforço em idoso com idade acima de 70 anos e imunossuprimidos (pessoas com sistema imunológico mais enfraquecido e vulnerável a infecções), conforme nota técnica do Ministério da Saúde. De acordo com dados da Sesa, o Paraná já vacinou mais de 90% da população adulta com pelo menos uma dose e 32,68% da população está com a imunização completa.

Fonte: Bem Paraná Online

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Médicos estudam possível elo entre vacinas da Covid-19 e mudanças na menstruação

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Menstruação – Um efeito pouco conhecido das vacinas contra a Covid-19 parece ter afetado uma quantidade significante de mulheres no mundo todo. Segundo relatos nas redes sociais, muitas mulheres e meninas enfrentaram efeitos colaterais como aumento do fluxo menstrual, escapes fora do comum e existem até mesmo queixas sobre o atraso da menstruação após a aplicação da primeira dose da vacina.

Um levantamento ao qual o site britânico The Times teve acesso indica que no Reino Unido ao menos 4 mil mulheres reportaram mudanças em seus períodos menstruais após terem recebido a vacina da Covid-19 em maio deste ano.

Do total, 2.734 casos foram observados com a vacina da Oxford em parceria com a AstraZeneca, 1.158 com a vacina da Pfizer e da BioNTech e 66 após uma dose da vacina da Moderna.

Em seu perfil no Twitter, a médica Kate Clancy falou sobre a sua experiência pessoal de um ‘fluxo muito intenso’ após tomar a vacina da Moderna. Em sua postagem, diversas mulheres compartilharam ter passado pela mesma situação.

Em um deles, uma mulher conta que ‘toma anticoncepcional sem semana de placebo, então não menstrua’. Segundo ela, isso mudou algumas horas depois de ela ter tomado a primeira dose da vacina contra a Covid-19 (sem especificar qual foi, exatamente).

Os estudos sobre o tema, no entanto, são escassos – mas médicos no mundo todo têm tentado encontrar uma possível ligação entre menstruação e a vacina contra o coronavírus.

Em entrevista ao site London Gynaecology, a ginecologista Narendra Pisal afirmou que ‘em sua experiência, essas mudanças no ciclo menstrual se resolvem em três ciclos’.

‘O risco é muito menor do que o benefício ao se tomar a vacina e ficar protegido de infecções graves da Covid-19 – então recomendamos fortemente a vacina para todas as mulheres’, conta.

Segundo a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA, na sigla em inglês) britânica, os ‘problemas durante o ciclo menstrual são extremamente comuns’.

‘Então, durante qualquer período de tempo, você espera que as mulheres tenham esse tipo de problema. Se a janela de tempo incluir a pós-vacinação, os problemas podem acontecer apenas por coincidência. Os problemas na menstruação não são, geralmente, relacionados à imunização, então a plausibilidade de alguma ligação é baixa. E o MHRA não observou um aumento em eventos do tipo’, afirmou o órgão, que seria a Anvisa do Reino Unido.

Em um comunicado, a doutora Sue Ward, vice-presidente do Colégio Real para Obstetras e Ginecologistas, afirmou que mais dados são precisos para, realmente, chegar a uma conclusão sobre a possível interferência das vacinas com o ciclo menstrual.

Mas, para Ward, o ‘bem-estar psicológico’ pode alterar, naturalmente, os níveis hormonais das mulheres. ‘Algo que consome tanto e muda tanto as nossas vidas como uma pandemia global pode resultar nas mulheres terem experiências diferentes com os seus períodos menstruais’, afirmou.

Para Ward, a recomendação que fica é a de que as mulheres que passem por mudanças substanciais em suas menstruações procurem um médico, além de reportar sua preocupação em relação ao fato de isso estar ligado ou não com a vacinação.

Pat O’Brien, vice-presidente da parte de membros do Colégio Real, afirmou recentemente que ‘as mudanças no fluxo menstrual das pessoas após a vacinação foram leves e não devem impedir mulheres de tomarem a vacina’.

No Twitter, a doutora Victoria Male, do Imperial College London, explicou que vacinas como a da gripe e do HPV também podem causar mudanças temporárias na menstruação.

‘A primeira coisa a dizer sobre isso é que quase todos os relatos falam sobre mudanças de curto prazo (referentes a um ciclo, às vezes dois). Portanto, se você tiver um período estranho logo após a vacina, é improvável que isso incomode por mais de um mês’, afirma.

‘A segunda é que sabemos que algumas outras vacinas também têm efeitos de curto prazo no ciclo menstrual, por exemplo, a da HPV e a da gripe. Também sabemos que essas vacinas não prejudicam a fertilidade’, continuou a especialista.

I’m getting a lot of questions about #COVID19 vaccination and the menstrual cycle. Does the #vaccine affect your #period? And does that mean there will be an effect on #fertility? ???? ??

(Short answer upfront: Maybe, and no.)

– Viki Male (@VikiLovesFACS) April 21, 2021

Male ainda explicou que o período médio para a menstruação é variável e não foi ‘estudado vastamente’. ‘Os cientistas ainda têm poucos dados bons sobre o quão comum é para alguém que tem ciclos regulares ter um mês incomum’, explica.

Por enquanto, a ciência ainda tenta descobrir os impactos das vacinas na menstruação. O que se sabe é que não existe relação entre as vacinas e infertilidade e que, portanto, as pessoas não precisam adicionar isso para a lista de preocupações.

A grande maioria dos cientistas também acredita que as mudanças, se realmente causadas pela vacina, devem passar rapidamente e não causam alterações problemáticas na vida dos indivíduos. E a recomendação da comunidade científica segue a mesma: vacine-se.

Fonte: CNN Online (Brasil)

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Fiocruz prevê entrega de 6 mi de doses com IFA nacional

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IFA – Até o fim deste ano, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê entregar ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) 6 milhões de doses da vacina contra covid-19 produzida com ingrediente farmacêutico ativo (IFA) nacional. A projeção foi apresentada nesta sexta-feira (10), na Jornada Nacional de Imunizações, pelo gerente do projeto de implementação da vacina covid-19 no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), Fábio Henrique Gonçalez.

Segundo Gonçalez, Bio-Manguinhos iniciou ontem (9) o congelamento do primeiro lote de IFA produzido na etapa de pré-validação dos processos produtivos. Esse lote ainda será submetido a testes de controle de qualidade, enquanto o segundo lote de pré-validação e o primeiro de validação estão em produção. ‘Hoje, todos os nossos resultados são discutidos com parceiros da AstraZeneca e analisados em conjunto, e, até o momento, nossos processos vêm se demonstrando compatíveis com os processos executados pelo parceiro’, afirmou Gonçalez.

Conforme linha do tempo apresentada por Gonçalez, o primeiro lote de pré-validação do IFA começou a ser produzido em julho, e o segundo, em agosto. Ainda no mês passado, começou a produção do primeiro lote de validação. O segundo e o terceiro lotes desse tipo começam a ser produzidos neste mês.

O cronograma prevê uma nova submissão de documentação à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no início de novembro, para que Bio-Manguinhos conste no registro da vacina como local de produção do IFA, que hoje é importado da China. ‘A expectativa é que, no final de novembro, já tenhamos lotes de produto final aprovados e produzidos com IFA nacional prontos para ser fornecidos ao PNI, assim que tivermos o deferimento do registro pela Anvisa, ou mesmo a possibilidade de fornecimento para uso emergencial.’

De acordo com o gerente de Bio-Manguinhos, a fundação deve produzir 14 milhões de doses de vacinas com IFA nacional até o fim do ano, porém, somente as 6 milhões previstas para entrega devem ter os processos de controle de qualidade concluídos ainda neste ano. Para o ano que vem, a capacidade prevista é de 180 milhões de doses.

Fonte: Folha da Região

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Anvisa ignora laudos chineses e mantém 12 mi de doses da Coronavac retidas

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Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ignorou documentos reconhecidos por sua similar chinesa aprovando a fábrica onde foram feitas as 12 milhões de doses da Coronavac que o órgão brasileiro mantém retidas.

Após reunião com os chineses neste sábado (11), segundo pessoas familiarizadas com o assunto, a agência insiste em fazer uma visita de inspeção in loco na unidade da farmacêutica chinesa Sinovac para deliberar sobre a questão. Não se sabe o quanto isso vai demorar, ou se irá acontecer.

O veto por 90 dias aos 25 lotes ocorreu no dia 4, quando o Instituto Butantan, parceiro da Sinovac, notificou o órgão regulador brasileiro de que as vacinas contra Covid-19 tinham sido feitas numa fábrica que não estava pronta quando a Anvisa liberou o uso emergencial do imunizante.

Anvisa entendeu que isso não garantiria a qualidade e a segurança dos produtos, apesar de eles terem sido vistoriados no Butantan e na Fiocruz, e exigiu uma série de documentos.

Técnicos da agência e a NMPA (Administração Nacional de Produtos Médicos, na sigla em inglês) se reuniram na manhã deste sábado (11) para discutir o caso.

Segundo relatos de participantes, o encontro virtual de uma hora foi inócuo. A Anvisa apenas quis saber acerca de procedimentos burocráticos de seus colegas chineses, ignorando a certificação da fábrica da Sinovac.

Oficialmente, a Anvisa afirmou apenas que a reunião “não foi conclusiva e os lotes seguem interditados”. A agência não falou acerca do cronograma de inspeção.

Há mais de uma dezena de documentos já fornecidos para o Butantan à Anvisa, mas dois são centrais para o caso: são certificações dada pela autoridade municipal de saúde de Pequim à fábrica, assinadas em 22 de março e 23 de abril, liberando seu funcionamento.

Anvisa encrencou com o fato de a liberação não ser da NMPA. “O Instituto Butantan não apresentou o relatório de inspeção emitido pela autoridade sanitária, essencial para a avaliação das condições de aprovação da planta”, disse a agência no dia 8, após receber a documentação.

Ocorre que na China todas as autoridades municipais e provinciais trabalham sob o guarda-chuva da agência central, não havendo diferença entre a validade dos relatórios em diversos níveis.

Autoridades de saúde paulistas consideram que isso viola o artigo 16 da chamada Lei da Pandemia, a 14.124/2020. O texto afirma que medicamentos, vacinas e insumos contra a Covid-19 podem ser usados no Brasil caso tenham recebido chancela de algumas agências de vigilância internacionais, entre elas a NMPA.

Para integrantes do governo paulista, a questão é política e a insistência da Anvisa em ignorar isso se insere na disputa entre os governos Jair Bolsonaro e João Doria (PSDB-SP).

O tucano que governa São Paulo e quer disputar o Planalto em 2022 trava, desde o ano passado, um embate com o presidente acerca do manejo da pandemia. Ao longo de 2020, promoveu a vinda da Coronavac para o Brasil, onde é envasada e será produzida pelo Butantan.

Ao insistir em um calendário próprio de vacinação, quando a pandemia começava sua segunda e mortífera onda no fim do ano passado, Doria acabou levando Bolsonaro a aceitar o tema da imunização.

Ainda assim, o presidente segue reiterando suas objeções ao que chama de “vacina chinesa”. A mais recente disputa ocorre em torno do polêmico uso da Coronavac nas doses de reforço para idosos e imunossuprimidos, rejeitada pelo Ministério da Saúde.

Além disso, São Paulo vive uma falta de doses para segunda aplicação das vacinas da AstraZeneca e da Pfizer, assim como outros cinco estados.

O governo Doria culpa a gestão federal, afirmando que foram enviados menos fármacos do que o previsto. Já a Saúde diz que o governo estadual usou em excesso lotes para a primeira inoculação.

Fonte: Diário de Cuiabá

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Minancora: para que serve a pomada e como usá-la

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Minancora é uma pomada antisséptica e cicatrizante que leva cloreto de benzalcônio, óxido de zinco e cânfora em sua composição.

Minancora é uma pomada antisséptica, levemente analgésica, antipruriginosa e cicatrizante que leva cloreto de benzalcônio, óxido de zinco e cânfora em sua composição. Ela é utilizada para tratar picadas de inseto, escaras, frieiras, feridas, acnes, entre outros usos que vamos falar.

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Trata-se de uma marca criada pelo farmacêutico português Eduardo Augusto Gonçalves, que desenvolveu sua fórmula após sua chegada ao Brasil. A pomada passou a ser vendida em estabelecimentos do País a partir de 1915.

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Embora o produto mais famoso seja a pequena embalagem de cor laranja, versão mais tradicional, a marca já tem em seu portfólio linhas específicas para cada tipo de cuidado, como com os pés e a pele do rosto.

Veja a seguir os possíveis usos de Minancora, benefícios e contraindicações.

Composição

Conforme explica a cosmetóloga e farmacêutica Joyce Rodrigues, Minancora é composta por cânfora (0,050 g/g), óxido de zinco (0,200 g/g) e cloreto de benzalcônio (0,005 g/g).

Para que serve

A pomada Minancora tem fórmula anti-séptica que age na prevenção e no tratamento de diversas condições da pele, como acne, urticárias e frieiras. Além disso, também age diminuindo inflamações e potencializando a cicatrização. 

Pode ser, ainda, coadjuvante no tratamento de ferimentos superficiais, como pequenos cortes e picadas de insetos. Atua também em combate ao ressecamento da pele. Casos de pequenas queimaduras e assaduras também podem ter a pomada em seu tratamento. 

Para espinhas

O óxido de zinco presente na pomada tem ação antisséptica, anti-inflamatória e secativa, sendo um dos principais componentes que faz desta pomada uma verdadeira aliada na hora de tratar acne.

Os componentes ainda ajudam a evitar a proliferação de micro-organismos na lesão.

Exatamente pelo sucesso com o público que procura tratamento para espinhas, a marca decidiu reformular a linha Action, específica para cravos e espinhas, e criou, em parceria com a Catarinense Pharma, a linha Minancora Skincare. São produtos com a composição original, mas em veículos diferentes, como sabonete em barra.

Para clarear a pele

A ação anti-inflamatória do óxido de zinco pode amenizar manchas na pele. No entanto, não é a pomada mais indicada para o tratamento e a correção de manchas na pele, sendo indicado buscar um dermatologista perante tal quadro.

Para cicatrizar

A pomada Minancora contrai os tecidos da pele, auxiliando a redução de possíveis secreções. Seu poder anti-inflamatório também ajuda a formar uma camada protetora no local, favorecendo cicatrização mais eficiente.

Como desodorante

Com cânfora, cloreto de benzalcônio e óxido de zinco, Minancora também pode diminuir a oleosidade da pele e atuar como desodorante para as axilas e também para os pés.

Para os pés

Os cuidados com os pés têm uma linha especial chamada Minancora Alívio para os Pés, que tem produtos para hidratar e combater fungos e bactérias, além de aliviar o cansaço na região.

Como usar

Minancora deve ser usada apenas na superfície da pele e nunca em áreas internas e mucosas.

O fabricante indica passar uma fina camada, apenas o suficiente para cobrir a região que será tratada, sobre a pele limpa e seca duas vezes ao dia (a cada 12 horas).

A pomada só deve ser usada em tratamento em curto prazo, por isso não exite em procurar um dermatologista para receber orientações adequadas sobre o acometimento que apresenta.

Efeitos colaterais

bula de Minancora indica efeitos colaterais que podem surgir na região na qual o produto for aplicado, como ardor, vermelhidão, coceira, formação de pápulas, descamação da pele e secreção de líquido.

Se qualquer um destes sintomas for percebido, o uso deverá ser interrompido e um médico dermatologista deverá ser consultado.

Contraindicação

A pomada é contraindicada para menores de 2 anos, bem como pessoas com hipersensibilidade aos componentes da fórmula de Minancora. Gestantes, lactantes e alérgicos também não devem usá-la.

O produto não deve ser utilizado em mucosas, tais como lábios e olhos, e em ferimentos profundos e abertos, pois poderão ocorrer irritações graves.

Ainda assim, a farmacêutica Joyce Rodrigues explica que a ocorrência de reações adversas após o uso de Minancora é considerada rara.

Preço de Minancora

O produto pode ser encontrado em drogarias e o preço varia entre R$ 6 e R$ 33, de acordo com o veículo desejado.

Fonte: Ativo.com e Redação Panorama Farmacêutico


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