A empresa britânica BioOrbit está investindo na produção de novos medicamentos contra o câncer. A maior novidade é que esses remédios devem vir diretamente do espaço.
A iniciativa é liderada por Katie King, ex-funcionária da NASA com PHD em nanomedicina na Universidade de Cambridge. As informações são do Gizmodo.
O plano da companhia conta com a instalação de um laboratório fixo na Estação Espacial Internacional (ISS) nos próximos dez anos. Financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA), o projeto depende de uma viagem de teste, que deve ocorrer no início de 2025. King acredita que a iniciativa deve “revolucionar absolutamente o tratamento do câncer”.
Como estão os novos medicamentos contra o câncer?
Dos novos medicamentos contra o câncer, os fármacos da área de imunoterapia estão entre os mais promissores. O tratamento funciona a partir da imitação e da ativação do sistema imunológico do paciente, mas é considerado muito lento e invasivo.
No cenário atual, os remédios desse tipo de tratamento são intravenosos e obrigam os pacientes a passar horas no hospital enquanto as infusões são lançadas em suas correntes sanguíneas
A terapia ideal seria uma fórmula que possa ser administrada na via subcutânea, uma alternativa que ainda não é possível pela alta espessura dos medicamentos disponíveis no mercado. Isso é provocado pelo nível elevado de concentração necessário para tornar o remédio efetivo.
Por que produzir remédios no espaço?
Produzir remédios no espaço foi a escolha da BioOrbit para aumentar a concentração dos medicamentos mantendo a espessura em níveis adequados. Ao cristalizar as proteínas da fórmula no espaço, longe da influência da gravidade terrestre, as ligações entre as células são formadas de maneira mais organizada e sucinta.
A ideia surgiu durante um trabalho em grupo realizado pela cientista inglesa em um curso de verão da Universidade Espacial Internacional, sediada na França. O estudo visava justamente a incentivar pesquisas que poderiam ser realizadas no espaço com impacto positivo na Terra.
Exploração espacial não é uma novidade no canal farma
Outros grandes players da indústria farmacêutica, como Merck, Bristol-Myers e até mesmo laboratórios brasileiros, já iniciaram ou mantêm projetos de pesquisas no espaço.
A BioOrbit procura se diferenciar das demais devido a sua disposição para atividades práticas em curto prazo. A companhia já projeta um segundo voo, em parceria com uma empresa do canal farma, no segundo semestre de 2025.
O caminho, no entanto, não é fácil. Os riscos associados a qualquer lançamento de foguetes e satélites, as longas filas de acesso à estação internacional e os custos são apenas alguns dos empecilhos.