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Luta contra a hepatite

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A hepatite pode estar com os dias contados. Um relatório da Organização Mundial da Saúde revela que países têm avançado no combate à doença, com a incorporação de metas globais a estratégias domésticas de saúde pública. Levantamento realizado pela agência da Organização das Nações Unidas analisa dados de 28 países, que respondem por cerca de 70% dos casos de hepatites virais. Segundo a instituição, 86% das nações avaliadas estabeleceram metas de eliminação da doença e mais de 70% começaram a desenvolver planos para oferecer acesso a serviços eficazes de prevenção, diagnóstico, tratamento e atenção. Mais da metade desses países indicou já ter alocado recursos para acabar com a doença como ameaça de saúde pública.

Em 2015, havia 325 milhões de pessoas vivendo com hepatites virais. Desse contingente, 257 milhões e 71 milhões, respectivamente, estavam infectadas pelos vírus das hepatites B e C, os dois principais, entre os cinco tipos da doença. No mesmo ano, todas as variações da patologia viral causaram 1,34 milhão de mortes, um dado próximo ao número de mortes por tuberculose e superior aos óbitos relacionadas ao HIV.

Apesar dos progressos na instituição de marcos de ação, a Organização Mundial da Saúde enfatiza que é preciso acelerar na corrida contra a infecção. A resposta nacional para a eliminação da hepatite está ganhando impulso. No entanto, na melhor das hipóteses, uma em cada dez pessoas que vivem com a doença sabe estar infectada e pode ter acesso ao tratamento.

Quase metade dos Estados-membros estudados buscam a eliminação da patologia por meio do acesso universal à terapia. Em 2015, apenas 7% dos 71 milhões de pessoas com hepatite C tinham condições de se tratar. A Organização Mundial da Saúde lembra que, com antivirais de ação direta, esse tipo da doença por ser completamente curado dentro de três meses. Nesse sentido, a agência da Organização das Nações Unidas tem trabalhado para democratizar o acesso aos medicamentos, garantindo preços acessíveis. O organismo internacional aponta que, com a introdução de versões genéricas dos antivirais, houve reduções drásticas no valor da terapia em alguns países, sobretudo nas nações de média e baixa renda.

Em 2015, apenas 7% das pessoas com hepatite C tinha condições de se tratar

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde pré-qualificou a primeira versão genérica do sofosbuvir, um dos remédios usados para curar pacientes infectados com a hepatite C. O preço médio do tratamento obrigatório de três meses com esse genérico varia entre 260 a 280 dólares, um custo muito inferior ao de 2013, quando se comercializou o primeiro medicamento com esse fármaco.

A respeito da infecção crônica pelo vírus da hepatite B, o organismo das Nações Unidas ressalta que a patologia possui uma alta taxa de mortalidade. A substância mais eficaz contra a doença é o tenofovir. No entanto, o remédio não é capaz de curar as pessoas e precisa ser administrado ao longo da vida. Seu preço em muitos países de baixa e média renda é bastante reduzido — chegando a, no máximo, 48 dólares por ano. Identificar intervenções com alto impacto é um passo fundamental para a eliminação dessa doença devastadora. Muitos países conseguiram ampliar a vacinação contra a hepatite B.

Segundo levantamentos da Organização das Nações Unidas, o uso de materiais de injeção contaminados nos estabelecimentos de saúde é responsável por um grande número de novos casos da doença. Para diminuir o crescimento dessas estatísticas negativas, a OMS recomenda prevenir a transmissão em procedimentos invasivos, como cirurgias e atenção odontológica, aumentar as taxas de vacinação contra a hepatite B e ampliar os programas de redução de danos para os usuários de drogas injetáveis. Em novembro, a Cúpula Mundial de Hepatites, ligada à Organização Mundial da Saúde reunirá especialistas em São Paulo para debater os principais desafios e estratégias na resposta à doença.

Fonte: O Progresso

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