O self-checkout nas farmácias está incorporado ao discurso de boa parte dos gestores do setor, mas a prática não traduz a teoria. Largamente aplicado em canais como o alimentar e o têxtil, o sistema de autoatendimento no caixa ainda é pouco explorado no varejo farmacêutico.
“Trata-se de uma experiência amplamente difundida no mercado mundial, justamente por proporcionar mais agilidade na jornada de compra e assegura autonomia para o cliente”, enfatiza Fernanda Oliveira, gerente de desenvolvimento da Procfit.
Mas qual o motivo para a solução ainda não ter deslanchado nas drogarias? Para a especialista, a limitação do espaço físico e o perfil de negócio ajudam a explicar essa realidade. “Muitos gestores querem oferecer um atendimento personalizado. Para isso, acreditam na interação olho no olho em todo processo. Em paralelo, lojas com menor área no autosserviço podem não ver vantagem em aderir ao autoatendimento, pois teriam que sacrificar espaço das gôndolas”, aponta.
Fernanda também destaca que muitos administradores ainda enxergam a farmácia como um estabelecimento de dispensação. “Além disso, alguns proprietários se preocupam com o risco de aumento de perdas por causa de furtos”, complementa.
Self-checkout nas farmácias reforça conveniência do PDV
Mesmo com esses entraves, a tecnologia do self-checkout nas farmácias ainda é uma solução viável para o segmento e reforça o posicionamento dos PDVs como espaços de conveniência. “Os consumidores visitam a loja física para comprar uma fralda, um xampu ou chocolate na hora do almoço. Por que fazer esses clientes desperdiçarem um tempo precioso apenas para concluir a compra?”, provoca.
“A experiência deve ser individualizada, correto? Então ela deve prever também aquele cliente que está só de passagem no PDV, sem interferir negativamente em sua rotina”, avalia. Quanto à possibilidade de furtos, Fernanda recomenda escalar um colaborador para ficar alocado próximo ao autoatendimento, embora entenda que os riscos sejam baixos. “As perdas por furto já ocorrem e a implementação da tecnologia não faz essas ocorrências aumentarem”, afirma.
“Farmácia do futuro” já usa a tecnologia
Em novembro, o Panorama Farmacêutico visitou, com exclusividade, a S2 Farma, em São Paulo (SP). Apelidada de “farmácia do futuro”, a unidade exibe inúmeras tecnologias em sua operação, dentre elas o self-checkout.
Segundo o vice-presidente de serviços, sistemas e operações da Procfit, Marcos Vinícius Consoli, a tecnologia possibilita uma melhora na experiência do cliente. “O self-checkout torna o atendimento mais dinâmico, principalmente no autosserviço. Ele também viabiliza a redução de custos ao eliminar a necessidade de um caixa adicional”, afirma.