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Paracetamol não deve ser usado preventivamente em crianças que serão vacinadas

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É possível que bebês e crianças apresentem efeitos colaterais após a vacinação, como febre ou desconforto no local em que a injeção foi aplicada. Com a intenção de evitar que aconteça, pais e responsáveis costumam ficar tentados a dar, profilaticamente – ou seja, antes mesmo da vacinação –, algum remédio para que os pequenos não sofram incômodo. Muitas vezes, optam pelo paracetamol, que pode ser adquirido facilmente. Segundo uma mensagem que circula pele internet, a medicação pode diminuir a imunogenicidade da vacina – a capacidade de gerar anticorpos. Será que isso é verdade?

A questão já é conhecida pela comunidade médica desde 2009, quando um estudo sobre o assunto, conduzido pelo epidemiologista tcheco Roman Prymula, foi publicado na revista cientifica The Lancet. Para a pesquisa, um grupo de 459 bebês foi observado. Destes, 226 receberam três doses profiláticas – antes de apresentarem febre – de paracetamol a cada seis ou oito horas durante as primeiras 24 horas após a injeção. Nesses casos, os pesquisadores constataram que a concentração de anticorpos ficou mais baixa do que naqueles que não tomaram o remédio. É importante ressaltar que não há necessidade de revacinação, já que os anticorpos continuaram em níveis protetores, não diminuindo a eficácia da vacina.

O alerta está presente, inclusive, no Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação e informa que recebam a medicação “apenas crianças com história pessoal e familiar de convulsão e aquelas que tenham apresentado febre maior do que 39,5°C ou choro incontrolável após dose anterior de vacina tríplice bacteriana. Nessas situações, indica-se antitérmico/analgésico no momento da vacinação e com intervalos regulares nas 24 horas até as 48 horas subsequentes”.

A vacina utilizada no estudo foi a pneumocócica, que serve para imunizar contra diferentes tipos de doenças e é dada em crianças a partir dos dois meses. Entretanto, conforme Alexander Sapiro, pediatra e professor da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), ela não costuma causar reações frequentemente.

— A pesquisa comprovou que, quando o paracetamol é tomado antes da criança receber a pneumocócica, há possibilidade de uma interferência na resposta imunológica. Mas isso não é necessário, já que é uma vacina que não dá tanta reação. Portanto, quanto menos medicamento, melhor — diz Sapiro.

A febre moderada costuma ocorrer em apenas 30% das crianças, dependendo da vacina. Já a incidência de febre alta é ainda mais incomum, pois acontece em 17 casos a cada mil doses aplicadas. Por isso, a recomendação é de que o remédio só seja dado à criança após a febre ser constatada, e não para preveni-la.FABRÍZIO MOTTA

Infectologista pediátrico da Santa Casa de Misericórdia

A recomendação para os casos em geral é de que o remédio só seja dado à criança após a febre ser constatada, e não para preveni-la, afirma Fabrízio Motta, infectologista pediátrico da Santa Casa de Misericórdia.

— A febre moderada costuma ocorrer em apenas 30% das crianças, dependendo da vacina. Já a incidência de febre alta é ainda mais incomum, pois acontece em 17 casos a cada mil doses aplicadas — explica Motta.

Da mesma forma que qualquer outro medicamento, o uso de paracetamol só deve ser feito quando há indicação médica. Sendo assim, de maneira geral, não é recomendado antes ou imediatamente após a vacinação.

Fonte: Zero Hora

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