Os bastidores da indústria farmacêutica especulam que a venda da Sandoz, divisão de genéricos da Novartis, pode finalmente sair do papel.
Segundo informações da Pharmaceutical Technology, o grupo de investimentos sueco EQT e a família alemã Struengmann estariam preparando uma oferta conjunta de compra. O valor seria de US$ 21,6 bilhões, abaixo dos US$ 25 bilhões inicialmente projetados pela Novartis – controladora da Sandoz.
Venda da Sandoz era o objetivo inicial
A farmacêutica suíça tinha como objetivo inicial a venda da Sandoz para focar 100% dos esforços em medicamentos de prescrição patenteados. Mas a negociação tornou-se mais improvável por conta da alta da inflação e da guerra na Ucrânia. Com esse panorama, segundo a Bloomberg, os bancos estariam menos dispostos a liberar recursos para grandes aquisições.
Diante desse cenário, a Novartis decidiu desmembrar a divisão de genéricos. O anúncio havia partido do próprio presidente executivo Vas Narasimhan, em teleconferência com analistas no fim de agosto.
A operação tornaria a Sandoz uma empresa independente e a maior fabricante de genéricos da Europa. A farmacêutica faturou cerca de US$ 10 bilhões no ano passado com foco nessa categoria de medicamentos e também em biossimilares. Foi responsável por aproximadamente 20% da receita da Novartis no ano passado.
Em mercados como o Brasil, porém, o crescimento tem sido tímido. Nos últimos 12 meses até maio, segundo a IQVIA, a companhia avançou somente 0,10% no país ao movimentar R$ 3,2 bilhões, caindo de 8ª para 12ª colocada no ranking nacional da indústria farmacêutica.
Esse processo daria continuidade a um corte de custos que começou em 2019, quando a companhia suíça vendeu a maioria das operações de sua subsidiária nos Estados Unidos. Motivo: as crescentes pressões sobre os preços no mercado de genéricos. Além disso, se desfazer da Sandoz contribuiria para acelerar a reorganização global da Novartis, que planeja ter uma estrutura mais enxuta com a demissão em massa de 8 mil funcionários.
Novartis nega informação
A Novartis negou a informação e emitiu um posicionamento oficial:
A Novartis anunciou sua intenção de separar a divisão Sandoz por meio de uma cisão (“spin-off”) 100%, criando uma empresa Sandoz independente. A cisão planejada impulsionará a Sandoz como líder global em medicamentos genéricos e biossimilares, sendo futuramente listada na SIX Swiss Exchange, com programa de American Depositary Receipt nos Estados Unidos. Tanto para Novartis com medicamentos inovadores quanto para os negócios da Sandoz, a decisão permitirá maior foco e capacidade de buscar estratégias de crescimento independentes.
A Novartis espera a conclusão da transação no segundo semestre de 2023, sujeita a certas condições, incluindo consulta às entidades sindicais e representantes dos funcionários (conforme necessário), condições gerais de mercado, decisões e pareceres fiscais favoráveis, aprovação final pelo Conselho de Administração da Novartis e pelos acionistas. Até que a cisão proposta seja efetivada, a Sandoz continuará fazendo parte do Grupo Novartis.
Não há previsão da data final da transação e mais detalhes sobre o spin-off proposto serão fornecidos posteriormente, incluindo a proporção de distribuição, o cronograma detalhado e a composição do conselho de administração da Sandoz. Por esse motivo, ainda é prematuro comentar o impacto na operação do grupo Novartis no Brasil.
E no site da Sandoz você pode encontrar todas as informações atualizadas: www.Sandoz.com.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico